Bolsonaro passa para virtual encontro do Mercosul com presença de Fernández e alega ômicron

Foto: Marcos Corrêa/Arquivo/PR

O governo brasileiro transformou a reunião presencial da cúpula de presidentes do Mercosul, que ocorreria no Brasil em 17 de dezembro, em encontro virtual.

Segundo interlocutores do Itamaraty, o motivo seria o avanço da nova variante ômicron, considerada “de preocupação”, pela OMS (Organização Mundial da Saúde)

Os demais países do bloco já teriam sido notificados da mudança.

Em março deste ano, quando Argentina presidia temporariamente o bloco, também transformou encontro para celebrar os 30 anos de lançamento do bloco em virtual. O motivo foi a situação sanitária nos países da região.

Esta reunião de dezembro, sob a liderança do Brasil, que preside o Mercosul, seria a primeira vez em que Jair Bolsonaro (PL) teria uma reunião de trabalho com o presidente argentino, Alberto Fernández.

Os dois têm relação difícil desde que Fernández foi eleito. Bolsonaro era próximo do ex-líder Maurício Macri e chegou a dizer que os argentinos escolheram mal ao eleger seu sucessor.

Mas, recentemente, vinha dando sinais de melhora, ou ao menos trégua.

No último dia 1º, o secretário de Assuntos Estratégicos da Argentina, Gustavo Beliz, visitou o Brasil e foi recebido no Palácio do Planalto pelo próprio presidente Bolsonaro e por Flávio Rocha, que ocupa cargo homólogo na administração brasileira.

Segundo relatos, teria sido em bons termos. Em especial, Beliz e Rocha se dão bem.

Em outubro, após meses de divergência, os governos fecharam um acordo para a redução da TEC (Tarifa Externa Comum), que funciona como um imposto de importação compartilhado entre os membros do Mercosul.

Na prática, o anúncio de um entendimento para um corte de 10% na tarifa comum é uma derrota para o ministro da Economia, Paulo Guedes.

No início do governo, Guedes tentou levar adiante um ambicioso corte de 50% nas tarifas, mas teve de recuar após reação da indústria brasileira.

A Economia então encampou uma nova proposta, de redução de 20% em duas etapas até o final deste ano. Mas essa possibilidade também foi rechaçada pelos argentinos durante a última cúpula do Mercosul.

Com isso, Guedes teve que aceitar um corte mais tímido e cujas negociações ficaram centralizadas no Itamaraty.

O novo acordo foi anunciado em declaração à imprensa do ministro Carlos França (Relações Exteriores) com o chanceler da Argentina, Santiago Cafiero.
Marianna Holanda/Folhapress

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