Renê: Daqueles Pontas Autênticos.

                                 
Pouca gente sabe que aquele moço simples, afetivo, já quase chegando aos setenta, autentico contador de historias que, faz muitos anos,é visto diariamente na rua Mariquinha Borges, antiga”rua da escolinha da freiras”  a frente do seu comercio informal,e que atende pelo nome de Renê, foi um dos maiores jogadores amadores de futebol de Ipiaú, revelado nas areias do rio de contas, nos tradicionais “babas”do bairro que outrora foi fonte geradora de craques talentosos que supriram por muito tempo os principais times ipiauenses e da região.
No esplendor da juventude, e dotado de muita rapidez, habilidade e inteligência, que eram característica indispensáveis aos saudosos ponteiros direitos do futebol baiano e brasileiro, e nesta posição, por conta do que jogavam Telê Santana, a quem indiscutivelmente ele se assemelhava, e Mauricinho (FLu-RJ), Garricha (Botafogo-RJ), Joel (Fla-RJ), Marito (Bahia),Natal-(Cruzeiro-MG), Sabará (Vasco-vasco, e outros “cobras” que encantavam os torcedores por onde, Renê “bailava” endoidava quem lhe viesse á frente, e dava um tempero diferente ao jogo.
Naqueles tempos quem vestisse a camisa sete de qualquer time profissional ou amador de qualidade, tinha que ser “fera”, caso contrario podia arranjar outra coisa pra fazer, mas ele tinha realmente muita intimidade com a bola, eram amigos íntimos.
Em 1963, Renê foi campeão pelo Grêmio de Ipiaú, formando no time inesquecível, dirigido por Nadinho (alfaiate), e treinado pelo velho e bom Bidinha, em que também jogava seu irmão Daniel, Bilene, Ataíde, João Grilo, Rinchão, Gazo da serraria, Cudo, Guará, e no ano seguinte, em 1964, teve uma passagem Rápida e vitorioso pelo Ipiaú do saudoso Dizon, ao lado se Pedrito, Roberto, Beré, Isidro, Cardoso, Creosmar,  Léo, e quando faltavam apenas dois jogos para conquistar o titulo ipiauense daquele ano, foi para São Paulo, humilde que era.
Na capital paulista, mesmo tendo sido obrigado a lutar pela sobrevivência fora dos campos, dentro dele encantou, jogando pelo excepcional Corinthians da Bela Vista, inclusive ter a primazia de participar no desafio  ao galo, patrocinado e organizado pela TV Record da época, que dava a milhares de clubes amadores paulista  oportunidade de aparecer badalado cenário esportivo da grande metrópole,  num sistema até então inédito, de “quem ganhava o desafio permanecia desafiando”.
Sem duvida de todas as alegrias que o futebol amador proporcionou a Renê, a que mais lhe contentou foi o fato haver atuado ao lado de Jair da Costa,ex-jogador da Portuguesa de desportos de São Paulo, e da Internazionale de Milão, da Itália,nos anos sessenta, e reserva de Garricha, quando o Brasil conquistou o bicampeonato mundial de futebol em 1962, em solo chileno.
Renê jogou futebol até os cinqüenta anos, naturalmente em e mesmo vigor físico dos bons tempos, mas isso com a mesma maestria.
Conseguiram extinguir uma posição que revelou verdadeiros gênios do futebol brasileiro, e com isso, indiretamente arrancaram um pedacinho de cada um dos artistas da camisa sete. Muitos deles já se foram, alias, a esmagadora maioria, más Renê felizmente ainda está ai para contar historias, verdadeiras, diga-se.  

{Por Orlindo lopes}     

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente esta matéria.