Lula decide substituir Nísia, e Padilha é o favorito para a Saúde; Wagner é cotado para articulação política brasil

O presidente Lula (PT) avisou a aliados que vai substituir a ministra da Saúde, Nísia Trindade, na reforma ministerial em discussão no governo.

A gestão da ministra tem sido alvo de queixas de integrantes do Congresso, de membros do Palácio do Planalto e do próprio Lula, que tem feito cobranças pela falta de uma marca forte na área.

Segundo a Folha apurou, Lula afirmou a interlocutores do meio político e da área da saúde que pretende trocar a ministra. O nome mais forte para substituí-la é o do ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), que foi titular da pasta na gestão de Dilma Rousseff (PT).

Aliados relatam que o presidente já não esconde sua frustração com o desempenho de Nísia. Em 2024, a gestão da ministra ficou marcada por críticas, crises sanitárias e a pressão do centrão para ampliar o controle sobre o orçamento da pasta.

Há uma avaliação no Palácio do Planalto de que, num momento de queda de popularidade do presidente, o Ministério da Saúde tem potencial para apresentar e implementar políticas públicas de maior visibilidade, entre eles o Mais Acesso a Especialistas.

O programa promete reduzir filas e ampliar o acesso da população a exames e consultas especializadas nas áreas de oncologia, cardiologia, oftalmologia, otorrinolaringologia e ortopedia. Auxiliares de Lula apostam que, sob nova direção, essa iniciativa pode ser uma vitrine e virar uma marca da gestão petista.

Nas conversas em que discutiu nomes para substituir Nísia, Lula manifestou preferência pessoal pelo nome do também ex-ministro da Saúde Arthur Chioro. Mas, segundo esses relatos, o presidente admite que deverá escolher Padilha por questões políticas e pela relação do ministro com a equipe que já está na pasta.

Esses interlocutores do presidente citam a importância de um nome que tenha perfil político para estar à frente da pasta, o que contaria a favor do atual ministro da SRI (Secretaria de Relações Institucionais). Chioro, por sua vez, tem o apoio do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e tem atuado nos bastidores para integrar o governo.

Um argumento adicional a favor de Padilha é o fato de que, atualmente, Chioro faz uma gestão bem avaliada pelo governo à frente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, e mantê-lo nesse posto seria uma decisão segura.

Caso a opção por Padilha se confirme, a reforma ministerial deverá contemplar uma mudança importante na chamada cozinha do Palácio do Planalto. Nesse cenário, o mais cotado para comandar a articulação política de Lula passa a ser o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (BA).

Wagner foi sondado para a vaga na semana passada. O senador baiano ponderou, segundo relatos que ele fez a aliados, que a maior fonte de preocupação do governo não é o Senado, mas a Câmara. Dessa forma, seria mais eficaz a nomeação de um deputado para a Secretaria de Relações Institucionais.

Um defensor do nome de Wagner diz, por sua vez, que sua escolha pode beneficiar o governo porque ele é um político “que põe a bola no chão”, tido como conciliador e de bom trânsito em diferentes segmentos. Além disso, é das poucas pessoas que têm liberdade para aconselhar o presidente da República com franqueza.

Nas conversas, Lula cogitou a hipótese de nomear a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), para a Secretaria de Relações Institucionais. Lula foi, porém, alertado para as dificuldades da relação dela com os congressistas.

Nesse cenário, surgiu a alternativa do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Ele tem a simpatia de dirigentes do centrão, sendo um dos petistas mais próximos de integrantes do grupo, inclusive do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).

O centrão se queixa de que a maior parte dos ministros do Palácio do Planalto é do PT, e trabalha para emplacar um aliado na SRI –posto considerado estratégico na liberação das emendas parlamentares.

O grupo tem preferência pelo nome do líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões Jr. (AL), parlamentar governista que é braço-direito do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e aliado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

Apesar disso, interlocutores de Lula dizem que o trabalho na SRI exige uma relação próxima e de confiança com o presidente da República, com agendas diárias. Por isso, defendem que um parlamentar do PT seja alçado ao posto.

Guimarães se aproximou do núcleo duro de aliados de Motta no ano passado, assumindo a defesa, desde o início, do apoio do PT ao deputado paraibano na disputa. Além desse fator, pesa a favor do parlamentar petista o fato de que Lula reconhece o esforço que ele fez para aprovar matérias de interesse do Executivo nos últimos dois anos.

Auxiliares de Lula dizem que ele ainda tem dúvidas sobre a dimensão exata das mudanças que fará na Esplanada. Em fala à imprensa, na quarta-feira (19), o presidente despistou sobre quando começará a reforma ministerial e disse que, da mesma forma que convidou quem quis para integrar o governo, pode tirar quem quiser na hora que quiser.

Ainda assim, há uma expectativa entre aliados de Lula de possíveis anúncios a partir deste fim de semana, quando ocorre a festa de aniversário de 45 anos do PT, no Rio de Janeiro. A ideia é começar o remanejamento pelos petistas e nomes da cota pessoal de Lula.

Em meio à celebração do partido, é citada a possibilidade formalização do nome da presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PR), como ministra da Secretaria-Geral da Presidência. A festa marcaria a despedida dela da presidência do partido.

Catia Seabra e Victoria Azevedo/Folhapress

Serviço de mamoplastia da Maternidade de Camaçari garante mais qualidade de vida a baianas de todo o estado

A mamoplastia redutora, também conhecida como cirurgia de redução de mama, é um procedimento reparador que assegura qualidade de vida a mulheres que sofrem com hipertrofia mamária ou gigantomastia. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a cirurgia é disponibilizada para pacientes que apresentem laudo médico atestando o comprometimento do sistema músculo-esquelético devido ao tamanho das mamas.

São casos como o da marisqueira Ana Rita Ferreira da Silva Souza, de 53 anos. Com muitas dores nas costas, ela conseguiu realizar o procedimento na Maternidade Regional de Camaçari (MRC), unidade da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), gerida pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS). “Meus seios eram muito grandes, e eu sentia muitas dores nas costas. Não conseguia dormir de barriga para baixo e, após o trabalho, precisava tomar remédio para dor na coluna. Quando descobri que a MRC fazia esse procedimento, fiz todo o processo e fui encaminhada. Retiraram 650 ml de cada mama. Hoje, minha dor aliviou muito e sei que minha rotina vai melhorar ainda mais quando eu estiver completamente recuperada”, conta.
Para ter acesso à cirurgia, é necessário procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS), passar por uma avaliação clínica e, caso seja constatado impacto na saúde e no bem-estar, ser encaminhada a uma unidade de saúde com cirurgião especializado. Na Maternidade Regional de Camaçari, o acesso é feito via sistema de regulação ambulatorial, com encaminhamentos vindos de diversos municípios.

Desde o início do programa, em novembro de 2024, 24 mulheres já passaram pelo procedimento e tiveram o acompanhamento pós-cirúrgico assegurado. Outros 53 procedimentos já estão agendados e devem ser realizados até meados de junho. “Já atendemos mulheres de cerca de 18 municípios, incluindo Barreiras, Itaparica, Vera Cruz, Vitória da Conquista e Jequié. Nosso compromisso é garantir um atendimento qualificado e humanizado para essas mulheres, desde o acolhimento até o pós-operatório”, destaca Gisélia Pinheiro, diretora da unidade.

Qualidade de vida

A seleção das pacientes segue critérios médicos rigorosos, como explica a coordenadora ambulatorial da MRC, Marluce da Hora. “Mesmo com o relatório médico, avaliamos se a paciente está apta para a cirurgia. É necessário um IMC máximo de 28 e que não haja comorbidades que não sejam decorrentes da gigantomastia. Caso o IMC esteja acima, a paciente é orientada a perder peso antes do encaminhamento cirúrgico”. Ela também reforça que, apesar de ser uma cirurgia não estética, o impacto na autoestima é significativo. “Criei um grupo chamado ‘Devolvendo a autoestima para mulheres’, onde muitas compartilham como a cirurgia mudou suas vidas”.

Eduarda Alves Cerqueira Pinheiro, de 38 anos, convivia com gigantomastia desde os 12 anos e hoje faz parte desse grupo. “Sempre tive dores nas costas, problemas posturais e assaduras sob os seios por conta do peso. Usava sutiã tamanho 52 e, na infância, vestia roupas largas para tentar esconder o tamanho das mamas e evitar assédios e bullying”.

Ao ser avaliada na unidade de saúde de seu município, foi constatado que seus problemas de coluna eram decorrentes da gigantomastia. “Fui encaminhada para a MRC, onde me senti acolhida do início ao fim. Toda a equipe foi maravilhosa, e isso me trouxe muita segurança durante o processo”, relata.

Mais do que um procedimento cirúrgico, a mamoplastia redutora representa um alívio para dores crônicas e desconfortos diários, resgatando o bem-estar e a autoconfiança das pacientes. “Vemos que, para muitas mulheres, esse processo transformador é a possibilidade de uma vida com mais autonomia”, conclui Gisélia Pinheiro.

Fotos: Ascom FESF-SUS

"A população de Salvador pode confiar que estamos preparando o que há de melhor em mobilidade para oferecer à região do Subúrbio”, afirmou Jerônimo, durante vistoria.

O trabalho de revisão técnica e operacional dos trens que serão utilizados no VLT do Subúrbio de Salvador foi conferido de perto pelo governador Jerônimo Rodrigues, nesta quarta-feira (19), em Hortolândia (SP), na sede da Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles (CAF), fabricante dos vagões. A empresa espanhola especializada na fabricação e manutenção de trens, VLTs e metrôs está responsável pela execução do serviço.

“São trens de muita qualidade. Vimos aqui todo o trabalho que está sendo feito, olhando cada peça, cada detalhe. A população de Salvador pode confiar que estamos preparando o que há de melhor em mobilidade para oferecer à região do Subúrbio”, afirmou o governador.
Uma equipe de engenheiros e técnicos em mecânica e elétrica trabalha na atualização dos trens. O trabalho de revisão técnica consiste na checagem completa da carroceria, motores e parte interna das composições. Também faz a troca de peças de borracha, baterias, renova a pintura e testa todos os equipamentos mecânicos e elétricos, com a substituição do que for necessário. 

“Pode se comprovar aqui o estado de novo que estão os equipamentos. Mesmo assim, eles estão sendo completamente desmontados e revisados. São mais de 60 mil itens que estão sendo aportados novos para revitalizá-los, para que, do ponto de vista técnico, eles saiam daqui para Salvador como se tivessem sido fabricados ontem”, explicou Renato Meidelles, presidente da CAF Brasil.

Com a reabilitação técnica operacional, os trens poderão atender ao sistema do VLT do Subúrbio com qualidade e segurança para os passageiros. Dentro do projeto, alguns deles passarão por adaptação para que as marisqueiras possam transportar seus produtos de forma adequada.  

“Saímos dessa visita com a certeza de que tudo que foi acordado está sendo cumprido e o estado está cumprindo o desafio de, com o menor tempo possível e com o melhor equipamento possível, entregar o VLT do Subúrbio”, comemorou a secretária de Desenvolvimento Urbano, Jussara Oliveira. 
O trem do VLT de Salvador é do tipo URBOS 100, considerado um dos melhores modelos do mundo devido à sua durabilidade, eficiência e conforto, com 1900 unidades espalhadas em mais de 50 cidades em países, como França, Itália, Inglaterra e EUA. O URBOS 100 foi lançado em 2008 e é fabricado, até hoje, pela CAF. Cada composição é formada por 7 vagões, com duas cabines de comando nas extremidades, e 45 metros de comprimento, de ponta a ponta. Internamente, é dotada de assentos confortáveis e comportam 400 passageiros viajando a uma velocidade de até 80km/h, movidos à eletricidade.

Cronograma

À medida em que cada composição fique pronta será enviada para Salvador. A previsão é de que os primeiros testes nos trilhos do Subúrbio sejam realizados no início de 2026. Na visita desta quarta-feira, o governador Jerônimo Rodrigues pediu brevidade na conclusão.

Quatorze das 40 composições adquiridas pelo Governo da Bahia já chegaram à fábrica, em Hortolândia. Os demais chegarão até o final deste ano. O Governo da Bahia investiu cerca de R$ 820 milhões para a compra das 40 composições. O Projeto do VLT do Subúrbio de Salvador já tem mais de 10% da obra executada e terá 36,4 quilômetros de trilhos.

Texto: Daniel Senna/GOVBA

Prefeitura de Ipiaú divulga cronograma da entrega de cestas básicas de fevereiro

A Prefeitura de Ipiaú, por meio da Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social, divulgou o cronograma de entrega das cestas básicas referentes ao mês de fevereiro. A ação tem o objetivo de garantir a segurança alimentar das famílias em situação de vulnerabilidade social no município, tanto na zona urbana quanto na rural.

Entrega na Zona Urbana

Na zona urbana, a distribuição ocorrerá no dia 23 de fevereiro (domingo), das 8h às 12h, com pontos estratégicos em escolas, facilitando o acesso dos beneficiários. A organização seguirá a ordem alfabética dos nomes dos responsáveis pelo recebimento, conforme indicado abaixo:
  • Escola Celestina – Famílias com iniciais de A a F

  • Escola Pastor Paulo – Famílias com iniciais de G a K

  • Escola José Mendes – Famílias com iniciais de L a Q

  • Escola Adélia Matta – Famílias com iniciais de R a Z

  • Entrega na Zona Rural
Para as famílias da zona rural, a distribuição ocorrerá entre os dias 10 a13 de março, atendendo diversas localidades conforme o seguinte cronograma:

Segunda-feira, 10 de março:
  • BR-330

  • Corcovado

  • Ribeirão do Félix

  • Bois

  • Sapucaia

  • Água Vermelha

  • Dois Amigos

  • Terça-feira, 11 de março:

  • Guloso

  • Cajueiro

  • Braço Pequeno

  • Tororó

  • Tingui

  • Quarta-feira, 12 de março:

  • Bom Sem Farinha

  • Buri

  • Passa com Jeito

  • Quinta-feira, 13 de março

  • Córrego de Pedras

  • Fazenda do Povo

  • A Secretaria orienta que os beneficiários compareçam aos locais indicados, portando um documento oficial de identificação para garantir o recebimento da cesta básica. A Prefeitura de Ipiaú reforça seu compromisso com o bem-estar da população e segue investindo em ações que garantam o amparo às famílias em situação de vulnerabilidade.
Michel Querino / Decom Prefeitura de Ipiaú

Presidente da OAB manda recados ao STF e diz que advocacia é alvo de ataques

O presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Beto Simonetti, mandou recados ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quarta-feira (19) e disse que a advocacia está sob ataques.

Também defendeu sua atuação fora dos holofotes nos últimos anos. As declarações foram feitas durante cerimônia de posse solene de novo presidente da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo), Leonardo Sica.

“Tenho bradado por todo país e falar isso de forma respeitosa, mas frontal, para o Brasil, na bancada do Supremo Tribunal Federal. Vídeo gravado jamais será sustentação oral”, afirmou.

“A sustentação oral é um direito fundamental da advocacia é um pilar do devido processo legal. A advocacia não aceitará ser reduzida a mero espectador do próprio julgamento.”

Também disse que a entidade respeita os Poderes da República, mas que não renunciará “a crítica construtiva e necessária”.

Em outro momento do discurso, sem menções específicas, disse que a advocacia estava sob ataque. Também afirmou que, “diferente do que possa parecer, a advocacia do Brasil está unida”, e que essa união neste momento é crucial. “A advocacia tem vivido momento de ataques violentos, muitos ataques, e só a união vai nos permitir lutar e certamente superar todos os ataques.”

Simonetti afirmou ainda que a OAB não é de direita nem de esquerda e que “permanecerá protagonista na defesa do estado de direito como sempre foi”, mas acrescentou que “o Brasil precisa de liderança pacificadoras, não figuras que alimentam divisões”.

Sica também fez críticas a restrições a sustentação oral em seu discurso: “Não vamos admitir restrições à nossa voz, seja na menor comarca do estado, seja no Tribunal de Justiça, seja no Supremo Tribunal Federal, vamos lutar para ser ouvidos, para ampliar a força da nossa voz, porque a nossa voz é a voz de todos”.

As críticas às restrições a sustentação oral no Supremo ganharam força após negativas do ministro Alexandre de Moraes. Em processos dos réus do 8 de janeiro, advogados tiveram direito apenas a apresentar seus argumentos de defesa em vídeo gravado —não mais presencialmente em sessão—, o que tem gerado uma série de críticas no meio jurídico.

Também uma resolução do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) virou alvo da entidade, ao prever a possibilidade de sustentação oral gravada em julgamentos virtuais de modo amplo.

Ao longo de seu discurso o novo presidente da entidade paulista defendeu que a OAB funcione como “um grande centro de entendimento da sociedade brasileira”, e que seja “livre do partidarismo, das guerras políticas, da guerra cultural”.

Em resposta a jornalistas no final do evento sobre a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) enviada ao Supremo, nesta terça-feira (18), envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Sica afirmou que a entidade não se posiciona sobre casos específicos, mas defendeu que o julgamento se dê “fora do clima de politização”.

Ao mesmo tempo, ponderou que é difícil evitar a politização em casos envolvendo políticos famosos, já que eles acabam sendo usados politicamente, mas que “quem tem que brecar isso são os juízes”.

O evento de posse da OAB-SP ocorreu na Sala São Paulo, no centro da capital paulista. Também estiveram presentes o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, o presidente do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), Fernando Antonio Torres Garcia, e o procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa.

Sica foi eleito em novembro passado para um mandato de três anos, de 2025 a 2027, à frente da maior seccional do país. Ele sucede Patricia Vanzolini, que foi a primeira mulher a presidir a OAB-SP, em gestão na qual foi vice-presidente.

Em uma chapa de continuidade, com Vanzolini como candidata a conselheira federal da OAB (cada estado tem direito a três assentos no órgão), Sica teve 52,48% dos votos válidos.

Em seu discurso nesta quarta-feira, Vanzolini fez alguns elogios a Simonetti no início de sua fala, mas depois fez uma série de críticas ao sistema eleitoral para escolha da diretoria nacional da entidade, que atualmente é definida por voto indireto. A alteração depende de aprovação do Congresso Nacional, mas a defesa é para que o Conselho Federal delibere a respeito.

Vanzolini defendeu eleições diretas, mais transparência e falou que a entidade não pode se esconder “atrás de processos ultrapassados”.

Sobre esse tópico, Simonetti disse que a discussão sobre mudanças no sistema eleitoral da entidade não gera constrangimento. Também afirmou que há argumentos de ambos os lados, acrescentando que estados maiores defendem a mudança, enquanto menores, questionam.

E ressaltou que o debate deve ser feito internamento na OAB, “sem interferências externas”. Em outro momento também defendeu sua forma de atuação: “Temos fugido dos holofotes, mas nunca da responsabilidade. A presidência da OAB age pelo compromisso com a advocacia, e não por algoritmos. Agimos com postura, não com postagens.”

Junto a Sica, compõem a nova diretoria da OAB-SP Daniela Magalhães (vice-presidente), Adriana Galvão (secretária-geral), Viviane Scrivani (secretária-geral adjunta), Alexandre de Sá Domingues (diretor-tesoureiro) e Diva Zitto (presidente da Caixa de Assistência dos Advogados).

Logo após o início de sua fala durante a cerimônia, Diva Zito foi aplaudida de pé, quando destacou ser a primeira mulher negra comandar o órgão dentro da entidade.

Formado em direito pela Universidade de São Paulo, Sica é mestre e doutor em direito penal pela mesma instituição. Foi ainda membro da Comissão Nacional de Prerrogativas da OAB e presidente da AASP (Associação dos Advogados) entre 2015 e 2016.

Renata Galf/Folhapress

Veja em 5 pontos o que Mauro Cid disse sobre Bolsonaro em delação

O ministro Alexandre de Moraes derrubou nesta quarta (19) o sigilo da colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, revelando o que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) afirmou sobre o ex-presidente nos diversos depoimentos que prestou nos últimos dois anos.

Cid foi ouvido ao menos 12 vezes pela Polícia Federal de agosto de 2023 a dezembro de 2024. Nelas, o militar afirmou que foi o próprio Bolsonaro quem ordenou o monitoramento dos passos de Moraes, a falsificação de cartões de vacina e a venda de joias oficiais, com o objetivo de pagar dívidas.

O militar confirmou também que o cartão corporativo da Presidência bancou os custos das motociatas promovidas pelo ex-presidente e que era o ex-mandatário quem enviava notícias falsas de seu celular, parte delas fabricadas pelo que ficou conhecido como “gabinete do ódio”.

O documento —divulgado por Moraes um dia após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciar Bolsonaro sob a acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado— ainda mostra que a gestão anterior da PGR foi contra a assinatura da delação premiada de Cid por falta de provas.

Na época o órgão era chefiado por Augusto Aras, criticado pela omissão em investigações relacionadas ao ex-presidente. Moraes, no entanto, decidiu pela homologação do acordo em setembro de 2023. A Folha mostrou que o delator mudou pontos relevantes de sua versão sobre a trama golpista em audiência recente no STF.

Veja abaixo em cinco pontos o que ele disse nos depoimentos sobre Bolsonaro, que nega a articulação por um golpe. A defesa do ex-presidente afirmou que recebeu com “estarrecimento e indignação” a denúncia e que não há elementos que o conectem à “narrativa construída” no documento.

1. Bolsonaro pediu monitoramento de Moraes
O que diz a delação: “Indagado [sobre] quem solicitou ao colaborador que fizesse o acompanhamento do ministro Alexandre de Moraes [em dezembro de 2022, Mauro Cid] respondeu que foi o próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, quem pediu para verificar a posição, a localização do ministro”.

Cid completa que “um dos motivos” de Bolsonaro era verificar uma informação de que o então vice-presidente Hamilton Mourão se encontraria com Moraes em São Paulo naquela semana. Questionado sobre qual era a outra motivação, já que o monitoramento se estendeu até o fim do mês, Cid respondeu que não sabia.

Quatro militares do Exército e um agente da PF foram presos em novembro acusados de armar um plano para matar Lula, o vice Geraldo Alckmin (PSB) e Moraes, que tiveram seus deslocamentos monitorados.

2. Bolsonaro venderia joias para pagar multas
O que diz a delação: “No começo de 2022, o presidente Jair Bolsonaro estava reclamando dos pagamentos de condenação judicial em litígio com a deputada federal Maria do Rosário e gastos com a mudança e transporte do acervo que deveria arcar, além de multas de trânsito por não usar o capacete nas motociatas; diante disso, o ex-presidente solicitou a [Cid] quais presentes de alto valor que havia recebido em razão do cargo”.

Em 2019, Bolsonaro foi condenado a pagar R$ 10 mil, mais correções e custos do processo, por ter dito em 2014 que a deputada “não merecia” ser estuprada.

Cid afirmou em depoimento que Bolsonaro “autorizou que ele vendesse” um relógio Rolex e o kit de joias ouro branco que recebeu em viagem oficial em 2019 à Arábia Saudita e que entregou pelo menos US$ 68 mil (R$ 408 mil na conversão atual) em espécie nas mãos do ex-presidente.

Ele foi indiciado no caso em julho passado.

3. Bolsonaro ordenou fraude em cartões de vacina
O que diz a delação: “Após conseguir o cartão de vacina [falso] contra a Covid para sua esposa, [Cid] resolveu solicitar o seu e das suas filhas; o presidente [Bolsonaro], após saber que o colaborador possuía os cartões de vacina para si e sua família, solicitou que o colaborador fizesse para ele também; o ex-presidente deu a ordem para fazer os cartões dele e da sua filha, Laura”.

Mauro Cid também afirmou que, em novembro de 2021, conseguiu inserir os dados do ex-presidente e sua filha no sistema ConectSUS, do Ministério da Saúde, depois de três tentativas e a ajuda de um sargento. O objetivo era ter o documento para viagens, por exemplo, já que Bolsonaro nunca se vacinou.

Ele foi indiciado pelo caso em março do ano passado.

4. Bolsonaro pagou motociatas com cartão corporativo
O que diz a delação: “O colaborador acredita que em todas aparições públicas do presidente, seja em ‘motociatas’ ou outros eventos, os gastos operacionais de hospedagem, alimentação e segurança eram gastos, salvo engano, com o cartão corporativo do GSI [Gabinete de Segurança Institucional]”.

Em 2023, a Folha mostrou que Bolsonaro gastou ao menos R$ 4,7 milhões no cartão corporativo da Presidência em dias de folga e motociatas —eventos de cunho eleitoral e sem qualquer relação com a função pública. Em depoimento, Cid confirmou essas informações e disse que muitas vezes sacava dinheiro do cartão para fazer pagamentos cotidianos da família em espécie.

5. Bolsonaro enviava notícias falsas de seu celular
O que diz a delação: “Indagado acerca de notícias falsas identificadas envolvendo empresários, recebendo [sic] do telefone do presidente, [Cid] respondeu que foi o ex-presidente que encaminhou as mensagens: que às vezes ele recebia de alguém e encaminhava para quem ele queria; indagado sobre ataques a ministros do STF, identificados na investigação, encaminhado por meio do telefone do ex-presidente, responde que era o ex-presidente que encaminhava diretamente”.

Questionado, o tenente-coronel confirmou também que Bolsonaro repassava conteúdos encaminhados pelo chamado “gabinete do ódio”, segundo ele formado por “basicamente três garotos” que respondiam a Carlos Bolsonaro e cuidavam de todas as redes do ex-presidente, exceto Facebook e WhatsApp.

Ele disse que “às vezes eles brigavam com o ex-presidente porque ele publicava coisas que eles não queriam”. Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor que chegou a ser apontado como o líder do “gabinete”, ficou de fora da denúncia da PGR.

Júlia Barbon/Folhapress

Polícia Federal e Ministério Público prendem falso advogado por fraudes ao Seguro DPVAT na Bahia

A Polícia Federal e o Ministério Público do Estado da Bahia, através do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco/BA), deflagram, na manhã desta quinta-feira (20/02), a Operação Rábula, com o objetivo de cumprir mandados judiciais decorrentes de investigação relativa a fraudes cometidas contra o seguro DPVAT.

A investigação contou, ainda, com o apoio da Centralizadora Nacional de Indenização DPVAT da Caixa Econômica Federal e detectou que cerca de 70 solicitações de pagamento de DPVAT foram fraudadas na Bahia, pois foram instruídas com documentação falsa.

Tem direito ao seguro DPVAT quem sofreu um acidente de trânsito no Brasil, causado por um veículo automotor de via terrestre. Podem solicitar a indenização os motoristas, passageiros, pedestres e seus beneficiários. De acordo com a apuração, os investigados angariavam pacientes em hospitais para solicitar o seguro DPVAT, mesmo que eles não tivessem sofrido acidente automobilístico, fraudando documentos como boletins de ocorrências e certidões de óbito para incluir o falso relato de que a enfermidade teria sido decorrente de acidente de trânsito.

Na operação desta quinta-feira, são cumpridos dois mandados de busca e apreensão, sendo um na cidade de Muritiba/BA e um em Salvador/BA, e um mandado de prisão preventiva, todos expedidos pela 17ª Vara Federal da Seção Judiciária de Salvador/BA.

Rábula, nome da operação, é um termo usado para designar um advogado que exerce a profissão sem ter formação acadêmica em Direito, condição similar ao do principal investigado, que se apresentava aos seus clientes como advogado sem possuir o título necessário para o exercício. Os investigados irão responder pelos crimes de associação criminosa e estelionato.

https://www.mpba.mp.br/noticia/76300

Como um exército rebelde budista ajudou a resgatar os brasileiros escravizados por máfia de golpes cibernéticos

Pressão do governo da Tailândia e de organizações da sociedade civil levou o Exército Democrático Budista dos Karen a participar do resgate de centenas de imigrantes traficados em região de instabilidade e conflito étnico.

Um exército de rebeldes budistas foi essencial para a libertação dos brasileiros escravizados por uma máfia de golpes cibernéticos em Mianmar. Após serem mantidos reféns por três meses, Phelipe de Moura Ferreira e Luckas Viana dos Santos retornaram ao Brasil nesta quarta-feira (19).

A operação de resgate internacional teve participação do Exército Democrático Budista dos Karen (DKBA).

Formado por dissidentes das Forças Armadas de Mianmar, o grupo também colaborou com o resgate de outros 260 imigrantes, após pressões de organizações da sociedade civil que combatem o tráfico de pessoas.

Cintia Meirelles, diretora da ONG The Exodus Road, que prestou assistência às famílias de Phelipe e Luckas, explica ao g1 como a organização ajudou a pressionar o exército budista a participar.

A operação não foi fácil e contou com a ajuda do governo da Tailândia, que faz fronteira com a região das máfias.

Caos em Karen

Estereótipos ocidentais costumam associar o budismo, religião predominante no país, apenas ao pacifismo. A prática em Mianmar é de disputa entre grupos armados, monges radicais, conflitos étnicos e religiosos e até acusações de genocídio contra o povo muçulmano rohingya.

Na fronteira entre Mianmar e a Tailândia fica o estado de Karen, que o governo central do país não consegue controlar totalmente.

É lá que vive a minoria dos povos karen, composta por uma população de 3,5 milhões de pessoas, grande parte de religião budista. O território é dominado por facções armadas que lutam por um sistema independente na região, incluindo o Exército Democrático Budista de Karen.

O DKBA foi criado em 1994 após romper com o Exército de Libertação Nacional Karen, de predominância cristã. É uma das facções rebeldes na fronteira com a Tailândia que lutam pelo controle de Karen.
Milicianos budistas?

Segundo a BBC, esses grupos armados são acusados ​​de serem complacentes com as máfias cibernéticas na região. Em modelo clássico de milícia, os comandantes locais decidiriam quem pode construir ou administrar os negócios, e parte dos lucros financiaria a guerra entre as facções.

Cintia Meirelles explica como foram feitas as negociações para o DKBA interferir no resgate. O impulso veio da Tailândia, que aceitou cortar parte dos suprimentos que fornece à região vizinha.

“A gente começou a fazer pressão como sociedade civil com outras organizações locais junto ao governo da Tailândia e vários países do mundo”, explica. “Por que a Tailândia? Porque o país oferece energia e alimento para Mianmar.”

Estrangulamento tailandês

No início de fevereiro, a Tailândia cortou o fornecimento de eletricidade, internet e combustível para cinco áreas de fronteira em Mianmar na tentativa de bloquear os centros de golpes cibernéticos.

A pressão se intensificou na região após o sequestro do ator chinês Wang Xing, que foi resgatado no início do ano na região.

Depois disso, finalmente o comandante do exército do DKBA prometeu ações para reprimir essas organizações criminosas e resgatar as vítimas de tráfico humano na região.

“A partir de agora, o DKBA lançará uma repressão aos estabelecimentos ilegais em nossa área de responsabilidade em Mianmar. Se algum for encontrado, os operadores serão expulsos e as vítimas serão resgatadas", afirmou o comandante do exército, o coronel San Aung, ao jornal tailandês "The Nation".

As organizações entregaram ao DKBA uma lista com os nomes de centenas de imigrantes identificados como vítimas de tráfico humano na região.

A partir dessa lista, o exército budista identificou os brasileiros e garantiu sua segurança até serem transferidos de Mianmar a um centro de detenção na Tailândia, onde foi comprovado que eram vítimas de tráfico.

Tráfico humano

O crime de tráfico humano é comum no Sudeste Asiático, região cercada de instabilidade política e conflitos internos e religiosos que remontam à independência da Birmânia do Reino Unido, em 1948.

Enganados por falsas promessas para trabalhar na área de tecnologia, os brasileiros foram submetidos a uma rotina de trabalho de 22 horas diárias. Eles eram obrigados a praticar golpes cibernéticos, sujeitos a punições como agachamentos e eletrochoques.

Em 9 de fevereiro, antes da operação de resgate do DKBA, Luckas e Phelipe conseguiram fugir com outros 85 imigrantes.
Como seus nomes já estavam na lista, eles foram localizados, detidos pelo exército budista e transferidos para um centro de detenção em Mae Sot, cidade tailandesa que faz fronteira com Mianmar. De lá, finalmente conseguiram voltar para casa.

Por Nayara Fernandes

 

Hamas entrega corpos de bebê e mais 3 reféns israelenses em caixões pretos

Grupo terrorista informou que libertará outros seis reféns vivos no sábado (22). Para próxima fase do cessar-fogo, Hamas diz estar disposto a liberar de uma vez todos os reféns restantes.
O grupo terrorista Hamas entregou os restos mortais de quatro reféns israelenses no início da manhã desta quinta-feira (20), no horário de Brasília. Entre eles, está o corpo de um bebê de oito meses, o mais jovem de todos os reféns na Faixa de Gaza.

A entrega, que faz parte do acordo de cessar-fogo em vigor desde 19 de janeiro, aconteceu em Khan Younis, na Faixa de Gaza. Os restos mortais foram entregues em caixões pretos para integrantes de Cruz Vermelha, responsáveis por levá-los até Israel. O governo israelense confirmou a entrega dos corpos, que voltaram ao país ainda na manhã desta quinta-feira.
A família Bibas, símbolo em Israel do sofrimento dos reféns mantidos em Gaza, está entre os restos mortais entregues pelo Hamas nesta quinta: Shiri Bibas, de origem argentina, dos filhos dela Kfir Bibas, de oito meses, e Ariel Bibas, de 4 anos. O idoso Oded Lifschitz, de 83 anos, é o quarto corpo entregue.

As vítimas tinham sido feitas reféns no ataque realizado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou 1,2 mil pessoas em Israel. Outras 251 foram sequestradas pelo grupo terrorista. A retaliação israelense, que lançou uma guerra contra o grupo terrorista, deixou cerca de 48 mil mortos e destruiu cidades inteiras no território palestino.

O Hamas estendeu uma mensagem no pano de fundo do palanque em que oficializou a entrega dos corpos. Nela, o grupo terrorista alegou que os quatro reféns foram mortos por um ataque aéreo israelense durante a guerra, e estampou uma imagem do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, com dentes de vampiro e sangue saindo de sua boca.
O marido de Shiri, Yarden Bibas, e pais das crianças, também foi mantido como refém pelo grupo palestino. Ele estava entre os que foram libertados em 1º de fevereiro. A família tinha sido sequestrada na comunidade agrícola de Nir Oz, uma das várias que ficam próximas a Faixa de Gaza.

De acordo com a Reuters, o Hamas afirmou em novembro de 2023 que os meninos e a mãe haviam sido mortos em um ataque aéreo israelense, mas as mortes nunca foram confirmadas pelas autoridades de Israel. Os corpos passarão por exames de DNA.

"Shiri e as crianças se tornaram um símbolo", disse Yiftach Cohen, morador de Nir Oz, comunidade que perdeu cerca de um quarto de seus habitantes, entre mortos e sequestrados, durante o ataque de 7 de outubro. "Ainda espero que eles estejam vivos."

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou em uma breve declaração em vídeo que esta quinta-feira seria "muito difícil para o Estado de Israel. Um dia angustiante, um dia de luto."

Netanyahu foi alvo de protesto de familiares de reféns que ainda estão em poder do Hamas, na segunda-feira (17), quando foram completados 500 dias de cativeiro. Com fotos dos reféns, dezenas de pessoas marcharam até a casa do primeiro-ministro entoando palavras de ordem.

Até esta quinta, 20 reféns israelenses foram libertados pelo grupo terrorista como parte da primeira fase do acordo de cessar-fogo, além de cinco tailandeses. Em troca, mais de 1,1 mil palestinos que estavam presos em cadeias israelenses foram soltos.

Na primeira fase do acordo, o Hamas concordou em liberar 33 reféns israelenses em troca de 2 mil prisioneiros palestinos. No sábado (22), o grupo terrorista prometeu libertar mais seis reféns vivos.

2ª fase do acordo em negociação

Segundo a agência de notícias, as negociações para uma segunda fase do cessar-fogo, que deve garantir o retorno a Israel de cerca de 60 reféns restantes. A Reuters informou que menos da metade deles são considerados vivos.

A trégua deverá contemplar também a retirada completa das tropas israelenses da Faixa de Gaza para possibilitar o fim da guerra. No entanto, as perspectivas para um acordo permanecem incertas

Na quarta-feira (19), o Hamas informou que está disposto a libertar todos os reféns que permanecem na Faixa de Gaza durante a segunda fase do acordo, conforme declaração de Taher al-Nunu, um líder do grupo terrorista palestino.


"Informamos aos mediadores de que o Hamas está disposto a libertar todos os reféns de uma só vez durante a segunda fase do acordo, e não por etapas como na primeira fase em curso", disse ele à agência de notícias AFP.
Por Ederson Hising, g1 — São Paulo
20/02/2025 04h42 Atualizado há 39 minutos

CEO do Rumble marca Moraes em post e diz que empresa ‘não cumprirá suas ordens ilegais’


O CEO da plataforma de vídeos Rumble, Chris Pavlovski, publicou nesta quarta-feira (19) um post em que marca o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e diz que a empresa “não cumprirá suas ordens ilegais”.

“Oi @alexandre. A Rumble não cumprirá suas ordens ilegais. Em vez disso, nos veremos no tribunal”, diz a publicação, feita em português e inglês.

A empresa de Pavlovski e a empresa de mídia do presidente dos EUA, Donald Trump, entraram com uma ação conjunta contra Moraes em um tribunal federal americano.

Segundo a mesma reportagem, as plataformas afirmam que recentes ordens de Moraes determinando que o Rumble feche a conta do influenciador bolsonarista Allan dos Santos e forneça os seus dados de usuário violam a soberania dos Estados Unidos, a Constituição americana e as leis do país. As ordens de Moraes foram emitidas de forma sigilosa e proíbem que o Rumble divulgue seu teor.

Popular entre influenciadores da direita, o Rumble anunciou seu retorno ao Brasil no início de fevereiro.

A medida foi anunciada um dia depois de Moraes ter revogado a suspensão das contas em redes sociais do influenciador Bruno Aiub, conhecido como Monark. O Rumble estava entre as plataformas em que o podcaster tinha sido bloqueado.

Criada em 2013, a plataforma é uma alternativa ao YouTube e busca se diferenciar se colocando como a favor do “livre discurso”, com menos regras de moderação de conteúdo, e vinha ganhando espaço no Brasil a partir de 2022.

Em dezembro de 2023, Pavlovski, tinha anunciado que iria desativar o acesso ao site no Brasil, citando como motivo ordens de suspensão de perfis de criadores de suas redes. Dizia também iria recorrer das decisões.

Com o retorno da plataforma ao Brasil, Moraes expediu novos ofícios em meio a um processo em que o ministro determina que o Rumble encerre permanentemente a conta de Allan dos Santos e impeça a criação de novos perfis.

A ação indica que, caso Moraes decida adotar contra o Rumble roteiro semelhante ao que aplicou em relação ao X (ex-Twitter), o conflito tende ter reverberações políticas.

Os advogados da empresa de mídia de Trump argumentam que qualquer tentativa de restringir as operações do Rumble no Brasil também prejudicaria a Trump Media and Technology Group Corp. (Trump Media), dona da plataforma Truth Social.

O Rumble fornece os serviços de nuvem que sustentam a Truth Social, e qualquer bloqueio imposto à plataforma poderia desestabilizar a empresa de Trump, dando-lhe base legal para contestar as decisões de Moraes.

Dois dias depois de o Rumble retornar ao Brasil, a Casa Branca anunciou a criação de canal oficial do governo na plataforma.

No fim de novembro do ano passado, o CEO do Rumble postou foto com Donald Trump e Elon Musk, dono do X (ex-Twitter) e atualmente responsável por comandar um departamento no governo do republicano. Na legenda da imagem, ele escreveu: “Liberdade de expressão salva”.

Neste mês, já sob a gestão Trump e dias depois do retorno da plataforma ao Brasil, Pavlovski foi apresentado pela secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, como um dos representantes das “novas mídias” em uma entrevista coletiva.

Na ocasião, ela disse que parte do motivo da criação desse novo posto era a necessidade de “convidar novas vozes” para o espaço, além de acrescentar que a plataforma sempre foi um espaço para criadores independentes e que sempre incluiu Trump, “em contraste ao modo como ele foi censurado, por outras plataformas” no passado.

Pavlovski esteve entre as pessoas ouvidas no ano passado em audiência no Congresso dos Estados Unidos sobre o Brasil, em que bolsonaristas alegaram sofrer perseguição e censura pelo Judiciário, em sessão marcada por críticas a Moraes.

No início de fevereiro, pouco depois de divulgar um tuíte em que Pavlovski dizia que o Rumble poderia voltar ao Brasil, ainda antes do anúncio oficial, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou um post divulgando o canal do programa de Allan dos Santos na plataforma.

Allan dos Santos é considerado foragido pela Justiça brasileira desde que teve a prisão preventiva ordenada, em 2021, no âmbito do inquérito de fake news. Desde então o ministro vem ordenando a suspensão dos novos perfis criados por ele.

No início do ano passado, ainda sob a gestão de Joe Biden, o governo dos EUA comunicou ao Brasil que não poderia extraditar Allan dos Santos por delitos que os americanos veem como crimes de opinião.

Renata Galf/Folhapress

Faroeste: STJ põe no banco dos réus desembargadora, dois filhos e advogado por corrupção

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) recebeu nesta quarta-feira, 19, mais uma denúncia do Ministério Público Federal no âmbito da Operação Faroeste e mandou para o banco dos réus a desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia, Lígia Maria Ramos Cunha Lima, dois filhos seus e um advogado ex-assessor dela que fez delação premiada. A Faroeste, deflagrada em 2019, investiga desembargadores, juízes de primeira instância, advogados e produtores rurais em suposto esquema de venda de sentenças relacionadas à disputa de terras no oeste baiano.

Em decisão unânime dos ministros da Corte Especial, a desembargadora, os dois filhos e o advogado e ex-assessor passam a responder por suposta participação na organização criminosa voltada à prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, informou o STJ.

A magistrada e um dos filhos também são acusados de dificultar as investigações.

Em novembro de 2024, a desembargadora foi aposentada compulsoriamente, por decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em processo administrativo disciplinar. Ainda cabe recurso da decisão.

Na sessão de julgamento, o vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand, ressaltou que as provas são suficientes para atestar a participação dos réus no esquema criminoso.

Entre as documentações, Hindenburgo citou a quebra de sigilo bancário e fiscal, relatórios de inteligência financeira e reiterados contatos telefônicos entre assessores da desembargadora e os advogados das pessoas beneficiadas pelas decisões judiciais.

“Todos os fatos relatados na denúncia estão, em seu contexto geral, suficientemente comprovados pela soma das provas produzidas”, cravou o vice-procurador-geral.

Hindenburgo Chateaubriand destacou que tais provas são reforçadas pelas informações obtidas no acordo de colaboração premiada firmado entre o MPF e um dos réus – o advogado e ex-assessor.

O delator afirmou que recebeu R$ 400 mil para intermediar um dos julgamentos no Tribunal de Justiça da Bahia. O relator do caso no STJ, ministro Og Fernandes, reiterou que as provas apresentadas pelo MPF, incluindo ainda gravações ambientais, confirmam as declarações do colaborador e indicam as práticas dos crimes.

Fausto Macedo/Rayssa Motta/Estadão

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