Ditadura e oposição da Venezuela firmam acordo sobre fundo de combate a crise

Reunidos no México neste sábado (26) para a retomada de diálogos travados há um ano, regime e oposição da Venezuela assinaram um acordo que cria um fundo de bilhões de dólares congelados em bancos estrangeiros a ser administrado pela ONU.

O objetivo é que, assim, a verba seja gradualmente liberada para combater a crise humanitária que assola a nação sul-americana, levando a, entre outras coisas, um movimento migratório em massa com destino a países da vizinhança, entre eles o Brasil.

O acordo não menciona a soma total de verba que preencherá o fundo, mas é previsto que o valor alcance US$ 3 bilhões ao menos. A medida é o primeiro passo na mesa de negociações, que também pretende avançar na liberação de presos políticos do regime e na definição de regras e data para uma eleição presidencial em 2024.

Paralelamente, os EUA emitiram uma licença que permite à petroleira americana Chevron importar petróleo e derivados produzidos em território venezuelano. “Isso reflete a política histórica de Washington de aliviar sanções com base em medidas concretar que aliviem o sofrimento do povo venezuelano e apoiam a retomada da democracia”, disse o Departamento do Tesouro em comunicado.

O petróleo é pilar central da retomada das conversas entre o regime de Nicolás Maduro e a oposição venezuelana, que buscam reforçar o papel do país no mercado internacional.

As tentativas de negociação entre as partes foram suspensas pelo regime em outubro do ano passado, em represália pela extradição, de Cabo Verde aos EUA, do empresário colombiano Alex Saab —ex-funcionário da ditadura, considerado um testa de ferro de Maduro.

Folha de S. Paulo

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