Em tentativa de isolar a China, Biden anuncia ‘cúpula pela democracia’

Foto: Pedro Ladeira/Folhapress/Arquivo

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reunirá em dezembro, por videoconferência, chefes de Estado e de governo para uma “cúpula pela democracia”, reunião alternativa ao tradicional G20 e que excluirá a China, hoje maior adversária comercial dos americanos.

Segundo um comunicado da Casa Branca, a reunião será em 9 e 10 de dezembro e reunirá chefes de Estado e de governo, além de representantes da sociedade civil e do mundo econômico “de um diverso grupo de países democráticos”.

A Casa Branca não especificou quais países serão convidados para a cúpula, mas afirmou que ela reunirá também representantes da sociedade civil, do setor privado e de entidades filantrópicas.

Biden planeja reunir novamente os mesmos participantes um ano depois, de preferência presencialmente, para avaliar os avanços sobre três questões principais: “defesa contra o autoritarismo, combate à corrupção e promoção dos direitos humanos”, segundo o texto.

Os líderes do G20 —formado pelas principais economias do mundo, incluindo governos autoritários como China e Arábia Saudita— devem se reunir no final de outubro na Itália.

O convite lançado pelos Estados Unidos amplia também o marco restrito do G7, o clube das mais poderosas democracias, no qual os países emergentes e latino-americanos não estão representados.

“O desafio do nosso tempo é provar que as democracias podem melhorar as vidas de seus cidadãos e atender aos grandes problemas que o mundo enfrenta”, afirma o comunicado, retomando um assunto recorrente de Biden.

O presidente americano afirmou desejar assumir novamente o papel de “líder do mundo livre” que é tradicionalmente reivindicado pelo ocupante da Casa Branca, mas que foi ignorado pelo seu antecessor Donald Trump. Em seus quatro anos na Casa Branca, o republicano rejeitou qualquer abordagem multilateral e focou em negociações bilaterais, frequentemente conflitantes.

A Casa Branca descreveu a cúpula como “uma oportunidade para os líderes mundiais ouvirem uns aos outros e aos seus cidadãos, compartilharem conquistas, impulsionarem a colaboração internacional e falarem honestamente sobre os desafios da democracia” no mundo.

Em viagem à Europa em junho, Biden propôs às democracias ocidentais do G7 um grande plano de infraestruturas que disputará com a Iniciativa Cinturão e Rota da Seda da China, que custeia obras em outros países. Ele também presidiu uma cúpula da Otan, com um relatório crítico ao país asiático.

Folhapress

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente esta matéria.