Candidatura de Muniz Filho inviabilizou planos de Geraldo Jr. para federal, minando reeleição de seu filho a estadual

Ao contrário da aparente tranquilidade que o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) exibe quanto à reeleição de seu filho, o deputado estadual Matheus Ferreira (MDB) deverá encontrar muitas dificuldades para permanecer na Assembleia Legislativa da Bahia, especialmente se depender da votação em Salvador.

Isso porque os 21.454 votos que o emedebista júnior obteve na capital foram patrocinados quase integralmente pelo presidente da Câmara Municipal, Carlos Muniz (PSDB), quando ele e Geraldo ainda estavam alinhados politicamente. A fatia representou 1/3 da votação total de Ferreira – que até onde consta não voltou para agradecer pelos votos ao padrinho.

Para 2026, todavia, Muniz encaminha a pré-candidatura de deputado federal do seu filho, Carlos Muniz Filho, o que impõe um redesenho nas alianças para a troca de votos com outros pretensos candidatos a estaduais.

Se teria representado um golpe para os planos de Geraldo Jr. de concorrer a federal, levando-o a desistir da empreitada, a iniciativa de Muniz de lançar o herdeiro na política feriu de morte Matheus Ferreira, exatamente porque ele não tem nenhum reduto em Salvador capaz de ao menos aproximá-lo da votação passada.

A alternativa tem sido buscar no interior votos para compensar a baixa em Salvador, usando e abusando da estrutura do governo, como pode ser observado neste São João, em que Geraldo e o filho baixam nos municípios no helicóptero do Estado em agenda eleitoral e até viaturas da PM têm sido utilizadas em carreatas, sob as vistas grossas do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e do Ministério Público Estadual.

Muniz e o herdeiro, a propósito, têm feito andanças na Assembleia Legislativa, costurando apoios para angariar votos no interior do estado, em troca dos que eles podem oferecer na capital.

Um dos encontros da dupla foi com o deputado estadual e postulante à reeleição, Emerson Penalva (PDT), conforme mostrou a coluna Radar do Poder, deste Política Livre.

Durante a posse da nova diretoria da Associação do Ministério Público do Estado da Bahia (AMPEB), no último dia 13, Geraldo deu a reeleição do filho como certa.


Mas para si, o emedebista pai projeta um outro cenário. Sem o apoio de Muniz em Salvador e ciente do ambiente apertado na corrida proporcional do próximo ano, acrescido do ínfimo recall da eleição a prefeito de Salvador em 2024, Geraldo Júnior já se retirou da disputa e anunciou que sua única ambição para 2026 é ser preservado na cadeira de vice-governador.

“Não existe plano B. Não existe posição alternativa. A minha condição é lutar pelo posto de vice-governador”, afirmou Geraldo, em entrevista ao programa Boa Tarde Bahia, na TV Band, na última quarta (18).
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