Bolsonaro responde Jerônimo Rodrigues sobre “vala”: “Discurso carregado de ódio”

A repercussão do vídeo em que o governador Jerônimo Rodrigues (PT) aparece sugerindo que o ex-presidente Jair Bolsonaro e os seus eleitores fossem “levados para a vala” ganhou repercussão nacional. Bolsonaro, utilizando a sua conta oficial no X, chamou a fala do petista de “discurso carregado de ódio”.

“Imagine se um apoiador de Bolsonaro dissesse algo remotamente parecido. Seria manchete, seria prisão, seria processo por ‘discurso golpista’. O padrão é claro: só há crime quando convém ao sistema”, escreveu o ex-presidente.

Segundo o ex-presidente, o discurso go governador incentiva a violência politica. “É a institucionalização da barbárie com o verniz de “liberdade de expressão progressista. Quando se permite que se deseje a morte de opositores impunemente, o que mais pode ser permitido? O que mais pode vir à tona com a conivência de quem deveria conter o extremismo, e não alimentá-lo?”.

“A verdadeira ameaça à democracia não está em frases de WhatsApp ou em manifestações populares. Está no alto da cadeia de poder, onde os que gritam por ‘tolerância’ e ‘combate às fake news’ são os mesmos que, na prática, incitam o ódio, mentem descaradamente e permanecem blindados por um sistema que escolheu lado”, finalizou.

Política Livre

Capitão Alden protocola moção de repúdio contra Jerônimo após fala sobre bolsonaristas: ‘Ódio do bem’

O deputado federal Capitão Alden (PL-BA) protocolou, nesta segunda-feira (5), uma moção de repúdio na Câmara dos Deputados contra o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT). Na última sexta (2), o chefe do Executivo baiano sugeriu, em discurso durante uma agenda no município de João Dourado, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus eleitores fossem levados “para a vala”.

Alden, que é vice-líder da bancada de oposição na Câmara, classificou o pronunciamento como” discurso de ódio” e não poupou críticas ao governador baiano. “Essa é a galera do amor, que prega o ‘ódio do bem’. Jerônimo Rodrigues durante pronunciamento em América Dourada, fez discurso de ódio contra bolsonaristas. Chegando a dizer que tinham que ‘mandar pra vala com enchedeira os eleitores de Bolsonaro’”, disse Alden.

“Essa fala já seria condenável se fosse dito por algum militonto do Lula, mas pior ainda quando dito por um governador. A Bahia está banhada em sangue por conta de sua incompetência e ainda fica pregando o ódio e a violência”, completou o parlamentar baiano.

PF apreende cerca de 6.8 toneladas de maconha e prende uma pessoa em Santa Catarina

Florianópolis/SC. Na noite de sexta-feira (2/5), a Polícia Federal apreendeu um caminhão bitrem carregado de maconha na BR-101, próximo ao pedágio de Porto Belo/SC. O motorista foi preso em flagrante e conduzido à Superintendência da PF em Florianópolis, onde foi autuado por tráfico de drogas.
Durante as diligências, a PF descobriu que o caminhão havia saído de Ponta Porã/MS, na fronteira com o Paraguai, e estava trafegando em direção à grande Florianópolis/SC. Ao ser interceptado, os policiais encontraram cerca de 6.866,79kg da droga escondida em meio a uma carga de soja.

As investigações continuarão para identificar outros possíveis envolvidos no crime. Esta foi a maior apreensão de maconha realizada pela Polícia Federal este ano no estado de Santa Catarina.
Comunicação Social da Polícia Federal em Santa Catarina    

FICCO/Ilhéus apreende 22kg de maconha no sul da Bahia

Ação conjunta no sul da Bahia flagra suspeitos que abandonaram entorpecente e fugiram da abordagem policial na BR-101
lhéus/BA. Na última quinta-feira (1/5), a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Ilhéus - FICCO/Ilhéus apreendeu grande quantidade de drogas, nas proximidades de um viaduto da BR-101, na operação Garra de Arquimedes, em Itabuna/BA.

Durante a ação, ocupantes de um veículo suspeito arremessaram um pacote pela janela, momento em que empreenderam fuga da abordagem. No saco dispensado foram encontrados 22 quilos de maconha.

Todo o material foi apresentado na Delegacia de Polícia Civil em Itabuna para adoção das medidas cabíveis.

A FICCO/Ilhéus é composta pela Polícia Federal, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia.

Comunicação Social da Polícia Federal na Bahia

Justiça e Segurança
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Embaixada confirma visita ao Brasil de coordenador de sanções do governo Trump para discutir segurança

A embaixada dos Estados Unidos no Brasil confirmou a ida de uma comitiva americana do Departamento de Estado, equivalente ao Ministério das Relações Exteriores, a Brasília nesta semana para discutir temas ligados à segurança pública e crime organizado.

Segundo a assessoria da embaixada, a delegação será chefiada por David Gamble, chefe interino da Coordenações de Sanções do órgão. “Ele participará de uma série de reuniões bilaterais sobre organizações criminosas transnacionais e discutirá os programas de sanções dos EUA voltados ao combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas”, disse em nota.

A previsão é que ele desembarque na capital federal nesta segunda (3). A visita de Gamble foi alardeada pelo deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na sexta-feira (2). O parlamentar disse que o americano terá encontros com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e com o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A vinda reforçaria, na avaliação do deputado licenciado, que os EUA consideram sancionar o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), como ele tem pedido. À Folha Eduardo disse que os integrantes do governo “querem ouvir as pessoas perseguidas pelo Moraes”.

“Por óbvio, como ele é o especialista do Departamento de Estado para fins de sanções, ele vai tratar disso. E me abriu as portas para eu sugerir reuniões com autoridades. E assim eu fiz”, disse.

A nota da embaixada brasileira, porém, não trata dessa possibilidade. Como mostrou a Folha, um auxiliar de Lula disse que o governo brasileiro estava ciente da previsão da visita de uma comitiva americana com o objetivo de ter reuniões em nível técnico sobre segurança pública com integrantes da Esplanada.

Não houve comunicação ao governo, porém, sobre a perspectiva de visita a adversários de Lula.

Ainda assim, até este domingo (4), segundo pessoas próximas do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), havia a perspectiva de encontro. Segundo Eduardo Bolsonaro, a segurança pública também será tema das conversas com o irmão.

Ele afirmou que, em reuniões com integrantes do governo Trump na semana passada, sugeriu, a pedido de Flávio, que os EUA declarem o PCC e o Comando Vermelho como organizações terroristas, a exemplo do que o presidente americano fez com o Tren de Aragua, facção venezuelana. Isso permitiria até que imigrantes brasileiros presos no país ligados a essas organizações pudessem ser enviados para a prisão em El Salvador.

Eduardo se licenciou do mandato, em março, alegando temer ter seu passaporte cancelado por Moraes. Desde então, ele mora no Texas e tem mantido a articulação para tentar sanções a Moraes, como o impedimento de que o magistrado entre nos EUA.

Os bolsonaristas têm contado com o apoio de Steve Bannon, que foi estrategista chefe de Trump —hoje ele está afastado do presidente americano, mas que mantém contatos no governo—, e de Jason Miller, ex-conselheiro sênior do republicano.

Aliados de Bolsonaro veem dois caminhos para punir o magistrado do STF. Uma delas é o cancelamento do visto de Moraes pelo Departamento de Estado, que já sancionou algumas autoridades estrangeiras, entre elas a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner.

A outra é conseguir uma sanção mais extrema e focada apenas em Moraes pela Casa Branca. Haveria um rascunho de decreto impondo ao ministro do STF punições como as aplicadas ao procurador do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, em retaliação pelo mandado de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu.

Khan não pode entrar nos EUA e recebeu uma sanção da Ofac, Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros, que pertence ao Departamento do Tesouro dos Estados Unidos. Com isso, ele teve eventuais bens nos EUA bloqueados e ficou impedido de fazer transações com instituições americanas. O decreto de Trump determinando a sanção foi emitido em fevereiro.

Julia Chaib, Folhapress

Ministério do Trabalho quintuplica verba e contrata ONGs ligadas a sindicatos e entidade investigada


O Ministério do Trabalho quintuplicou no ano passado o valor de convênios com ONGs, tendo como uma das campeãs organização ligada ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, de onde o atual ministro, Luiz Marinho (PT), emergiu para a política.

As outras duas com mais direcionamento de verbas estão hoje sob suspeita.

O dinheiro total contratado saltou de R$ 25 milhões em 2023 (em valores nominais) para R$ 132 milhões no ano passado, sendo que a maior parte veio das emendas feitas por deputados e senadores ao Orçamento federal.

A terceira ONG com maior volume de contratos com o Ministério do Trabalho na atual gestão, iniciada em 2023, é a Unisol (Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários do Brasil), com R$ 17,6 milhões em parcerias.

De 2018 a 2023 —ou seja, no último ano da gestão de Michel Temer (MDB), durante todo o governo de Jair Bolsonaro (PL) e no primeiro ano de Lula 3— a ONG teve projetos em valores que nunca ultrapassaram R$ 4,2 milhões ao ano.

O Ministério do Trabalho foi temporariamente extinto no governo Bolsonaro, de 2019 a 2021. O Portal da Transparência mostra convênios relacionados à pasta no período, nos quais a reportagem se baseou.

A cifra atual foi alcançada graças a um contrato de R$ 15,8 milhões que prevê ajuda da Unisol na organização de catadores de lixo em Roraima e na retirada de resíduos sólidos da terra indígena yanomami, entre outros pontos.

Esse contrato é bancado com recursos do próprio governo federal destinados a combater a crise humanitária na terra indígena.

A Folha questionou a Unisol por email sobre como a entidade, sediada em São Bernardo do Campo (SP), executará o trabalho em Roraima. Não houve resposta até a conclusão desta reportagem.

A Unisol foi fundada em 2000 com apoio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. O atual presidente da entidade, Arildo Mota Lopes, era da diretoria do sindicato na gestão 2002-2005, sob a presidência do hoje ministro Marinho.

O Ministério do Trabalho afirma que o aumento nos convênios é parte de uma retomada de políticas, com investimentos em estudos sobre mercado de trabalho e outras áreas e que o contrato com a Unisol foi resultado de uma chamada pública chancelada por banca examinadora formada por especialistas.

A maioria dos recursos destinados ao terceiro setor, segundo o órgão, é vinculada a emendas impositivas –as que o governo é obrigado a pagar. “A definição das organizações aptas a receber tais recursos é realizada exclusivamente pelos parlamentares”, afirmou a pasta.

Dos R$ 76,3 milhões previstos nos dez maiores contratos do Ministério do Trabalho com entidades sem fins lucrativos, R$ 60,6 milhões vêm de emendas.

O grupo das dez entidades com maiores valores em contratos com o ministério tem quatro organizações ligadas de alguma forma ao movimento sindical.

A entidade com os maiores valores em convênios com o Ministério do Trabalho em 2023 é o Instituto de Políticas Públicas Brasil Digital. São R$ 36,1 milhões em dez contratos sustentados por emendas da bancada do Tocantins para serviços como qualificação profissional.

Quatro contratos foram investigados pela CGU (Controladoria-Geral da União). O relatório, de novembro passado, tornou-se parte da ação no STF (Supremo Tribunal Federal) que tem forçado mudanças nas regras sobre emendas parlamentares.

Segundo a CGU, haveria indícios de combinações de propostas. Além disso, parte dos compromissos firmados com o governo não teria sido cumprida. O documento afirma que as parcerias teriam causado prejuízo de ao menos R$ 1,6 milhão ao erário.

A reportagem procurou o Instituto de Políticas Públicas Brasil Digital por email, mas não houve resposta.

A CGU afirmou, no documento, que os mecanismos do ministério para monitorar os acordos com as ONGs foram incipientes.

O Ministério do Trabalho disse que, na época da contratação, a entidade apresentou os documentos necessários e que não havia “histórico de inadimplência”. Além disso, a pasta afirmou que os repasses ao instituto estão suspensos até nova manifestação da CGU.

A segunda ONG com maior volume de contratos com o Ministério do Trabalho é o Instituto Brasileiro De Cidadania e Ação Social, com R$ 25,9 milhões na atual gestão.

O instituto foi declarado inidôneo. O Ministério das Mulheres, que também tinha convênio com a entidade, colocou-a nessa categoria neste ano por falta de transparência a partir de avaliação da CGU também relacionada à ação sobre emendas no STF.

Com isso, a entidade não pode fechar contratos com o governo. Os pagamentos estão congelados enquanto a ONG não cumpre todos os requisitos, de acordo com o Ministério do Trabalho. Os acordos são sustentados por emendas da bancada de Roraima.

O ministério afirmou que os contratos foram assinados antes da punição e que, na época, foram comprovados todos os requisitos legais.

A Folha procurou a ONG por meio da página de contato e pelo telefone registrado no sistema do governo federal, mas não obteve resposta.

Caio Spechoto/Folhapress

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