Israel ataca Gaza por terra e Netanyahu promete ‘cobrar preço alto’ do Hamas

Foto: Dan Balilty/The New York Times

Tropas israelenses atacaram a Faixa de Gaza por terra no começo da madrugada da sexta-feira, 14, (noite de quinta no horário de Brasília). É a primeira vez no atual conflito com o Hamas que o Exército de Israel usa tropas terrestres contra o território palestino. Segundo os militares israelenses, peças de artilharia, tanques e aviões realizaram uma operação conjunta contra o Hamas e outros grupos militantes.

Não está claro no entanto se a operação é uma incursão limitada a alvos específicos ou uma ação de larga escala. Em 2014, as forças israelenses conduziram uma ampla invasão em Gaza, mas operações militares pontuais não são incomuns.

“A aviação israelense e tropas em terra realizam atualmente um ataque na Faixa de Gaza”, declarou o exército em uma curta nota.

O porta-voz do exército, Jonathan Conricus, confirmou que soldados israelenses entraram no enclave palestino, informação confirmada também pelo New York Times. A imprensa israelense e algumas agências de notícias, como a Reuters, no entanto, reportam que ainda não há tropas dentro do território, mas ataques feitos por terra do lado israelense da fronteira.

Uma hipótese para a ofensiva é um ataque a bases de lançamento de foguetes contra o território israelense, que ficam perto da divisa do enclave.

Horas antes do anúncio da operação, Israel convocou 9 mil reservistas e colocou todas as tropas de combate em alerta, em um sinal de que a escalada do conflito era iminente. O ataque ocorre em meio à pressão internacional por uma saída diplomática para a crise.

Netanyahu faz ameaças

Pouco depois do anúncio feito pelas Forças de Defesa de Israel, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, fez um pronunciamento sobre a operação.

“Eu disse que cobraria um preço muito alto do Hamas e de outros grupos terroristas”, afirmou o premiê, que nos últimos dias tem ameaçado o Hamas com uma invasão terrestre. “O último capítulo desta operação ainda não foi escrito e ela continuará o quanto for necessário para restaurar a paz e a segurança de Israel”, concluiu.

Entenda a crise

O conflito entre Israel e o Hamas começou na segunda-feira, depois de dias de tensão entre religiosos judaicos e muçulmanos na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém – local sagrado para as três maiores religiões monoteístas do mundo.

O Hamas lançou foguetes contra Israel, que retaliou com ataques aéreos. Até agora, 83 palestinos e 7 israelenses morreram. Em paralelo, ao menos seis cidades de israel registraram episódios de violência entre árabes e israelenses, que incluem linchamentos, ataques com armas brancas, saques e depredação. É a primeira vez em 20 anos que os cidadãos árabes de Israel saem às ruas para protestar.

Estadão Conteúdo

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