Fora de controle: centro da cidade vira palco de momentos tensos durante manifestação

Campo Grande, Piedade, Nazaré, Av. Joana Angélica, Barris, Garcia, Centenário... A tensão e o confronto tomaram conta do centro da cidade e das imediações da Arena Fonte Nova ontem, no segundo dia de protestos na cidade e primeiro com grande mobilização popular - exatamente por conta da estreia baiana como sede da  Copa das Confederações.

O Centro foi palco de um dos momentos mais tensos do dia de ontem em Salvador;  banheiros químicos usados como barreira,  policias e manifestantes  prontos para o confronto

Era para ser um dia de união em torno de questões comuns, palavras de ordem e anseios patrióticos por uma cidade melhor. Segundo as autoridades, cerca de  20 mil manifestantes atenderam aos chamados e foram às ruas.  Da concentração no Campo Grande o grupo rumou, no início da tarde, num clima de paz, empunhando cartazes e tentando alcançar a Arena através de dois caminhos: um grupo seguiu pela  Av. Joana Angélia e o outro pelos Barris. Nos dois trajetos, a situação acabou saindo do controle  e se transformou em confronto aberto entre alguns manifestantes e a polícia. 

De um lado,  balas de borracha, bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta; do outro, pedras , pedaços de madeira e estilhaços de vidro; no meio, encurralado, quem só queria se manifestar pacificamente. No rastro de violência e destruição, três ônibus foram incendiados, dois micro-ônibus da Fifa e um da polícia apedrejados, três viaturas da polícia civil apedrejadas e uma da Transalvador incendiada.

Vândalos incendiaram lixeiras,  destruiram pontos de ônibus,  banheiros químicos, uma loja e agências bancárias. Cenas de correria, pessoas passando mal e feridas podiam ser vistas por toda parte.

Nos balanços preliminares, três policiais e muitos civis  ficaram feridos.  O jovem Leandro Fraga Magalhães, 24 anos, foi baleado no braço, quando ia em direção aos Barris.  Leandro, que deu entrada no Hospital Geral do Estado, não estava na manifestação, mas o local onde estava, em frente à sede da SET, foi invadido por manifestantes que tentavam se proteger.  De acordo com funcionários do HGE, apenas cinco pessoas deram entrada no hospital por causa das manifestações, mas eles não  revelaram em que estado se encontravam.

Já o 5º Centro, nos Barris, viveu momentos de pânico. Quando o protesto chegou nas proximidades do local,  os policiais dispararam bombas de gás lacrimogêneo e os pacientes que estavam na ala de internação tiveram que ser retirados às pressas para os quartos. Funcionários que não quiseram confirmaram que  dez pessoas foram atendidas com falta de ar, intoxicação, ardência nos olhos e nariz, além de um caso de desmaio.

Fonte Correio da Bahia

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