Em parafuso antes de decisão de Otto, PT discutiu apresentar Caetano ou Moema como candidatos ao governo

Foto: Reprodução/YouTube/Arquivo

Até ter obtido a confirmação do senador Otto Alencar (PSD) ontem à tarde de que aceitava concorrer ao governo pelo grupo, a cúpula petista entrou em parafuso sobre o que fazer com a sucessão estadual tentando buscar saídas para o impasse criado com a decisão do senador Jaques Wagner (PT) de se retirar da disputa. No auge da indefinição, até os nomes da prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, e do chefe da Casa Civil, Luiz Caetano, foram apresentados como alternativas para a cabeça da chapa governista.

A proposta, animadamente aceita pelos dois, e apoiada por Wagner e Rui Costa (PT), sob o argumento, que alguns deputados consideraram delirante, de que a candidatura do governador ao Senado puxaria o cabeça da chapa, levou deputados e outras lideranças petistas presentes à reunião ao mais completo desespero. Um dos parlamentares relatou ao Política Livre que a grita só não foi maior em respeito ao espaço em que o encontro aconteceu – no apartamento do senador petista, na Vitória.

Aliás, a fonte, como outros, acreditam que Wagner só promoveu o encontro em sua casa como uma estratégia deliberada para conter o ímpeto dos partidários que sabia que poderiam se exaltar no momento em que confirmasse que, a despeito dos apelos, perdera as condições de concorrer ao governo depois que Rui fechou questão em relação à decisão de disputar o Senado, embora, durante a reunião, a todo momento, ele buscasse negar que os fatos estivessem correlacionados.

Da hora em que começou, logo após o almoço, até as 16h, o debate circulou entre as manifestações de Wagner de que estava fora do páreo, apelos chorosos dos deputados para que voltasse atrás na decisão e as tentativas para o convencimento de Otto, em outra parte da cidade, sobre as quais eles eram permanentemente informados. O trabalho era feito por correligionários do senador do PSD articulados com Wagner e Rui com a determinação de levá-lo a aceitar o desafio sob o argumento de que era a grande chance de sua vida.

Uma liderança petista disse que, enquanto o tempo passava e a definição na saia, um insuportável clima de baixo-astral foi tomando conta do espaço e um deputado foi visto vertendo lágrimas, ao dizer que não acreditava no que estava assistindo e que, daquela forma, sua reeleição iria, definitivamente, para o ralo. O ambiente só desanuviou por volta das 17hs, quando novas informações passaram a chegar e houve os primeiros sinais de que Otto, apesar de ainda estar resistindo, poderia aceitar a candidatura.

Com o risco de marchar para a campanha sob o comando de Moema ou Caetano ainda em curso, no entanto, muitos permaneciam à beira de um ataque de nervos até que Wagner finalmente anunciou que Otto topara ser o candidato em prol da unidade de todo o grupo, numa solução que uniria o PSD, o PP e o PT. Os petistas se entreolharam visivelmente aliviados como se tivesse emergido o “Redentor”. A mesma fonte disse que só não houve gritos em comemoração ao anúncio em respeito ao ambiente residencial em que o encontro se desenrolou.

Política Livre

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