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Donald Trump suspende ajuda militar à Ucrânia; Rússia celebra
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Foto: Reprodução/Instagram |
O governo Donald Trump anunciou a suspensão do envio de armas consideradas vitais para a Ucrânia combater a invasão russa, como mísseis antiaéreos do sistema Patriot, modelos disparados pelos caças F-16 e munição de precisão guiada.
Segundo o que a Casa Branca divulgou na terça-feira (1º), após a revelação da medida pelo site Politico, a decisão foi tomada devido aos baixos estoques desses armamentos no arsenal americano.
Como seria previsível, o Kremlin comemorou. “Quanto menos armas forem entregues, mais rapidamente o conflito irá acabar”, disse o porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov. Em Kiev, a medida caiu como uma bomba.
A chancelaria ucraniana convocou o adido militar americano na capital para discutir o assunto e, em nota, afirmou que as armas são vitais para a defesa do país. Depois, afirmou que ainda não havia sido notificada oficialmente sobre o tema, visando manter uma janela de discussão.
No Parlamento em Kiev, deputados disseram que o corte é especialmente complicado devido à intensificação da guerra aérea no país. As forças de Vladimir Putin promoveram o maior ataque com drones e mísseis nos quase três anos e meio de guerra no domingo (29).
O Pentágono não revelou dados sobre quantidades ou valores envolvidos, muito menos sobre seus estoques estratégicos, que não têm sido drenados nos últimos anos só pela Ucrânia, mas também pelo aliado Israel, envolvido em suas guerras no Oriente Médio.
Segundo relatos não oficiais, há hoje seis baterias do Patriot na Ucrânia, responsáveis pela defesa de centros nervosos do poder. Um número incerto, estimado em dois pelo site de monitoramento de perdas militares com dados abertos Oryx, foi destruído.
O presidente Volodimir Zelenski pediu a Trump na semana passada mais sete baterias, mas elas não estão disponíveis. Eles se encontraram às margens da cúpula da Otan, a aliança militar ocidental, e o americano disse que estudaria o caso.
Ao fim, a resposta veio com o corte. Uma bateria Patriot tem no mínimo seis lançadores, e cada um deles pode disparar até quatro mísseis em cada salva.
A medida afeta também os mísseis ar-ar que os ucranianos têm usado em seus poucos caças F-16 americanos, doados por países europeus, para abater drones. O quarto desses aviões à disposição de Kiev foi abatido no ataque do domingo.
Por fim, a munição de precisão, essa vital para as escaramuças fronteiriças e para impedir o avanço das tropas russas. Putin tem tido ganhos na Ucrânia: na segunda, anunciou a conquista total da região de Lugansk, uma das quatro que anexou ilegalmente em 2022.
Também tem exercido pressão no norte e no sul do país, além de ter tomado áreas nunca antes invadidas em Dnipropetrovsk, província do centro-sul que é rica em minerais estratégicos.
A suspensão reitera a política de Trump de tentar acabar a guerra pressionando ambos os lados, mas com um viés inevitavelmente pró-Moscou. Neste ano, seu governo apenas cumpriu entregas já combinadas na gestão de Joe Biden e chegou a suspender todo o envio em março, após o americano e Zelenski baterem boca no Salão Oval.
A ajuda foi retomada, mas o ritmo é considerado insuficiente. Após uma arrancada final do antecessor democrata, que enviou R$ 174 bilhões a Kiev de outubro a dezembro de 2024, a ajuda aprovada caiu a R$ 3,2 bilhões de janeiro a março e, depois disso, morreu.
Os dados são do monitor do Instituto para Economia Mundial de Kiel (Alemanha), e vão até o fim de abril. No mesmo período, coube à Europa fornecer o grosso do auxílio, R$ 171 bilhões.
No cômputo geral da guerra, até então, os EUA eram o maior pilar de sustentação da defesa de Kiev, tendo enviado R$ 416 bilhões em armas e apoio militar —o segundo lugar foi tomado pelo Reino Unido da Alemanha, com Londres somando R$ 93,5 bilhões.
Peskov também comentou a ligação de mais de duas horas entre Putin e o colega francês, Emmanuel Macron. Após tanto o Kremlin quanto o Palácio Eliseu terem omitido de quem partiu o telefonema, o russo disse que foi uma iniciativa do presidente da França. Eles não se falavam havia quase três anos.
Assim, o Kremlin mantém a tradição de apresentar Putin de forma mais olímpica, como figura a ser procurada por outros líderes.
Igor Gielow/Folhapress
Passagem de chefia do Mercosul de Milei para Lula evidencia as distâncias entre os dois líderes
A primeira visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Buenos Aires desde o início do governo de Javier Milei, para participar da cúpula de presidentes do Mercosul na quinta-feira (3), marca mais do que a passagem protocolar de comando do bloco econômico. Ela ressalta as diferenças entre os dois líderes.
Durante sua campanha em 2023, Milei fez ataques a Lula, que recebeu em Brasília o então adversário do argentino nas urnas, Sergio Massa. O brasileiro também não foi à posse de Milei.
A expectativa de um encontro desconfortável fez o governo da Argentina, que agora entrega aos brasileiros a presidência rotativa do Mercosul, desenhar um evento breve. Não estão previstos encontros bilaterais entre os líderes —o mais próximo disso foi acertado para a véspera, entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e seu par argentino, Luis Caputo.
O evento, que começa nesta quarta-feira (2) com os ministros da Fazenda e presidente de bancos centrais dos países, deve atender aos interesses argentinos de ampliação da lista de exceções à TEC (Tarifa Externa Comum) com mais 50 produtos, medida que o Brasil era contra.
Essa não foi, porém, a única divergência entre os dois principais sócios do bloco. Desde que assumiu a liderança do Mercosul, em dezembro do ano passado, Milei deixou clara a sua insatisfação em fazer parte do grupo (que também inclui Paraguai e Uruguai, tem a Bolívia como sócio em integração e a Venezuela suspensa) e, em diferentes ocasiões, sugeriu ou falou abertamente de uma versão sul-americana do brexit.
Ao assumir a presidência rotativa, em dezembro passado, Milei definiu o Mercosul como “uma prisão que não permite que os países-membros possam aproveitar nem suas vantagens comparativas, nem seu potencial exportador”, sinalizando seu interesse em fechar um acordo comercial com os Estados Unidos, nem que para isso tivesse de sair do bloco.
Em janeiro, reafirmou em Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial, que estava pronto para sair do Mercosul se isso fosse necessário para conseguir um pacto de livre comércio com Washington. “Se a condição extrema fosse essa, sim”, comentou. Em março, afirmou que o grupo só existe para “enriquecer os industriais brasileiros” às custas dos argentinos.
As queixas de Milei ainda encontravam algum eco do outro lado do rio da Prata, com o então presidente uruguaio Lacalle Pou, que por diversas vezes também reclamou da falta de flexibilidade do bloco. Com a vitória do esquerdista Yamandú Orsi no ano passado, o argentino ficou mais isolado.
Beneficiado pelas trocas comerciais e pelo regime de isenção de impostos que atrai indústrias para o seu lado da fronteira, o Paraguai sempre defendeu uma integração maior entre os sócios.
As divergências entre Lula e Milei se manifestam, por exemplo, na forma de abordagem da questão das mudanças climáticas, que o argentino nega. O Brasil aposta em promover uma vocação verde do Mercosul e fortalecer o Instituto de Direitos Humanos do bloco, enquanto o governo argentino rejeita a iniciativa.
Sobre o conflito do Oriente Médio, Milei adota uma postura alinhada a Donald Trump e a Israel, diferentemente do que faz Lula. As políticas de gênero da agenda 2030 da ONU também são um ponto de conflito entre os dois líderes. O governo argentino minimiza essas divergências, rebatendo que elas foram administradas de forma inteligente durante o seu período de presidência do bloco.
As discordâncias entre Planalto e Casa Rosada também vão além dos temas caros ao Mercosul, já que o presidente brasileiro pode ter um compromisso a alguns quilômetros do Palácio San Martín.
Desde junho, a ex-presidente Cristina Kirchner cumpre prisão domiciliar de seis anos em seu apartamento, no bairro de Constitución, em Buenos Aires, e ela e Lula já conversaram por telefone, segundo o próprio presidente disse em suas redes sociais.
Na terça-feira (1º), a defesa de Cristina pediu permissão à Justiça para que o presidente brasileiro possa visitá-la em algum momento de sua viagem à Argentina. O tribunal que a condenou em primeira instância determinou, entre outras medidas, que ela deve pedir permissão para receber visitas além de seus familiares, médicos ou advogados.
A Justiça aceitou o pedido nesta quarta-feira (2), autorizando o encontro entre Lula e Cristina.
Douglas Gavras/Folhapress
Trump afirma que Israel aceita termos para cessar-fogo de 60 dias em Gaza
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (1º) que Israel concordou em finalizar os termos de um cessar-fogo de 60 dias com o Hamas na Faixa de Gaza. Horas antes, o republicano havia dito que seria “muito firme” com o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, para encerrar o conflito. Os dois líderes devem se encontrar na semana que vem em Washington.
A proposta, segundo o americano, agora será enviada ao Hamas por negociadores do Qatar e do Egito. “Meus representantes tiveram uma longa e produtiva reunião com os israelenses hoje sobre Gaza”, escreveu Trump em sua plataforma, a Truth Social. “Israel concordou com as condições para concluir o cessar-fogo de 60 dias, durante o qual trabalharemos com todas as partes para acabar com a guerra”.
Trump também pediu ao Hamas que aceite a proposta “pelo bem do Oriente Médio”. O governo israelense, por sua vez, não havia se manifestado sobre o tema.
O anúncio de Trump ocorreu após Netanyahu confirmar que vai viajar aos EUA para participar de reuniões com o republicano. O presidente dos EUA continua falando em acordo iminente e afirmou a jornalistas que espera conseguir alcançar um cessar-fogo em breve.
“Esperamos que isso aconteça. E estamos ansiosos para que aconteça em algum momento da próxima semana”, disse Trump ao sair da Casa Branca para uma viagem de um dia à Flórida. “Queremos tirar os reféns de lá”, completou. Há ainda 50 reféns com o Hamas, 28 dos quais mortos com certeza, segundo o governo israelense.
A visita de Netanyahu também incluirá conversas com o secretário de Estado, Marco Rubio, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, o enviado de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, e o secretário de Comércio, Howard Lutnick, segundo comunicado divulgado pelo premiê.
“Ainda temos algumas coisas para finalizar a fim de alcançar um acordo comercial, além de outros assuntos”, disse ele, referindo-se aos planos de tarifas do governo Trump. “Também terei reuniões com líderes do Congresso e do Senado e algumas reuniões de segurança”.
O ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, foi a Washington nesta semana para conversas preparatórias ao encontro entre o presidente americano e o premiê israelense.
Um breve cessar-fogo de 40 dias com o Hamas foi estabelecido de janeiro a março deste ano, mas Israel retomou as ofensivas em Gaza logo após o fim do prazo.
A guerra no território, iniciada com o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, foi o estopim para a série de conflitos que desaguaram no ataque de Israel ao Irã no mês passado.
Trump se envolveu diretamente no conflito com Teerã e bombardeou três instalações nucleares do país persa: em Natanz, Isfahan e Fordow. O republicano afirmou que o ataque aniquilou o programa nuclear iraniano, mas relatórios preliminares das agências de inteligência americanas publicadas pela imprensa colocaram em xeque as falas do presidente sobre o tema.
Embora o Irã afirme oficialmente que a controversa iniciativa nuclear do país tenha fins pacíficos, a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica da ONU) diz que Teerã enriquece urânio a 60% —nível próximo dos 90% necessários para produzir uma bomba atômica e muito acima dos 3,67% exigidos em usinas comerciais.
Os EUA, com a ajuda do Qatar, costuraram um frágil cessar-fogo após 12 dias de conflito. A trégua, porém, foi violada logo no primeiro dia pelos rivais. Na ocasião, Trump interveio diretamente para que os aliados em Tel Aviv não colocassem tudo a perder. E deu uma bronca em Israel.
“Nós basicamente temos dois países que têm lutado há tanto tempo, e tão duramente, que eles não sabem que porra estão fazendo. Você entende isso?”, disse ele a jornalistas antes de embarcar para a cúpula da Otan, a aliança militar ocidental, na Holanda, no último dia 24.
O republicano se referia à troca mútua de acusações de rompimento da trégua. “Eu não estou feliz com o Irã, não estou feliz com Israel”, disse a repórteres, embora tenha focado suas críticas ao Estado judeu.
“Eu preciso fazer Israel se acalmar. Assim que aceitaram o acordo, eles vieram e lançaram um monte de bombas, algo que eu nunca tinha visto, a maior carga que já vimos”, disse, com o exagero habitual.
A intervenção deu certo. Tel Aviv cancelou um ataque grande contra Teerã e ordenou a volta de seus caças, limitando-se a bombardear uma estação de radar. Segundo o governo israelense, a decisão foi tomada após Trump ligar para o premiê Netanyahu, que prometeu parar os ataques.
De seu lado, o governo iraniano disse que cumpriria a trégua se Israel o fizesse. A chave virou nos dois países: Tel Aviv, por exemplo, determinou o relaxamento das restrições vigentes desde que atacou o Irã, no dia 13, abrindo seu espaço aéreo e liberando aulas e reuniões públicas.
Com a trégua, Israel inclusive disse que voltaria seu foco para a guerra em Gaza.
Folhapress
Trump diz que será muito firme com Netanyahu para encerrar a guerra de Israel contra o Hamas
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (1º) que será “muito firme” com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, para encerrar a guerra na Faixa de Gaza. Os dois líderes devem se encontrar na próxima semana em Washington.
Netanyahu confirmou nesta terça que deve viajar para os EUA para fazer reuniões com o republicano. Trump segue falando em acordo iminente e afirmou a jornalistas que espera conseguir alcançar um cessar-fogo em breve.
“Esperamos que isso aconteça. E estamos ansiosos para que aconteça em algum momento da próxima semana”, disse Trump ao sair da Casa Branca para uma viagem de um dia à Flórida. “Queremos tirar os reféns de lá”, completou. Há ainda 50 reféns com o Hamas, 28 dos quais mortos com certeza, segundo o governo israelense.
A visita de Netanyahu também incluirá conversas com o secretário de Estado, Marco Rubio, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, o enviado de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, e o secretário de Comércio, Howard Lutnick, segundo um comunicado do premiê.
“Ainda temos algumas coisas para finalizar a fim de alcançar um acordo comercial, além de outros assuntos”, disse ele, referindo-se aos planos de tarifas de Trump. “Também terei reuniões com líderes do Congresso e do Senado e algumas reuniões de segurança”.
O ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, esteve em Washington nesta semana para conversas preparatórias para o encontro entre o presidente americano e o premiê israelense.
Um breve cessar-fogo de 40 dias com o Hamas foi estabelecido entre janeiro e março deste ano, mas Israel retomou as ofensivas em Gaza logo após o fim do prazo.
A guerra no território, iniciada com o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, foi o estopim para a série de conflitos que desaguaram no ataque de Israel ao Irã.
Trump se envolveu diretamente no conflito com Teerã e bombardeou três instalações nucleares do país persa. O republicano afirmou que o ataque “aniquilou” o programa nuclear iraniano, mas relatórios preliminares das agências de inteligência americanas publicadas pela imprensa colocaram em xeque falas do presidente.
Os EUA, com a ajuda do Qatar, costuraram um frágil cessar-fogo após 12 dias. A trégua, porém, foi violada logo no primeiro dia por ambos os rivais. Na ocasião, Trump interveio diretamente para que os aliados em Tel Aviv não colocassem tudo a perder. E deu uma bronca em Israel.
“Nós basicamente temos dois países que têm lutado há tanto tempo, e tão duramente, que eles não sabem que porra estão fazendo. Você entende isso?”, disse ele a jornalistas antes de embarcar para a cúpula da aliança militar Otan na Holanda no último dia 24.
Ele se referia à troca mútua de acusações de rompimento da trégua. “Eu não estou feliz com o Irã, não estou feliz com Israel”, disse a repórteres, embora tenha focado suas críticas no Estado judeu.
“Eu preciso fazer Israel se acalmar. Assim que aceitaram o acordo, eles vieram e lançaram um monte de bombas, algo que eu nunca tinha visto, a maior carga que já vimos”, disse, com o exagero habitual.
A intervenção deu certo. Tel Aviv cancelou um ataque grande contra Teerã e ordenou a volta de seus caças, limitando-se a bombardear uma estação de radar. Segundo o governo israelense, a decisão foi tomada após Trump ligar para o premiê Binyamin Netanyahu, que prometeu parar os ataques
Com a trégua, Israel inclusive disse que voltaria seu foco para a guerra em Gaza.
Folhapress
Gaza: ataques aéreos de Israel deixam ao menos 72 mortos
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump acredita em novo cessar-fogo na próxima semana. Israel não comentou a ofensiva, mas diz que só tem militantes como alvo.
28), disseram profissionais de saúde, enquanto as perspectivas de cessar-fogo estão melhorando após 21 meses de guerra.
Três crianças e seus pais foram mortos em um ataque israelense a um acampamento em Muwasi, perto da cidade de Khan Younis, no sul. Eles foram atingidos enquanto dormiam, disseram parentes.
Três crianças e seus pais foram mortos em um ataque israelense a um acampamento em Muwasi, perto da cidade de Khan Younis, no sul. Eles foram atingidos enquanto dormiam, disseram parentes.
"O que essas crianças fizeram com eles? Qual é a culpa deles?", disse a avó das crianças, Suad Abu Teima, enquanto outras se ajoelhavam para beijar seus rostos ensanguentados e choravam. Alguns colocaram flores vermelhas nos sacos para cadáveres.
Também entre os mortos estavam 12 pessoas perto do Estádio Palestino na Cidade de Gaza, que abrigava pessoas deslocadas, e outras oito em apartamentos, de acordo com funcionários do Hospital Shifa.
Mais de 20 corpos foram levados para o Hospital Nasser, de acordo com autoridades de saúde.
Um ataque ao meio-dia matou 11 pessoas em uma rua no leste da Cidade de Gaza, e seus corpos foram levados para o Hospital Al-Ahli.
Outro ataque a uma reunião no leste da Cidade de Gaza matou oito, incluindo cinco crianças, disse o hospital. Um ataque a uma reunião na entrada do campo de refugiados de Bureij, no centro de Gaza, matou dois, de acordo com o Hospital Al-Awda.
Esperanças de um acordo de cessar-fogo na próxima semana
O presidente dos EUA, Donald Trump, diz que pode haver um acordo de cessar-fogo na próxima semana. Respondendo a perguntas de repórteres na sexta-feira, ele disse: "Estamos trabalhando em Gaza e tentando cuidar disso".
Um funcionário com conhecimento da situação disse à Associated Press que o ministro israelense de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, chegará a Washington na próxima semana para negociações sobre um cessar-fogo em Gaza, Irã e outros assuntos.
O funcionário falou sob condição de anonimato porque não estava autorizado a falar com a mídia.
As negociações indiretas entre Israel e o Hamas estão em andamento desde que Israel quebrou o último cessar-fogo em março, continuando sua campanha militar em Gaza e promovendo a terrível crise humanitária do território.
Cerca de 50 reféns permanecem em Gaza, menos da metade acredita-se que ainda esteja viva. Eles estavam entre os 251 reféns feitos quando o Hamas atacou Israel em 7 de outubro de 2023, desencadeando a guerra.
"O que mais resta a fazer em Gaza que ainda não tenha sido feito? Quem mais resta para eliminar?" Yotam Cohen, irmão do refém Nimrod Cohen, disse na noite de sábado enquanto comícios semanais de famílias e apoiadores eram retomados após o cessar-fogo de Israel com o Irã.
Mais de 6 mil mortos desde o fim do último cessar-fogo
A guerra matou mais de 56 mil palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde, que não faz distinção entre civis e combatentes.
O órgão do governo diz que mais da metade dos mortos eram mulheres e crianças e que os mortos incluem 6.089 mortos desde o fim do último cessar-fogo.
Israel diz que tem como alvo apenas militantes e culpa o grupo terrorista Hamas pelas mortes, acusando os militantes de se esconderem entre os civis porque operam em áreas povoadas.
Há esperança entre as famílias dos reféns de que o envolvimento de Trump na garantia do recente cessar-fogo entre Israel e Irã possa levar a mais pressão por um acordo em Gaza.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está surfando uma onda de apoio público à guerra do Irã e suas conquistas, e ele pode sentir que tem mais espaço para avançar para acabar com a guerra em Gaza, algo que seus parceiros de governo de extrema-direita se opõem.
O Hamas disse repetidamente que está preparado para libertar todos os reféns em troca do fim da guerra em Gaza. Netanyahu diz que só terminará a guerra quando o Hamas for desarmado e exilado, algo que o grupo rejeitou.
Centenas foram mortos enquanto procuravam comida
Enquanto isso, palestinos famintos estão enfrentando uma situação catastrófica em Gaza. Depois de bloquear todos os alimentos por dois meses e meio, Israel permitiu apenas um punhado de suprimentos no território desde meados de maio.
Mais de 500 palestinos foram mortos e centenas ficaram feridos enquanto buscavam comida desde que a recém-formada Fundação Humanitária de Gaza começou a distribuir ajuda no território há cerca de um mês, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.
Testemunhas palestinas dizem que as tropas israelenses abriram fogo contra multidões nas estradas que se dirigem aos locais. Os militares israelenses dizem que só dispararam tiros de advertência e que estavam investigando incidentes em que civis foram feridos ao se aproximar dos locais.
Milhares de palestinos caminham por horas para chegar aos locais, movendo-se pelas zonas militares israelenses.
Esforços separados das Nações Unidas para distribuir alimentos limitados foram atormentados por gangues armadas saqueando caminhões e por multidões de pessoas desesperadas descarregando suprimentos de comboios.
O número de mortos no sábado incluiu duas pessoas mortas por tiros israelenses enquanto esperavam para receber ajuda perto do corredor Netzarim, uma estrada que separa o norte e o sul de Gaza, de acordo com os hospitais Al-Shifa e Al-Awda, que receberam um corpo cada.
Não houve comentários militares israelenses imediatos.
Vídeo mostra todo o abismo onde Juliana Marins caiu e o corpo sendo içado sobre pedras do Rinjani
Imagens postadas pelas equipes de socorristas dão a dimensão da queda, de cerca de 600 metros, e mostram as rochas nas quais a brasileiras pode ter se chocado.
Imagens de drone publicadas por socorristas indonésios dão a dimensão da queda da brasileira Juliana Marins no Monte Rinjani.
O vídeo percorre desde o ponto mais alto, ainda na trilha onde a carioca estava antes de cair por cerca de 600 metros, até um local repleto de pedras de onde o corpo era içado.
É possível ver muitas pessoas no topo da montanha e cordas descendo até onde estão outros socorristas em pontos diferentes do terreno íngreme do vulcão. Segundo um dos envolvidos, havia um total de 30 pessoas no local, sendo 7 deles no paredão.
"Ok, talvez este vídeo possa responder e explicar: Não somos heróis e não esperamos ser chamados de heróis. Agimos com base na humanidade para manter o bom nome da Indonésia: 4 socorristas no local da vítima, 3 socorristas de prontidão na beira do penhasco, 23 socorristas apoiando o equipamento do sistema no cume", escreveu um dos socorristas que postou as imagens.
Em entrevista concedida num hospital de Bali, o legista responsável pela autópsia disse que o laudo preliminar indicou que Juliana morreu num impacto por objeto contundente, com superfície relativamente plana e dura, que causou ferimentos por todo corpo – o mais grave deles nas costas.
Disse também que os indícios mostram que a morte foi quase imediata, no máximo até 20 minutos após esse impacto direto e que a possibilidade da causa ter sido fome ou inanição é praticamente nula. Afirmou ainda que não encontrou indícios de lesões por hipotermia.
Não se sabe quantas quedas Juliana sofreu, mas ela foi vista ao menos em três pontos do penhasco. Após a primeira, no sábado (21), ela foi filmada por um drone de turistas espanhóis se mexendo, a 300 metros de trilha (veja abaixo).
Na segunda-feira (23), um drone com sensor térmico localizou juliana imóvel. Ela tinha deslizado mais, e o resgate não conseguiu chegar até ela porque, segundo os socorristas, a corda era menor do que o necessário.
Na terça-feira (24), eles chegaram até a jovem, mas ela já estava morta – a 600 metros do local da queda.
Juliana caiu em um barranco com centenas de metros de profundidade, em direção ao lago Segara Anak, na região do Monte Rinjani, por volta das 6h30 do sábado.
O local exato é no ponto Cemara Nunggal, uma trilha cercada por desfiladeiros que leva ao cume do Rinjani.
Apesar da queda, as autoridades competentes disseram que Juliana ainda estava viva no sábado. Isso está de acordo com imagens de drones e outros vídeos gravados por vários escaladores — que circularam online e foram transmitidos pela mídia brasileira.
Três dias depois, na terça-feira (24/06), a equipe de resgate conseguiu se aproximar de Juliana e declarou a vítima morta. Seu corpo foi resgatado no dia seguinte.
Por: G1
Trump contradiz agências de inteligência e diz ao Congresso dos EUA que Irã desenvolvia armas nucleares
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse em carta ao Congresso que as instalações nucleares iranianas atingidas no sábado (21) por um bombardeio americano abrigavam “um programa de desenvolvimento de armas nucleares” —contradizendo as agências de espionagem dos EUA, que dizem que esse programa não existe.
O documento, enviado na segunda (23) para o presidente da Casa, o republicano Mike Johnson, e publicado hoje pela Casa Branca, afirma que as Forças Armadas americanas “conduziram um ataque de precisão contra três instalações nucelares no Irã usadas pelo governo da República Islâmica em seu programa de desenvolvimento de armas nucleares”.
Não está claro em quais informações Trump se apoia para fazer essa afirmação. Em um relatório apresentado ao Congresso em março, a diretora de Inteligência Nacional dos EUA, Tulsi Gabbard, disse que o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, ainda não havia tomado uma decisão sobre reiniciar o programa de armas nucleares do país persa, abandonado oficialmente em 2003.
O órgão nuclear da ONU afirma que o Irã vem enriquecendo urânio a um nível além do necessário para usos puramente civis. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) diz que Teerã possui cerca de 400 kg de urânio enriquecido a 60% de pureza.
A maioria dos reatores nucleares para produção de energia elétrica necessita de urânio enriquecido a apenas 5%, enquanto armas atômicas geralmente utilizam material com pureza de 90% ou mais. Segundo especialistas, o Irã poderia rapidamente enriquecer os 400 kg já existentes para níveis ainda maiores de material físsil.
Entretanto, a diferença crucial é que não há provas de que o regime tenha optado por seguir esse curso. Tecnicamente, o Irã ainda é membro do Tratado de Não Proliferação Nuclear (NPT), que barra a produção de armas nucleares por países que não as possuem, e tem desde 2003 um fatwa —isto é, uma opinião jurídica islâmica— emitida por Khamenei proibindo o desenvolvimento da bomba atômica por Teerã.
Oficialmente, o regime diz que seu programa nuclear tem fins pacíficos.
A carta de Trump ao Congresso americano dá a entender que o presidente ignorou as informações que tinha à disposição das agências de inteligência dos EUA ao ordenar o ataque sem precedentes contra as instalações nucleares de Fordow, Natanz e Isfahan, no Irã.
O caso levou analistas a traçarem comparações com as afirmações feitas por George W. Bush em 2003, quando buscou justificar ao mundo sua invasão do Iraque dizendo que o país tinha armas de destruição em massa. Essas armas nunca foram encontradas.
Antes do ataque contra o Irã, Trump foi questionado por jornalistas sobre o relatório de Gabbard negando a existência de um programa de armas nucleares iraniano. Na ocasião, o presidente respondeu: “Eu não ligo para o que ela disse. Eu acho que eles estão muito próximo de conseguir uma [bomba atômica]”.
Gabbard, uma aliada próxima de Trump, tentou amenizar suas afirmações ao Congresso, dizendo que a espionagem americana aponta que o Irã poderia produzir uma bomba “em semanas ou meses” se assim desejasse —um argumento também apresentado por Israel e seu primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu.
Trump e seu secretário de Defesa, Pete Hegseth, dizem que o ataque americano “obliterou completamente” o programa nuclear iraniano. Um relatório confidencial revelado pela imprensa americana nesta terça (24), entretanto, aponta que o bombardeio teve o efeito de atrasar o programa somente em alguns meses.
Victor Lacombe/Folhapress
Trump diz que Irã e Israel violaram cessar-fogo e exige que Netanyahu não volte a bombardear Teerã
Presidente dos EUA, que anunciou a trégua na noite de segunda (23), disse não estar feliz com nenhum dos dois países e pediu que Netanyahu não volte a bombardear Irã. 'Israel tem de se acalmar', afirmou.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (24) que tanto Israel quanto o Irã violaram o acordo de cessar-fogo, que deveria ter entrado em vigor no início desta manhã.
Trump, que anunciou na noite de segunda-feira (23) a trégua, mediada pelos EUA e pelo Catar, disse também que não está feliz com nenhum dos dois países. E exigiu que o aliado Israel não volte a bombardear o Irã.
"Não estou feliz com Israel. Não estou feliz com o Irã também, mas realmente não estou feliz com Israel", afirmou o presidente norte-americano ao embarcar para a cúpula da Otan, em Haia. "Israel tem de se acalmar, tenho que fazer Israel se acalmar".
Em uma mensagem pelas redes sociais, Trump também disse que se Israel voltar a bombarder o Irã estará comentendo uma "grande violação".
"Israel, não jogue suas bombas. Se fizer isso, será uma grande violação. Traga seus pilotos para casa, agora! Donald J. Trump, presidente dos Estados Unidos", escreveu.
Trégua mediada por Trump
O cessar-fogo no conflito entre Israel e Irã anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta segunda (23) ocorreu após uma ligação do republicano com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Natanyahu.
A informação é da agência de notícias Reuters, com base na declaração de um alto funcionário da Casa Branca.
O funcionário, que forneceu detalhes do cessar-fogo sob condição de anonimato, disse que Israel concordou com o cessar-fogo desde que o Irã não lance novos ataques. O Irã sinalizou que cumpriria o acordo, afirmou o funcionário.
Estavam em contato direto e indireto com os iranianos o vice-presidente dos EUA, JD Vance, o secretário de Estado, Marco Rubio, e o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, ainda de acordo com o funcionário.
A agência Reuters informou, também, que Trump e o vice-presidente J.D. Vance discutiram uma proposta de cessar-fogo entre Israel e Irã com o emir do Catar. A conversa ocorreu após o ataque iraniano a uma base americana no país, nesta segunda-feira.
Segundo a Reuters, uma fonte com conhecimento das negociações afirmou que Trump disse ao emir que Israel havia concordado com o cessar-fogo. Durante o diálogo, o presidente americano também pediu ajuda do Catar para convencer o Irã a aceitar o acordo. Horas depois, no entanto, o chanceler do país negou que um cessar-fogo havia sido fechado.
A agência noticiou ainda que o Irã concordou com a proposta durante uma ligação telefônica com a participação do primeiro-ministro do Catar.
O cessar-fogo
Sob as condições anunciadas por Trump, o conflito será completamente encerrado a partir desta terça-feira (24). Até a publicação desta reportagem, os governos de Israel não havia confirmado o acordo oficialmente.
De acordo com Trump, nas próximas horas, os dois países concluirão as operações militares que ainda estão em andamento. Depois disso, os ataques serão suspensos, e a guerra chegará oficialmente ao fim no prazo de 24 horas.
"Partindo do princípio de que tudo funcionará como deve, o que acontecerá, gostaria de parabenizar ambos os países, Israel e Irã, por terem a Resistência, Coragem e Inteligência para encerrar o que deve ser chamado de A GUERRA DE 12 DIAS", publicou.
Horas após o anúncio, entretanto, o chanceler iraniano, Abbas Araqchi, afirmou que não há acordo ou suspensão das operações militares.
O conflito
A ofensiva começou no dia 13 de junho, quando Israel lançou uma operação preventiva para conter o avanço do programa nuclear iraniano. Nos últimos dez dias, dezenas de pessoas morreram e milhares ficaram feridas — a maioria civis, segundo autoridades dos dois países.
Desde o início do conflito, forças israelenses bombardearam alvos militares e nucleares em território iraniano. Em resposta, o Irã prometeu vingança e lançou mísseis contra Tel Aviv, Haifa e Jerusalém.
Israel alega que o regime de Teerã está próximo de obter uma bomba atômica. Por isso, o governo de Benjamin Netanyahu justificou os ataques como uma tentativa de neutralizar o que considera uma ameaça à existência do país.
No último fim de semana, os Estados Unidos lançaram um ataque contra alvos nucleares iranianos. O principal foco da operação americana foi a usina de Fordow. A instalação subterrânea fica a 80 metros da superfície e abrigava centrífugas para enriquecimento de urânio.
Nesta segunda-feira, o Irã retaliou o ataque e lançou mísseis contra uma base militar americana no Catar. Autoridades norte-americanas e catarianas afirmaram que os projéteis foram interceptados e que os danos foram mínimos. Não houve registro de mortes ou feridos.
A imprensa americana informou que o Irã avisou os EUA e o Catar sobre o ataque com horas de antecedência. O objetivo seria lançar uma resposta simbólica e que evitasse uma escalada no conflito.
Por Redação g1
Irã e Israel relatam ataques após anúncio de Trump sobre cessar-fogo
Mais tarde, Tel Aviv concordoIsrael e Irã relataram ataques nesta terça (24), ainda noite de segunda no horário de Brasília, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um acordo para cessar-fogo entre os paísesu com a trégua. Antes, porém, disse que as forças iranianas dispararam pelo seis barragens de mísseis contra o território israelense. Três pessoas morreram na ação, segundo autoridades.
A agência iraniana estatal de notícias, a Irna, por sua vez, relatou explosões em Teerã. Antes, as Forças Armadas de Israel tinham emitido uma ordem de retirada para bairros na região central da capital —uma tática já usada por Tel Aviv na Faixa de Gaza e que é descrita pelo Irã como “terrorismo psicológico”.
Os ataques e acusações mútuas lançam dúvidas sobre a eficácia do acordo anunciado por Trump. Mais cedo, o chanceler iraniano, Abbas Araghchi, havia sugerido que o cessar-fogo entre seu país e Israel havia entrado em vigor. “As operações militares das nossas poderosas Forças Armadas para punir Israel devido às agressões continuaram até o último minuto”, escreveu ele nas redes sociais. “Agradeço às Forças Armadas, que permanecem prontas para defender nosso país até a última gota de sangue.”
O mesmo Araghchi tinha negado, momentos antes, que os países tivessem firmado uma trégua. Ele acrescentou, contudo, que Teerã estava disposto a suspender os ataques desde que Israel também interrompesse suas ofensivas.
O acordo foi anunciado por Trump após vários dias de troca de fogo aéreo. O presidente americano disse que a trégua começaria com um período inicial de 12 horas sem ataques iranianos. Cumprido o prazo, acrescentou ele, Israel faria o mesmo.
“O cessar-fogo já está em vigor. Por favor, não o violem”, publicou Trump em sua rede Truth Social, na madrugada desta terça-feira (24), no horário de Brasília.
Um funcionário da Casa Branca que falou à agência de notícias Reuters sob condição de anonimato disse que o acordo teria sido alcançado após conversas diretas de Trump com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, além de negociações com autoridades iranianas conduzidas por integrantes do governo americano, incluindo o vice-presidente, J.D. Vance, o secretário de Estado, Marco Rubio, e o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff.
Trump, então, fez o anúncio sobre o cessar-fogo mesmo após os dois lados ameaçarem novas ofensivas e depois de aceitar um ataque retaliatório simbólico de Teerã contra a Al-Udeid, a principal base americana no Oriente Médio localizada no Qatar.
No fim de semana, os EUA bombardearam instalações nucleares no Irã. Em resposta, o regime iraniano lançou nesta segunda mísseis contra a base americana. Teerã, porém, avisou tanto os EUA quanto o Qatar, país com quem tem boas relações, que iria fazer o ataque, e a ação não deixou vítimas.
A decisão tomada por Trump sobre atacar o Irã causou desconforto em parte da sua base política, especialmente entre os mais radicais, que defendem o não envolvimento dos EUA em conflitos externos. A mediação do cessar-fogo, portanto, poderia ajudar Trump a conter essas críticas.
Trump fez o anúncio tendo em mãos nova pesquisa Ipsos/Reuters na qual sua popularidade está no menor nível do novo mandato, iniciado em janeiro, e que apontava o temor do americano de mais uma guerra no Oriente Médio com participação de Washington.
Folhapress
Trump anuncia cessar-fogo ‘completo e total’ entre Israel e Irã
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda (23) um cessar-fogo na guerra entre Israel e Irã, após 12 dias de troca de fogo aéreo. Ele fez a postagem em rede social horas depois de aceitar um ataque retaliatório simbólico de Teerã contra a principal base americana no Oriente Médio.
“Parabéns a todos! Israel e o Irã concordaram que haverá um cessar-fogo completo e total”, escreveu Trump na sua rede, a Truth Social. Ele disse que o acordo começa a valer daqui em 6 horas, com um período de 12 horas sem ataques iranianos.
Cumprido o prazo, diz, Israel fará o mesmo. Ao fim do dia completo, afirma o americano, a guerra terá acabado. “Eu gostaria de parabenizar os dois países por seu fôlego, coragem e inteligência para encerrar o que deveria ser chamado de ‘guerra dos 12 dias’. Ela poderia ter durado anos e destruído o Oriente Médio, mas isso não aconteceu nem acontecerá!”, escreveu.
A postagem não trata de temas fundamentais, como a negociação acerca do programa nuclear iraniano, o “casus belli” usado por Israel para iniciar os maiores ataques em 46 anos de rivalidade com a teocracia instalada pela Revolução Islâmica de 1979.
O premiê Binyamin Netanyahu alegou que o impasse nas conversas EUA-Irã, mais o relatório da ONU indicando que o país persa está em violação de suas obrigações de transparência, significava que Teerã estava a um passo de ter até 15 bombas. Israel tem 90 ogivas nucleares.
Trump entrou na guerra no sábado (21), quando uma espetaculosa operação militar bombardeou três instalações nucleares do Irã, uma delas a fortaleza subterrânea de Fordow. Ele alegou ter obliterado todo o programa dos aiatolás, algo discutível segundo seus próprios generais.
Seja como for, a senha para uma solução da crise estava dada, já que Trump disse querer a paz. O Irã rejeitou o ultimato e prometeu retaliar, e o fez nesta segunda, deixando o mundo com a respiração presa devido ao temor de uma escalada.
Na hora da ação, contudo, fez algo simbólico: lançou 14 mísseis contra a maior base americana no Oriente Médio, Al-Udeid, que fica em Doha. Só que avisou tanto os EUA quanto o Qatar, país com quem tem boas relações, que iria fazer o ataque.
A base em si já tinha tido quase todos seus aviões retirados pelos EUA. Ao fim, 13 mísseis foram abatidos e 1, perdido sem consequências. O Qatar falou grosso, os países da região entraram em alerta, mas rapidamente o próprio Trump desfez o teatro.
Foi à Truth Social agradecer o aviso prévio do Irã, reafirmar que seu ataque foi devastador no sábado e que estava na hora de Irã e Israel pararem a guerra. Aparentemente, tudo estava previamente combinado.
Passadas mais duas horas, veio o anúncio do cessar-fogo. Ele ocorreu após tanto Teerã quanto Tel Aviv emitirem alertas de que iriam lançar ataques uma contra a outra nesta madrugada de terça (24, noite de segunda no Brasil).
Agora é ver se o combinado será cumprido. Da forma que foi feita, algo farsesca, a acomodação serve aos três atores da crise, embora haja muitas dúvidas subsequentes.
Trump fez o anúncio tendo em mãos nova pesquisa Ipsos/Reuters na qual sua popularidade está no menor nível do novo mandato, iniciado em janeiro, e que apontava o temor do americano de mais uma guerra no Oriente Médio com participação de Washington.
Na última semana, o americano recebeu diversas críticas de integrantes de sua base ideológica, que o acusavam de trair a promessa de não mais ser o policial do mundo.
Apesar do agradecimento pelo aviso do Irã, Trump está fixando seu eixo narrativo na ideia ainda imprecisa de que os aiatolás não poderão mais fazer a bomba. E com esse discurso tenta acabar o conflito, retomando a imagem de pacificador que tentou vender sem sucesso antes em Gaza e na Ucrânia.
Para Teerã, há um alívio militar importante. A campanha israelense anulou a defesa aérea do país, onde caças de Tel Aviv operam quase impunemente. Sua retaliação contra o Estado judeu, na forma de quase 500 mísseis balísticos e centenas de drones, causou muita destruição, mas vinha minguando —seja por falta de recursos imediatos ou de estoques futuros.
Assim, o ataque no Qatar serviu para o aiatolá Ali Khamenei, o líder supremo do regime, tomar o manto de vencedor para seu público interno. “Nós não agredimos ninguém, mas não vamos aceitar agressão de ninguém”, disse, antes do anúncio do cessar-fogo.
O fim do conflito interessa aos dois rivais. O Irã está tendo suas capacidades militares dizimadas. Trump busca driblar as críticas de sua base, que não aceitam intervenções estrangeiras dos EUA, e as pesquisas mostram que sua aprovação está em baixa.
Com isso, o cenário repete janeiro de 2020, quando Teerã atacou uma base americana no Iraque após Trump, em seu primeiro mandato, ter mandado matar o mais importante general iraniano, Qassim Suleimani, em Bagdá. Ambos os lados se proclamaram vencedores, e a tensão baixou.
Por fim, mas não menos importante, Netanyahu consegue uma vitória política em um momento em que estava em baixa devido à tragédia humanitária que provoca em Gaza, onde luta uma guerra desde que o Hamas, grupo terrorista palestino apoiado pelo Irã, lançou o mega-ataque de 7 de outubro de 2023.
A guerra existencial contra o Irã tinha apoio popular em Israel, e melhorou as condições eleitorais do premiê que, se perder o cargo, terá de responder rapidamente à Justiça por acusações de corrupção pelas quais é julgado.
Ainda é algo incerto o impacto de longo prazo da destruição causada pelo Irã em grandes cidades de Israel, como Tel Aviv e Haifa. Morreram no Irã mais de 400 pessoas na campanha, segundo o governo, e 24 em Israel. Os feridos são milhares.
O ataque iraniano, segundo Trump algo salutar porque tirou ódio “do sistema” dos aiatolás, foi recebido com temor de uma escalada, em especial por envolver mais um país na confusão.
Mais cedo, Israel havia feito ataques pesados a centros ligados ao regime de Teerã, sinalizando buscar sua queda. Essa motivação subjacente foi admitida por Netanyahu e insinuada por Trump, mas dada as circunstâncias atuais, ficou para outro momento.
O mesmo não se sabe sobre a questão atômica. O vice de Trump, J.D. Vance, foi às redes para dizer que Teerã irá se ver com as forças americanas caso insista na busca pela bomba. Como isso será pactuado, ainda é uma incógnita.
Folhapress
Itamaraty pede reforço nas buscas por brasileira que caiu em trilha de vulcão na Indonésia
(Folhapress) — O Itamaraty informou, na noite deste domingo (22), que pediu ao governo da Indonésia que reforce o trabalho de buscas da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que caiu em uma área de difícil acesso quando fazia uma trilha em direção ao vulcão Rinjani.
O pedido, segundo nota oficial do Itamaraty, foi feito pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em nome do governo brasileiro.
Também segundo o Itamaraty, equipes da Agência de Busca e Salvamento da Indonésia começaram o terceiro dia de buscas no Rinjani, que tem 3.726 metros de altura e fica na ilha de Lombok, a 1.200 km de Jacarta.
Segundo informações recebidas pela equipe, a turista caiu de um penhasco que circunda a trilha junto à cratera do vulcão.
No domingo (22), a irmã de Juliana disse que o resgate havia sido interrompido e que a brasileira ficou sem mantimentos e agasalhos. Mariana Marins afirmou também que as buscas seriam retomadas nesta segunda.
“Desde que acionada pela família da turista, a embaixada do Brasil em Jacarta mobilizou as autoridades locais, no mais alto nível, o que permitiu o envio das equipes de resgate para a área do vulcão onde ocorreu a queda, em região remota, a cerca de quatro horas de distância do centro urbano mais próximo”, diz nota do Itamaraty.
A embaixada do Brasil em Jacarta recebe das autoridades locais relatos sobre o andamento dos trabalhos.
Dois funcionários da embaixada irão até o local para acompanhar as tentativas de resgate, dificultadas no final de semana pelas condições meteorológicas, que atrapalham a visibilidade.
Neste domingo, a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, afirmou, no Instagram, que acompanha o caso com preocupação. Ela disse que conversou com o ministro das Relações Exteriores para saber detalhes do ocorrido.
“No decorrer do dia, o ministro se manteve empenhado em auxiliar, de todas as formas possíveis, para que o resgate seja feito com urgência e que Juliana retorne ao Brasil o mais breve”, disse.
A trilha que era percorrida pela publicitária é uma das mais populares da Indonésia. O trajeto até o cume do vulcão pode levar até quatro dias, segundo informações do Parque Nacional do Monte Rinjani e de agências de montanhismo locais.
Juliana começou o trajeto na sexta-feira (20). Ela faria a escalada até domingo.
A aposta arriscada de Trump ao colocar os EUA no centro do conflito Irã-Israel
Os Estados Unidos atacaram três grandes instalações nucleares no Irã nas primeiras horas destedomingo (22/6). Isso coloca o país diretamente no conflito entre Israel e Irã.
O presidente dos EUA Donald Trump afirmou que os ataques "obliteraram totalmente" as instalações de enriquecimento nuclear do Irã.
Ele também pediu que o governo iraniano "faça a paz" ou enfrente ataques "muito maiores" no futuro.
O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, assegurou que os ataques foram planejados para "degradar" e "destruir" as capacidades nucleares do Irã.
O tempo dirá qual lado está correto.
Ladeado pelo vice-presidente JD Vance, pelo secretário de Estado Marco Rubio e pelo secretário de Defesa Pete Hegseth, Trump alertou o Irã de que, se não abandonasse seu programa nuclear, enfrentaria ataques futuros "muito piores".
Há "muitos alvos restantes", afirmou Trump, e os EUA os perseguiriam com "velocidade, precisão e habilidade".
Apesar das ameaças do presidente dos EUA, um envolvimento militar americano contínuo no Irã pode ser o pior cenário possível para o país, a região e o mundo inteiro.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou para uma "espiral de caos" que poderia resultar da decisão americana de intensificar o conflito, observando que o Oriente Médio já estava "no limite".
Se o Irã retaliar — como o aiatolá Ali Khamenei alertou que aconteceria após um ataque americano —, os EUA poderão se sentir compelidos a responder de novo.
'Duas semanas' viraram dois dias
A retórica de Trump no início da semana passada, de que o Irã deveria "se render incondicionalmente", colocou o presidente em uma posição em que seria difícil recuar.
O Irã, com suas próprias ameaças, se colocou em uma situação semelhante.
É assim que as guerras começam — e como elas podem se expandir além do controle e da imaginação dos envolvidos.
Na quinta-feira (19/6), Trump deu aos iranianos um prazo de duas semanas para uma eventual rendição.
Mas esse prazo foi muito mais curto do que o esperado — de apenas dois dias.
Na noite de sábado (21/6), o presidente dos EUA anunciou que havia agido.
Será que as duas semanas de negociações foram uma farsa? Uma tentativa de atrair os iranianos para uma falsa sensação de segurança neste fim de semana? Ou as negociações de bastidores lideradas por Steve Witkoff, o pacificador designado por Trump, fracassaram?
Como o Irã responderá aos ataques que miraram três de suas Pouco se sabe sobre os efeitos imediatos dos ataques. Mas, na publicação nas redes sociais e no discurso televisionado, Trump tentou abrir um caminho para a paz.
No entanto, essa pode ser uma perspectiva otimista.
Embora os israelenses tenham feito esforços consideráveis para degradar as capacidades militares do Irã, o aiatolá ainda tem armas à disposição.
E as coisas podem ficar complicadas rapidamente.
Agora começa a espera.instalações, incluindo Fordow, considerada a joia da coroa do programa nuclear do país?
Trump parece esperar que a operação dos EUA force o Irã a fazer maiores concessões na mesa de negociações, mas parece improvável que uma nação que não está disposta a dialogar sob ataque israelense se mostre mais inclinada a fazê-lo diante das bombas americanas.
E, embora Trump pareça estar insinuando que o ataque dos EUA foi um evento singular e bem-sucedido, se esse não for o caso, a pressão para atacar novamente aumentará — ou o presidente terá assumido um sério risco político em troca de um ganho militar mínimo.
O presidente 'pacificador' corre algum risco?
Esse risco inclui preocupações políticas internas, além de questões de segurança internacional.
A perspectiva de um ataque dos EUA ao Irã já havia provocado duras críticas não apenas dos democratas, mas também do próprio movimento "América em Primeiro Lugar", encampado pelo próprio Trump.
A decisão incomum do presidente de fazer seu discurso nacional acompanhado por três de seus assessores mais próximos pode ter sido uma tentativa de projetar unidade dentro de seu partido.
Vance, em particular, tem sido um defensor ferrenho de uma política externa americana mais contida e, recentemente, recorreu às mídias sociais para argumentar que Trump ainda é um não intervencionista e que deveria receber o benefício da dúvida de seus apoiadores.
Se esse ataque for um evento isolado, Trump poderá amenizar as divisões dentro de sua base.
Mas, se os eventos recentes levarem os EUA a um conflito maior, o presidente poderá ter uma revolta em suas próprias fileiras.
O ataque de sábado foi uma atitude agressiva para um presidente que se gabava de não ter iniciado novas guerras durante seu primeiro mandato presidencial e que criticava com frequência seus antecessores, que segundo ele haviam arrastado o país para conflitos estrangeiros.
Trump fez sua jogada. O que acontecerá a partir de agora não está inteiramente sob o controle dele.
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