O PP quer que Leão assuma o governo e dispute a reeleição em 2022, afirma Cacá

Foto: Agência Câmara
Em entrevista exclusiva a este Política Livre, deputado federal Cacá Leão (PP) admite que a intenção do PP baiano é que o atual vice-governador João Leão assuma o governo estadual e possa disputar uma reeleição em 2022 em uma possível descompatibilização do governador Rui Costa (PT), que pode se candidatar ao Senado. O parlamentar, no entanto, deixa claro que quaisquer definições a esse respeito somente ocorrerão em março ou abril de 2022, quando o governador petista também decidirá se vai disputar algum cargo eletivo no ano que vem ou se cumprirá todo o seu mandato à frente do governo do Estado.

Cacá ressalta que aquilo que for estabelecido pelo grupo hoje liderado pelo governador Rui Costa será mantido pelo vice-governador João Leão. Ele destaca a boa relação entre o pai dele e Rui e afirma que o crescimento dos espaços do PP na gestão atual é um sinal evidente dessa proximidade. O deputado federal lembra que a parceria entre progressistas e petistas no Estado já remonta há 14 anos. Sobre a definição da chapa majoritária para 2022, ele ressalta que a dificuldade é o fato de o grupo ter muitos craques – além de citar Rui e Leão, Cacá lembra ainda os nomes de Otto Alencar (PSD), Jaques Wagner (PT) e Lídice da Mata (PSB).

O deputado rechaça completamente a possibilidade de Leão disputar uma vaga na Assembleia Legislativa, com a promessa de receber apoio para presidir a Casa. Também afirma que não crê que o partido seja o caminho (de filiação) para o presidente da República Jair Bolsonaro devido à pluralidade de arranjos que a sigla possui nos Estados. Ele cita o exemplo das eleições de 2018, quando o PP tinha a ex-senadora Ana Amélia como candidata a vice-presidente na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), apoiou Fernando Haddad (PT) no Piauí, mas foi com Ciro Gomes no Ceará, no Maranhão e na Bahia. Cacá acha que Bolsonaro precise de um partido que ele possa controlar, o que não seria o caso do Progressistas.

Confira abaixo os principais trechos da conversa:

Depois do último ajuste no secretariado do governador Rui Costa, o PP ficou com três secretarias, além da Cerb e da Bahia Pesca, tornando-se o partido mais bem aquinhoado em termos de espaço no governo petista. Rui Costa é um bom companheiro para o PP?

Tem sim. Primeiro que a relação pessoal do governador Rui Costa com o vice-governador João Leão é muito forte, todo mundo deve ver como os dois se gostam de verdade. É realmente de parceria, onde o governador, nessa mudança, acabou prestigiando o seu vice-governador e o partido como um todo. É uma parceria que já vai para 14 anos e temos nove deputados estaduais – eram dez, mas elegemos o prefeito de Jequié (Zé Cocá) –, quatro deputados federais e o governador contemplou o partido com mais um espaço, que foi a Secretaria do Planejamento para o vice-governador João Leão.

As pesquisas mostram que o governador Rui Costa seria um forte candidato ao Senado pela Bahia em 2022, mas isso traria dificuldades para o hoje senador Jaques Wagner, que se prepara para disputar o governo pela terceira vez. Afinal, o PT assumiria duas das três vagas na chapa. O senhor defende Wagner ao governo ou Rui ao Senado?

O governador Rui Costa é um forte candidato para o que ele decidir disputar e o que ele puder disputar nas eleições de 2022, seja ao Senado, seja à Presidência da República ou, se ele decidir se candidatar a deputado federal – que eu acho que não seria esse o caminho. Mas ele seria um forte candidato até pela aprovação que os números mostram. Recentemente saiu uma pesquisa que ele tem perto de 80% de aprovação de governo. Então, esses números falam pelo resultado da gestão. Mas a montagem da chapa será discutida mais próximo de 2022; em março ou abril é que vamos dizer como nosso time está, se está bem, se está forte para fazer a escalação. E é óbvio que a gente tem uma dificuldade pelo fato de serem somente três vagas com diversos craques para colocar em campo: tem o vice-governador João Leão, tem o senador Otto Alencar, o senador Jaques Wagner, o governador Rui Costa, a ex-senadora Lídice da Mata. Nome é o que não falta para se montar. Em março, Rui vai ter que tomar uma decisão: se vai ser candidato a senador, a deputado federal, a presidente ou vice-presidente da República ou se ele vai decidir levar seu governo até 31 de dezembro de 2022. A partir dessa decisão, vamos montar nosso time. O que importa mesmo é ter um time forte e unido para ganhar a eleição.

Neste caso, o PP, com o João Leão, poderia disputar o governo com o compromisso de não concorrer à reeleição?

Na verdade, se João Leão ocupar o governo, isso será feito em um acordo, em um grande combinado. E aí não é só o governador Rui Costa, o senador Jaques Wagner e o senador Otto Alencar, mas a Bahia inteira conhece o vice-governador João Leão e sabe que ele é um homem de palavra: o compromisso que ele assumir, ele vai cumprir. Mas é um cenário que será ventilado mais na frente. O nosso desejo é que o vice-governador João Leão assumisse o governo e tivesse a condição de disputar a reeleição. Mas se não for esse o combinado, a gente vai tocar conforme a música e conforme o que a gente acertar.

Recentemente, circularam rumores de que o vice-governador concorreria a uma vaga na Assembleia com o compromisso do PT de apoiá-lo à presidência do Poder Legislativo. Procede essa proposta?

Isso é uma coisa completamente fora de cogitação. O

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