Irã e Israel relatam ataques após anúncio de Trump sobre cessar-fogo


Mais tarde, Tel Aviv concordoIsrael e Irã relataram ataques nesta terça (24), ainda noite de segunda no horário de Brasília, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um acordo para cessar-fogo entre os paísesu com a trégua. Antes, porém, disse que as forças iranianas dispararam pelo seis barragens de mísseis contra o território israelense. Três pessoas morreram na ação, segundo autoridades.

A agência iraniana estatal de notícias, a Irna, por sua vez, relatou explosões em Teerã. Antes, as Forças Armadas de Israel tinham emitido uma ordem de retirada para bairros na região central da capital —uma tática já usada por Tel Aviv na Faixa de Gaza e que é descrita pelo Irã como “terrorismo psicológico”.

Os ataques e acusações mútuas lançam dúvidas sobre a eficácia do acordo anunciado por Trump. Mais cedo, o chanceler iraniano, Abbas Araghchi, havia sugerido que o cessar-fogo entre seu país e Israel havia entrado em vigor. “As operações militares das nossas poderosas Forças Armadas para punir Israel devido às agressões continuaram até o último minuto”, escreveu ele nas redes sociais. “Agradeço às Forças Armadas, que permanecem prontas para defender nosso país até a última gota de sangue.”

O mesmo Araghchi tinha negado, momentos antes, que os países tivessem firmado uma trégua. Ele acrescentou, contudo, que Teerã estava disposto a suspender os ataques desde que Israel também interrompesse suas ofensivas.

O acordo foi anunciado por Trump após vários dias de troca de fogo aéreo. O presidente americano disse que a trégua começaria com um período inicial de 12 horas sem ataques iranianos. Cumprido o prazo, acrescentou ele, Israel faria o mesmo.

“O cessar-fogo já está em vigor. Por favor, não o violem”, publicou Trump em sua rede Truth Social, na madrugada desta terça-feira (24), no horário de Brasília.

Um funcionário da Casa Branca que falou à agência de notícias Reuters sob condição de anonimato disse que o acordo teria sido alcançado após conversas diretas de Trump com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, além de negociações com autoridades iranianas conduzidas por integrantes do governo americano, incluindo o vice-presidente, J.D. Vance, o secretário de Estado, Marco Rubio, e o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

Trump, então, fez o anúncio sobre o cessar-fogo mesmo após os dois lados ameaçarem novas ofensivas e depois de aceitar um ataque retaliatório simbólico de Teerã contra a Al-Udeid, a principal base americana no Oriente Médio localizada no Qatar.

No fim de semana, os EUA bombardearam instalações nucleares no Irã. Em resposta, o regime iraniano lançou nesta segunda mísseis contra a base americana. Teerã, porém, avisou tanto os EUA quanto o Qatar, país com quem tem boas relações, que iria fazer o ataque, e a ação não deixou vítimas.

A decisão tomada por Trump sobre atacar o Irã causou desconforto em parte da sua base política, especialmente entre os mais radicais, que defendem o não envolvimento dos EUA em conflitos externos. A mediação do cessar-fogo, portanto, poderia ajudar Trump a conter essas críticas.

Trump fez o anúncio tendo em mãos nova pesquisa Ipsos/Reuters na qual sua popularidade está no menor nível do novo mandato, iniciado em janeiro, e que apontava o temor do americano de mais uma guerra no Oriente Médio com participação de Washington.

Folhapress

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