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Robert Francis Prevost, novo papa Leão XIV, faz seu primeiro discurso; ASSISTA
Sinal foi emitido na tarde desta quinta-feira (8), o que significa que pontífice foi escolhido na quinta votação geral dos cardeais. Agora, fiéis ficam na expectativa do anúncio oficial do Vaticano de 'habemus papam'
https://g1.globo.com/mundo/video/fumaca-branca-novo-papa-e-escolhido-no-vaticano-13579616.ghtml
A Igreja Católica tem um novo papa. A fumaça branca foi expelida pela chaminé da Capela Sistina, no Vaticano, nesta quinta-feira (8), mostrando que cardeais reunidos no conclave elegeram o novo líder da Igreja Católica.
Os sinos da Capela Sistina também tocaram, indicando que os 133 cardeias que estavam confinados desde a manhã de quarta-feira (7) escolheram o cardeal que vai substituir o papa Francisco.
O cardeal eleito ainda não havia sido revelado até a última atualização desta reportagem pelo Vaticano, mas o tradicional anúncio de "habemus papam", em que o novo papa aparece na sacada da Basílica de São Pedro, acontecerá ainda nesta quinta— nos dois últimos conclaves, em 2005 e 2013, os anúncios demoraram entre 1h e 2h após o sinal.
Minutos apos a fumaça branca, o Vaticano afirmou também que o novo pontífice "aparecerá em breve".
A eleição de um novo pontífice também seguiu a tendência das duas eleições de papa anteriores, em 2005 e 2013, e ocorreu no 2º dia do conclave. Desta vez, havia a expectativa inicial de que o processo demorasse mais por conta do número de cardeais votantes — 133, contra 117 no conclave anterior.
A eleição do novo pontífice veio após uma fumaça preta ainda na manhã desta quinta-feira e outra na rodada inicial, na quarta-feira (7).
A escolha do novo papa ocorre também 17 dias após a morte de papa Francisco, por conta de um por conta de um AVC e insuficiência cardíaca em sua residência no Vaticano. Embora tenham sido episódios inesperados, ocorreram em um momento de saúde frágil de Francisco. Ele havia recebido alta após passar cinco semanas internado para tratar uma pneumonia.
Em um papado de 12 anos, Francisco promoveu reformas históricas e aproximou a Igreja de um catolicismo mais próximo aos fiéis, que são mais de 1,3 bilhão de pessoas pelo mundo mas que vêm diminuindo gradualmente.
A fumação branca também encerra oficialmente o chamado período de Sé Vacante, em que o "trono" da Igreja Católica fica sem um líder entre a morte de um pontífice e a eleição do sucessor.
Agora, um novo papado se iniciará e indicará se o Vaticano tem a intenção de seguir, ao menos parcialmente, ou ainda avançar na agenda de Francisco.
A multidão de fiéis, turistas e curiosos que acompanhou a escolha do papa de pé por horas na praça São Pedro também confirmou que a Igreja Católica segue despertando atenção e protagomismo mundial, mesmo com a perda gradual de seguidores.
Nos momentos de pico, durante os horários aproximados para que a fumaça fosse expelida após a votação, o público que ocupava a praça chegou a 45 mil pessoas, segundo o Vaticano.
No momento do anúncio, milhares estavam reunidos na praça São Pedro e houve comemoração, abraços e choros ao verem a fumaça branca.
Na quarta (7), a fumaça preta confirmou as expectativas para o primeiro dia do conclave, quando a possibilidade de que o novo pontífice fosse eleito era considerada muito baixa.
O resultado da primeira votação ocorreu cerca de três horas após as portas da Capela Sistina serem fechadas, marcando o início oficial do conclave no qual os 133 cardeais aptos a votar para escolher um novo papa se isolam do mundo.
Foi a maior demora dos três últimos conclaves. Um possível motivo para o atraso pode ter sido uma pregação que ocorreu antes da votação e pode ter se estendido, segundo apurou o jornalista da TV Globo César Tralli.
Outra possibilidade é o fato de que a maioria dos cardeais está em seu primeiro conclave.
Cerca de 45 mil fiéis estavam na praça São Pedro aguardando o resultado da primeira votação no momento em que a fumaça foi expelida.
Os clérigos entraram para o processo após a missa Pro Eligendo Romano Pontifice, rezada publicamente na Basílica de São Pedro nesta manhã.
Lula vai a Rússia participar de desfile que Putin usa como propaganda de sua autocracia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Moscou nesta quarta-feira, 7, como um dos poucos chefes de Estado do mundo com presença confirmada na celebração do Dia da Vitória, que marca a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na 2.ª Guerra. A visita tem um peso simbólico nas relações diplomáticas do Brasil com a Rússia e, de acordo com analistas, sinaliza a aproximação de Lula com o presidente russo Vladimir Putin.
Historicamente, Putin utiliza o Dia da Vitória para impulsionar o nacionalismo russo e projetar uma imagem de força para o mundo. Diversos chefes de Estado já participaram da celebração no passado – a exemplo do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, em 2018 -, mas desde o início da Guerra na Ucrânia, em 2022, a participação se tornou menor. Este ano, a Rússia intensificou os esforços para celebrar o 80.º aniversário do fim da guerra.
Segundo o professor de relações internacionais da ESPM, Gunther Rudzit, a presença de chefes de Estado nas celebrações é utilizada por Putin como demonstração de apoio internacional. Isso se tornou ainda mais forte após a guerra na Ucrânia, quando as relações da Rússia com a União Europeia, os Estados Unidos e aliados ocidentais se deterioraram.
O principal chefe de Estado presente este ano será o líder da China, Xi Jinping, que aumentou o laço com a Rússia após o início da guerra, sobretudo como parceiro comercial. Depois da China, o Brasil é o país com a economia mais forte a confirmar presença.
Outros convidados são os líderes das antigas repúblicas soviéticas da Armênia, Azerbaijão, Belarus, Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão. Outros são os líderes da Bósnia, Burkina Faso, Congo, Cuba, Egito, Guiné Equatorial, Etiópia, Guiné-Bissau, Laos, Mongólia, Mianmar, Palestina, Sérvia, Eslováquia, Venezuela, Vietnã e Zimbábue.
Robert Fico, o líder da Eslováquia, o único país da União Europeia a ser convidado, ainda não confirmou se estará presente. Aleksandar Vučić, o presidente da Sérvia, que busca entrar na UE, planejava ir, mas adoeceu durante uma viagem aos Estados Unidos e cancelou a viagem.
No caso de Vučić, Bruxelas chegou a alertar que a visita violaria os critérios de adesão à UE e prejudicaria o país no processo de adesão.
A expectativa da presença de chefes de Estado levou o principal conselheiro de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov, a declarar que o evento terá “grande escala”. “Apesar da atitude hostil em relação à Rússia por parte de vários países ocidentais, estamos fazendo com muito sucesso um evento de grande escala”, disse à imprensa estatal russa.
De acordo com Gunther Rudzit, o Brasil, ao confirmar presença, auxilia a Rússia a construir essa imagem. “Se trata de uma chance para a Rússia demonstrar que não está isolada na diplomacia. A ida do Brasil para o evento este ano ajuda a reforçar essa ideia”, afirmou o professor da ESPM. Em contrapartida, os ganhos para o Brasil são incertos.
Impacto para o Brasil
Para Rudzit, o Brasil não tem a ganhar com a ida de Lula a Rússia. Ao contrário, tem a perder: ao demonstrar proximidade com Putin, o brasileiro envia um recado negativo à União Europeia, que pode afetar o acordo comercial do bloco com o Mercosul. “É um acordo que se arrasta há muito tempo e que enfrenta oposição na Europa, principalmente da França. Uma imagem de Lula atrelada a Putin coloca isso sob risco”, declarou.
De acordo com o analista, esse risco é presente mesmo no momento em que a UE busca ampliar laços comerciais ante uma guerra comercial entre China e EUA, que desestabiliza as relações. “Putin é uma ameaça existencial para a Europa como conhecemos hoje. Se eles tiverem que preterir questões comerciais por existenciais, eles vão fazer”, disse Rudzit.
O professor de relações internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Pedro Brites, discorda da ideia. Segundo ele, o acordo entre os blocos está avançado e a Europa deve priorizar os laços comerciais. “A visita pode gerar algum desgaste de imagem, mas não acredito que vá além disso neste momento em que a União Europeia busca diversificar laços”, declarou.
Brites acrescenta que a visita de Lula acontece no momento em que os Estados Unidos, que até então foram os principais parceiros da Ucrânia no conflito, retomaram os diálogos com a Rússia, sob a presidência de Donald Trump. “O Brasil se sentiu mais confiante de ter uma postura mais assertiva [de aproximação com Moscou]”, declarou.
Em contrapartida, afirma Pedro Brites, o País pode aprofundar os laços comerciais com Moscou e exercer protagonismo no Brics, bloco que preside este ano e que conta com a Rússia. “O Brasil tem chance de protagonismo no Brics mais do que em qualquer outro bloco que faça parte. Por isso, há uma aposta no bloco e fortalecer as relações com outros países do Brics é estratégico para o País se mostrar forte na diplomacia”, acrescentou.
Os dois analistas concordam, no entanto, que a visita de Lula tem chances nulas de influenciar os rumos da guerra – um desejo enfatizado pelo presidente desde que voltou ao Planalto. Rudzit elenca duas razões para isso: o País não é visto por uma das partes do conflito, a Ucrânia, como imparcial; e não tem condições de exercer pressões econômicas ou políticas. Brites acrescenta que os interesses opostos de Rússia e Ucrânia dificultam qualquer mediação.
Para Rudzit, a visita acaba ainda por prejudicar a imagem da diplomacia do Brasil como um país atrelado à neutralidade. “Uma visita do Lula à Rússia durante uma guerra chancela todas as ações de Vladimir Putin na Ucrânia, desde a anexação da Crimeia em 2014 até hoje”, afirmou.
Luiz Henrique Gomes/Estadão
Drones fecham aeroportos de Moscou na véspera da visita de Lula a Putin
Pelo terceiro dia consecutivo Ucrânia e Rússia trocaram violentos ataques de drones dirigidos contra as respectivas capitais. Kiev registrou duas mortes, e Moscou fechou seus quatro aeroportos por diversas horas na madrugada desta quarta-feira (7).
O recrudescimento do conflito ocorre às vésperas da celebração em Moscou dos 80 anos da Grande Vitória, como os russos descrevem a rendição da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está a caminho da capital russa para a parada militar, ponto alto do evento organizado por Vladimir Putin, previsto para sexta-feira (9). Seu trajeto não foi prejudicado, segundo a assessoria da Presidência.
Lula decolou de Brasília por volta das 22h de terça-feira (6), num Airbus da FAB (Força Aérea Brasileira). A comitiva presidencial fez uma parada em Casablanca, no Marrocos, onde fez uma troca de aeronave já estava prevista no roteiro e embarcou em um ERJ da Embraer, também operado pela Aeronáutica. A decolagem em direção a Moscou ocorreu pouco depois das 7h no horário de Brasília.
No fim de semana, o voo que levava a primeira-dama Rosângela Lula da Silva para Moscou sofreu atraso depois que três países recusaram autorização de uso do espaço aéreo. A União Europeia está em litígio com a Rússia desde a invasão da Ucrânia ordenada por Putin, em 2022, e as sanções econômicas impostas a empresas e cidadãos do país prejudicam as conexões aéreas.
Para chegar a Moscou saindo de algum aeroporto da União Europeia, é preciso fazer escala fora do bloco, em países como Sérvia, Geórgia ou Turquia. Em Istambul, ao menos três voos para localidades russas foram cancelados durante a madrugada “por motivos de força maior”.
Segundo funcionários da Turkish Airlines, o espaço aéreo nos principais aeroportos russos haviam sido fechados após a detecção de drones. “É um país em guerra”, afirmou um deles, tentando acalmar dezenas de passageiros.
Pelo menos 350 voos foram cancelados ou atrasados na Rússia desde terça-feira (6) devido aos ataques ucranianos com drones, segundo a associação de operadores de turismo do país, na véspera dos atos de comemoração da vitória sobre a Alemanha nazista com a presença de quase 30 líderes estrangeiros.
“Afetou pelo menos 350 voos e os planos de viagem de pelo menos 60 mil passageiros”, afirmou a Associação de Operadores de Turismo da Rússia em comunicado.
Nesta quarta, o Kremlin afirmou que os serviços militares e de inteligência estão adotando as medidas necessárias para garantir a segurança durante as celebrações, incluindo uma limitação do acesso à internet em Moscou. O governo disse ainda que a ofensiva de Kiev à capital russa demonstra uma tendência ucraniana em cometer atos de terrorismo.
Putin havia proposto um cessar-fogo de três dias para esta semana, quando será anfitrião de Lula, Xi Jinping e outras duas dezenas de líderes políticos. Volodimir Zelenski classificou a oferta como hipócrita e desafiou o presidente russo a cumprir os 30 dias de cessar-fogo previstos nas recentes negociações capitaneadas pelos EUA.
O presidente ucraniano afirmou ainda que não poderia se responsabilizar pela segurança de autoridades de outros países na capital russa, justificando que não era seu papel “criar uma atmosfera agradável que permita a saída de Putin do isolamento em 9 de maio”.
Na Europa, a celebração chama a atenção pela quantidade de ditadores, autocratas e populistas, como o venezuelano Nicolás Maduro, o cubano Miguel Díaz-Canel e o eslovaco Robert Fico. Alguns alegaram doença para não comparecer, como o presidente sérvio, Aleksandar Suvic, que chegou a ser ameaçado de punição pela União Europeia.
O noticiário do continente também analisa a presença de Xi Jinping, mas com viés menos ideológico. O líder chinês se equilibra entre o apoio a Putin, isolado pelo ocidente devido à guerra na Ucrânia, e a aproximação comercial com União Europeia, que se tornou ainda mais estratégica para os dois lados após a ofensiva tarifária de Donald Trump.
Na sequência da passagem por Moscou, Xi receberá Lula em Pequim para uma visita oficial de dois dias.
José Henrique Mariante/Folhapress
Conclave, a espera pela fumaça branca no céu do Vaticano - O Assunto #1461
Votação para escolha do novo líder da igreja católica começa nesta quarta-feira (7). 133 cardeais de 70 países se reúnem em absoluto sigilo na capela Sistina.
"Extra omnes". Estas são as palavras ditas por um oficial do Vaticano ao fechar as portas da Capela Sistina. Do latim “todos para fora”, elas dão início ao processo sigiloso que, a partir da manhã desta quarta-feira, vai eleger o sucessor do Papa Francisco. A eleição do sumo pontífice terá a presença de 133 cardeais de 70 países – para que o novo papa seja eleito, é preciso que ele tenha 89 votos.
Sem candidatos oficiais, o processo pode levar dias, como explica a vaticanista Mirticeli Medeiros em conversa com Natuza Nery neste episódio. Ph.D em história do catolicismo pela Universidade Gregoriana e correspondente da GloboNews na Itália, Mirticeli lista quais são os nomes cotados para ser o novo Papa e as chances de um cardeal brasileiro ser o escolhido por seus pares: “é improvável, mas não impossível”, diz.
Direto de Roma, Mirticeli relata qual o clima na cidade e como o processo de “internacionalização” do colégio de cardeais pode dificultar um consenso. “Muitos nem se conhecem e há barreiras linguísticas”, diz. Ela conta quais temas foram discutidos nas reuniões pré-conclave e dá detalhes sobre figuras pouco conhecidas, os chamados “pope makers”, uma espécie de “cabo eleitoral” que ajuda cardeais indecisos a escolher um candidato.
O que você precisa saber:- INFOGRÁFICO: Quem são e quem nomeou os cardeais que vão escolher o novo Papa
- FOTOS: Entradas do Palácio Apostólico, onde fica a Capela Sistina, são fechadas
- À espera da fumaça branca: Vaticano divulga horários das votações no conclave
- Repórter mostra a sacada onde o novo papa será apresentado
- 5 coisas que você talvez não saiba sobre a Capela Sistina, onde o conclave é feito
- Por Natuza Nery, g1
Juíza que anulou decisão de prisão contra Evo Morales na quarta (30) é presa na Bolívia
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Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil/Arquivo |
A polícia da Bolívia prendeu nesta segunda-feira (5) a juíza Lilian Moreno que, na última quarta-feira (30), anulou uma ordem de prisão contra o ex-presidente Evo Morales, devido a um caso no qual ele é acusado de estuprar e traficar uma adolescente. A decisão da juíza já havia sido suspensa por outro tribunal, informou o Ministério Público.
A prisão ocorreu em Santa Cruz de la Sierra, no leste do país, onde fica gabinete da juíza. Ela também rejeitou as acusações contra o líder indígena, o congelamento de seus bens e a proibição de deixar o país.
“Com uma resolução fundamentada, os policiais cumpriram” uma ordem de prisão contra a juíza Lilian Moreno, disse Roger Mariaca, procurador-geral da Bolívia, em entrevista coletiva.
No domingo (4), o Ministério da Justiça anunciou que havia denunciado a magistrada pelos supostos crimes de desobediência a resoluções constitucionais e prevaricação, que consiste em ditar disposições fora da lei.
Segundo a acusação, o ex-presidente teve uma relação com uma garota de 15 anos em 2015, com quem teve uma filha um ano depois. A acusação afirma que Evo concedeu benefícios aos pais em troca de sua filha, que fazia parte da “guarda juvenil” do então partido do ex-presidente. Ele nega essas acusações.
Desde janeiro, o ex-presidente está refugiado em Chapare, reduto da produção de coca no centro do país, onde vive cercado por apoiadores. Um tribunal determinou sua prisão, mas ele resiste à detenção.
Evo, 65, governou a Bolívia entre 2006 e 2019. Após declarar-se vencedor para um quarto mandato, renunciou em meio a denúncias de fraude e foi para o exílio no México. Ele foi sucedido por Jeanine Áñez, que assumiu interinamente, mas acabou presa dois anos depois, acusada de envolvimento em golpe de Estado.
De volta ao país, Evo apoiou a eleição de seu ex-ministro Luis Arce, de quem depois se desassociou. A tensão entre ambos se agravou após a tentativa de golpe militar em junho de 2024, liderada pelo general Juan José Zúñiga, que cercou o palácio presidencial com tanques.
Zúñiga, preso em seguida, declarou ter agido sob ordens de Arce —o presidente nega. Evo acusou o atual governo de tentar barrar seu retorno ao poder por meio de um autogolpe.
Apesar de planejar nova candidatura, Evo foi declarado inelegível pela Justiça.
Folhapress
Conclave mais longo durou quase 3 anos, e mais curto, algumas horas; veja duração média dos últimos 10
Fechado ao público e sujeito a articulações internas, o conclave pode variar muito em sua duração. O processo passou a ter formato parecido com o que ocorre hoje a partir do século 13, justamente após a escolha mais demorada da história da Igreja Católica.
Depois que Clemente 4º morreu, em novembro de 1268, os cardeais levaram 2 anos e 10 meses para eleger o sucessor, Gregório 10, supostamente devido a divisões entre cardeais italianos e franceses. O nome só saiu depois que eles foram trancados em uma sala sem teto e refeições à base de pão e água. Gregório 10 publicou, então, uma lista de regras determinando a eleição secreta e fechada, obrigando os votantes a saírem apenas com o eleito decidido.
Pelos registros do Vaticano, dois outros conclaves duraram dois anos ou mais. Um ocorreu de 1314 a 1316, em 27 meses, cuja demora também se atribui a um racha entre representantes da Itália e da França. O eleito foi o papa João 22. Cerca de cem anos depois, os cardeais levaram de 1415 a 1417 para eleger Martinho 5º, cuja ascensão encerrou o chamado Grande Cisma do Ocidente, quando se chegou a ter três papas simultaneamente, em decorrência de divisões dentro da Igreja.
Em contraste, o conclave de 1503 é até hoje o mais curto da história. De acordo com os registros da época, apenas algumas horas foram necessárias para a eleição do cardeal italiano Giuliano della Rovere, que se tornou papa Júlio 2º. Havia grande consenso em torno de seu nome antes da votação, que se deu praticamente por aclamação.
Não se espera que os 133 cardeais votantes do conclave marcado para esta quarta (7) tenham um candidato com tamanha unanimidade, mas a duração das eleições papais vem caindo. Nos últimos dez conclaves, o tempo médio até o ‘habemus papam’ foi de 3 dias.
Durante a votação, a maioria dos eleitores dormirá em um hotel atrás da Basílica de São Pedro, sem direito de se comunicar com o mundo externo —ou seja, sem TV, telefone ou internet. A lógica do isolamento vem do próprio nome conclave, oriunda do latim “cum clave” (com a chave), isto é, quando os cardeais são trancados em um recinto para tomarem a decisão.
Folhapress
Nicarágua deixa a Unesco em protesto contra prêmio de liberdade de imprensa concedido a jornal
A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) anunciou neste domingo, 4, a retirada da Nicarágua da agência especializada das Nações Unidas (ONU) por causa da concessão de um prêmio da organização que celebra a liberdade de imprensa a um jornal nicaraguense, o La Prensa.
A diretora geral da Unesco, Audrey Azoulay, anunciou que havia recebido uma carta na manhã de domingo do governo nicaraguense anunciando sua retirada devido à atribuição do Prêmio Mundial de Liberdade de Imprensa Unesco/Guillermo Cano.
“Lamento essa decisão, que privará o povo da Nicarágua dos benefícios da cooperação, especialmente nos campos da educação e da cultura. A Unesco está totalmente dentro de suas atribuições quando defende a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa em todo o mundo”, disse Azoulay em comunicado.
A Nicarágua era um dos 194 estados membros da organização. Os membros da Unesco criaram o prêmio de liberdade de imprensa em 1997, e o prêmio de 2025 foi atribuído no sábado ao La Prensa por recomendação de um júri internacional de profissionais da mídia.
Estadão Conteúdo
Com exceção de Ratzinger, clima de ‘já ganhou’ não funciona em conclave
Na próxima quarta-feira (7), 133 cardeais se reunirão na Capela Sistina para escolher o sucessor do papa Francisco. O resultado é incerto, e o provérbio comum entre os romanos ressurge: “Quem entra papa no conclave sai cardeal”.
A máxima se deve ao fato de que, em geral, os apontados como favoritos não se tornaram pontífices em conclaves recentes. Foi o caso das eleições de João Paulo 1º, João Paulo 2º e do papa Francisco. Joseph Ratzinger, eleito em 2005 como Bento 16, foi a exceção desde 1978.
Em 2013, o argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito mesmo sem estar entre os principais nomes cotados para a sucessão. Na ocasião, a Folha apontava nomes como o brasileiro dom Odilo Scherer, o italiano Angelo Scola (preferido de Bento 16), o canadense Marc Ouellet e o americano Timothy Dolan.
Arcebispo de Milão, Scola era o principal nome na disputa, visto como uma opção de continuidade, alinhada com as ideias conservadoras de Bento 16. Já dom Odilo, arcebispo de São Paulo, era considerado uma figura moderada, com grande apoio latino-americano.
Mas a primeira renúncia papal em mais de seis séculos surpreendeu fiéis, dificultou a articulação de alianças e abalou as previsões. A fragmentação de votos abriu espaço para a ascensão do cardeal argentino, até então considerado improvável. Bergoglio passou a ser visto como uma alternativa de consenso, unificando os votos dos insatisfeitos com as opções mais tradicionais.
Dos 115 cardeais presentes em 2013, 68 já haviam participado do conclave de 2005, quando Bergoglio ficou em segundo lugar, segundo relatos da imprensa —algo que não pode ser verificado de forma independente, já que os votos não são divulgados oficialmente e são queimados após a contagem, em cumprimento à tradição dos conclaves.
Já em 2005, Ratzinger “entrou papa” na disputa e saiu dela, de fato, como Bento 16. No dia da morte de João Paulo 2º, em 2 de abril daquele ano, a Folha o destacava como o ultraconservador mais poderoso da Cúria, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Mesmo criticado em parte por suas posições doutrinárias e pelo fato de ser mais um europeu a comandar o Vaticano, foi eleito.
Antes dele, tanto João Paulo 1º como João Paulo 2º desafiaram as previsões. Ambos foram eleitos em 1978, ano marcado por dois conclaves e três papas.
Albino Luciani, patriarca de Veneza, não figurava entre os principais papáveis antes de se tornar João Paulo 1º. Ficou apenas 33 dias no cargo. Com sua morte repentina, um novo conclave foi convocado.
A Folha publicou à época que se esperava outro italiano e que o próximo papa deveria ser um pastor, não um político. No entanto, os cardeais surpreenderam ao eleger o polonês Karol Wojtyła — o primeiro não italiano em 455 anos.
Desde a internação do papa Francisco, em fevereiro, o cardeal italiano Pietro Parolin, 70, secretário de Estado da Santa Sé, passou a atrair os olhares dos vaticanistas. Ele ocupa o cargo mais importante da Cúria Romana, o braço administrativo do Vaticano, e será o responsável por organizar o próximo conclave. Desde o início, aparece no topo da lista de favoritos para suceder Francisco. A partir de quarta (7), ele saberá se entrará cardeal e sairá papa.
Folhapress
Terremoto de magnitude 7,4 atinge Chile e gera alerta de tsunami
Um terremoto de magnitude 7,4 atingiu a Passagem de Drake, entre o Cabo Horn e a Antártida, a uma profundidade de 10 km nesta sexta-feira (2), informou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).
O Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres do Chile informou que uma área costeira da região de Magalhães, no extremo sul do país, deve ser desocupada devido ao risco de tsunami.
O presidente chileno, Gabriel Boric, também fez um apelo para a desocupação da região afetada pelas redes sociais: “Estamos pedindo a evacuação da costa em toda a região de Magallanes”.
O chefe de Estado destacou que todos os recursos do governo serão disponibilizados para lidar com qualquer impacto.
Vídeos nas redes sociais mostraram pessoas saindo calmamente enquanto sirenes soavam ao fundo. O Serviço Hidrográfico e Oceanográfico do Chile (SHOA) estimou que as ondas atingirão bases na Antártida e cidades no extremo sul do Chile nas próximas horas.
O Instituto Antártico do Chile (INAHC) informou à Reuters que as bases estão sendo desocupadas.
O Serviço Nacional de Prevenção e Resposta ante Desastres chileno (Senapred) informou que está estabelecendo estado de precaução — um alerta associado a tsunamis de pequena magnitude.
A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), pontuou que ondas de 0,3 a 1 metro são esperadas na Antártida, e ondas de 1 a 3 metros podem atingir o Chile. Da Reuters
Quais são os minerais que Trump exigiu da Ucrânia em acordo – e por que são tão importantes
EUA e governo ucraniano assinaram acordo para exploração de terras raras e outros recursos naturais nesta quarta-feira (30).Os Estados Unidos e a Ucrânia assinaram nesta quarta-feira (30) um acordo para a exploração das chamadas terras raras ucranianas.
O documento foi assinado após meses de negociação tensa entre os países. Ele é visto como uma estratégia do presidente americano, Donald Trump, de reduzir a dependência das importações da China, além de recuperar os bilhões de dólares enviados aos ucranianos durante o conflito com a Rússia de Vladimir Putin.
Com o acordo, Trump passa a ter um interesse direto na estabilidade da Ucrânia e o fim do conflito no leste europeu. Apesar de o texto não prever garantias de segurança à Ucrânia, os americanos poderiam agir em defesa de seus investimentos.
O republicano tem buscado mediar a paz entre os dois países. No entanto, dá sinais de perder a paciência com o que considera uma recusa da Rússia em engajar nas negociações de paz.
Para a Ucrânia, o acordo é visto como benéfico por prever um fundo de ajuda na reconstrução de regiões afetadas pelo conflito. O texto afirma que o país será o responsável por determinar o que os americanos poderão extrair.
Entenda nos tópicos abaixo (clique para seguir o conteúdo):
O que são as terras raras e quais são os minerais encontrados nelas
As terras raras são um grupo de elementos químicos normalmente encontrados na natureza misturados a minérios de difícil extração. Entre os elementos há: escândio, ítrio, cério e praseodímio.
- ferro;
- manganês;
- urânio;
- titânio;
- lítio; e
- minérios de zircônio.
Na Ucrânia, boa parte dessas reservas está no leste, em regiões como Donetsk, Luhansk e Dnipropetrovsk. Essas áreas foram fortemente afetadas pela guerra com a Rússia.
Qual é a importância das terras raras para a indústria
Esses minerais são conhecidos como o 'ouro do século 21'. Eles são cobiçados por grandes grupos da indústria, principalmente para a fabricação de componentes elétricos, como os de smartphones.
Os elementos também são essenciais na fabricação de baterias, equipamentos médicos, armas e componentes da indústria aeroespacial.
Esses recursos representam quase metade do Produto Interno Bruto (PIB) da Ucrânia e dois terços das exportações do país.
Hoje há poucos pontos de mineração de terras raras fora da China.
O potencial de mineração na Ucrânia ainda não é claro, porque as reservas estão espalhadas pelo país e os estudos existentes são considerados inadequados, de acordo com analistas ouvidos pela Associated Press. A perspectiva, porém, é promissora.
O que prevê o acordo entre EUA e Ucrânia
O acordo prevê que os Estados Unidos tenham acesso preferencial à exploração de terras raras. O texto lista 55 deles, mas abre margem para que a relação cresça ainda mais. O tratado tem validade de 10 anos.
A ministra da Economia da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, afirmou que o acordo é benéfico tanto para Kiev quanto para Washington.
"Este é um acordo no qual os Estados Unidos observam o seu compromisso de promover a paz a longo prazo na Ucrânia e reconhecem a contribuição que a Ucrânia fez para a segurança global ao abrir mão de seu arsenal nuclear", escreveu em uma rede social.
Será criado um fundo conjunto entre os Estados Unidos e a Ucrânia para financiar projetos de reconstrução. Ele será abastecido com 50% dos lucros e royalties que o governo ucraniano receber de novas permissões para exploração dos recursos naturais.
Apenas a ajuda militar concedida após a assinatura do pacto contará na cota americana. A assistência prestada antes do acordo não será considerada.
O texto final não entra em conflito com o processo de adesão da Ucrânia à União Europeia — ponto considerado essencial por Kiev.
Desde que voltou à presidência dos EUA, Trump tem buscado mediar a paz entre os ucranianos e os russos. Segundo a agência de notícias Reuters, o acordo não prevê explicitamente garantia alguma de segurança para a Ucrânia.
No entanto, a Casa Branca argumenta que o investimento dará aos Estados Unidos uma participação implícita na defesa da Ucrânia. Isso poderá dissuadir o exército russo de realizar novos ataques, por medo de que os EUA retaliem para proteger o seu investimento.
Na terça-feira (29), Trump disse que não ficou "feliz" com o novo ataque de mísseis russos à Ucrânia.
"O acordo sinaliza claramente para a Rússia que o governo Trump está comprometido com um processo de paz centrado em uma Ucrânia livre, soberana e próspera no longo prazo", disse o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, em um comunicado.
🇺🇸 O que Trump e os EUA ganham com o tratado
Trump pressionava o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, por um acordo desde fevereiro. Eles chegaram a bater boca durante um encontro na Casa Branca para discutir o assunto.
Os recursos representam um interesse estratégico para os EUA, já que 80% dos minerais raros usados na indústria americana vêm da China.
A exploração dos solos ucranianos permitiria aos EUA uma menor dependência do mercado chinês. Consequentemente, esses materiais também interessam aos europeus pelas mesmas razões.
Trump também já afirmou que o pacto é uma forma de fazer com que a Ucrânia reembolse os EUA pelos bilhões de dólares enviados em ajuda militar e financeira durante o conflito com a Rússia, que começou em 2022.
Você pode ficar o quanto quiser, diz Donald Trump a Elon Musk, que se afasta de Washington
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Foto: Reprodução/Instagram |
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, agradeceu nesta quarta-feira (30) ao bilionário Elon Musk pelo trabalho no governo e disse que ele está convidado a permanecer no governo, embora o empresário esteja se afastando, pelo menos fisicamente, de Washington.
Apesar da declaração que deixa as portas da Casa Branca abertas para o homem mais rico do mundo, o comentário foi feito em tom de despedida. “Você é bem-vindo a ficar pelo tempo que quiser”, disse Trump. “Mas, em algum momento, acho que ele quer voltar para casa, para seus carros”.
Os comentários foram feitos durante reunião de gabinete, da qual Musk participou, mesmo dando sinais de que se afastará da gestão. O bilionário teceu elogios à equipe de Trump e comentou, em tom jocoso, os protestos contra suas empresas.
O empresário disse recentemente que reduzirá significativamente seu tempo de atuação à frente de um gabinete na Casa Branca. E o próprio Trump afirmou a aliados no início de abril que Musk deixará o governo em breve.
Durante a reunião desta quarta, o republicano comentou ainda que o aliado tem sido tratado injustamente pela sua relação com o governo. Trump se referiu aos protestos contra as empresas do bilionário, que viu diversos carros da Tesla pelo mundo serem incendiados.
O empresário é conselheiro de Trump e lidera, ainda que não oficialmente o Doge (Departamento de Eficiência Governamental). Nesta semana, a chefe de gabinete da Casa Branca, Susie Willes, afirmou ao New York Post que Musk não tem despachado da Casa Branca e que eles têm feito reuniões por telefone na maioria.
Musk usava dois bonés na reunião, um com o nome do Doge e outro onde se lia “Golfo da América”, originalmente o golfo do México, renomeado por Trump por decreto, a despeito das convenções internacionais.
Julia Chaib/Folhapress
'Nossa era dourada está só começando', diz Trump no discurso de 100 dias de governo
O presidente americano, Donald Trump, encerrou seu discurso de 100 dias de governo em Warren, no Michigan, na terça-feira (30), com o mesmo tom provocador e populista que marcou sua campanha e retorno à Casa Branca. Do lado de fora da Macomb Community College, manifestantes protestavam contra seu governo, enquanto no interior o líder republicano era ovacionado por apoiadores ao som de God Bless The USA.
No comício, Trump revisitou os principais temas que o consagraram politicamente: críticas ao Judiciário, ataques aos antecessores, promessas sobre imigração e economia, e até mesmo insinuações sobre a eleição de 2020, que ele segue alegando — sem provas — ter sido fraudada. Em um discurso errático, mas muito característico do líder republicano, sobrou espaço até para comentários sobre “ovos” e "tamanho de plateias". A fala, embora pensada como uma celebração dos 100 primeiros dias de seu segundo mandato, serviu mais como um retrato fiel dos quatro anos que se desenham — e da retórica que continua a moldar sua presidência.
A marca de 100 dias é amplamente vista como o primeiro grande termômetro de qualquer administração. Nos Estados Unidos, a tradição começou com Franklin Roosevelt, que em 1933, nos primeiros meses de seu mandato, aprovou dezenas de leis e decretos para enfrentar a crise econômica e dar início ao New Deal. Desde então, o período passou a ser visto como uma oportunidade de avaliar as façanhas — ou os tropeços — iniciais de cada presidente. No caso de Trump, serviu mais como um retrato fiel dos quatro anos que se desenham — e da retórica que continua a moldar sua presidência.
Pior desaprovação desde 1945Trump enfrenta a pior avaliação dos 100 primeiros dias de governo nos últimos 80 anos. Segundo pesquisa da ABC News em parceria com o jornal The Washington Post e o instituto Ipsos, divulgada no domingo (27), apenas 39% dos americanos aprovam sua gestão, enquanto 55% a desaprovam. Além disso, 64% acreditam que o presidente americano está indo longe demais em sua tentativa de expandir seus poderes.
O principal foco das críticas recai sobre a condução da economia, marcada por tarifas comerciais agressivas e tensões com a China. O estilo autoritário do republicano também pesa negativamente. A média das últimas pesquisas nacionais, incluindo levantamentos do canal Fox News e da NPR/PBS, confirma a tendência: Trump tem hoje entre 42% e 44% de aprovação — índices inferiores aos de Joe Biden, Barack Obama e George W. Bush nos 100 primeiros dias de seus governos. A única comparação possível, até agora, é com ele mesmo, no primeiro mandato, entre 2017 e 2021.
Recorde de decretos e guerra comercial Trump assinou 142 decretos desde o início do seu segundo mandato, em 20 de janeiro — um recorde absoluto para os primeiros 100 dias de governo. Só na primeira semana, foram 37 ordens executivas, superando o ritmo de qualquer outro presidente mericano.
Segundo a plataforma American Presidency Project, os decretos de Trump se concentram principalmente em cinco áreas: redução do tamanho do governo federal, política externa e defesa, imigração e segurança nas fronteiras, energia e recursos naturais, além de tarifas comerciais. Algumas medidas, como a que congela ajuda externa e a que proíbe pessoas trans de servirem nas Forças Armadas, estão temporariamente suspensas por decisões judiciais. A Suprema Corte, inclusive, deve julgar em maio a legalidade da ordem executiva que quer revogar o direito à cidadania por nascimento.
Em termos de política internacional, Trump voltou com força total. Um dos principais marcos dos primeiros 100 dias de seu segundo mandato é a intensificação da guerra comercial com a China — agora com tarifas de até 145% sobre produtos chineses. Segundo Trump, o objetivo é “acabar com o maior roubo de empregos da história mundial”.
Além disso, o governo impôs tarifas-base de 10% sobre todos os bens importados, além de alíquotas de 25% sobre aço, alumínio, automóveis e peças. Apesar da tensão com Pequim, Trump afirmou que acredita em um acordo futuro, desde que seja "justo". Enquanto isso, executivos do setor automotivo foram poupados de parte dos impactos com novas ordens executivas assinadas nesta terça-feira. “Eles vão ganhar muito dinheiro, vão gerar muitos empregos”, declarou Trump em seu discurso no Michigan.
Imigração tem menor rejeição no governo TrumpApesar da baixa aprovação geral em seus primeiros 100 dias, a política migratória de Trump se destaca como um dos pontos menos criticados. De acordo com a Casa Branca, desde que assumiu, o atual governo prendeu mais de 150 mil imigrantes ilegais e deportou mais de 139 mil. Nas pesquisas de opinião, sua gestão da imigração apresenta índices de aprovação consideravelmente mais altos. O presidente tem 49% de apoio às medidas para a segurança de fronteiras, segundo a NBC News, e 53% de aprovação na gestão da fronteira sul com o México, segundo a CNBC.
Durante o comício de terça-feira, Trump comemorou o que chamou de "recorde histórico" na queda das entradas ilegais pela fronteira sul dos Estados Unidos, com um número recorde de apenas 7.180 travessias em março. Ele reafirmou que o combate a "invasores" é seu dever como comandante do país e prometeu continuar com deportações em massa, apesar das críticas e bloqueios judiciais.
Um Departamento de Eficiência pouco eficienteO Departamento de Eficiência Governamental (Doge), criado por Trump e liderado por Elon Musk, tem como objetivo cortar gastos excessivos e enxugar a máquina pública. Em seus primeiros 100 dias, o organismo viu 75 mil funcionários federais aderirem a um programa de demissão voluntária. No entanto, o impacto real é incerto, já que as exoneraões foram desorganizadas e alguns funcionários foram reintegrados judicialmente.
A Casa Branca alega que o Doge já desmantelou agências federais e obteve acesso a dados sensíveis, mas não há evidências de que essas mudanças tenham gerado economia significativa. Críticos argumentam que o programa é precipitado e pode prejudicar a administração pública, enquanto a equipe de Trump defende a ideia de "menos burocracia, mais eficiência".
Prisão de juízes e cortes na educaçãoRecentemente, o presidente americano ignorou uma determinação unânime da Suprema Corte dos Estados Unidos para o retorno do imigrante Kilmar Abrego Garcia, deportado indevidamente para El Salvador. A decisão de Trump gerou críticas. O episódio também se reflete em ações mais drásticas contra a Justiça. O FBI prendeu a juíza Hannah Dugan, de Wisconsin, acusada de obstruir uma operação de deportação. Ela teria tentado ajudar um indivíduo sem documentos a evitar a prisão.
Trump, por sua vez, não esconde seu descontentamento com juízes que bloqueiam suas políticas. Em diversas ocasiões, ele chamou os magistrados de “lunáticos da esquerda radical” e chegou a pedir o impeachment de alguns deles. Críticos afirmam que Trump está desrespeitando a Constituição americana para alcançar seus objetivos de deportação.
No setor da Educação, Trump desmantelou o Departamento e entrou em confronto com algumas das universidades mais prestigiadas dos Estados Unidos. Em um embate com a Universidade de Harvard, Trump cortou fundos federais e benefícios fiscais após a instituição se recusar a aceitar intervenções do governo.
Segundo a pesquisa da ABC News/Washington Post/Ipsos, a população americana se posicionou amplamente ao lado da universidade. Segundo a sondagem, 66% apoiam a instituição e apenas 32% concordam com a atitude do presidente.
Anistia a milhares de participantes de ataque ao Capitólio Outra de suas polêmicas medidas foi o decreto para perdoar todos os condenados por crimes relacionados à invasão e ao ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021. A ordem executiva, assinada nas suas primeiras 24 horas de seu segundo mandato beneficiou cerca de 1.500 réus, muitos com registros criminais anteriores.
Além disso, ele atenuou as sentenças de 14 indivíduos ligados aos grupos extremistas Oath Keepers e Proud Boys, envolvidos no planejamento do ataque que contestou a eleição do presidente Joe Biden.Por Luciana Rosa/G1
Apagão gera caos em Portugal e Espanha, que após 10 h seguem parcialmente sem luz elétrica
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Poto: Reprodução/Redes sociais |
Um apagão de grandes proporções atingiu nesta segunda-feira (28) partes da Europa, especialmente Espanha e Portugal, gerando caos no transporte público, atrasando voos e limitando atendimento no sistema de saúde desses países. Houve relatos de problemas também nas redes de energia da França e Bélgica, porém em menor proporção.
No fim da tarde, no horário de Brasília, o sistema havia retornado em apenas algumas regiões dos dois primeiros países. Na Espanha, partes de Galícia, País Basco e Catalunha tinham recuperado a eletricidade, enquanto municípios na região de Madri começavam a retomar o sinal de internet. Em Portugal, o premiê, Luís Montenegro, pediu paciência e afirmou que a rede será restabelecida “nas próximas horas”.
Dados da Rede Elétrica da Espanha reunidos pelo El País mostram uma queda brusca no consumo às 12h25 locais (7h25 no Brasil). Nesse horário, a demanda caiu pela metade em menos de uma hora. Mais tarde, o Ministério do Interior espanhol declarou estado de emergência nas regiões atingidas. Na França, a operadora RTE disse que houve uma breve interrupção, mas que a energia foi restaurada rapidamente.
Logo após o apagão, o Incibe (Instituto Nacional de Cibersegurança da Espanha) afirmou que estava verificando se a falta de luz havia sido um ciberataque —possibilidade levantada também pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial português, Manuel Castro Almeida, em entrevista à emissora RTP 3.
A hipótese deu origem até mesmo a uma notícia falsa de que o corte de energia se devia a um ataque russo. Ao longo da tarde, porém, a possibilidade de uma sabotagem perdeu força —o presidente do Conselho Europeu, o português António Costa, afirmou que, até aquele momento, não havia indícios de que o apagão generalizado fosse resultado de um ciberataque.
Uma teoria que ganhou tração tem relação com questões climáticas. Em um primeiro momento, a REN (Redes Energéticas Nacionais), responsável pela distribuição de energia em Portugal, chegou a dizer que um fenômeno atmosférico raro na Espanha, produzido por variações extremas de temperatura no interior do país, podia ter sido o responsável pelo apagão.
Ao jornal The New York Times, porém, um funcionário da empresa descartou essa possibilidade, acrescentando que a informação havia causado “dor de cabeça”. Sem dar detalhes, ele disse acreditar que o apagão foi causado por uma interrupção na rede elétrica europeia.
A companhia disse ainda que a restauração completa da rede elétrica do país pode levar até uma semana, embora Montenegro tenha falado em um restabelecimento dentro de algumas horas.
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, fez um apelo para que não se especulasse, mas não descartou nenhuma hipótese. “Ainda estão estudando as causas”, afirmou ele no Palácio da Moncloa. O líder pediu ainda que a população reduza ao máximo seus deslocamentos e limite o uso de seus celulares somente para o que for “estritamente necessário”.
Ele disse também que o funcionamento das centrais hidrelétricas havia sido restabelecido, sem se comprometer, no entanto, com um prazo para o retorno à normalidade.
Ao longo do dia, trechos do metrô de Madri foram esvaziados e a circulação ferroviária foi interrompida em todo o país. Em Atocha, por exemplo, uma das principais estações ferroviárias da cidade, os passageiros esperavam nas plataformas com os trens parados. Quem se locomovia com carro não era poupado, já que enfrentava congestionamentos devido à falta de semáforos em funcionamento.
“Simplesmente não sei a quem recorrer. Minha filha em Barcelona está dando à luz. Vamos perder a conexão para chegar lá”, disse Ángeles Álvarez, do lado de fora da estação ferroviária de Atocha, uma das principais de Madri.
Centenas de pessoas estavam do lado de fora de edifícios de escritórios nas ruas da capital espanhola, onde havia uma forte presença policial ao redor de edifícios importantes, segundo uma testemunha da agência de notícias Reuters.
Nas redes sociais, um usuário compartilhou uma cena em que passageiros saem de um trem e andam sobre os trilhos no Monte Archanda, em Bilbau, cidade no norte da Espanha.
O apagão afetou até mesmo uma partida de tênis. O ATP Masters 1000, um dos principais torneios de tênis do mundo, que ocorria em Madri, foi suspenso temporariamente. O italiano Matteo Arnaldi, que surpreendeu Novak Djokovic no sábado (26), estava vencendo o bósnio Damir Dzumhur quando o jogo foi interrompido. O apagão também obrigou o búlgaro Grigor Dimitrov e seu adversário britânico Jacob Fearnley a saírem da quadra.
“Duas partidas de simples e uma de duplas no evento ATP Masters 1000 estavam em andamento quando a energia foi perdida às 12h34, horário local”, disse a ATP em seu site oficial. “Estamos trabalhando para restaurar a normalidade o mais rápido possível”, publicou a conta do Open de Madrid no X.
O temor de que o apagão se estenda por muito tempo fez alguns madrilenhos estocarem comida. As prateleiras de um supermercado na capital estavam vazias enquanto pessoas tentavam estocar água, ovos e leite e formavam longas filas.
“Saí do trabalho, de repente acabou a energia e as pessoas começaram a comprar”, disse Joanly Perez, uma médica de 33 anos em Madri. “As pessoas não têm certeza do que pode acontecer e estão comprando itens essenciais básicos, só por precaução.”
Já em Portugal, a fornecedora de água Epal disse que o abastecimento também poderia ser interrompido, e houve uma corrida aos supermercados para comprar suprimentos de emergência, como lampiões a gás, geradores e baterias.
Tanto em Portugal quanto na Espanha, diversos hospitais tiveram que restringir suas operações. Na capital espanhola, a queda de energia paralisou sistemas internos do Doce de Octubre, que suspendeu consultas e cirurgias agendadas e limitou o atendimento a procedimentos urgentes e extraordinários.
A polícia portuguesa afirmou que os semáforos foram afetados em todo o país, e, em Lisboa e no Porto, o metrô foi fechado. Há diversos relatos na imprensa sobre bancos sem funcionar e lojas fechadas nessas duas cidades, as maiores de Portugal, incluindo o histórico mercado do Porto. A ANA, empresa responsável pelos aeroportos do país, afirmou que os geradores de emergência foram acionados.
“Nos aeroportos de Faro e do Porto estão a fazer-se todas as aterragens e descolagens, com recurso a energia de gerador, enquanto em Lisboa estão também a acontecer aterragens e descolagens, mas com maior limitação”, disse a empresa, segundo o jornal Público.
A REN, de Portugal, confirmou o corte de eletricidade em toda a Península Ibérica e afirmou que os planos para a restauração do fornecimento de energia estão sendo ativados. “A REN está em contato permanente com entidades oficiais, nomeadamente a Autoridade Nacional de Proteção Civil. Ao mesmo tempo, as possíveis causas deste incidente estão sendo avaliadas”, afirmou a companhia.
A empresa afirmou também que suas equipes estão em ação para retomar o fornecimento a pontos de consumo prioritários, como hospitais, forças de segurança, aeroportos e infraestruturas ferroviárias e rodoviárias.
A Aena (Aeroportos Espanhóis e Navegação Aérea), que administra 46 aeroportos na Espanha, relatou atrasos de voos em todo o país. De acordo com o El País, porém, o tráfego aéreo havia reduzido 20% devido a precauções de segurança relacionadas às telecomunicações. Os aeroportos das Ilhas Baleares e Canárias não foram afetados pelos cortes de energia, e os demais estão operando com geradores, de acordo com o governo.
Em Portugal, a Anac (Autoridade Nacional de Aviação Civil) disse ter ativado os planos de contingência e pediu para os passageiros não se dirigirem ao aeroporto. Diversas pessoas que não viram o aviso ou que já estavam a caminho do terminal não conseguiram entrar, de acordo com a imprensa local.
Apagões tão generalizados são incomuns na Europa. Em 2003, um problema com uma linha de energia hidrelétrica entre a Itália e a Suíça causou uma queda de energia em toda a península italiana por cerca de 12 horas. Já em 2006, uma rede de energia sobrecarregada na Alemanha causou cortes de eletricidade em partes do país e na França, Itália, Espanha, Áustria, Bélgica, Holanda e até no Marrocos.
Agora, o impacto da falta de energia na população fez os governos de ambos os países se movimentarem. O governo de Sánchez formou um gabinete de crise na sede da Rede Elétrica para lidar com a situação; em Portugal, o governo anunciou uma reunião extraordinária dos ministros na residência oficial do primeiro-ministro, segundo o Público.
Folhapress
Plataforma de controle de voos mostra aviões 'desaparecendo' após apagão em Portugal; VÍDEO
Apagão de energia elétrica atinge grandes partes da Espanha e de Portugal. Por causa da falta de luz, que começou por volta das 12h do horário local - 7h de Brasília -, vários serviços foram interrompidos.
Espaço aéreo português imediatamente antes do apagão e depois dele — Foto 1: Reprodução/ Flightradar24 — Foto 2: Flightradar24
O apagão de energia elétrica que atingiu grandes partes da Espanha e de Portugal nesta segunda-feira (28) afetou aeroportos e estações de trem nos dois países. Imagens captadas pela plataforma de monitoramento de voo Flightradar24 mostram impacto do problema no tráfego aéreo no aeroporto internacional de Lisboa (veja no gif acima).
Por causa da falta de energia, que começou por volta das 12h no horário local (7h em Brasília), vários serviços foram interrompidos. Companhias aéreas relatam problemas nos aeroportos de Barajas, em Madri, e El Prat, em Barcelona.
A ANA, operadora aeroportuária portuguesa, informou que não prevê decolagens de voos de Lisboa antes das 22h (horário local; 18h em Brasília), devido ao blecaute que atingiu Península Ibérica.
No site do aeroporto, um aviso alerta os passageiros:
"Devido a um corte geral de energia, poderão ocorrer problemas operacionais. Entre em contato com sua companhia aérea antes de se dirigir ao aeroporto."
A operadora da rede elétrica de Portugal afirmou, por volta das 11h de Brasília, que o apagão foi resultado de uma falha na rede espanhola, relacionada a um fenômeno atmosférico raro. Não há indicativo de que a falha tenha sido causada por um ciberataque.
Imagens mostram o metrô de Madri parado e às escuras após apagão.
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O chefe de operações da rede REE, da Espanha, afirmou que o restabelecimento do fornecimento de energia na Espanha poderia levar de seis a dez horas.
O primeiro-ministro de Portugal, Luis Montenegro, disse que a expectativa é que a energia seja restabelecida no país nas "próximas horas".
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