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Agência estatal do Irã pede orações após incidente com helicóptero que levava o presidente

Um helicóptero no qual viajava o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, 63, passou por um incidente neste domingo (19) e precisou fazer um “pouso difícil”, de acordo com o Ministério do Interior iraniano. O órgão afirmou que equipes de resgate já atuam na região, mas que o mau tempo e a neblina dificultavam operações.

Uma autoridade iraniana ouvida pela agência Reuters disse que as informações que chegavam do local do incidente eram “muito preocupantes”, e que as vidas de Raisi e do ministro de Relações Exteriores Hossein Amirabdollahian, que também estava no helicóptero, correm perigo.

“Dada a complexidade da região, estamos com problemas de comunicação, e esperamos que as equipes de resgate cheguem até o helicóptero e nos deem mais informações”, disse o ministro do Interior, Ahmad Vahidi, à televisão estatal.

O acidente aconteceu próximo à cidade de Jolfa, a cerca de 600 quilômetros da capital, Teerã, enquanto Raisi viajava pela província do Azerbaijão Oriental, de acordo com a mídia local.

A agência de notícias estatal Fars pediu que os iranianos rezem pelo presidente, e depois publicou imagens de pessoas orando pela saúde de Raisi em Mashhad, cidade considerada sagrada para os muçulmanos xiitas, maioria no país persa.

Meios oficiais do governo disseram que uma operação em larga escala envolvendo 16 equipes de resgate foi lançada para tentar encontrar o helicóptero, mas que “condições climáticas adversas” e uma neblina pesada complicavam as operações de resgate.

A agência de notícias oficial IRNA afirmou que Raisi estava acompanhado de outros dois helicópteros que carregavam ministros e outras autoridades, e que essas aeronaves teriam chegado com segurança ao seu destino.

A lei iraniana estipula que, caso o presidente morra, o vice assume o poder e é obrigado a convocar novas eleições no prazo de seis meses. O vice é Mohammad Mokhber, um político conservador.

Ebrahim Raisi, considerado um membro linha-dura da República Islâmica, foi eleito presidente em 2021 com mais de 60% dos votos, derrotando o moderado Hassan Rouhani, que buscava a reeleição. Em 2017, havia se candidato a presidente pela primeira vez, perdendo para Rouhani.

Antes de chegar ao poder, Raisi era chefe do Judiciário iraniano e fez uma longa carreira como procurador e juiz. Próximo do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, Raisi se candidatou a presidente pela primeira vez em 2017, perdendo para Rouhani. Ele é considerado um dos favoritos para suceder Khamenei, 85, como líder supremo.

Desde que assumiu o comando do regime iraniano, Raisi endureceu as chamadas leis de moralidade e comandou a resposta violenta das forças de segurança aos protestos feministas por mais liberdade no país.

Essas manifestações começaram depois que Mahsa Amini, 22, morreu em setembro de 2022 após ter sido presa pela polícia moral porque supostamente não estava usando o hijab, o véu islâmico. O governo negou que ela tenha sido agredida, mas ativista à época disseram que a abordagem policial nesses casos costuma ser violenta.

Manifestantes foram às ruas protestar contra a polícia moral com o lema “Mulher, Vida e Liberdade”. Os protestos duraram meses e atingiram mais de cem cidades em todo o país. Cerca de 500 pessoas foram mortas em confrontos com a polícia até setembro de 2023, de acordo com a ONG Iran Human Rights, e quase 20 mil iranianos foram presos.

Na época, o aiatolá Ali Khamenei disse que os protestos eram “arruaça” e que eram incentivados pelos Estados Unidos e por Israel para enfraquecer a República Islâmica.

Folhapress

Na sede da União Europeia, governadores do Nordeste estreitam relações para atrair investimentos e iniciativas de transição energética

<Foto: Eudes Benício/GOVBA>
Um dos pontos centrais de tomadas de decisão do bloco de países, a sede da União Europeia (UE), em Bruxelas, na Bélgica, recebeu, nesta quarta-feira (15), o conjunto de governadores do Nordeste em missão no continente. Os chefes do executivo e outros representantes desses estados trataram com empresários sobre alternativas para ampliar cooperações e investimentos, principalmente na área de transição energética.

O comissário responsável pelo Pacto Verde Europeu, Maroš Šefčovič, foi o primeiro a receber o governador Jerônimo Rodrigues e os demais integrantes do Consórcio Nordeste. Também chamado de Green Deal, a iniciativa europeia pretende reduzir radicalmente as emissões poluidoras e estabeleceu como meta neutralizar essas emissões até o ano de 2050.

A equipe que cuida de parcerias internacionais da UE também participou do encontro. Além das colaborações e empreendimentos com empresas europeias já em andamento nos estados brasileiros, a agenda abre caminho para novos investimentos. Na ocasião, os governadores defenderam o potencial da região Nordeste para avançar na relação com a Europa.

“Ouvimos um grupo de empresários que tem o interesse de continuar investindo no Brasil. Esse encontro traz um conjunto de contatos e potencialidades de negócios entre a Bahia, o Nordeste, os empresários e os negócios da Bélgica”, pontuou Jerônimo.

Além de Jerônimo, Fátima Bezerra, governadora do Rio Grande Norte e presidente do Consórcio Nordeste; os governadores Fábio Mitidieri (Sergipe) e Paulo Dantas (Alagoas); o vice-governador do Maranhão, Felipe Camarão, e o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), Alex Viana, estiveram no grupo que participou das reuniões.

 Governo belga

<Foto: Eudes Benício/GOVBA>
Antes da visita à sede da União Europeia, a missão nordestina esteve no Palácio d’Egmont, também em Bruxelas, onde se reuniu com integrantes do governo belga e com a princesa Astrid. Ela, além de compor a família real do país, é coordenadora de missões empresariais belgas.

Diante das autoridades estrangeiras, Jerônimo destacou o restabelecimento da confiança jurídica, econômica e política do Brasil. Isso, conforme lembra, permite aos estados expandir horizontes na relação com outras partes de mundo.

 “Estabelecemos aqui o nosso interesse em fortalecer as nossas relações econômicas, culturais, e de intercâmbio de ciência e tecnologia. É, ainda, uma oportunidade para demonstrar o nosso interesse em uma transição energética sustentável”, finalizou o governador baiano.

 Texto: Eudes Benício/GOVBA

Professores gerados por IA lecionam em universidade de Hong Kong

Com um capacete de realidade virtual, os estudantes de uma universidade de Hong Kong viajam para um pavilhão nas nuvens para assistir a uma aula sobre teoria dos jogos explicada por um Albert Einstein criado com inteligência artificial (IA).

A experiência faz parte de um curso piloto da HKUST (Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong) para testar o uso de “professores” gerados por essa tecnologia em ascensão no mundo.

O professor Pan Hui, responsável pelo projeto, considera que a ferramenta pode ser de grande ajuda para as instituições educacionais diante da falta de profissionais em muitos países ao redor do mundo.

“Os professores gerados por IA podem trazer diversidade (…) e até mesmo uma narrativa imersiva”, explicou Hui à AFP.

A disseminação de ferramentas como o ChatGPT gerou esperanças de melhorias na produtividade e no ensino, mas também temores sobre as possibilidades que ofereciam para o erro, a fraude ou a substituição de professores.

Neste curso “Redes sociais para criativos”, os professores digitais abordam questões relativas às tecnologias imersivas e ao impacto das plataformas digitais para cerca de 30 alunos.

Depois que o conteúdo do curso é carregado no programa, ele gera automaticamente os professores, cuja aparência, voz e gestos são personalizáveis.

Os avatares podem aparecer em uma tela ou através de capacetes de realidade virtual.

O curso é híbrido porque Hui também intervém nas aulas. Mas a IA o libertou de suas tarefas mais “pesadas”, garantiu.

PROFESSORES DE MANGÁ
A estudante de doutorado Lerry Yang acredita que essa mistura de universos reais e virtuais e a personalização dos professores digitais melhora sua aprendizagem.

Se um professor digital “me torna mais receptiva mentalmente ou me parece mais acessível e amigável, isso apaga a sensação de distância entre o professor e eu”, disse à AFP a jovem, que dedica seu doutorado ao metaverso.

Abordar o crescimento da IA é um desafio comum para os professores. Alguns optam por limitar seu uso ou tentam identificar de forma confiável à ocorrência de plágio.

Embora inicialmente hesitantes, a maioria das universidades de Hong Kong autorizou seus alunos a usarem com condições variáveis no ano passado.

Em seu curso piloto, Hui experimenta com avatares de diferentes gêneros e origens étnicas ou com aparência de figuras célebres do mundo acadêmico, como o economista John Nash ou o próprio Einstein.

Os personagens de mangás, desenhos animados japoneses, com os quais também experimentaram, não geram unanimidade, explica a estudante de doutorado Christie Pang, que colabora com Hui.

“Alguns alunos sentiram que não podiam confiar no que o avatar digital estava dizendo”, afirmou.

MELHOR O REAL
Para Pan Hui, a confiabilidade dos professores gerados por IA pode superar no futuro a dos seres humanos reais. No entanto, ele considera preferível que ambos os tipos de professores coexistam.

“Como professores universitários, nós lidaremos melhor com nossos alunos em termos de inteligência emocional, criatividade e pensamento crítico”, reportou.

Por enquanto, essa tecnologia está longe de representar uma ameaça séria para os professores humanos.

Os avatares não podem interagir com os alunos e, como todo o conteúdo criado pela IA, podem oferecer respostas falsas ou estranhas, o que alguns chamam de “alucinações”.

Cecilia Chan, professora da KHU (Universidade de Hong Kong), pesquisou no ano passado mais de 400 estudantes: a maioria deles preferia os tutores de carne e osso.

Os alunos “ainda preferem falar com uma pessoa real porque um professor de verdade pode compartilhar sua experiência, fornecer feedback e demonstrar empatia”, afirma Chan, cujos trabalhos se concentram no uso da IA na educação.

Holmes Chan/Folhapress

Primeira tempestade solar extrema em 20 anos causa auroras espetaculares

A tempestade solar mais poderosa em mais de duas décadas atingiu a Terra nesta sexta-feira (10), provocando auroras polares espetaculares e ameaçando possíveis interrupções em satélites e redes elétricas enquanto persistir durante este final de semana.

A primeira de várias ejeções de massa coronal (CMEs, na sigla em inglês), grandes emissões de plasma e campos magnéticos do Sol, ocorreu pouco depois das 11h de Brasília, de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA).

Mais tarde, a NOAA categorizou a tempestade geomagnética como extrema, a primeira desde que em outubro de 2003 várias delas causaram apagões na Suécia e danos na infraestrutura energética na África do Sul.

Espera-se que mais CMEs atinjam o planeta nos próximos dias.

Nesta sexta-feira (10), as redes sociais foram inundadas com fotos de auroras capturadas no norte da Europa e na Australásia (região que inclui Austrália, Nova Zelândia, a Nova Guiné e ilhas de parte da Indonésia).

“Acabamos de acordar as crianças para verem a aurora boreal no quintal! Está claramente visível”, disse à AFP Iain Mansfield, membro de um centro de estudos em Hertford, no Reino Unido.

Outros, como o fotógrafo Sean O’ Riordan, relataram na rede X (antigo Twitter) fotografias de “céus absolutamente bíblicos na Tasmânia às 4h da manhã”.

As autoridades pediram aos operadores de satélites, companhias aéreas e responsáveis pelas redes elétricas que tomassem medidas de precaução contra possíveis perturbações causadas por mudanças no campo magnético da Terra.

A Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos, no entanto, disse que “não antecipa nenhum impacto significativo no sistema de espaço aéreo do país”.

Ao contrário das erupções solares, que viajam à velocidade da luz e são capazes de alcançar a Terra em oito minutos, as CMEs viajam a um ritmo mais lento, de 800 km por segundo.

Os meteorologistas esperam poder precisar melhor o impacto que terão quando estiverem a uma distância de 1,6 milhão de quilômetros.

Os campos magnéticos associados às tempestades geomagnéticas induzem correntes nos condutores longos, incluindo os cabos de energia, o que pode provocar apagões.

Também podem ocorrer impactos na comunicação por rádio de alta frequência, GPS, em naves espaciais e satélites.

Até mesmo pombos e outras espécies que possuem bússolas biológicas podem ser afetados.

‘SAIAM ESTA NOITE E OLHEM’

Mas também podem trazer outros efeitos, como a aparição de auroras polares —conhecidas como auroras boreais ou austrais, dependendo do hemisfério— em lugares onde normalmente não são visíveis.

Mathew Owens, professor de física espacial na Universidade de Reading, disse à AFP que os efeitos serão sentidos principalmente nas latitudes norte e sul do planeta. O alcance exato dependerá da força final da tempestade.

“O norte do Canadá, a Escócia e lugares desse tipo terão boas auroras; acredito que podemos afirmar isso com segurança”, afirmou, acrescentando que a situação pode se repetir no hemisfério sul.

“Meu conselho é que saiam esta noite e olhem, porque se virem a aurora, é algo espetacular”, continuou.

Nos Estados Unidos, esse fenômeno poderia ser observado na região mais ao norte de estados como Califórnia e Alabama.

Brent Gordon, dos serviços meteorológicos espaciais da NOAA, sugere que as pessoas tentem tirar fotografias noturnas com seus celulares, mesmo que a aurora não seja visível a olho nu. “Você se surpreenderia com o que pode ser visto na foto” capturada com os celulares mais modernos, afirmou.

As autoridades recomendam à população que siga as medidas padrões diante de possíveis apagões, como ter em mãos lanternas, baterias e rádios meteorológicos.

A maior tempestade solar registrada é o “evento de Carrington”, de 1859: destruiu a rede telegráfica nos Estados Unidos, provocou descargas elétricas e a aurora boreal foi visível em latitudes inéditas, até na América Central.

Folhapress

Putin ameaça ataque nuclear contra Ocidente na Ucrânia

 O governo de Vladimir Putin determinou um exercício de ataque com armas nucleares táticas em resposta à sugestão de governos ocidentais, principalmente o da França, de enviar soldados para a ajudar a Ucrânia a resistir à invasão da Rússia.

Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a simulação anunciada nesta segunda (6) pelo Ministério da Defesa russo é uma resposta direta ao presidente francês, Emmanuel Macron, e a políticos britânicos e americanos que têm defendido a medida.

A agência de espionagem militar de Kiev chamou os exercícios de “chantagem nuclear”. Nesta segunda, Macron se reúne com o principal aliado de Putin, o líder chinês, Xi Jinping, em Paris.

Ele também afirmou que os serviços de inteligência de Moscou estão apurando relatos de que a França já enviou soldados de sua Legião Estrangeira à Ucrânia. Combatem pelo país vizinho mercenários de diversas nações, inclusive do Brasil, mas não há até aqui nenhum envio oficial de tropas em apoio a Kiev.

A Defesa russa havia citado especificamente o emprego de sistemas de armas nucleares não estratégicas, evocando um dos maiores temores do Ocidente: de que Putin use esse tipo de bomba contra forças da Ucrânia ou, agora, de países aliados que eventualmente enviem militares para a guerra iniciada em 2022.

Armas táticas são aquelas disparadas contra alvos militares específicos, como bases, usualmente com menor potência do que as chamadas estratégicas —as ogivas que têm como finalidade obliterar cidades inteiras na tentativa de encerrar conflitos.

A carta nuclear tornou-se uma trivialidade na retórica russa da guerra. Pouco antes da invasão, em fevereiro de 2022, Putin determinou um complexo exercício com diversos sistemas nucleares, envolvendo mísseis disparados de solo, bombardeiros e submarinos.

Ao atacar, disse que qualquer país que interviesse em favor da Ucrânia sofreria consequências nunca antes vistas na história, uma pouco sutil referência às suas bombas atômicas. A Rússia e os EUA concentram 90% das mais de 12 mil ogivas existentes no planeta.

Ao longo da guerra, a sombra da escalada nuclear modulou a velocidade e a qualidade da ajuda enviada pelo Ocidente para o governo de Volodimir Zelenski. Até a semana passada, todos os países que forneceram armas a Kiev condicionavam seu emprego a não atacar o território russo.

Isso mudou com uma fala do chanceler britânico, David Cameron, sugerindo que os ucranianos tinham direito de fazer o que quisessem com os mísseis que Londres dá a eles. Pressionado no campo de batalha pelos avanços russos no leste neste ano, Zelenski tem feito ataques pontuais a refinarias e cidades na terra de Putin, mas por ora com armas próprias.

Uma dessas ações ocorreu nesta segunda e foi particularmente mortífera. Um ataque com drone perto de Belgorodo (sul russo) deixou ao menos sete pessoas mortas, segundo o governo local. Outras 35 ficaram feridas, quando o aparelho atingiu um micro-ônibus.

Também nesta segunda, os russos anunciaram terem conquistado mais duas cidadezinhas no leste ucraniano, ameaçando cada vez mais Chasiv Iar, trampolim para a tomada final da província de Donetsk. Especula-se que essa vitória seja o troféu que Putin quer mostrar no desfile do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, na próxima quinta (9).

Analistas ocidentais sempre especularam que, no caso de sofrer uma ameaça de derrota decisiva, Putin pudesse recorrer a armas táticas contra a Ucrânia. Como isso está afastado agora, a hipótese de envio de tropas reiterada por Macron faz ressurgir o fantasma.

O próprio presidente russo disse, em diversas ocasiões, que a ideia do francês levaria a uma guerra nuclear. Agora, o Kremlin resolveu subir um degrau na disputa retórica com os exercícios, que envolverão forças do seu Comando Militar Sul e da Marinha em data não revelada.

Para uso tático, a Rússia tem à disposição mísseis como o balístico Iskander-M ou o hipersônico Tsirkon, lançado de navios e que teoricamente pode carregar uma ogiva nuclear pequena, além de bombas de queda livre. A Otan, aliança militar ocidental, acredita que Moscou tenha cerca de 2.000 dessas armas, ante 100 que os EUA mantêm em bombas lançadas por aviões na Europa.

Na Rússia, comentaristas e políticos radicais têm defendido o emprego de armas táticas para riscar uma linha no chão para o Ocidente, mas qualquer especialista do campo nuclear aponta para o risco evidente de uma escalada que leve a uma troca de fogo com mísseis estratégicos, levando a cenários apocalípticos.

Igor Gielow/Folhapress

Viúvo casa com sogra e cerimônia é organizada pelo sogro; entenda

 Após perder a mulher, Sikandar Yadav, de 45 anos, foi morar com os pais dela e se apaixonou pela sogra 

Um homem viúvo de 45 anos surpreendeu a todos ao casar-se com a mãe de sua falecida esposa, na região de Bihar, na Índia, e o curioso é que foi o próprio sogro rejeitado quem organizou a cerimônia.

Este episódio, por mais incrível que pareça, é verídico. O fato ocorreu na semana passada, na vila de Heer Moti, na Índia. Segundo relatos do Times of India, Sikandar Yadav foi morar com seus sogros após perder a esposa, cerca de um ano atrás.

Com o tempo, Sikandar desenvolveu uma relação muito próxima com a sogra, Geeta Devi, de 55 anos, e acabaram se envolvendo romanticamente.

O sogro, Dileshawar Darve, de 55 anos, descobriu o caso e denunciou-os às autoridades da comunidade local.

Em uma reunião com os líderes da aldeia de Heer Moti, Sikandar confessou estar apaixonado por Geeta. Após deliberação, os líderes comunitários, com o consentimento de Dileshawar, decidiram que Geeta se divorciaria de seu marido para se casar com seu genro.

Apesar da traição, Dileshawar concordou em organizar a cerimônia de casamento entre sua ex-esposa e seu genro.Nos últimos dias, a reviravolta na história se tornou viral nas redes sociais, chocando muitos internautas com essa situação peculiar. No entanto, há quem considere que o "sogro é o verdadeiro ganhador nisso tudo, pois se livrou de ambos de uma só vez". Assista a cerimônia no link abaixo

https://twitter.com/i/status/1784902908422545768

Hamas exige fim da guerra em Gaza para aceitar acordo com Israel

Representantes do grupo terrorista e do governo israelense retomaram negociações para chegar a um cessar-fogo na guerra Israel-Hamas, que se estende há quase sete meses. A reunião ocorre no Cairo, capital do Egito, com mediação de diplomatas internacionais.

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um membro do alto escalão do Hamas afirmou neste sábado (4) que o grupo não aceitará, "sob nenhuma circunstância", um acordo de trégua na Faixa de Gaza que não inclua explicitamente o fim da guerra, condição recusada por Israel anteriormente.

Representantes do grupo terrorista e do governo israelense retomaram negociações para chegar a um cessar-fogo na guerra Israel-Hamas, que se estende há quase sete meses. A reunião ocorre no Cairo, capital do Egito, com mediação de diplomatas internacionais.

Os mediadores (Qatar, Egito e Estados Unidos) se reuniram com a delegação da facção palestina para ouvir a resposta à última proposta de cessar-fogo, apresentada no fim de abril.

Esta oferta inclui um cessar-fogo de 40 dias e a troca entre reféns israelenses retidos em Gaza desde 7 de outubro e palestinos presos em Israel.

Um funcionário do Hamas, que pediu para não ser identificado, também disse que o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, dificulta os esforços para que um acordo seja alcançado, devido a interesses pessoais. Israel também acusou o Hamas de obstruir as negociações.

Taher Al-Nono, funcionário do grupo terrorista e conselheiro do chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, disse que a facção estava considerando as propostas "com total seriedade e responsabilidade".

"Qualquer acordo a ser alcançado deve incluir nossas demandas nacionais; o fim completo e permanente da agressão, a retirada total e completa da ocupação da Faixa de Gaza, o retorno dos deslocados às suas casas sem restrições e um verdadeiro acordo de troca de prisioneiros, além da reconstrução e do fim do bloqueio", disse Nono à Reuters.

Um funcionário israelense sinalizou que a posição central de Tel Aviv permanece inalterada, afirmando que, em nenhuma hipótese, concordaria em encerrar a guerra por um acordo para libertar reféns.

Antes do início das conversas, havia algum otimismo. No entanto, o diálogo tem tropeçado na demanda do Hamas por um compromisso de encerrar a ofensiva. Israel insiste que, após qualquer cessar-fogo, retomaria as operações destinadas a desarmar e desmantelar a facção.

O Hamas disse na sexta-feira (3) que iria para o Cairo com um "espírito positivo", após estudar a última proposta.

Israel deu um sinal preliminar para termos que, segundo uma pessoa a par das negociações, incluíam o retorno de entre 20 e 33 reféns em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinos.

Isso deixaria cerca de 100 reféns em Gaza, alguns dos quais Israel diz terem morrido em cativeiro. O retorno dos demais sequestrados poderia exigir um acordo adicional.

O Egito havia feito esforço para retomar as conversas no fim de abril, alarmado com a perspectiva de uma ofensiva terrestre israelense contra o Hamas em Rafah, no sul de Gaza, onde mais de 1 milhão de palestinos se abrigaram a poucos quilômetros da fronteira egípcia.

A guerra começou depois que o Hamas surpreendeu Israel com um ataque terrorista sem precedentes em 7 de outubro, no qual 1.200 pessoas foram mortas e 252 reféns foram feitos, de acordo com contagens israelenses.

Desde então, a resposta militar de Tel Aviv já matou mais de 34.600 palestinos, e mais de 77 mil ficaram feridos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.

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Lula recebe convite, mas governo vê com ceticismo reunião sobre Ucrânia na Suíça

O presidente Lula (PT) foi convidado pelo governo da Suíça para participar de uma conferência de paz sobre a guerra na Ucrânia que, entre outros pontos, reconhece que um futuro processo negociador só terá êxito caso a Rússia participe — princípio que se aproxima ao defendido pelo Brasil.

Conselheiros do presidente, no entanto, encaram a proposta suíça com ceticismo e temem que a reunião não alcance avanços significativos justamente por não contar com representante de Moscou —segundo o país organizador, o governo liderado por Vladimir Putin não foi convidado por ter avisado anteriormente que não pretendia enviar delegação.

Outro ponto que gera receio no governo Lula é o fato de a cúpula estar sendo organizada pela Suíça a pedido do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski. A expectativa é que ele esteja presente.

Auxiliares de Lula consideram que qualquer proposta de negociação que tenha como base os 10 pontos de paz propostos por Zelenski não tem futuro, uma vez que eles envolvem a retirada de tropas russas de território ocupado e o estabelecimento de um tribunal especial para julgar crimes de guerra de Moscou —exigências inaceitáveis para Putin.

Para tentar convencer o Brasil a participar, os suíços têm argumentado que a cúpula foi convocada a pedido da Ucrânia, mas que a presidência dos trabalhos será de responsabilidade de Berna. O plano de Zelenski, dizem, não será o norte das tratativas.

O convite formal foi entregue na terça-feira (30) ao chanceler Mauro Vieira pelo chefe do Departamento de Assuntos Estrangeiros da Suíça, Ignazio Cassis, durante visita do brasileiro ao país europeu.

Vieira disse no encontro que a Suíça tem legitimidade e tradição para organizar um processo de paz sobre a Ucrânia, mas que não poderia antecipar se Lula vai ou não à cúpula.

Lula ainda não decidiu se vai comparecer. Um dos pontos indefinidos que são considerados pelo Brasil é qual será o nível de representação de outros países, principalmente aliados do país no Brics. Além dos sócios tradicionais —Rússia, Índia, China e África do Sul—, o bloco foi recentemente expandido para incluir Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.

Foram convidadas 160 delegações, e entre elas há países importantes do chamado Sul Global, como China, Índia e Arábia Saudita. O encontro está agendado para ocorrer nos dias 15 e 16 de junho, no luxuoso complexo hoteleiro de Bürgenstock, em Lucerna. As datas foram escolhidas por causa da proximidade com a cúpula do G7, que ocorre entre os dias 13 e 15 de junho na Itália, país vizinho.

Liderado pelos Estados Unidos, o G7 é um grupo de países industrializados que têm posição comum de apoiar a Ucrânia contra o que consideram uma invasão injustificada da Rússia.

A expectativa da Suíça é que a proximidade das datas seja um estímulo para a presença de autoridades que estarão na cidade italiana de Fasano, principalmente o presidente dos EUA, Joe Biden. Lula foi chamado para a reunião do G7, mas ainda não confirmou presença.

De acordo com interlocutores no governo Lula, outro argumento que tem sido usado pelos suíços para pedir que o petista participe é que apenas um seleto grupo de líderes poderá discursar na cúpula em Bürgenstock —e que haverá um equilíbrio entre nações do Ocidente e do Sul Global. O Brasil seria um desses participantes com destaque.

Na nota sobre a reunião, a Suíça apresenta pontos que se distanciam de fórmulas de negociação anteriores encabeçadas por países do Ocidente. Ao destacar que não convidou a Rússia porque o governo Putin já havia manifestado desinteresse em participar, os suíços dizem reconhecer que qualquer processo futuro de paz sem Moscou é “impensável”.

“A Rússia não foi convidada nessa etapa. A Suíça sempre se mostrou aberta a estender um convite [a Moscou] para essa cúpula. No entanto, a Rússia disse em repetidas ocasiões, e também de forma pública, que não tem interesse em participar dessa primeira cúpula”, diz o comunicado.

“A cúpula na Suíça tem o propósito de iniciar um processo de paz. A Suíça está convencida de que a Rússia precisa estar envolvida nesse processo. Um processo de paz sem a Rússia é impensável”.

A recepção da iniciativa da Suíça foi ruim em Moscou. Segundo a agência Reuters, um porta-voz do Kremlin disse nesta quinta (2) não ver sentido na iniciativa.

O governo da Suíça argumenta que o propósito da reunião é “inspirar um processo de paz futuro e avançar elementos práticos e os passos necessários em direção a esse processo”.

Nesse sentido, os organizadores pretendem abordar três pontos: proteção das instalações nucleares na Ucrânia, segurança alimentar que permita o escoamento de grãos para o abastecimento internacional e aspectos humanitários (desminagem, troca de prisioneiros e proteção à população civil).

Já o encontro de líderes lançaria as bases políticas de um processo negociador mais robusto no futuro, na visão de Berna.

As tratativas para a organização da conferência de paz começaram há meses. O tema foi tratado em janeiro entre autoridades suíças e o assessor internacional de Lula, embaixador Celso Amorim, à margem da reunião de conselheiros de segurança nacional em Davos.

Amorim foi consultado ainda em uma carta, à qual respondeu ressaltando a posição brasileira de que o êxito de qualquer negociação depende de que a Rússia esteja sentada à mesa.

O receio de integrantes do governo Lula é que o processo seja uma repetição de outros esforços de negociação vistos como improdutivos tanto pelo Planalto como pelo Itamaraty.

Uma reunião sobre o tema no ano passado na Dinamarca, por exemplo, foi considerada infrutífera por ressaltar a visão de países do Ocidente e por desconsiderar posições de países com opiniões diferentes, como o Brasil.

Caso decida participar da cúpula em Lucerna, o presidente Lula voltará a se envolver com um tema de política externa que lhe gerou atritos com EUA e países da Europa no começo do seu mandato.

Nos primeiros meses de 2023, Lula defendeu em diferentes ocasiões que um grupo de países deveria se unir para discutir a paz na Ucrânia. No entanto, ele atribuía igual responsabilidade entre Putin e Zelenski pelo início da guerra e chegou a declarar que os EUA incentivavam o conflito.

Com o passar do tempo, o petista se distanciou do assunto e passou a abordar a guerra da Ucrânia com menos frequência em seus discursos.

Ricardo Della Coletta/Folhapress

Congresso dos EUA ressuscita audiência articulada por bolsonaristas sobre o Brasil

 Comitiva bolsonarista, em março, acompanha o deputado republicano Chris Smith em frente ao Capitólio, em Washington

O Congresso americano realizará na próxima semana uma audiência sobre uma suposta crise da democracia no Brasil com a presença do jornalista americano Michael Shellenberger, que divulgou os arquivos do Twitter relacionados ao Brasil, do CEO da rede conservadora Rumble, Chris Pavlovski, e do ativista brasileiro Paulo Figueiredo Filho, alinhado ao bolsonarismo.

O evento, na próxima terça-feira (7), está sendo organizado pelo subcomitê de Saúde Global, Direitos Humanos Globais e Organizações Internacionais, vinculado ao Comitê de Relações Exteriores da Câmara.

Não está prevista a presença do bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), e que atualmente trava um embate com o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

O título da audiência —”Brasil: Uma crise da democracia, da liberdade e do Estado de Direito?”— é o mesmo de um outro debate que estava sendo articulado para março na Comissão de Direitos Humanos, mas foi bloqueada pelo copresidente democrata do órgão, Jim McGovern.

Na ocasião, o líder republicano da comissão, o deputado Chris Smith, que é próximo de bolsonaristas, havia prometido insistir na realização do evento. Smith também é copresidente do subcomitê em que a audiência será realizada na próxima semana.

“O Brasil está indo na direção da anarquia e do Estado pelo direito —em que o direito é usado seletivamente como um instrumento de poder político para processar pessoas como forma de silenciar a oposição”, afirmou o republicano após o cancelamento da audiência, durante conferência ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Figueiredo e Allan dos Santos, entre outros aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A iniciativa faz parte de uma ofensiva internacional coordenada por Eduardo Bolsonaro para angariar apoio a alegações de perseguição e censura no Brasil. Além de visitas frequentes a Washington —houve ao menos outras duas, em novembro e fevereiro—, ele esteve no início do mês na Bélgica, em missão ao Parlamento Europeu. O embate entre Musk e Moraes foi um dos temas centrais das conversas.

Nesta semana, uma contraofensiva liderada pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) ocorre na cidade. A relatora da CPI do 8 de Janeiro coordena uma delegação de congressistas brasileiras para reuniões com democratas em Washington em que é discutida uma articulação internacional em defesa contra os ataques à democracia em ambos os países.

A delegação liderada pela senadora Eliziane se reuniu nesta terça (30) com a secretária-executiva da CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos), Tania Reneaum Panszi, e o relator especial para Liberdade de Expressão na organização, Pedro Vaca.

Integram a delegação brasileira o senador Humberto Costa (PT-PE) e os deputados Jandira Feghali (PC do B-RJ), Henrique Vieira (PSOL-RJ), Rafael Brito (MDB-AL) e Rogério Correia (PT-MG).

A comitiva de congressistas liderada pela senadora do PSD propôs a criação na CIDH, vinculada à OEA (Organização dos Estados Americanos), de uma relatoria sobre crimes contra a democracia, nos moldes de outras subcomissões existentes no organismo, como povos indígenas e mulheres.

Também foi discutida a instalação, em separado, de uma comissão de acompanhamento permanente sobre milícias no Brasil.

A proposta de uma relatoria sobre crimes contra a democracia não é focada apenas no Brasil, abrangendo toda a região coberta pela CIDH. Eliziane diz que o próximo passo é fazer uma provocação, via Congresso e Executivo brasileiros, para que a organização analise a ideia –para ser implementada, ela depende da chancela dos demais países membros, disse a senadora.

Com relação à comissão sobre milícias no Brasil, Henrique Vieira afirmou que a comitiva deve fazer uma articulação junto com o Ministério da Justiça e o Itamaraty para propor a criação desse novo mecanismo.

“Falamos de como o desenvolvimento das milícias no Rio de Janeiro e a sua expansão para o conjunto do Brasil é um ataque direto à democracia. A lógica miliciana interfere diretamente em processos eleitorais, inclusive com violência política contra eleitos. Marielle Franco, por exemplo, foi assassinada como pano de fundo em uma ação miliciana”, disse o deputado.

Os congressistas afirmam que também foram questionados pelos representantes da CIDH sobre o embate recente entre Elon Musk e o ministro Alexandre de Moraes.

Segundo Correia, a comitiva brasileira fez uma defesa do trabalho das cortes no Brasil.

O tema, no entanto, não foi abordado na reunião que os parlamentares tiveram durante a tarde com os deputados democratas Jim McGovern, Greg Casar, Chuy Garcia e Delia Ramirez. Há duas semanas, o Comitê do Judiciário da Câmara, comandado pelo republicano Jim Jordan, divulgou um relatório em que expôs decisões sigilosas do ministro do STF sobre redes sociais.

Fernanda Perrin/Folhapress

Ataque russo em Odessa deixa quatro mortos e 27 feridos

Um dos alvos do ataque foi um edifício de estilo gótico conhecido localmente como "Castelo de Harry Potter", que ficou em chamas após o ataque

<Foto: Getty>
Pelo menos quatro pessoas morreram e 27 ficaram feridas em um ataque com mísseis russos contra edifícios residenciais e infraestrutura civil na cidade portuária de Odessa, no sul da Ucrânia, nesta segunda-feira (29), de acordo com o governador regional Oleh Kiper.

Um dos alvos do ataque foi um edifício de estilo gótico conhecido localmente como "Castelo de Harry Potter", que ficou em chamas após o ataque. O prédio, que faz parte da Academia de Direito de Odessa, ganhou esse apelido por sua semelhança com o Castelo de Hogwarts retratado nos filmes da série Harry Potter.

O ataque russo ocorre enquanto a Ucrânia espera ansiosamente por suprimentos militares prometidos pelos EUA e pela Europa. As tropas ucranianas, sem armas suficientes, têm lutado para conter o avanço russo no campo de batalha e, recentemente, foram obrigadas a se retirar de três aldeias no leste do país. Nesta segunda-feira, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou que suas forças capturaram a aldeia de Semenivka.

Leia Também: Rússia destrói central térmica junto a Kiev em ataque noturno

Detenções em universidades dos EUA chegam a 900, e estudantes buscam anistia

 Alunos perdem moradia e temem que resposta das reitorias impeça graduação e prejudique financiamento de mensalidades

Estudantes detidos nos protestos pró-Palestina e contra a guerra na Faixa de Gaza em universidades dos Estados Unidos se perguntam até que ponto suas detenções pela polícia e punições institucionais vão prejudicar sua vida acadêmica.

Neste fim de semana, mais de 200 novos manifestantes foram presos em universidades em vários estados, o que eleva o número total a ao menos 900, segundo conta feita pelo jornal americano The Washington Post.

À Associated Press, a estudante Maryam Alwan afirma que, no dia seguinte a sua detenção no campus da Universidade Columbia, em Nova York, recebeu um email da instituição comunicando sua suspensão. Ela e dezenas de colegas seriam barrados de entrar no campus e em aulas, presenciais ou virtuais, e impedidos de frequentar os refeitórios da universidade.

Alwan questiona se eventos e marcos importantes da vida acadêmica serão prejudicados pela sua detenção, como as provas finais, a graduação e mesmo o que aconteceria com ela em termos de ajuda financeira recebida para o pagamento de mensalidades.

A Universidade Columbia diz que audiências disciplinares vão ouvir e decidir caso a caso, mas Alwan afirma não ter recebido qualquer indicativo de data sobre a sessão. “Isso parece muito distópico”, diz a estudante à AP.

Em uma faculdade da instituição, mais de 50 alunos foram expulsos da moradia estudantil, de acordo com o jornal do campus Columbia Daily Spectator, que entrevistou pessoas afetadas e obteve documentos internos da universidade.

As respostas de cada instituição têm sido diferentes, até porque os próprios atos de alunos variam de acampamentos pacíficos a confrontos mais abertos contra manifestantes pró-Israel.

Em alguns campi, as autoridades policiais advertem diversas vezes os participantes do ato e realizam detenções ordenadas e cordiais, segundo o Washington Post. Em outros, há confrontos físicos, e policiais empregam táticas usadas para reprimir tumultos e manifestações maiores, como por ocasião do assassinato de George Floyd.

Neste sábado (27), cerca de cem manifestantes pró-Palestina foram detidos no campus da Universidade Northeastern, na cidade de Boston. Já na Universidade de Indiana, em Bloomington, 23 manifestantes foram detidos após montarem barracas no local, informou a polícia. Os detidos foram acusados de invasão criminosa e resistência à prisão. No Missouri, 80 foram detidos na Universidade Washington em St. Louis, e o campus da instituição foi fechado.

Há ainda a situação de estudantes internacionais que participam do movimento. Somado às preocupações acadêmicas da marca de eventual detenção em sua trajetória está o receio de que eventuais prisões impliquem a perda do visto estudantil e, portanto, a permanência no país.

A pressão dos protestos tem recaído principalmente sobre os reitores das instituições, de um lado criticados por reprimir as manifestações e não condenar formalmente o apoio da Casa Branca a Tel Aviv e, de outro, por permitir atos vistos como antissemitas e agressivos contra estudantes e professores judeus.

O porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse à rede ABC News neste domingo que o presidente Joe Biden sabe que há sentimentos muito fortes sobre a guerra em Gaza.

“Ele entende e respeita isso e, como ele disse muitas vezes, certamente respeitamos o direito de protesto pacífico”, afirmou Kirby. “As pessoas devem ter a capacidade de expressar suas opiniões e compartilhar suas perspectivas publicamente, mas tem que ser de forma pacífica.”

Folhapress

Guerra Israel-Hamas complica relações entre países na região

Ficou evidente, mais uma vez, a complexidade das relações entre os países do Oriente Médio

A recente troca de ataques entre Irã e Israel, em um contexto maior de guerra entre Tel Aviv e a facção terrorista Hamas, mobilizou outros países da região, além dos grupos armados que alguns deles apoiam. Ficou evidente, mais uma vez, a complexidade das relações entre os países do Oriente Médio.
 
Quando Teerã lançou uma saraivada de drones e mísseis contra o território israelense no último dia 13, por exemplo, alguns atores regionais ajudaram na ofensiva e outros atrapalharam. No primeiro grupo está o Hezbollah, do Líbano, que fez ataques paralelos contra Israel. Já no segundo está a Jordânia, que na prática ajudou o Exército israelense a se proteger dos disparos iranianos.

A situação evocou o diagrama desenhado em 2015 pelo arquiteto libanês Karl Sharro, que tem um perfil satírico em uma rede social. A ilustração indica com linhas quem é aliado e inimigo de quem no Oriente Médio. O resultado é um emaranhado que mais confunde do que ajuda a entender qualquer coisa. “Queria satirizar esse tipo de infográfico, que simplifica situações geopolíticas complexas”, diz Sharro.

Não é que o Oriente Médio seja mais complicado do que outros lugares no mundo. Tem as suas particularidades, como as demais regiões. “O foco deveria estar em entender essas complexidades e como as ações de atores externos as impactam”, acrescenta o libanês.

Muitas vezes, intervenções têm resultados catastróficos, e o exemplo citado pelo arquiteto é o da invasão americana do Iraque em 2003, que destruiu o país e desestabilizou também os seus vizinhos.

Sharro desenhou seu gráfico no contexto da guerra contra com o Estado Islâmico. Muitas dessas relações já se reconfiguraram. Há, por exemplo, menor influência dos Estados Unidos hoje. “Existe também uma competição entre antigos aliados, como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.”

Para esclarecer e atualizar o cenário, a Folha desfaz abaixo alguns dos nós das relações no Oriente Médio que podem, é claro, logo mudar.

ARÁBIA SAUDITA

Poderosa nação petrolífera de maioria sunita que exerce influência sobre as pequenas nações do golfo Pérsico. Rompeu em 2017 com o Qatar em parte devido aos laços do país com o Irã. Também se ressentia do fato de o Qatar estar se projetando como um emergente da diplomacia regional. Reataram em 2021. Ensaiou nos últimos anos normalizar suas relações com Israel, mas a guerra na Faixa de Gaza interrompeu as negociações.

IRÃ

Norteia sua política externa em cima de duas questões. A primeira é sua rivalidade existencial com os EUA (e portanto com Israel). A segunda é seu desejo de expandir sua zona de influência no Oriente Médio. Formou uma aliança de países e facções, que chama de “eixo da resistência”. Fazem parte desse eixo o regime da Síria, a milícia libanesa Hezbollah, os iemenitas do grupo houthi e a facção palestina Hamas.

ISRAEL

Criado em 1948, está em conflito desde então com a maior parte dos vizinhos. Em especial, com Síria e Irã. Uma das principais razões para essa rivalidade coletiva é o fato de que a criação de Israel levou à expulsão de 700 mil palestinos. Muitos regimes, como o sírio, usam a causa palestina como bandeira. Nas últimas décadas, fez as pazes com Egito e Jordânia e, mais recentemente, com Emirados e Bahrein.

QATAR

Um pequeno (porém rico) país. Sua ambição diplomática foi desafiada em 2017, quando a aliança entre Arábia Saudita, Emirados e Egito impôs um bloqueio ao país, acusando-o de financiar o terrorismo. Como resultado dessa briga, o Qatar se aproximou ainda mais do Irã e da Turquia. Dentro de seu projeto de expandir a sua influência, vem tentando mediar os últimos conflitos entre Israel e Hamas, como o atual, mas esse papel está sendo revisto, segundo disse neste mês o primeiro-ministro qatari.

SÍRIA

Entre os temas que mais dividem as potências regionais está a guerra civil síria, iniciada em 2011. Países como Arábia Saudita, Qatar e Turquia apoiaram as forças rebeldes. Já o Irã e a facção libanesa Hezbollah apoiaram o ditador Bashar al-Assad. Com a permanência do ditador no poder, a influência iraniana tanto política quanto cultural tem crescido na Síria, que se afastou do restante da região.

EGITO

É o país mais populoso do mundo de cultura árabe, com mais de 110 milhões de habitantes. É governado por uma ditadura militar que, pragmática, mantém desde 1978 uma aliança com Israel. Também tentou mediar conflitos entre Israel e Hamas, mas tem perdido influência para atores emergentes, como o Qatar. É acusado por palestinos de Gaza de se recusar a receber refugiados pela fronteira, na província de Rafah.

JORDÂNIA

Geralmente esquecida no tabuleiro político, tem um papel importante na configuração das alianças regionais. Assinou um acordo de paz com Israel em 1994, pelo que se afastou do consenso de seus vizinhos, que consideram Tel Aviv sua arqui-inimiga. Na crise atual, a Jordânia ajudou a abater projéteis iranianos, o que na prática significa que defendeu Israel algo que levou os aiatolás a ameaçá-la.

EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

Como o Qatar, os Emirados são um pequeno e abastado país na região do golfo Pérsico. Em 2020, os Emirados e o Bahrein assinaram um entendimento de paz com Israel conhecido como Acordos de Abraão, mediado pelos EUA. Aquele foi um importante movimento de aproximação e normalização das relações com o inimigo regional. A eles se somaram o Sudão e o Marrocos. A guerra atual contra Gaza, porém, tem criado novos atritos.

LÍBANO

Em grave crise financeira, o Líbano é um ator pequeno na região. É lar, porém, da facção radical Hezbollah, um aliado próximo do Irã e do regime da Síria. O Hezbollah surgiu em 1982 durante uma invasão israelense e se define como um movimento de resistência àquele país. Aproveitou-se da fraqueza do Estado libanês para ampliar sua influência. Teve conflitos com Israel, o mais importante deles em 2006.

TURQUIA

Sob uma liderança autocrática, tenta ampliar sua influência no Oriente Médio. Uma série de decisões diplomáticas, porém, acabou fomentando antipatias.

A Turquia tem relações e coopera com Israel, razão pela qual atraiu a inimizade do Irã. Durante a onda de protestos de 2011 conhecida como Primavera Árabe apoio forças revolucionárias no Egito e na Síria, criando atritos com os regimes dos dois países.

Diogo Bercito / Folhapress

Candidata à Presidência dos EUA é presa durante protesto anti-Israel

A candidata à Presidência dos EUA Jill Stein, 73, foi presa neste sábado (27) durante protestos anti-Israel feito em universidade americana. Jill Stein, do Partido Verde, foi presa na Universidade de Washington em St. Louis, no Missouri. Junto com ela, foram também presos dois funcionários da sua campanha: Jason Call e Kelly Merill-Cayer.

A candidata foi uma das 100 pessoas detidas pela polícia durante os protestos na universidade. Jill Stein e ativistas se recusavam a deixar o campus. Os Estados Unidos vivem uma onda de protestos de estudantes universitários contra os ataques de Israel em Gaza. Os Estados Unidos são aliados de Israel e fornecem ajuda financeira ao país do Oriente Médio.

Estudantes também pedem corte de relações com instituições israelenses. E até com a Boeing, empresa americana que tem laços com Israel.

Jill Stein fazia parte de uma barreira formada por estudantes, que acabou sendo desfeita pela polícia. No X, a candidata disse que ela estava tentando acalmar os estudantes para evitar a ação da polícia. No fim, boa parte dos manifestantes acabou detida. Jill Stein é médica formada por Harvard. Não é a primeira vez que se candidata à Presidência dos Estados Unidos. Também concorreu em 2012 e 2016.

Ao lançar sua candidatura para o pleito de 2024, disse que uma de suas prioridades, caso eleita, seria o fim do “genocídio em Gaza”. As eleições americanas estão previstas para 5 de novembro deste ano.

Folhapress

Rússia atinge 4 usinas elétricas na Ucrânia, que revida e ataca refinarias

 

Mísseis russos atingiram quatro usinas de energia termelétrica na Ucrânia neste sábado (27). O país perdeu 80% da sua capacidade de geração de energia térmica desde o início da guerra, segundo autoridades.

A Ucrânia disse ter barrado 21 dos 34 mísseis, mas a Dtek, companhia privada de eletricidade do país, disse que quatro das suas seis plantas termelétricas foram danificadas durante a noite. “O inimigo novamente atacou massivamente as instalações elétricas ucranianas”, afirmou a empresa em nota.

Nenhum dos locais foi identificado nominalmente para que a Rússia não consiga estimar o impacto dos ataques, disseram as autoridades ucranianas.

Ucrânia revidou atacando refinarias de óleo na região de Krasnodar, no oeste russo com drones. A investida causou incêndios nas instalações, disseram fontes à agência Reuters.

Efeitos dos ataques não poderão ser mensurados até a chegada do inverno. Apesar da maior parte da energia elétrica vir de usinas nucleares, essas outras fontes equilibram o sistema e a perda delas pode ser um grande problema nos últimos meses do ano.

O governador da região de Lviv, no leste ucraniano, pediu aos moradores que economizem energia. “É difícil para o sistema de eletricidade manter o equilíbrio entre produção e consumo. Temos de fazer a nossa parte” falou.

Folhapress

Fórum em Londres com ministros do STF atrai protesto bolsonarista contra Moraes

Um grupo de cerca de 25 apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve nesta sexta-feira (26) em frente ao Peninsula Hotel, em Londres, para protestar contra a presença de autoridades brasileiras em um evento que ocorre na capital inglesa. O principal alvo é o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Com bandeiras do Brasil, alto-falante e uma caixa de som, os manifestantes fizeram discursos contra as prisões decorrentes do ataque golpista aos prédios dos três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro de 2023, e puxaram uma salva de palmas para o dono da rede social X (antigo Twitter), Elon Musk —exaltado por Bolsonaro e que travou embate recente com Moraes.

Os bolsonaristas —que colocaram na caixa de som e cantaram o Hino Nacional Brasileiro— também procuraram vincular o protesto à falsa alegação de que Moraes estaria sendo intimado pelo Congresso dos EUA a enviar documentos do inquérito das milícias digitais e decisões relacionadas ao X. Na verdade, o Comitê de Assuntos Judiciários da Câmara de Deputados dos Estados Unidos intimou a plataforma de Elon Musk.

“Fica a minha pergunta sobre o que eles estão fazendo aqui. É muito suspeita essa viagem agora, a portas fechadas, o que eles estão fazendo aqui, num hotel 5 estrelas. A gente nunca vai saber o que foi discutido ali dentro”, afirmou Alexandre Kunz, que estava à frente do protesto e diz morar há mais de dez anos na Inglaterra. Ele também bradou no alto-falante que o Brasil precisa de homens “com mais testosterona” para encarar Moraes.

Com a participação de três ministros do governo Lula (PT), dez autoridades do Poder Judiciário —incluindo três ministros do STF—, além do chefe da Polícia Federal, integrantes do Legislativo e o ex-presidente Michel Temer (MDB), o evento denominado “1º Fórum Jurídico – Brasil de Ideias” é fechado e sem transmissão aberta em vídeo.

Nesta sexta, a segurança foi amplamente reforçada, e o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair foi um dos palestrantes. Pessoas presentes ao encontro relataram à Folha que Blair falou sobre as futuras eleições nos EUA e no Reino Unido.

Ativista de questões relacionadas ao meio ambiente, Blair também teceu comentários sobre a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima. O Brasil organizará em 2025 a COP-30, em Belém.

O fórum é organizado pelo Grupo Voto, presidido pela cientista política Karim Miskulin, que em 2022, às vésperas da campanha eleitoral, promoveu almoço de Bolsonaro com 135 empresárias e executivas em São Paulo. O evento começou na quarta-feira (24).

A imprensa está impedida de acessar o evento e nesta sexta nem mesmo o acesso às áreas comuns do hotel foi permitido. A Folha apurou que dois andares do luxuoso hotel londrino foram reservados para os participantes —no total, 21 deles exercem funções públicas no Brasil. Nas mesas, há placas alertando os convidados de que é proibido fotografar, gravar ou editar falas dos participantes para matérias jornalísticas.

Os ministros do STF Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Dias Toffoli, bem como o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o senador Davi Alcolumbre (União Brasil), ex-presidente do Senado, devem ser responsáveis pelas falas de encerramento do encontro, que prevê ainda um tour.

Segundo participantes, no evento, Moraes foi laureado por “mérito jurídico” e Temer, por “mérito estadista”.

Karim Miskulin, presidente do grupo organizador do encontro em Londres, afirmou no início deste ano, sobre ato de Bolsonaro em São Paulo, que o ex-presidente, ainda que inelegível, “é o principal líder da direita brasileira”.

Organizador do evento, o Grupo Voto alegou que “o fórum é um evento privado”. O material de divulgação afirma que se trata de uma “missão internacional, perpetuando o espaço democrático e promovendo um diálogo construtivo em prol do avanço do Brasil”.

Vandson Lima/Folhapress

 

Fórum em Londres com ministros do STF barra imprensa; ‘nem a pau’, diz Moraes sobre entrevista

Jornalistas foram impedidos nesta quinta-feira (25) de acompanhar um evento em Londres com a participação de ao menos dez autoridades do Judiciário brasileiro, incluindo três ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), além de ministros do governo Lula (PT), o chefe da Polícia Federal, integrantes do Legislativo e o ex-presidente Michel Temer (MDB).

Denominado “1º Fórum Jurídico – Brasil de Ideias”, o encontro é organizado na capital inglesa pelo Grupo Voto, presidido pela cientista política Karim Miskulin, que em 2022, às vésperas da campanha eleitoral, promoveu almoço de Jair Bolsonaro (PL) com 135 empresárias e executivas no Palácio Tangará, em São Paulo.

Na entrada do evento, o ministro do STF Gilmar Mendes afirmou à Folha que não sabia da proibição à imprensa. “Isso não nos foi informado. Eu não sabia, vou me informar.”

Questionado se falaria com jornalistas no final do dia, o ministro Alexandre de Moraes respondeu, entre o irônico e o bem humorado: “nem a pau”. Outro integrante do STF no evento é o ministro Dias Toffoli.

Além da Folha, também foram barrados jornalistas das TVs Globo e Record.

Não foi permitido à imprensa, inclusive, permanecer no mesmo andar em que o evento ocorre, no luxuoso Hotel Peninsula, que fica ao lado do Hyde Park e cujas diárias custam acima de 900 libras (cerca de R$ 5.800).

Organizador do evento, o Grupo Voto alegou que “o fórum é um evento privado”. O material de divulgação afirma que se trata de uma “missão internacional, perpetuando o espaço democrático e promovendo um diálogo construtivo em prol do avanço do Brasil”.

O evento, que começou na quarta-feira (24) com uma noite de homenagens e vai até a sexta-feira (26), contará com 24 palestrantes, sendo que 21 deles exercem cargos públicos.

Também fazem parte da lista de autoridades anunciadas para os debates em Londres o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, além do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e integrantes do STJ (Superior Tribunal da Justiça) e do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

A Folha apurou que há aproximadamente 50 pessoas no encontro. Os debates não terão transmissão aberta em vídeo.

O STF informou que não pagou passagens e diárias dos integrantes da corte e que só emite passagem internacional para ministros se eles forem da delegação do presidente.

O Supremo realizou sessão na quarta e o presidente do tribunal, ministro Luís Roberto Barroso, anunciou que Dias Toffoli e Moraes participariam de forma remota, mas eles não chegaram a ser chamados para votar. Nesta quinta (25), o plenário da corte se reúne novamente.

Karim Miskulin, presidente do grupo organizador do encontro em Londres, afirmou no início deste ano, sobre ato de Bolsonaro em São Paulo, que o ex-presidente, ainda que inelegível, “é o principal líder da direita brasileira”.

Vandson Lima/Folhapress

Biden sanciona lei para banir o TikTok nos Estados Unidos

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sancionou nesta quarta-feira (24) o projeto de lei que proíbe o TikTok nos Estados Unidos se a ByteDance, empresa dona do aplicativo, não se desfizer dele em nove meses.

Na terça, a lei já havia sido votada pelo Congresso. A medida foi aprovada como parte de um pacote mais amplo de segurança nacional que prevê US$ 95 bilhões (cerca de R$ 490,3 bi) em ajuda a Ucrânia, Israel e Taiwan, aliados importantes dos EUA.

Em resposta a Biden, o presidente-executivo do TikTok, Shou Zi Chew, disse que a empresa espera questionar na justiça a legislação.

“Fiquem tranquilos, não vamos a lugar algum”, disse ele em um vídeo postado momentos depois de Biden sancionar a lei. “Os fatos e a Constituição estão do nosso lado e esperamos prevalecer novamente.”

A justificativa dada por defensores do projeto é que a relação da China com a ByteDance pode trazer riscos à segurança nacional dos Estados Unidos, uma vez que a companhia seria obrigada a compartilhar dados com o governo chinês.

Em 2020, a empresa processou o governo quando o então presidente Donald Trump emitiu um decreto para bloquear o aplicativo e deu à ByteDance 90 dias para se desfazer de seus ativos americanos e de quaisquer dados que o TikTok havia coletado nos EUA.

Um juiz suspendeu a decisão horas antes de entrar em vigor, e Biden revogou a ordem de Trump quando assumiu.

Especialistas em segurança digital identificaram que o TikTok consegue rastrear a localização dos usuários, listas de contatos, detalhes pessoais e endereços IP, e uma cláusula em sua política de privacidade permite a coleta de dados biométricos, incluindo “impressões faciais e de voz”.

Tudo isso, segundo esses especialistas, seriam potenciais riscos à privacidade e à segurança nacional. No entanto, pesquisadores concluíram que o TikTok não coleta mais dados do que qualquer outra rede social.

A empresa afirma que nunca compartilhou informações dos mais de 170 milhões de usuários norte-americanos, tampouco o fará no futuro.

Como parte de um plano para evitar a possível venda da operação, o TikTok gastou nos últimos três anos mais de US$ 1,5 bilhão no “Projeto Texas”, um plano de reestruturação para proteger os dados e conteúdos dos usuários dos EUA da influência chinesa por meio de uma parceria com o grupo americano Oracle.

O TikTok é particularmente popular entre os jovens norte-americanos, um grupo crucial para Biden nas eleições de novembro contra o ex-presidente Donald Trump.

O pacote de lei também dá ao presidente dos EUA o poder de classificar outros aplicativos como ameaça à segurança, caso também sejam de um país considerado hostil.

COMO FUNCIONARIA A PROIBIÇÃO?

Depois de assinada por Biden, a proibição entrará em vigor em 270 dias, a menos que a ByteDance venda o TikTok para uma empresa não chinesa. Se não, o acesso será bloqueado nos EUA.

A lei funcionará impondo penalidades civis às lojas de aplicativos, como a App Store da Apple e o Google Play, se distribuírem ou atualizarem o TikTok. Os provedores de serviços de internet também seriam obrigados a bloquear o acesso na web.

Embora as lojas de aplicativos e os provedores de internet sejam proibidos de oferecer o acesso, os usuários não serão alvo de qualquer aplicação legal.

Uma proibição nacional de um aplicativo ou site é algo inédito nos EUA —embora tenha havido alguns precedentes em níveis estadual e federal nos últimos anos.

O QUE A PROIBIÇÃO SIGNIFICARIA PARA OS USUÁRIOS?

O aplicativo TikTok já foi baixado em milhões de telefones nos EUA —seu maior mercado global — e não desapareceria deles se a proibição entrar em vigor. No entanto, os usuários não poderiam atualizar o aplicativo nem baixá-lo novamente se o excluíssem.

Ao bloquear o acesso a atualizações, o aplicativo se tornaria obsoleto com o tempo, mas as pessoas não deixariam de usá-lo da noite para o dia.

O TikTok ainda poderia ser acessado por usuários que contornassem a lei usando redes privadas virtuais que criptografam o tráfego da internet e ocultam endereços IP.

Folhapress

Google demite 20 funcionários por participação em protesto contra projeto para Israel

O Google demitiu mais 20 funcionários sob a alegação de que eles participaram de protestos no último dia 17 contra um projeto da empresa contratado pelo governo israelense. O acordo foi firmado em 2021, mas ganhou mais oposição agora em meio à guerra em Gaza. Na última quarta (17), a companhia já havia mandado embora outras 28 pessoas pelo mesmo motivo.

A informação foi divulgada pelo jornal americano Washington Post nesta terça (23). Segundo a publicação, o Google investigou mobilizações em suas sedes em Sunnyvale (Califórnia) e Nova York.

Em um comunicado encaminhado aos funcionários obtido pelo Post, o chefe-executivo da empresa, Sundar Pichai, disse que a conhecida abertura da empresa ao debate se limita a tópicos de trabalho, não a decisões políticas.

“Nós temos uma cultura vibrante de diálogo aberto que nos permite criar produtos incríveis e transformemos ideias em ações”, ele disse. “Mas, antes de qualquer coisa, nós somos um local de trabalho e nossa política está clara: nós somos um negócio.”

O gigante das buscas já havia demitido funcionários críticos à empresa antes, como a especialista em ética em inteligência artificial Timnit Gebru. Ela afirmou que foi demitida após enviar um email a colegas manifestando frustração com a política de diversidade de gênero da big tech.

A atual CEO do app de mensagens Signal, Meredith Whitaker, saiu da empresa alegando que houve retaliações após protestos que ela organizou contra o uso de IA em guerras.

O estopim dos protestos da semana passada foram o Project Nimbus, um contrato conjunto de US$ 1,2 bilhão (R$ 6,3 bilhões) com a Amazon para fornecer ao governo israelense serviços de IA e nuvem.

As mobilizações foram convocadas pela organização No Tech for Apartheid. Houve protestos em escritórios do Google em Nova York, Seattle e Sunnyvale, na Califórnia, nos Estados Unidos.

Manifestantes em Nova York e na Califórnia fizeram uma ocupação que durou quase 10 horas, documentada em uma transmissão ao vivo na plataforma Twitch. Nove deles foram presos na terça à noite sob acusação de invasão.

“Impedir fisicamente o trabalho de outros funcionários e impedi-los de acessar nossas instalações é uma clara violação de nossas políticas e um comportamento completamente inaceitável”, disse o Google em um comunicado sobre a ocupação.

“Após recusar múltiplos pedidos para deixar as instalações, a aplicação da lei foi acionada para removê-los e garantir a segurança do escritório. Até agora, concluímos investigações individuais que resultaram na rescisão do contrato de 28 funcionários, e continuaremos a investigar e tomar medidas conforme necessário’”.

Na quarta-feira (17), vários funcionários envolvidos nos protestos, incluindo aqueles que não participaram diretamente da ocupação, receberam uma mensagem do grupo de relações com funcionários da empresa informando que foram colocados em licença.

“Licença administrativa significa que desativaremos seu acesso aos campi e sistemas do Google e você deve se abster de trabalhar até novo aviso e não comparecer ao escritório”, de acordo com o email, que foi noticiado pela agência Bloomberg. “Estamos mantendo este assunto o mais confidencial possível, divulgando informações apenas com base na necessidade.”

A manifestação ocorreu um dia antes de o governo israelense aprovar seu plano estratégico de cinco anos para a transição para a nuvem sob o Project Nimbus e expandir seus serviços digitais. O Ministério da Defesa de Israel e as forças armadas foram listados em um comunicado do governo como parceiros no Project Nimbus, juntamente com outros órgãos do governo.

Um representante do Google disse que o contrato Nimbus “não é direcionado para trabalhos sensíveis, confidenciais ou militares relevantes para armas ou serviços de inteligência”.

A empresa já havia sido alvo de críticas por reprimir manifestação de trabalhadores.

Funcionários que organizaram um protesto em 2018 sobre a forma como a empresa lidou com alegações de agressão sexual disseram que o Google os puniu por seu ativismo. Quatro outros funcionários alegaram que foram demitidos por organizar oposição ao trabalho do Google com a alfândega dos EUA e por outras atividades de defesa no local de trabalho.

A legislação trabalhista dos EUA dá aos funcionários o direito de se envolver em ações coletivas relacionadas às condições de trabalho. Há um debate se os desenvolvedores de tecnologia podem se unir para se opor à forma como as ferramentas que criam são usadas, de acordo com John Logan, professor de direito do trabalho na San Francisco State University.

Folhapress

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