STF vê ação de Bolsonaro contra toque de recolher com jeito de ‘pegadinha’

Foto: Dorivan Marinho/STF

Para membros do Supremo e governadores, a ação na Corte de Jair Bolsonaro contra o toque de recolher em três Estados (DF, BA e RS) tem jeitão de pegadinha: se o STF aceitar, vitória do presidente; se recusar, ele e seus filhos reforçam a narrativa de culpar os ministros por sua inoperância na pandemia, na linha do “tentei, mas não me deixaram”.

A ação, assinada pelo próprio presidente, o que é incomum, foi vista como “inócua”. Há quem defenda na Corte que a decisão deixe claro o que é dever de presidente, de governadores e de prefeitos na pandemia.

Governadores relatam preços extorsivos e “chantagens” de vendedores de insumos. Por isso, apelam ao governo federal: assuma a responsabilidade com uma compra coletiva.

Wellington Dias (PT-PI) espera um encontro virtual com o novo ministro para tratar do assunto. “A esperança é que ele possa atender nosso pleito e também dos municípios. Caso contrário, vamos ter que agir. Situação delicada e insegurança pela elevação de preços”, disse.

O governador Rui Costa (PT-BA) orientou o procurador-geral do Estado a entrar com uma ação no STF para obrigar Bolsonaro a centralizar as compras e fazer as requisições necessárias.

Em Brasília, há quem entenda que o ministro Ricardo Lewandowski, relator dos principais casos da pandemia no Supremo, já fez mais pelo combate à doença do que Eduardo Pazuello em dez meses.

Estadão Conteúdo

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