Unlabelled

Previdência alertou para imprecisão de estimativa de gastos no Orçamento de 2025

O Ministério da Previdência Social alertou a equipe econômica sobre a imprecisão das estimativas de gastos com benefícios incluídas na avaliação do Orçamento do terceiro bimestre, dada a desconsideração de fatores que vão pressionar a despesa na segunda metade do ano.

A pasta manteve a previsão de despesas com benefícios previdenciários em R$ 976,9 bilhões, mesmo valor indicado no relatório do segundo bimestre. A conta total, incluindo sentenças judiciais e compensações devidas a estados e municípios, também ficou praticamente inalterada, em R$ 1,032 trilhão. Sob esse cenário, o governo liberou R$ 20,6 bilhões que estavam travados no Orçamento.

Segundo a Previdência, as estimativas não incluem os impactos da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que isenta mulheres de carência (período mínimo de contribuição) para receber o salário-maternidade. Tampouco consideram os efeitos da redução da fila de espera do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) sobre os gastos.

O avanço das revisões de benefícios, disse a pasta, pode amenizar parte das pressões. Ainda assim, técnicos da área econômica reconhecem que a tendência é haver novos bloqueios de despesas livres (como custeio e investimentos) para compensar a expansão dos gastos obrigatórios —que incluem os gastos com Previdência.

“No presente momento, a imprecisão natural da estimativa é agravada pelo fato da mesma ser realizada a partir de despesas realizadas ao longo do primeiro semestre, sendo que o cenário das concessões e cessações de benefícios para o segundo semestre deve ser bastante distinto e incerto”, diz nota técnica que subsidiou a avaliação bimestral, obtida pela Folha por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação).

Um integrante do governo afirma que têm havido “evidentes oscilações” no ritmo de análises e concessões de benefícios, o que prejudica as estimativas. No ano passado, o Executivo encerrou o período com um gasto previdenciário R$ 29,9 bilhões maior que o previsto originalmente no Orçamento. Neste ano, mesmo com as imprecisões, a diferença já está em R$ 16,7 bilhões.

Como revelou a Folha, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) agiu para segurar as concessões de novos benefícios no fim de 2024, o que elevou o estoque de requerimentos a um pico de 2,7 milhões.

O represamento afetou a dinâmica dessas despesas nos primeiros cinco meses de 2025, quando elas cresceram 6,4% em relação a igual período do ano passado —em linha com a correção pela inflação, o ganho real do salário mínimo e a expansão mais tímida da base de beneficiários.

Segundo a nota técnica, o estoque de benefícios emitidos apresentou uma estabilidade incomum de julho de 2024 a maio de 2025, ao redor dos 34,3 milhões. Nesse intervalo, as concessões até caíram de novembro de 2024 a janeiro deste ano, quando os artifícios para segurar a fila estavam em vigor.

Em junho de 2025, a tendência mudou drasticamente. O estoque alcançou 34,7 milhões de beneficiários, na esteira da aceleração das concessões de novos benefícios (707 mil em maio e 630 mil em junho).

A despesa mensal, de R$ 103,3 bilhões, ficou 14,3% acima do observado em igual mês de 2024, já descontando da base de comparação gastos extras realizados com beneficiários gaúchos durante as enchentes no ano passado. Os dados de julho ainda não foram divulgados.

“A retomada do crescimento das concessões após janeiro somente se manifesta de forma relevante no estoque de benefícios a partir de junho. Essa estabilidade, incomum em relação a essa variável, associada ao aumento observado em junho, sugere que, provavelmente, no segundo semestre o estoque volte a apresentar um crescimento”, diz a nota técnica da Previdência.

No saldo do primeiro semestre, a alta da despesa foi de 7,9%. Esse foi o dado considerado pela Previdência para fazer as projeções. A fila, porém, ainda estava elevada, em 2,4 milhões no fim de junho, o que deixa espaço para que as concessões se mantenham em alta até o fim do ano.

A decisão do STF sobre o salário-maternidade, por sua vez, deve custar entre R$ 2,3 bilhões e R$ 2,7 bilhões neste ano, considerando a implementação da medida a partir de julho. O governo disse que ainda não incluiu o valor nas estimativas porque o ritmo de concessão do benefício daqui para frente é uma incógnita. Em 2026, a expectativa é que a despesa extra deve ficar em R$ 12 bilhões.

“Dada a incerteza sobre o comportamento dos segurados, especialmente os que podem pedir os benefícios negados nos últimos cinco anos, não é possível incorporar essa variável na despesa estimada para o ano, embora seja certo que haverá um incremento na concessão administrativa de salários-maternidade”, afirma o documento.

Um especialista em Previdência avalia, sob reserva, que não incorporar o impacto do salário-maternidade é questionável, uma vez que a decisão já foi tomada pelo STF. Em sua visão, seria prudente que o governo já acomodasse o valor dentro do Orçamento, ainda que fosse necessário revê-lo para mais ou menos nos próximos meses.

Na direção oposta, a Previdência citou a mudança nas regras do auxílio-doença via Atestmed (sem perícia presencial) como um fator que pode resultar em menor velocidade de concessão desse benefício específico.

O economista Tiago Sbardelotto, da XP Investimentos, avalia que as projeções do governo ainda estão subestimadas. “A redução da fila de requisições de benefícios, que pouco andou nos últimos meses, deve colocar pressão sobre essas despesas no segundo semestre”, diz.

Segundo ele, a decisão do STF sobre o salário-maternidade também tem um impacto relevante, embora difícil de se estimar, dada a possibilidade de trabalhadoras que tiveram o pedido negado no passado entrarem com recurso com base na nova interpretação. “Nesse caso, o ideal seria o governo adotar uma postura conservadora e revisar para cima a projeção da despesa”, afirma.

Para Sbardelotto, o governo precisará elevar a estimativa de gastos previdenciários em R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões —um valor bem menor do que o aumento de R$ 16,7 bilhões que o Executivo precisou acomodar em sua primeira reavaliação, em maio, mas ainda assim significativo considerando a necessidade de fazer cortes em outras políticas.

Nas contas da XP, o novo bloqueio deve ficar na casa dos R$ 5 bilhões, devido não só à Previdência, mas também ao crescimento das despesas com o BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.

Idiana Tomazelli/Folhapress

Trump acende alerta ao pressionar Zelenski antes de reunião

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acendeu o alerta entre aliados de Volodimir Zelenski ao pressionar o ucraniano pouco antes de recebê-lo na Casa Branca nesta segunda-feira (18).

O republicano está numa corrida para tentar um cessar-fogo na Guerra da Ucrânia, e voltou a adotar a visão favorável à Rússia para encerrar o conflito após reunião de cúpula com Vladimir Putin na sexta passada (15), no Alasca.

“O presidente Zelenski pode acabar a guerra com a Rússia quase imediatamente, e ele quiser, ou pode continuar a lutar. Lembre como ela começou. Não ganhará de volta a Crimeia dada por Obama (12 anos atrás, sem um tiro dado!), e SEM ENTRADA NA OTAN DA UCRÂNIA”, escreveu, com as usuais maiúsculas, na rede Truth Social.

A postagem trouxe à tona a memória de quando Trump recebeu Zelenski na Casa Branca pela primeira vez, em fevereiro. Ao lado de auxiliares e do vice J.D. Vance, ele armou uma armadilha para o ucraniano, acusando-o de ter causado a invasão russa de 2022 e de não querer acabar com a guerra.

O bate-boca público, um desastre para Kiev, foi depois remendado aos poucos, com o americano adotando uma crescente posição de neutralidade e passando a pressionar Putin, com o paroxismo de um ultimato que venceu no dia 8 passado.

Só que, a julgar pelas entrevistas posteriores de Trump, era tudo teatro. Ele disse no fim de semana que não pretendia implementar as sanções que havia ameaçado se o russo não parasse a guerra até aquela data, porque isso determinaria seu fracasso em lograr uma trégua.

Em vez de punições aos parceiros comerciais da Rússia, como China e Brasil, Trump promoveu a cúpula no Alasca. Não houve menção à trégua, mas tudo o que transpareceu do encontro sugere um encaminhamento novo para um cenário em que os termos de Putin prevalecem.

O russo fez uma concessão conhecida até aqui, segundo o negociador Steve Witkoff: aceitou pela primeira vez que os EUA deem algum tipo de garantia de segurança para a Ucrânia após o fatiamento do país, talvez de forma análoga ao artigo 5 da carta da Otan, que prevê defesa mútua em caso de ataque a qualquer 1 dos 32 membros da aliança militar.

Nada de força de paz em solo, como querem Kiev e os europeus, contudo. E Putin sugeriu que aceitaria trocar o congelamento das linhas de batalha nas duas regiões dos sul ucraniano nas quais controla 70% do território, Kherson e Zaporíjia, em troca da entrega definitiva de Donetsk (leste), onde também tem 70% de domínio e está em ofensiva.

A quarta região anexada ilegalmente e que faz parte do pacote colocado por escrito pelo Kremlin, Lugansk (leste), já está totalmente controlada por Moscou. Pela proposta de Putin, ele ganharia 6.600 km2 remanescentes no leste em troca de desocupar 440 km2 que tomou das regiões de Sumi e Kharkiv, no norte, que não estão na sua lista de desejos.

É um bom negócio para o russo, ainda que não seja o domínio sobre o vizinho que planejava ao invadi-lo. As áreas remanescentes de Zaporíjia e Kherson são de difícil acesso pela barreira natural do rio Dniepr, e o que Putin tem lá já é suficiente para manter sua ponte terrestre entre a Crimeia e a Rússia.

No domingo, Zelenski admitiu discutir a situação a partir das linhas atuais da frente de batalha, que tem mais de 1.000 km. Mas voltou a dizer que não poderia ceder território constitucionalmente, o que joga dúvidas sobre o destino da negociação.

A neutralidade militar da Ucrânia e o destino da península russófona da Crimeia, que Putin anexou na verdade há 11 anos após ver seu aliado derrubado da Presidência em Kiev, pelas palavras de Trump, já são um fato consumado na proposta à mesa.

Zelenski voltará à grelha do Salão Oval às 14h15, o horário de Brasília. Vance deverá estar com Trump novamente. Ele viajou a Washington com outros sete líderes europeus, algo inédito fora de cúpulas, mas Trump vetou um encontro com todos ao mesmo tempo.

Após 45 minutos previstos com o ucraniano, o americano deverá receber os líderes do Reino Unido, França, Itália, Alemanha e Finlândia, além do secretário-geral da Otan, Mark Rutte, e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Antes do encontro, o ucraniano postou no Telegram que “nós todos queremos acabar igualmente com essa guerra, de forma rápida e confiável”. E apontou para os invasores: “A Rússia precisa acabar com essa guerra, que ela começou. Eu espero que nossa força compartilhada com os EUA e com nossos amigos europeus leve a Rússia à paz real”.

Enquanto isso, os combates em si continuaram, com ataques de lado a lado. Em Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana, sete pessoas morreram durante uma barragem de mísseis e drones, e outras três morreram na capital homônima de Zaporíjia.

Na mão contrária, os ucranianos atingiram uma estação de transferência do oleoduto Drujba, causando reclamações na Hungria e na Eslováquia, que ficam sem o petróleo russo nessa segunda. A União Europeia limitou a compra do produto a partir do fim de 2022, mas há exceções negociadas para esses dois membros.

O Drujba (amizade, em russo) é um oleoduto de 4.000 km que ligava a União Soviética à Europa, passando por diversos países hoje independentes, como a Rússia e a Ucrânia.

Igor Gielow/Folhapress

Liga Desportiva de Ipiaú comunica demissão de treinador e anuncia Paulo Salles como substituto

Após o empate sem gols em casa diante da seleção de Camamu, a Liga Desportiva de Ipiaú anunciou a demissão do técnico Valdélio Sá. O comunicado foi feito pelo presidente da entidade, Amilton França, ao repórter Romário Henderson.

O substituto já foi definido: trata-se do experiente Paulo Salles, conhecido como o “Rei do Acesso” na Série B do Campeonato Baiano e bastante respeitado no cenário do futebol estadual.

A decisão ocorre em meio ao início ruim de Ipiaú no Campeonato Intermunicipal. Em duas partidas, o time acumula uma derrota e um empate, sem marcar gols, ocupando a lanterna do Grupo 9 pela segunda rodada consecutiva. No último jogo, contra Camamu, a equipe deixou o campo sob vaias da torcida.

Agora, caberá a Paulo Salles a missão de recolocar a seleção ipiauense nos trilhos. Apesar de contar com um elenco considerado competitivo, o desempenho em campo tem ficado muito aquém das expectativas. (GIRO/Romário Henderson)

Resultado da rodada do Campeonato de Futebol Adulto 2025 da AABB


A rodada do campeonato na categoria adulto tiveram três jogos, um na quarta-feira e dois no domingo.

Na quarta-feira (13/08) um jogo com muito gols, a Jr Modas aplicou uma sonora goleada contra a Ed Telecom.

Ed Telecom 0x6 Jr Modas

Golls: Jr Modas: Macaco (3), Gustavo, Davi Miranda e Dominguinho

No domingo (17/08) dois jogos fecharam a rodada. No primeiro jogo Jr Modas e a Farmácia Pague Pouco um empate sem gols.

Jr Modas 0x0 Farmácia Pague Pouco

A segunda partida do domingo a Hortifruti São Luiz ganhou da Pão & Cia e retomou a liderança do campeonato.

Pão & Cia 2x4 Hortifruti São Luiz

Gols: Pão & Cia: Gabriel e Rian

Gols: Hortifruti São Luiz: Adson Jr (2), Quevin Huan e Uallas (contra)

Próximos jogos

Quarta-feira (20/08)

19:15 - Lázaro Auto Peças x Ed Telecom

Domingo (24/08)

07:45 - Pão & Cia x Farmácia Pague Pouco

09:00 - Hortifruti x Ed Telecom

Quem são os líderes europeus que vão acompanhar Zelenski na reunião com Trump

Emmanuel Macron, presidente da França; Friedrich Merz, chanceler da Alemanha; Mark Rutte, secretário-geral da OTAN; e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, vão acompanhar o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, em seu encontro com o presidente Donald Trump, nesta segunda-feira, 18, na Casa Branca.

A decisão parece ser um esforço para evitar a repetição do encontro tenso que Zelenski enfrentou quando se reuniu com Trump no Salão Oval em fevereiro.

A presença dos líderes europeus ao lado de Zelenski, demonstrando o apoio da Europa à Ucrânia, pode ajudar a aliviar preocupações em Kiev e em outras capitais europeias de que o presidente ucraniano corra o risco de ser pressionado a aceitar um acordo de paz que Trump afirma querer intermediar com a Rússia.

Von der Leyen, chefe do braço executivo da União Europeia, publicou no X que “a pedido do presidente Zelenski, participarei da reunião com o presidente Trump e outros líderes europeus na Casa Branca amanhã”.

A viagem conjunta destacou a determinação dos líderes europeus em garantir que a Europa tenha voz na tentativa de Trump de promover a paz, após a cúpula realizada na sexta-feira entre o presidente dos EUA e o líder russo Vladimir Putin – da qual Zelenski não foi convidado a participar.

Reunião

Donald Trump voltou a apoiar o plano da Rússia para encerrar a guerra na Ucrânia, que prevê a cessão de territórios ucranianos a Moscou. Após se reunir com Vladimir Putin no Alasca, no sábado, 16, Trump afirmou que um acordo de paz poderia ser alcançado rapidamente caso Volodmir Zelenski aceitasse entregar regiões como Donetsk e Luhansk, incluindo áreas atualmente sob controle ucraniano.

A proposta recebeu forte rejeição de Kiev e de líderes europeus, que veem riscos em negociar antes de qualquer cessar-fogo. Para eles, isso favoreceria a Rússia, que tem avançado militarmente e já controla toda a região de Luhansk e grande parte de Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson. Mesmo assim, Trump defendeu que Zelenski “faça um acordo”, dizendo que “a Rússia é uma potência muito grande e eles não”.

As reações na Europa foram frias diante da guinada de Trump, que havia ameaçado impor sanções a Moscou, mas recuou após a reunião com Putin. Líderes europeus reafirmaram que seguirão aumentando a pressão econômica contra a Rússia “enquanto a matança continuar”. Excluído da cúpula do Alasca, Zelenski afirmou que tratará com Trump, em Washington, “todos os detalhes sobre o fim da guerra”.

Estado de S. Paulo

Votação é encerrada na Bolívia; resultados preliminares devem ser divulgados às 22h

A votação foi encerrada nas eleições gerais da Bolívia às 16h no horário local (17h de Brasília) neste domingo, 17, em um dia marcado pelo ataque a pedras ao candidato esquerdista Andrónico Rodríguez. De acordo com informações do TSE (Tribunal Supremo Eleitoral) da Bolívia, os resultados preliminares da votação serão divulgados a partir das 21h no horário local (22h no horário de Brasília) e o objetivo é concluir a contagem em um prazo de 72 horas.

Segundo a regra eleitoral, um candidato pode vencer a eleição no primeiro turno se obtiver mais de 50% dos votos, ou se um deles obtiver pelo menos 40% dos votos e uma margem mínima de 10 pontos sobre o segundo colocado. A expectativa é de que dois candidatos de direita cheguem ao segundo turno: Samuel Doria Medina, da chapa de direita Aliança pela Unidade, e Jorge “Tuto” Quiroga, do Liberdade e Democracia. O pleito deve ser disputado no dia 19 de outubro.

Segundo a pesquisa Ipsos-Ciesmori, que foi divulgada no dia 7 de agosto, Medina lidera as intenções de voto com 21,2%, enquanto Quiroga tem 20%.

Crise

Os bolivianos chegam ao dia da votação com uma crise econômica e escassez de combustível, que começou em 2014 com a queda na produção de gás e petróleo no país. O preço dos combustíveis segue baixo devido a uma política de subsídios que custam US$ 3 bilhões por ano, enquanto receitas com a venda de gás natural – a maior fonte econômica da Bolívia – despencou por causa da queda do preço no mercado internacional.

Esses fatores têm levado a Bolívia a uma diminuição de suas reservas internacionais e ao aumento do déficit fiscal. A inflação do país também aumentou. Segundo a projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI), o índice este ano é de 15,1% – o pior desde 2008.

O cenário oferece à oposição a melhor chance de vitória eleitoral na Bolívia desde que Evo Morales venceu pela primeira vez, em 2005 – de lá para cá, Morales dominou toda política boliviana, mas foi impedido de disputar estas eleições pela Justiça eleitoral.

Evo Morales e o voto nulo

O ex-presidente boliviano e político mais influente das últimas duas décadas, tinha como objetivo voltar à presidência nas eleições nacionais deste ano, após governar a Bolívia entre 2006 e 2019 em três mandatos consecutivos. No entanto, sua candidatura foi bloqueada pelo Tribunal Constitucional Plurinacional (TCP), que ratificou que nenhum funcionário público pode buscar uma segunda reeleição, seja de forma contínua ou descontínua.

De Lauca Ñ, no trópico de Chapare (Cochabamba), Morales pediu que se emitisse voto nulo como forma de expressão daqueles que queriam apoiá-lo, mas não podiam devido à sua inelegibilidade. O ex-presidente afirma que essa ação evidenciará a falta de legitimidade do processo e enviará uma mensagem de rejeição a um sistema que, segundo ele, não garante igualdade de condições para todos os candidatos. No entanto, o TSE esclareceu que os votos nulos ou em branco não afetam a validade do processo.

O apelo de Morales teve eco entre seus seguidores, embora esse grupo tenha diminuído devido à profunda divisão interna do MAS desde o início deste ano. As tensões entre diferentes facções enfraqueceram a coesão do partido e sua capacidade de mobilização. Ao votar neste domingo, Morales disse que considera que o processo eleitoral não tem “legitimidade” porque ele foi impedido de participar. “Esta votação vai demonstrar que é uma eleição sem legitimidade”, disse Morales. “Essa será a primeira vez na história, se não houver fraude, que o voto nulo será o primeiro”, afirmou o ex-presidente de esquerda.

Estado de S. Paulo

Seleção de Ipiaú estreia no Intermunicipal com apoio da Prefeitura

A Seleção de Ipiaú estreou na tarde deste domingo, 18 de agosto, no Campeonato Intermunicipal, enfrentando a Seleção de Camamu.

A partida realizada no Estádio Pedro Caetano( Ipiaú) terminou empatada em 0 a 0, mas foi marcada pelo incentivo da torcida e pelo apoio da Prefeitura, que tem se mostrado fundamental para o fortalecimento do esporte no município.

No Intervalo do primeiro tempo, o jogador camisa 10 da seleção de Ipiaú, 'Robinho' também reforçou o papel da Prefeitura, ressaltando que o incentivo vai além do futebol. “Esse apoio é fundamental não apenas para o futebol, mas também para diversas modalidades esportivas”, pontuou.

A prefeita Laryssa Dias, o vice-prefeito Orlando Santos, secretários municipais e vereadores estiveram presentes no estádio, vibrando e incentivando a equipe ipiauense. O clima de entusiasmo reforçou a confiança dos atletas.

O diretor de esportes de Ipiaú, Iran Claro, agradeceu o apoio recebido. “É gratificante ver a Prefeitura incentivando o esporte, isso faz toda diferença para nós jogadores e para a Liga”, destacou.

Com uma boa atuação na estreia,  mesmo sem gols, a Seleção de Ipiaú segue firme no campeonato, contando com a força da torcida e o apoio da gestão municipal para buscar grandes resultados no Intermunicipal.

F realiza ação social durante enfrentamento ao plantio ilegal de maconha em Capitão Poço/PA

Durante a erradicação de plantações de pés de maconha, policiais federais apresentaram seu trabalho a alunos da escola municipal Professora Mariana das Graças da Silva Aguiar
Capitão Poço/PA. Na última quinta-feira (14/8), policiais federais designados para participar da Operação de combate sistemático ao cultivo ilegal de pés de maconha, em que foram destruídos 120 mil pés da droga, aproveitaram a presença na região para realizar uma visita aos alunos da E.M.E.F. Professora Mariana das Graças da Silva Aguiar, localizada na cidade de Capitão Poço/PA.

Estavam presentes cerca de 300 alunos da rede municipal, acompanhados de seus professores e da Diretoria da Instituição de ensino para receberem informações acerca do trabalho desenvolvido pela Polícia Federal. Na oportunidade, puderam aprender um pouco sobre a história da Polícia Federal; como é possível ingressar no órgão, e conhecer algumas de suas operações de combate ao crime com uso de diversos equipamentos.

Esse tipo de ação tem o objetivo de aproximar o público infantojuvenil da instituição, promover a conscientização dessa parcela da sociedade mais jovem quanto aos perigos e malefícios do consumo de entorpecentes, alertá-los sobre a presença de trabalho ilícito na região de floresta e, por fim, mostrar o trabalho policial que respeita e promove os direitos humanos, reforça o compromisso institucional com a valorização da diversidade, promoção da igualdade e respeito à dignidade da pessoa humana.

A ação visa ampliar a atuação da Polícia Federal no combate aos crimes relacionados ao tráfico de drogas, crime ambiental, bem como aproximar a sociedade ao promover a conscientização da importância do trabalho conjunto entre a PF e a população no combate a crimes em áreas de floresta de difícil acesso, ao estabelecer um canal de diálogo para transmissão de informações que facilitem a repressão de crimes pelos policiais, como também da necessidade de fomentar a prevenção e conscientização do público mais jovem sobre os danos causados pelo uso de drogas.

Comunicação Social da Polícia Federal no Pará

Mãe e três filhos morrem em incêndio em residência na cidade de Itapebi

Uma mãe e seus três filhos morreram em um incêndio ocorrido em uma residência em Itapebi, na madrugada deste sábado (16), por volta das 3h10. Entre as vítimas estão duas crianças, de 3 e 7 anos.

Uma das vítimas adultas era cadeirante. A casa atingida pelo fogo é de alvenaria e fica localizada na Travessa Itagimirim. Segundo os bombeiros, as quatro vítimas foram encontradas em um mesmo cômodo da casa.

Guarnições de Itapebi e Itagimirim atenderam, inicialmente, a ocorrência e acionaram os bombeiros de Eunápolis, que controlaram o fogo e isolaram a área. As causas do incêndio ainda não foram identificadas.

Segundo informações da Polícia Civil, a mãe foi identificada como Sirléa de Jesus Silva, de 35 anos, e as filhas como Hillary Thayna Silva, de 3 ; Ana Beatris Silva Pessoa, de 14; e Yasmim Santos Pessoa Nascimento, de 7.

Fonte: Radarnews

Evo diz que eleição não tem legitimidade, e direita promete mudança radical na Bolívia

O ex-presidente da Bolívia Evo Morales, impedido de concorrer nas eleições gerais deste domingo (17), afirmou que o voto nulo será o vencedor do pleito, como forma de rejeição a um processo “sem legitimidade”.

“Esta votação vai demonstrar que se trata de uma eleição sem legitimidade”, declarou Evo, após votar em uma comunidade próxima a Lauca Eñe, um pequeno povoado no centro da Bolívia, onde seus seguidores o protegem dia e noite para evitar o cumprimento de uma ordem de prisão contra o ex-presidente.

“Pela primeira vez na história, se não houver fraude, o voto nulo será o mais votado”, afirmou ele.

Vestido com camisa branca e sandálias, o ex-presidente de 65 anos votou enquanto dezenas de camponeses davam as mãos para formar um cordão de segurança ao seu redor, segundo a agência AFP. Não foi observada presença policial nas proximidades.

Primeiro presidente indígena da Bolívia, Evo tentou um quarto mandato, mas foi inabilitado pelo Tribunal Constitucional, que proibiu mais de uma reeleição. Além disso, ele enfrenta uma ordem de prisão por suposto envolvimento com tráfico de uma menor de idade durante seu governo —acusação que ele nega.

“Desta vez vamos votar, mas não vamos eleger”, afirmou Evo, que se desvinculou do partido governista MAS (Movimento ao Socialismo) —legenda com a qual chegou ao poder— devido ao rompimento com seu ex-ministro e hoje presidente, Luis Arce.
Sem candidato para apoiar, Evo fez campanha pelo voto nulo, apesar de isso não impactar o resultado oficial. A autoridade eleitoral na Bolívia considera apenas os votos válidos para os resultados finais.

Neste domingo, mais de 7,9 milhões de bolivianos estão chamados a escolher entre oito candidatos presidenciais e a renovar o Congresso.

Mais cedo, Evo criticou Arce. Ele disse na rede social X que seu movimento político estaria liderando o processo eleitoral se não fosse pelo atual mandatário. O rompimento de Evo com Arce acabou minando a força do MAS, por 20 anos dominante na esquerda e no país.

Enquanto isso, a liderança da corrida presidencial é partilhada, com ampla vantagem, pelo milionário empresário Samuel Doria Medina e pelo ex-mandatário Jorge “Tuto” Quiroga.

Praticamente empatados nas pesquisas com cerca de 20% das intenções de voto para cada, os dois disputariam um segundo turno em 19 de outubro, num duelo inédito entre duas candidaturas de direita. O governista Eduardo del Castillo e o esquerdista e presidente do Senado, Andrónico Rodríguez, aparecem atrás nas pesquisas.

“Hoje é um dia muito importante para os bolivianos, porque por meio do voto poderemos sair desta crise econômica de forma pacífica, de forma democrática”, declarou Doria Medina à imprensa após votar em uma escola em La Paz.

Já Quiroga sinaliza com um giro radical em relação aos anos de prevalência da esquerda. “Vamos provocar uma reviravolta: vamos mudar tudo, absolutamente tudo. São 20 anos perdidos.”

Medida e Quiroga encarnam o desejo de ruptura. Suas propostas convergem: implantar uma economia de mercado e desmontar o modelo implantado pelo MAS, que nacionalizou setores da economia nos primeiros anos de governo Evo.

O primeiro promete um plano de choque de 100 dias para combater a escassez de combustíveis, de dólares e de alguns produtos básicos. O empresário fez fortuna na indústria do cimento, no setor hoteleiro e no ramo de fast food.

Seu rival é um velho conhecido da política. Quiroga foi presidente de 2001 a 2002, quando, sendo vice-presidente, assumiu o poder no lugar de Hugo Banzer —um ex-ditador dos anos 1970 que depois foi eleito democraticamente, mas renunciou ao ser diagnosticado com câncer.

Houve momentos de tensão na jornada eleitoral. Segundo a imprensa local, críticos do esquerdista Andrónico atiraram pedras no momento em que o candidato chegou para votar, na província de Carrasco.

“Cumprimos com nossa vocação democrática ao exercer nosso voto no dia de hoje”, disse ele em uma rede social, após conseguir votar.

Folhapress

Ipecaetá ganha reforço na segurança com nova unidade integrada das Polícias Civil e Militar

Os ipecaetenses passaram a contar com mais segurança e melhores serviços de polícia com a entrega da 200ª unidade da Segurança Pública pelo governador Jerônimo Rodrigues, neste domingo (17), no município de Ipecaetá. A nova estrutura, localizada na Avenida Possidônio de Souza, abriga tanto a Delegacia Territorial da Polícia Civil quanto o Pelotão da Polícia Militar, marcando mais um avanço nas políticas públicas voltadas para a segurança na Bahia. Com a inauguração de hoje, o Governo chega ao marco especial de 200 unidades já entregues, desde 2023. Por se tratar de unidade conjugada, a Segurança Pública registra, portanto, 201 unidades inauguradas na Bahia.
Com investimento total de R$ 2,6 milhões, a unidade foi equipada para oferecer melhores condições de trabalho aos profissionais da segurança pública e aprimorar o atendimento à população. A estrutura física recebeu R$ 1,26 milhão destinados à construção da Delegacia da Polícia Civil da Bahia (PCBA) e R$ 1,13 milhão para o Pelotão da Polícia Militar da Bahia (PMBA). O aporte incluiu ainda mobiliário e equipamentos de tecnologia da informação. “O Estado não ficará refém do crime organizado. Daremos a paz ao povo da Bahia, combatendo diariamente a criminalidade”, destacou o governador”, Jerônimo Rodrigues.

"Estamos prontos para servir à comunidade. Estamos protegidos e nos colocando à disposição para combater diariamente a criminalidade e a marginalidade. Mas também há um compromisso muito forte com a inclusão, simbolizado pelo programa Bahia pela Paz. O governador, em pouco mais de dois anos e meio de gestão, já promoveu duas reestruturações na segurança pública. A maior delas foi realizada em menos de seis meses de governo — a maior da história da segurança pública do estado”, pontuou o secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner durante discurso.

A Delegacia Territorial conta com um delegado, dois investigadores e um escrivão. Já o Pelotão da Polícia Militar está sob o comando do Major PM Marcos Kleber Campos, com o apoio de nove policiais militares, fortalecendo ainda mais a atuação integrada das forças de segurança no município.

Para a população local, a nova estrutura representa mais tranquilidade e presença do Estado. “A gente esperava há muito tempo por uma delegacia e um pelotão estruturados. Agora, com a polícia mais perto e com mais recursos, a sensação de segurança realmente aumentou”, afirmou o comerciante da região, José Raimundo Rocha.

Balanço

Das 201 novas estruturas entregues, 138 foram inauguradas pelo governador Jerônimo Rodrigues. Em 2023, foram 61 inaugurações; em 2024, 72; e, em 2025, já são 68 inaugurações. O investimento total nas novas estruturas de segurança em toda a Bahia soma R$269,7 milhões, com a construção e entrega de: 110 Delegacias Territoriais (DT); 72 Pelotões da Polícia Militar; 10 Companhias da Polícia Militar; 5 Comandos Regionais da Polícia Militar; 1 Comando Rodoviário; 1 Corpo de Bombeiros; 1 Departamento de Polícia Técnica e 1 Grupamento Aéreo. As unidades foram distribuídas por 27 territórios, beneficiando diretamente 114 municípios baianos.

Repórter: Joci Santana/GOVBA

Entenda como será o rito do julgamento de Bolsonaro e aliados no STF

No dia 2 de setembro será o primeiro dia de julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados pela trama golpista ocorrida para tentar reverter o resultado das eleições de 2022.

A sessão será aberta às 9h pelo presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin.

Em seguida, o ministro chamará o processo para julgamento e dará a palavra a Alexandre de Moraes, que fará a leitura do relatório, que contém o resumo de todas as etapas percorridas no processo, desde as investigações até a apresentação das alegações finais, etapa finalizada na última quarta-feira (13) e que representa a última fase antes do julgamento.

Após a leitura do documento, Zanin passará a palavra para a acusação e as defesas dos réus.

A ação penal que trata do caso se refere ao núcleo crucial da trama e será julgada pela Primeira Turma da Corte. O colegiado é responsável pela análise do caso porque o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, pertence à Primeira Turma.

O rito que será adotado no julgamento está previsto no Regimento Interno do STF e na Lei 8.038 de 1990, norma que regulamenta as regras processuais do tribunal.

Réus

São réus do núcleo crucial da trama golpista:

Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
Almir Garnier- ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;
Walter Braga Netto – ex-ministro de Bolsonaro e candidato à vice na chapa de 2022;
Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;

Acusação

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, será responsável pela acusação. Ele terá a palavra pelo prazo de até uma hora para defender a condenação dos réus.

Crimes

Todos os réus respondem no Supremo pelos crimes de:

Organização criminosa armada,
Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito,
Golpe de Estado,
Dano qualificado pela violência e grave ameaça e
Deterioração de patrimônio tombado.

A exceção é o caso do ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, que, atualmente, é deputado federal. Ele foi beneficiado com a suspensão de parte das acusações e responde somente a três dos cinco crimes. A regra está prevista na Constituição.

A suspensão vale para os crimes de dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado, relacionados aos atos golpistas de 8 de janeiro.

Ramagem continua respondendo pelos crimes de golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

Defesas

Depois da fala da PGR, os advogados dos réus serão convidados a subir à tribuna para as sustentações orais em favor dos réus. Eles também terão prazo de até uma hora para suas considerações.

Votos

O primeiro a votar será Alexandre de Moraes, relator da ação penal. Em sua manifestação, o ministro vai analisar questões preliminares suscitas pelas defesas de Bolsonaro e dos demais acusados, como pedidos de nulidade da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e um dos réus, alegações de cerceamento de defesa, pedidos para retirar o caso do STF, além das solicitações de absolvição.

Moraes poderá solicitar que a turma delibere imediatamente sobre a questões preliminares ou deixar a análise desses quesitos para votação conjunta com o mérito.

Após a abordagem das questões preliminares, Moraes se pronunciará sobre o mérito do processo, ou seja, se condena ou absolve os acusados e qual o tempo de cumprimento de pena.

Sequência de votação

Depois de Moraes, os demais integrantes da turma vão proferir seus votos na seguinte sequência:
Flávio Dino;
Luiz Fux;
Cármen Lúcia;
Cristiano Zanin;

A condenação ou absolvição ocorrerá com o voto da maioria de três dos cinco ministros da turma.

Pedido de vista

Um pedido de vista do processo não está descartado. Pelo regimento interno, qualquer integrante da Corte pode pedir mais tempo para analisar o caso e suspender o julgamento. Contudo, o processo deve ser devolvido para julgamento em 90 dias.

Prisão

A eventual prisão dos réus que forem condenados não vai ocorrer de forma automática e só poderá ser efetivada após julgamento dos recursos contra a condenação.

Em caso de condenação, os réus não devem ficar em presídios comuns. Oficiais do Exército têm direito à prisão especial, de acordo com o Código de Processo Penal (CPP). O núcleo 1 tem cinco militares do Exército, um da Marinha e dois delegados da Polícia Federal, que também podem ser beneficiados pela restrição.

Núcleos

A denúncia da trama golpista foi dividida pela PGR em quatro núcleos. O núcleo crucial ou núcleo 1, formado por Jair Bolsonaro, será o primeiro ser julgado. As demais ações penais estão em fase de alegações finais, última etapa antes do julgamento, que deverá ocorrer ainda neste ano.

Agência Brasil

Em crise econômica, Bolívia define nas urnas se encerra ciclo de vitórias da esquerda

País tem eleições neste domingo, com a direita liderando pesquisas e o ex-presidente Evo Morales defendendo voto nulo
“Não sei quem vai para o segundo turno, mas acho que os próximos dias não vão ser tranquilos, há muita insatisfação”, avalia o motorista Simón Vega, 55. “A direita não enxerga o povo e a esquerda está em crise, a sociedade não se vê representada nos candidatos e o único consenso é que a economia está mal e que precisamos melhorar.”

A crise econômica que a Bolívia enfrenta permeia as discussões eleitorais. É comum ouvir reclamações sobre a alta do dólar e dos preços dos alimentos, a falta de combustíveis e as filas em postos.

Segundo a pesquisa Ipsos-Ciesmori, feita a pedido da emissora Unitel de 2 a 6 de agosto, o empresário Samuel Doria Medina (Aliança Unidade) tem 21% das intenções de voto, enquanto o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga (Aliança Livre) aparece com 20%. Os demais candidatos têm menos de 10%. O esquerdista Andrónico Rodríguez aparece com 5,5%. A margem de erro é de dois pontos, para mais ou menos.

Se essa tendência se confirmar, as eleições podem encerrar o ciclo de vitórias nas urnas nas últimas duas décadas do MAS (Movimento ao Socialismo), que teve no ex-presidente Evo Morales (2006-2019) sua principal figura.

O MAS dominou a política boliviana nas últimas duas décadas, geralmente vencendo com folga, exceto em 2019, quando Evo buscou um quarto mandato em um processo com alegações de fraude.

Ele acabou renunciando, e o país foi governado interinamente por Jeanine Áñez até 2020, quando o ex-ministro de Evo Luis Arce venceu as eleições com 55,1% dos votos. A relação entre os dois, no entanto, se deteriorou rapidamente.

Em 2025, Evo foi impedido de concorrer e passou a defender o voto nulo. Impopular, Arce desistiu de tentar a reeleição este ano e indicou seu ex-ministro Eduardo del Castillo (MAS),que aparece em sétimo lugar na última pesquisa.

A favor da esquerda, a oposição também chega dividida ao pleito. No ano passado, os candidatos se encontraram para construir uma candidatura única, mas o apoio à unidade se desfez rapidamente.

O novo presidente, independentemente de quem vença, terá que lidar com um país em crise, com inflação de 25% em um período de 12 meses até julho, e uma drástica redução nas exportações de gás, com uma deterioração das reservas internacionais.

“Acho que o mais importante é não nos tornarmos uma sociedade partida, como ocorreu em outros países da região. Os bolivianos precisam se unir e construir planos em comum para que o país siga adiante”, diz a professora Nathália Durán, 32, enquanto espera por um ônibus em El Alto. “Temos 200 anos de história, diversos golpes no passado e precisamos fortalecer a nossa democracia.”

Doria Medina é um economista, multimilionário e ex-ministro que concorre à Presidência pela quarta vez. Ele promete tirar o país andino da crise econômica em cem dias e já se descreveu como “o capitalista mais importante da Bolívia”.

Quiroga presidiu o país de 2001 a 2002, após a renúncia por motivos de saúde de Hugo Banzer, de quem era vice. Ele é um crítico de Evo desde o fim dos anos 1990, quando o indígena ainda era deputado. Defende uma reforma liberal para o país.

Rodríguez, jovem líder cocaleiro e presidente do Senado, é o único candidato da esquerda competitivo. Seus apoiadores apostam que há um voto oculto não captado pelas pesquisas, sobretudo em regiões amazônicas, e que ele pode ser favorecido pelo alto número de indecisos. Em 2020, as pesquisas falharam ao não mostrar a vitória de Arce em primeiro turno.

Além deles três e de Del Castillo, mais quatro candidatos disputam a Presidência: o prefeito da cidade de Cochabamba, Manfred Reyes (Autonomia para a Bolívia); Rodrigo Paz Pereira (Partido Democrata Cristão), filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora (1989-1993); o prefeito de Santa Cruz de la Sierra, Jhonny Fernández (Aliança Força do Povo); e o engenheiro Pavel Aracena (Aliança Liberdade e Progresso).

Caso nenhum deles alcance mais de 50% dos votos ou 40% com uma diferença de 10 pontos percentuais para o segundo colocado, haverá segundo turno em 19 de outubro. Os quase 8 milhões de bolivianos habilitados para votar também vão eleger 130 deputados e 36 senadores.

Douglas Gavras / Folhapress

Senadores têm mais verbas em emendas do que 44% das cidades brasileiras

Cada um dos 81 senadores tem neste ano R$ 68,5 milhões para indicar onde o governo federal deve gastar
Um único senador controla, por meio de emendas parlamentares, um valor maior do que o orçamento de 44% dos municípios brasileiros. Cada deputado, por sua vez, tem verbas superiores a 14% das cidades, aponta levantamento feito pela Folha com os orçamentos projetados para 2025.

Os números ilustram o nível de poder e influência que os congressistas podem concentrar no âmbito local, após a disparada do volume das emendas promovida pelo Legislativo na última década.

Cada um dos 81 senadores tem neste ano R$ 68,5 milhões para indicar onde o governo federal deve gastar (valor superior ao de 2.291 cidades), e cada um dos 513 deputados, ao menos R$ 37,1 milhões (acima de 712 cidades). A execução dessas verbas pelo Executivo é obrigatória, e ao menos metade precisa ir para a saúde.

No caso dos deputados, esse valor deve ser ainda maior. Em julho, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu distribuir mais R$ 11 milhões “por cabeça” em emendas de comissão, que em tese deveriam ser decididas em grupo, para tentar reforçar sua base na Casa.

Somando essa quantia, cada deputado poderá ter nas mãos neste ano R$ 48,1 milhões, mais do que o orçamento de 27% dos municípios —essa última modalidade, no entanto, é de pagamento opcional pelo governo.

A conta não inclui ainda as emendas de bancada, que também continuam sendo “rachadas” individualmente entre os congressistas, descumprindo uma determinação do STF (Supremo Tribunal Federal).

As emendas são uma forma de parlamentares direcionarem recursos para investimentos e custeios em suas bases eleitorais, o que pode render votos tanto para quem os envia quanto para quem os recebe. A Folha mostrou, por exemplo, que 98% dos prefeitos mais turbinados com verbas se reelegeram em 2024.

“É, de certo modo, como se cada parlamentar tivesse um feudo fiscal para chamar de seu”, afirma Élida Graziane, professora de administração da FGV e procuradora do Ministério Público de Contas de São Paulo. Para ela, os legisladores assumiram funções do Executivo em todos os níveis de governo.

“Congressistas se tornaram ordenadores de despesas mais poderosos do que muitos ministros, governadores e prefeitos. Eles gozam do melhor dos mundos: têm os bônus de poderem liberar despesas em meio a tantas restrições fiscais sem serem obrigados aos ônus de prestar contas ou licitar”, diz.

A análise por estado indica que o valor disponível para cada senador é maior, por exemplo, que o orçamento de 80% dos municípios do Tocantins e na casa dos 60% no Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Piauí. Os deputados também controlam mais dinheiro que 22% das cidades de Santa Catarina e 33% das do Amapá.

São, naturalmente, municípios pequenos. Quase todos eles têm menos que 20 mil habitantes, exceto Piraí do Sul (PR), Marialva (PR) e Pirenópolis (GO), que estão na faixa de 20 mil a 50 mil moradores.

A disparada das emendas aconteceu de forma rápida. Até 2022, os valores ficavam na casa dos R$ 15 milhões a R$ 17 milhões por parlamentar. Naquele ano, porém, o Congresso decidiu ampliar o limite das emendas individuais no Orçamento e acabar com a divisão igualitária entre as duas Casas.

O dinheiro em poder de um único senador, então, triplicou no ano seguinte (para R$ 59 milhões), enquanto o dos deputados duplicou (para R$ 32 milhões), até chegarem às cifras atuais. Repentinamente, os gabinetes legislativos foram inundados com verbas, invertendo a lógica dos acordos políticos.

Se antes eram os parlamentares que batiam na porta do Executivo para liberar os recursos, nos últimos anos os ministérios é que passaram a ir até o Congresso e distribuir cartilhas —uma espécie de cardápio com os programas que precisam de emendas— aos deputados e senadores.

A disparada dos valores não se traduziu em maiores critérios para a sua distribuição. Em 2023, a Folha identificou apenas 16 congressistas (3% de um total de 594), que adotaram algum tipo de regra pública, como editais ou consultas populares, o que, segundo assessores parlamentares, continua sendo exceção.

“Sou uma grande defensora das emendas individuais como elo de representação entre o parlamentar e o eleitor, mas o montante atual e o poder que o Congresso está se dando desde 2014 tem que ser regulado”, diz a pesquisadora Beatriz Any, que estuda o fortalecimento do Legislativo em pós-doutorado na USP.

Ela defende acabar com as emendas coletivas, limitar valores e rever a obrigatoriedade do pagamento, tema em análise no STF. Também lamenta que o controle tenha ficado a cargo do Judiciário, lembrando que o Congresso já se autorregulou no passado, como no escândalo dos anões do Orçamento, esquema de desvio de emendas revelado em 1993.

A reportagem procurou o relator do Orçamento de 2025, o senador Angelo Coronel (PSD-BA), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), mas eles não responderam.

A análise da Folha usou os orçamentos aprovados pelas Leis Orçamentárias Anuais de 5.245 municípios (94% do total), com dados enviados ao Tesouro Nacional no primeiro bimestre de 2025, por meio dos “relatórios resumidos de execução orçamentária”.

O orçamento é o valor máximo que cada cidade está autorizada a gastar ao longo deste ano. Na prática, portanto, eles podem gastar menos, o que aumentaria ainda mais, proporcionalmente, o peso das emendas.
Júlia Barbon, Natália Santos e Nicholas Pretto / Folhapress

EUA não vão cobrar novas tarifas da China por comprar petróleo da Rússia


O presidente dos EUA, Donald Trump, informou que não vai cobra tarifas extras da China por comprar petróleo russo Segundo o republicano, a trégua seria resultado dos avanços das negociações entre americanos e russos para encerrar a guerra da Ucrânia.

No começo do mês, Trump havia ameaçado novas tarifas para países que comprassem óleo e gás russos, em uma estratégia de pressionar Vladimir Putin a chegar um acordo pelo fim do conflito no Leste Europeu. A Índia é um dos países que recebeu uma taxa extra e agora será taxada em 50%, atingindo a cota mais alta entre países juntamente com o Brasil – as tarifas começam a valer em 27 de agosto.

“Devido ao que aconteceu hoje, acho que não preciso pensar nisso”, disse Trump ontem, ao canal Fox News. Uma nova tarifa na China poderia esquentar novamente a disputa entre os países, que passa por uma pausa na alta de tarifas com duração até 10 de novembro.

Depois de dizer que um acordo para o fim da guerra poderia ser atingido durante a cúpula com Putin nesta sexta, Trump minimizou as expectativas para a reunião e disse que o encontro serviria para preparar o terreno para mais reuniões, que envolveriam o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski.

No fim, o histórico encontro terminou sem qualquer acordo sobre o futuro da Ucrânia, como queria o republicano, além de dar ao russo a imagem diplomática que queria mostrar ao mundo.

Se esperava que ao menos um cessar-fogo fosse discutido e alívio de sanções a Moscou. O presidente americano disse que ainda vai comunicar Zelenski e demais líderes europeus sobre o teor da reunião.

Estado de S. Paulo

Mortes por chuvas no Paquistão sobem para 344

Temporada de monções anual na região causou fortes enchentes no país e também na vizinha Índia. Paquistão é atualmente um dos países do mundo mais atingidos pelos efeitos das mudanças climáticas.
O número de mortos por conta de chuvas torrenciais e enchentes que atingem o Paquistão subiu para 344 pessoas, segundo afirmaram neste sábado (16) autoridades do país.

As chuvas são causadas pela temporada de monções, que ocorre anualmente no Sudeste Asiático, mas que, neste ano, está causando efeitos e destruição acima da média dos últimos anos. Só no Paquistão, as mortes registraram ocorreram em apenas 48 horas.

Neste sábado, mais de 2.000 soldados, além de outras equipes de resgate, tentavam recuperar os corpos soterrados sob os escombros no norte do Paquistão, além de desaparecidos.
As chuvas torrenciais atingiram diferentes distritos da província montanhosa de Khyber-Pakhtunkhwa, na fronteira com o Afeganistão. A província é a mais atingida pelas tempestades.

A maioria das vítimas foi arrastada por enchentes repentinas ou morreu quando suas casas desabaram, eletrocutadas ou atingidas por raios.

O porta-voz afirmou que os socorristas tentam retirar os sobreviventes, mas poucos estão dispostos a sair "porque perderam entes queridos, ainda presos sob os escombros".

'Orações fúnebres'

"Parece que toda a montanha desabou; a área está coberta de lama e pedras enormes", disse Muhammad Khan, morador do distrito de Buner, onde 91 pessoas morreram.

"Os moradores estão recuperando corpos e realizando orações fúnebres, mas ainda não sabemos quem está vivo ou morto", afirmou Saifullah Khan, um professor de 32 anos.

A autoridade provincial de gestão de desastres de Khyber-Pakhtunkhwa declarou vários distritos como "zonas de desastre", onde "equipes de resgate foram mobilizadas como reforço" para tentar alcançar vilarejos localizados em terrenos acidentados.

Outras nove pessoas morreram na Caxemira paquistanesa. Na região administrada pela Índia, pelo menos 60 vítimas foram registradas em um vilarejo no Himalaia, e outras 80 ainda estão desaparecidas.

Cinco pessoas morreram na região turística de Gilgit-Baltistan, no extremo norte do Paquistão, um destino de verão popular para alpinistas de todo o mundo, mas que as autoridades agora recomendam evitar.

Na sexta-feira, um helicóptero de resgate caiu, matando cinco pessoas. Para Syed Muhamad Tayab Shah, da Autoridade Nacional de Gestão de Desastres, "mais da metade das vítimas morreu devido à má qualidade das estruturas".

Em julho, a província de Punjab, lar de quase metade da população do Paquistão, registrou um aumento de 73% nas chuvas em relação ao ano anterior.

O Paquistão, o quinto país mais populoso do mundo, é um dos mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas.

Boa parte dos 255 milhões de paquistaneses já sofreram enchentes massivas e mortais, rompimentos de lagos glaciais e secas sem precedentes nos últimos anos, fenômenos que se multiplicarão sob o impacto do aquecimento global, segundo relatórios científicos.

                                        
Por France Presse

Destaques