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Mutações da Covid-19 identificadas no Brasil, Reino Unido e África do Sul representam ‘alto risco’, diz UE

Foto: Ilustração

As três mutações do novo coronavírus, descobertas no Reino Unido, Brasil e África do Sul, representam um elevado risco do aumento do número de infecções na Europa que podem causar mais internações e mortes, disse o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) nesta quinta-feira, 21.

Cientistas afirmam que essas mutações são mais transmissíveis e já foram detectadas em diversos países europeus. “Estamos vendo a deterioração epidemiológica em áreas onde já há a transmissão das variantes do Sars-Cov-2”, disse a diretora do centro Andrea Ammon. “O aumento do número de infecções vai levar ao aumento de internações e taxas de mortes em pessoas de todas as idades”.

Ammon disse que todos os membros da União Europeia devem “preparar seus sistemas de saúde para a escalada da demanda”. O Reino Unidos e outros países europeus já fecharam as fronteiras ou estão cogitando adotar a medida para evitar a propagação das variantes mais transmissíveis. Mas a Comissão Europeia afirmou que tais barreiras só prejudicarão seus mercados.

A ECDC alertou para que fossem feitas somente viagens essenciais e insistiram para que os governos acelerassem o ritmo de vacinação contra a Covid-19 para os grupos de risco, como idosos e profissionais da saúde.

Ammon disse ainda que o distanciamento social, a vigilância, o sequenciamento genético, o rastreamento rigoroso e a quarentena são necessários para efetivamente frear a transmissão das novas mutações.

Áustria

O chanceler austríaco, o conservador Sebastian Kurz, pediu coordenação na União Europeia para evitar a transmissão das mutações do coronavírus. “É preciso fazer o possível para evitar que mais mutações, como a do Brasil, entrem na Europa”.

Sobre as fronteiras internas, Kurz afirmou que seu governo favorece normas mais claras para evitar a propagação do vírus. Ele apoia as propostas da Alemanha de controles de fronteiras mais rígidos e testes obrigatórios.

O chanceler reiterou o desejo de pressionar a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para que se aprove rapidamente o uso da vacina de Oxford/AstraZeneca. “Desde 12 de janeiro, a EMA possui todos os dados da AstraZeneca. Na verdade, não há nada mais que se interponha no caminho da aprovação”.
Estadão Conteúdo

Índia vai exportar vacina de Oxford para o Brasil nesta sexta

.Foto: Dado Ruvic/Reuters

O governo da Índia liberou as exportações comerciais de vacinas contra Covid-19, com as primeiras remessas sendo enviadas para o Brasil e Marrocos nesta sexta-feira (22), disse o secretário de Relações Exteriores da Índia. A informação foi divulgada hoje pela CNN Brasil.

As vacinas desenvolvidas pela farmacêutica britânica AstraZeneca e pela Universidade de Oxford estão sendo fabricadas no Serum Institute of India, o maior produtor mundial de vacinas, que recebeu pedidos de países de todo o mundo.

Um incêndio atingiu o instituto nesta quinta-feira (21), mas não danificou o setor que produz as vacinas contra o coronavírus.

O governo indiano suspendeu a exportação de doses até iniciar seu próprio programa doméstico de imunização no fim de semana passado. No início desta semana, ela enviou suprimentos gratuitos para países vizinhos, incluindo Butão, Maldivas, Bangladesh e Nepal

Secretário Fábio Vilas-Boas acusa Pfizer de se recusar a vender vacinas contra Covid-19 para a Bahia

Foto: Elói Corrêa/GOVBA

O secretário da Saúde do Estado (Sesab), Fábio Vilas-Boas, utilizou as redes sociais na manhã desta quinta-feira (21) para acusar a Pfizer de se recusar a vender a sua vacina contra a Covid-19 para a Bahia.

Segundo ele, a farmacêutica internacional justificou que já vendeu todos os seus imunizantes para outros países. “A Pfizer usou a boa fé de 1.500 voluntários baianos no desenvolvimento da sua vacina e agora recusa-se a vender para a Bahia”, escreveu.

“Em 2020 reuniram-se oficialmente com o governador Rui Costa para vender a vacina e a partir dali nos preparamos”, ressaltou o titular da pasta no estado, em seu perfil no Twitter.

“Apoiamos o centro de pesquisas das Obras Sociais irmã Dulce (Osid), investimos na montagem de uma rede de ultracongeladores e, agora, nos informam que venderam tudo pra outros países”, concluiu.

Confira a publicação:
A @pfizer usou a boa fé de 1.500 voluntários baianos no desenvolvimento da sua vacina Covid-19 e agora recusa-se a vender vacina para a Bahia.
Por: Política Livre

Brasil desativou 3 mil leitos de UTI do SUS no segundo semestre de 2020 BRASIL

Foto: Divulgação/Sesab/
Brasil desativou 3 mil leitos de UTI do SUS no segundo semestre de 2020

O Brasil desativou 3.009 dos novos leitos de UTI do SUS entre julho e outubro de 2020, dos 21.651 que tinham sido criados nos meses anteriores em resposta à primeira onda da pandemia do novo coronavírus, ou 12% do total.

Os dados são parte do IDO (Índice de Desigualdade na Oferta), criado a partir de um levantamento feito pelo Instituto Votorantim com dados das secretarias de saúde estaduais.

Mais de 200 mil pessoas morreram por causa da Covid-19 no Brasil em menos de um ano, o equivalente a toda a população da cidade de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, estado que desativou 87% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) que havia criado em função da pandemia entre os meses de fevereiro e julho.

Não foi apenas o Rio que desativou os novos leitos às vésperas da segunda onda de infecções atingir o país. Como adiantado pela Folha, o Amazonas foi o segundo estado que mais desativou leitos de UTI do SUS, 85% deles.

No dia 13 de janeiro deste ano, a capital do Amazonas, Manaus, bateu o recorde de 2.221 hospitalizações nos primeiros 12 dias do ano. É um número superior a todas as internações do mês de abril de 2020 no estado, quando o Amazonas enfrentava o pico da pandemia.

O Amazonas tinha até o dia 12 de janeiro uma fila de 58 pessoas à espera de um leito de UTI nos hospitais de referência. São pacientes que poderiam ter sido atendidos com os 117 leitos desativados.

Já o estado do Pará, que está estável e com volume de novos casos confirmados constante e alto, desativou 82% dos novos leitos de UTI públicos, um total de 267 dos 324 que haviam sido criados para lidar com a pandemia.

​Em nota enviada à Folha, a Secretaria de Estado de Saúde do Pará informou que “o estado possui capacidade e aparato para reabrir toda a estrutura já utilizada anteriormente em caso de necessidade” e que a taxa de ocupação de leitos de UTI no estado, na quinta (14), era de 68%.

As secretarias de Saúde do Rio de Janeiro e do Amazonas não responderam aos questionamentos.

Os estados da região Sudeste respondem por 51% de todos os leitos desativados no Brasil entre julho e outubro. A região foi a que mais abriu leitos no início da pandemia, uma alta de 45%, 4.764 ao todo, dos quais fecharam 1.549.

A região Nordeste responde por 39% dos leitos desativados no país, tendo dois estados entre os cinco que mais desativaram essas vagas, Piauí e Rio Grande Norte, que fecharam 208 e 159 unidades, respectivamente.

O objetivo do índice é indicar as regiões mais frágeis do país quanto à oferta de leitos e também de ventiladores e respiradores. Foi na análise dos resultados que a equipe responsável pelo levantamento notou o movimento de desmobilização da estrutura criada para combater a Covid-19 a partir de agosto.

“O que nos chama muito a atenção é a evolução dos indicadores, sobretudo de UTI ao longo do tempo. Tivemos uma visão de um crescimento da oferta de leitos bastante concentrado em algumas regiões e estados e depois uma queda muito abrupta”, explica Rafael Gioielli, gerente do Instituto Votorantim.

O índice varia de 0 a 1 e analisa a distribuição da estrutura de saúde: leitos hospitalares, leitos de UTI, respiradores e ventiladores, considerando a população de cada estado e município do país. Quanto mais próximo de 0, maior a distribuição da estrutura de saúde entre os municípios de cada estado e menor a desigualdade.

Quando observado apenas o IDO para os leitos de UTI do SUS, o Brasil, de forma geral, apresenta índice de 0,39. O estado mais desigual é o Rio de Janeiro, com 0,11, seguido pelo Amapá, com 0,13, e por Santa Catarina, com 0,17.

“Se pensar que o Norte só tinha 5% dos novos leitos [no início da pandemia] e 13% deles foram desativados, isso mostra como a desigualdade vai crescendo. Porque, por exemplo, a região Sul é responsável por 17% dos leitos criados e perdeu apenas 1%, entre os desativados. Foi a região que menos perdeu, que teve o melhor saldo, redução da desigualdade e melhoria da oferta”, analisa Gioielli.

Matheus Moreira/Folhapress

Ao vivo: vacinas contra a covid-19 começam a ser distribuídas

@Reuters/Amanda Perobelli/Direitos reservados

O Ministério da Saúde inicia, na manhã desta segunda-feira (18), a distribuição das vacina contra a covid-19 para todos os estados. A previsão do governo federal é iniciar a imunização na quarta-feira (20).

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e governadores dos estados estão no Centro de Distribuição Logística do Ministério da Saúde, em Guarulhos (SP), de onde partirá a carga de cerca de 44 toneladas. 

De acordo com o Ministério da Defesa, o transporte das seis milhões de doses da vacina do Instituto Butantan, será feito por aeronaves da Força Aérea Brasileira. 
Acompanhe ao vivo o evento de início da distribuição

Logística

A logística de distribuição das vacinas será realizada por aviões e caminhões, compondo estes últimos uma frota de 100 veículos com áreas de carga refrigeradas, que até o final de janeiro aumentarão em mais 50. Toda frota possui sistema de rastreamento e bloqueio via satélite.
Aprovação pela Anvisa

Ontem (17), os cinco diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovaram o uso emergencial da CoronaVac e da vacina da Oxford no país. 

Edição: Denise Griesinger
Por Agência Brasil - Brasília

Após aprovação da Anvisa, governo de SP aplica 1ª dose da CoronaVac antes do início do plano nacional de vacinação

Primeira dose da CoronaVac é aplicada em SP — Foto: Rodrigo Rodrigues/G1

O governo de São Paulo aplicou a primeira dose da CoronaVac na tarde deste domingo (17), após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o uso emergencial da vacina contra a Covid-19.
A enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, moradora de Itaquera, na Zona Leste da capital paulista, foi a primeira pessoa, fora dos estudos clínicos, a receber a vacina.

Mulher, negra, Mônica faz parte do grupo de risco para a doença, e atua na linha de frente contra Covid-19 no Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Ela foi voluntária da terceira fase dos testes clínicos da CoronaVac realizados no país e tinha recebido placebo.

Após ser imunizada, Mônica recebeu do governador João Doria (PSDB) um selo simbólico com os dizeres “Estou vacinado pelo Butantan” e uma pulseira com a frase “Eu me vacinei”.

A aplicação foi feita no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e acompanhada pelo governador João Doria (PSDB).

A enfermeira Jéssica Pires de Camargo, de 30 anos, funcionária do Controle de Doenças e Mestre de Saúde Coletiva pela Santa Casa de São Paulo, foi responsável por aplicar a dose.

Vacinação em SP

Logo após acompanhar a aplicação da primeira dose da CoronaVac, o governador de São Paulo disse, em coletiva de imprensa no Hospital das Clínicas, que a vacinação contra a Covid-19 no estado começa neste domingo (17) em hospitais de referência e nas populações indígenas. Entretanto, o governo paulista não detalhou quantas pessoas serão vacinadas.

Doria destacou que a partir desta segunda (18), "entra em operação o plano logístico de distribuição de doses, seringas e agulhas”, para a vacinação de profissionais de saúde em seis hospitais de referência: HCs da Capital e de Ribeirão Preto (USP), HC da Campinas (Unicamp), HC de Botucatu (Unesp), HC de Marília (Famema) e Hospital de Base de São José do Rio Preto (Funfarme).

Em seguida, as vacinas e insumos serão enviados para as prefeituras do estado, "com recomendação de prioridade a profissionais de saúde que atuam no combate à pandemia".

O governador também afirmou que determinou o envio imediato das doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde e rebateu as críticas feitas pelo Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em coletiva de imprensa feita no mesmo horário.

"Quero dizer que autorizamos há 35 minutos a imediata distribuição da vacina do Butantan para todos os estados brasileiros através do Ministério da Saúde. Após a aprovação pela Anvisa, determinamos que o Instituto Butantan inicie imediatamente a distribuição da vacina ao Ministério da Saúde, os caminhões com as primeiras doses serão carregados rapidamente e ainda hoje serão encaminhados para o depósito do Ministério da Saúde, no Aeroporto de Guarulhos", afirmou João Doria.

"Nós não estamos aqui fazendo nenhuma conta diferente, nós estamos atendendo o entendimento do Plano Nacional de Imunização", defendeu o governador.

Ainda durante a coletiva, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que das 6 milhões de doses, 4.636.936 serão enviadas para o governo federal. As outras 1.357.640 serão distribuídas pelo estado de SP.

Doses para o Amazonas

Ainda durante a coletiva, João Doria disse que irá enviar 50 mil doses para os profissionais de saúde do Amazonas na manhã desta segunda-feira (18).

“Porque eu já não confio no Ministério da Saúde, esta capacidade de produzir mentiras, assaques, quando deveria estar agradecendo que os cientistas conseguiram viabilizar uma vacina”.

A declaração foi dada após o governador se dizer "atônito" com as declarações feitas pelo Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

Em entrevista coletiva simultânea a do governo de São Paulo, Pazuello afirmou que a CoronaVac foi comprada com dinheiro do SUS e que todas as doses deverão ser entregues pelo Ministério da Saúde.

"Qualquer movimento fora desta linha está em desacordo com a lei", disse o ministro.

Doria rebateu afirmando que a vacina foi financiada pelo governo estadual e que "Ainda não recebeu nenhum centavo do governo federal".

"Não há um centavo, até agora, do governo federal, para a vacina, nem para o estudo, nem para a compra, nem para a pesquisa. Nada. Chega de mentira, ministro. Trabalhe pela saúde do seu povo, seja honesto", disse Doria.

Outros vacinados
O segundo a ser vacinado foi o enfermeiro Wilson Paes de Pádua, de 57 anos, do hospital Vila Penteado, na Zona Norte. “Estou muito feliz, acho que nós temos que lutar pela vacina, lutar pela ciência, para melhorar a saúde e sair dessa pandemia. Me sinto muito orgulhoso e feliz desse momento”.

Ele contou que perdeu colegas e foi infectado pela Covid-19 em junho, enquanto atuava na linha de frente da pandemia. “Pensei que ia morrer, tinha momentos que rezei para Deus pensando que estava partindo”.

No evento, foi vacinada a primeira indígena do país. Vanusa Kaimbé, de 50 anos, é técnica de enfermagem e assistente social, presidente do conselho dos indígenas kaimbe do estado de São Paulo. Ela vive na "aldeia Kaimbé filhos da terra", em Guarulhos.

“Eu vim aqui hoje representar a população indígena e falar a importância da vacina. A vacina salva vidas. Fui a primeira indígena a ser vacinada e recomendo para todos os meus parentes”.

Aprovação

Na tarde deste domingo (17), a diretoria da Anvisa aprovou, por unanimidade, a liberação do imunizante para uso emergencial, seguindo a recomendação apresentada pela área técnica.

Os diretores acompanharam o voto de Meiruze Freitas, relatora dos pedidos. No caso da Coronavac, a diretora condicionou a aprovação à assinatura de termo de compromisso e publicação em "Diário Oficial".

A decisão passa a valer a partir do momento em que houver a comunicação oficial ao laboratório. Ela será publicada no portal da Anvisa, no extrato de deliberações da Diretoria.

O pedido sobre a Coronavac foi apresentado em 8 de janeiro pelo Instituto Butantan e é referente a 6 milhões de doses importadas, produzidas pela farmacêutica chinesa Sinovac. O Butantan também desenvolve a vacina no Brasil.

Durante a apresentação dos dados, o gerente de medicamentos da Agência, Gustavo Mendes, fez críticas ao atraso no envido de dados do Instituto Butantan.

Ele também considerou como pontos de incerteza o número de idosos testados, a falta de informações sobre os intervalos entre a primeira e a segunda dose de todos os pacientes testados.

Com a aprovação o Brasil, se tornará o quarto país a iniciar o uso emergencial do fármaco, após China, Indonésia e Turquia.

Ministério da Saúde

Após a recomendação favorável da área técnica, o governador João Doria disse, em postagem nas redes sociais, que o Instituto Butantan irá entregar as vacinas ao Ministério da Saúde, responsável pela distribuição do imunizante no país.

"Determinei que tão logo a Anvisa aprove o uso emergencial da Vacina do Butantan, o Instituto Butantan entregue imediatamente as vacinas ao Ministério da Saúde para que sejam distribuídas a SP, DF e todos os estados brasileiros. O Brasil tem pressa para salvar vidas", diz a publicação.

Nesta sexta (15), o Ministério da Saúde pediu ao Butantan a entrega 'imediata' de 6 milhões de doses prontas da Coronavac, que estão em poder do instituto e foram importadas do laboratório Sinovac, da China, parceiro do Butantan na produção do imunizante.

Através de ofício, o ministério informou que o montante é referente ao contrato de R$ 2,6 bilhões, firmado entre o órgão federal e o laboratório paulista para a inclusão da Coronavac no Programa Nacional de Imunização (PNI).

O Butantan já tinha prometido entregar as doses após a Anvisa autorizar o uso emergencial da vacina, mas questionava o Ministério da Saúde sobre quantas doses da CoronaVac serão destinadas ao estado de São Paulo no PNI.

A gestão João Doria (PSDB) estima que o estado de São Paulo tem direito a cerca de 1,5 milhão de doses – o cálculo é feito com base no tamanho da população do estado.

Disputa política

A CoronaVac envolve uma disputa política entre o governador de São Paulo, João Doria, e o presidente Jair Bolsonaro. Em outubro, o presidente chegou a dizer que o governo federal não compraria a Coronavac.

No começo de janeiro, porém, o Ministério da Saúde informou assinou um contrato com o Instituto Butantan para adquirir todas as 100 milhões de doses que o órgão produzir.

A proposta anunciada pelo Ministério da Saúde a prefeitos era começar a vacinação na quarta-feira (20) após a liberação do uso emergencial pela Anvisa. O governo pretendia iniciar a vacinação com as duas milhões de doses da vacina da AstraZeneca, produzidas na Índia.

Um avião brasileiro estava previsto para decolar na sexta-feira (15) para a Índia, mas o voo foi adiado por “problemas logísticos internacionais”. O adiamento ocorreu depois que o governo indiano dizer que não poderia dar uma data para a exportação de vacinas produzidas no país.

Depois do adiamento do voo Ministério da Saúde pediu que o Instituto Butantan entregasse todas as 6 milhões de doses da Coronavac disponíveis.

Eficácia da CoronaVac

Os testes da CoronaVac no Brasil foram feitos em 12.508 voluntários – todos profissionais de saúde da linha de frente do combate ao coronavírus – e envolveram 16 centros de pesquisa.

A vacina registrou 50,38% de eficácia global nos testes realizados no país, índice que aponta a capacidade do imunizante de proteger em todos os casos – sejam eles leves, moderados ou graves.

O número mínimo recomendado pela OMS, e também pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é de 50%.

Na prática, a CoronaVac tem potencial de:

reduzir pela metade (50,38%) os novos registros de contaminação em uma população vacinada;
reduzir a maioria (78%) dos casos leves que exigem algum cuidado médico.

Além disso, nenhum dos vacinados ficou em estado grave, foi internado ou morreu.
https://g1.globo.com/

Pazuello acusa Doria de deslealdade e diz que SP faz "marketing" com vacina

 


O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, acusou hoje o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de "desprezar a lealdade federativa" e promover uma "jogada de marketing" após a autorização para uso emergencial da vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan (SP) em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Pazuello ficou extremamente irritado com o ato simbólico realizado em São Paulo, cujo governador é adversário político do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deve enfrentá-lo na eleição presidencial em 2022. O estado escolheu a enfermeira Mônica Calazans para ser a primeira pessoa a receber uma vacina contra a covid-19 no país....
https://noticias.uol.com.br/

Covid-19: Diretoria da Anvisa recomenda aprovação da Coronavac e da vacina de Oxford


A Gerência da Anvisa recomenda a aprovação da Coronavac, vacina desenvolvida pela Sinovac e pelo Instituto Butantan. A decisão é condicionada ao monitoramento e ao acompanhamento próximo de incertezas apontadas e a reavaliação periódica.
Da mesma forma como fez em relação à Coronavac, a área técnica da Anvisa recomendou a aprovação da vacina Oxford/AstraZeneca. E, igualmente, esse aval está condicionado à revisão periódica e ao acompanhamento próximo de dúvidas levantadas pelos gerentes da agência.

Folhapress

Governo da Bahia ingressa no STF para compra de vacina com certificação internacional

Foto: Diulgação

O Governo da Bahia requereu ao Supremo Tribunal Federal (STF), na noite de sábado (16), uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) para que seja permitido à Bahia e aos demais Estados a possibilidade de importar e distribuir vacinas contra Covid sem registro na Anvisa, desde que registradas perante uma Agência Reguladora Regional de Referência, bem como de iniciar a vacinação em seu território, independentemente do início da vacinação nacional.

A Procuradoria Geral do Estado da Bahia (PGE) alegou haver inconstitucionalidade parcial do art. 16 da Medida Provisória nº 1.026/2021, postulando que seja atribuído, de acordo com a Constituição, um caráter puramente exemplificativo ao rol das agências sanitárias ali citadas para admitir a importação e distribuição de vacina que ainda não tenha sido registrada na Anvisa e se houver registro por agência regional de referência certificada pela Organização Panamericana de Saúde (OPAS). Solicitou, ainda, medida cautelar até a decisão final da ADIN.

Com isso, caso alguma vacina contra Covid tenha sido registrada por agência sanitária certificada pela OPAS, como a vacina Sputnik V, utilizada na Rússia e Argentina, torna-se dispensável o registro da Anvisa, que deverá autorizar a importação e distribuição. Assim, a desarticulação das ações no âmbito federal não pode impedir que os Estados adotem os meios possíveis para proteger a saúde dos seus cidadãos mediante o fornecimento de vacinas cuja eficácia e segurança estejam adequadamente caracterizadas, conforme critérios científicos e técnicos.
A Bahia já tem um contrato de prioridade para recebimento de até 50 milhões de doses da vacina Sputnik V, que recentemente apresentou índice de eficácia superior a 90% segundo os testes realizados.

Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia

Fundo Russo diz que enviará 'em breve' à Anvisa dados adicionais para pedido de uso emergencial da Sputnik V

O Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF, na sigla em inglês), informou que que irá enviar "em breve" à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dados adicionais sobre a Sputnik V para buscar a aprovação do uso emergencial da vacina russa contra a Covid-19 no Brasil.

Em nota, o fundo russo disse que solicitações de informações de dados adicionais por parte dos reguladores são um procedimento padrão e "não significam que uma oferta de registro foi rejeitada".

A Anvisa anunciou neste sábado (16) que devolveu a documentação referente ao pedido de uso emergencial da Sputnik V ao laboratório União Química. O grupo farmacêutico foi quem protocolou em conjunto com o RDIF o pedido de uso emergencial no Brasil de 10 milhões de doses da Sputnik V.

A agência informou, em nota, que a devolução aconteceu porque a documentação não apresenta "requisitos mínimos para submissão e análise."

"O pedido foi restituído à empresa por não atender os critérios mínimos, especialmente pela falta de autorização para a condução dos ensaios clínicos fase 3, a condução em andamento no país e questões relativas às boas práticas de fabricação", disse a Anvisa.
ANVISA devolve pedido de uso emergencial da vacina russa
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ANVISA devolve pedido de uso emergencial da vacina russaDe acordo com a Anvisa, "não basta o pedido de autorização de estudo clínico de fase 3 estar protocolado para pedir uso emergencial" pois "é necessário que tais estudos estejam em andamento no país, além de outras medidas condicionantes já previstas."

Vacina já é aplicada na Argentina e em Belarus

A Sputnik V é a mesma vacina que começou a ser aplicada na Argentina e em Belarus e foi a primeira a ser registrada no mundo contra a Covid-19, em agosto. Segundo a empresa, a vacina foi aprovada para uso emergencial em outros países, entre os quais Argentina, Bolívia, Argélia, Sérvia e Palestina, Venezuela e Paraguai.

Em dezembro, a Rússia divulgou dados com o resultado final da eficácia da vacina, que ficou em cerca de 91%. Os detalhes dos estudos, no entanto, não foram publicados e revisados por outros cientistas.

Na nota divulgada após a decisão da Anvisa, o fundo russo destaca ainda que está em análise no Senado brasileiro projeto de lei para permitir o uso de vacinas aprovadas por vários outros países, incluindo a Rússia.

Neste domingo (17), a diretoria da Anvisa se reunirá para decidir sobre pedidos de uso emergencial da vacina CoronaVac, do Instituto Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac, e do imunizante desenvolvido em parceria entra a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca.

Fonte:  G1

Após festas de final de ano, crescem surtos de Covid-19 entre familiares

Foto: Taba Benedicto/Estadão

Após quase um ano de quarentena rigorosa, em que só filhos e netos saíram para as compras essenciais, o casal Enrico Miotto, de 81 anos, e Vincenzina Miotto, de 79, achou que seria seguro reunir a família no sítio em Socorro, interior de São Paulo, para o Natal. Afinal, o lugar é amplo e espaçoso, todo mundo de máscara. Foram 14 pessoas. No dia 26, a matriarca começou a tossir. Em seguida, outras pessoas se queixaram de gripe. Todos que celebraram juntos o Natal contraíram a Covid-19.

Cinco parentes foram hospitalizados. O casal octogenário foi parar na UTI do Hospital Santa Catarina, na região da Avenida Paulista. Desde 4 de janeiro, ficaram em leitos próximos, um ao lado do outro numa luta compartilhada. Foi duro. Covid e, em seguida, pneumonia. No dia 7, dona Vincenzina saiu da UTI. Fez questão de ver o marido, o que emocionou o time do hospital. Um ajudou o outro. Enrico deixou a unidade de internação intensiva no dia 10 de janeiro. Todos sobreviveram. Hoje, estão bem, mas o retorno com o pneumologista será dentro de 15 dias.

O drama dos Miotto se repete na pandemia. Médicos, porém, viram nas últimas semanas alta de surtos familiares, em que um parente transmite para outros. A covid não está só nas estatísticas: está dentro de casa. “O aumento do surto entre familiares e amigos nas últimas duas semanas é evidente”, diz a infectologista Rosana Richtmann, do Hospital Emílio Ribas. “Houve aumento sensível em relação a semanas anteriores. Inúmeros casos de pai, mãe e filho contaminados”, afirma a cardiologista Nicolle Queiroz, que atende casos de Covid nos hospitais São Luiz e São Camilo.

A influência desses casos no crescimento geral da pandemia ainda será observada nas próximas semanas, observa Márcio Bittencourt, mestre em Saúde Pública e médico do Hospital Universitário da USP. “A evolução da transmissão depende do contato interpessoal. Se os níveis atuais se mantiverem, a projeção é de persistência de transmissão comunitária intensa”.

De acordo com o Comitê de Contingenciamento da Covid de São Paulo, ligado ao governo paulista, o Estado deve chegar a um pico de internações em uma semana, mesma previsão de Domingos Alves, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP. “Na semana que vem, vários municípios vão observar a saturação no sistema de saúde em São Paulo, Rio, Mato Grosso do Sul e no Sul. Até o fim de janeiro, os números serão indecentes”, diz Alves. O colapso dos hospitais de Manaus, que ficaram horas sem oxigênio na quinta, põe médicos em alerta.

“Festas de final de ano, feriados e até aglomerações familiares, dentro de casa, no Natal e réveillon, acabaram colaborando para que a transmissão fosse maior”, afirma Dania Abdel Rahman, infectologista do Hospital Albert Sabin de São Paulo. “Muitas pessoas não sabem que estão com o vírus porque não têm sintomas, e acabam transmitindo o vírus para outros”.

Foi o que aconteceu com um universitário de 23 anos. No fim do ano, ele viajou com a namorada para Florianópolis, onde mora o restante da família. Lá, participou de uma festa com primos e a irmã. Na volta, visitou uma tia paterna, de 55 anos. Quando começou a sentir os primeiros sintomas, fez o teste. Positivo. Foram 16 a 18 pessoas contaminadas. Hoje, ele e a namorada estão em isolamento; a tia foi diagnosticada com pneumonia e se trata em casa. “Estão muito sem graça com o que houve”, conta a mãe do jovem, a publicitária Cristina Pereira, que prefere preservar o nome do filho. “Estou chateada e preocupada. Acho que existem muitos mais casos parecidos com esse. Jovens, de maneira geral, vão se conscientizar um pouco mais. Estavam subestimando demais a doença. A mensagem para os jovens é: fiquem em casa”.

Novo perfil da pandemia

Isso significa que a conta das festas de final de ano está só começando a chegar. No Estado, as internações subiram 19% de 29 de dezembro a 12 de janeiro, mas faltam dados de surtos familiares, por problemas de testagem e rastreamento. Esses surtos integram uma mudança no comportamento da pandemia no País nos últimos meses, aponta Rodrigo Stabeli, pesquisador da Fiocruz. “Houve mudança no perfil epidemiológico da doença. A curva de casos mudou da faixa dos 40 a 60 para a fase dos 20 a 45 anos. Alguns trabalhos mostram que a aglomeração de jovens tem levado a doença para dentro de casa. Já aconteceu na Espanha e na Alemanha”

No Reino Unido, o rastreamento da contaminação familiar foi decisivo para decretar lockdown, o terceiro do país, em vigor desde o dia 5. Hoje, a maior parte dos países da Europa mapeia os contatos dos infectados para prevenir as hospitalizações nas semanas seguintes.

A contaminação dos familiares, na mesma casa, mostra outra face da pandemia: como cuidar de si próprio e do outro. As irmãs Fátima, de 63 anos, Eliete, 67, e Elita, 75, fizeram tudo certinho na quarentena. Sair de casa só mesmo para compras essenciais. No Natal, receberam mais quatro parentes para um churrasco no quintal da casa onde moram em Cangaíba, zona leste de São Paulo. O vírus se espalhou entre os familiares e cinco se contaminaram. Felizmente, ninguém precisou de internação.

“Como somos três irmãs, uma cuida da outra com os remédios e a parte emocional”, conta Fátima Lopes. No 10.º dia de diagnóstico de Covid, ela ainda tosse na hora de falar. Reclama de dores nas costas e da falta de olfato e de paladar. Curiosamente, a irmã mais velha, Elita, que tem problemas respiratórios e uma deficiência na coluna, não ficou tão debilitada quanto a irmã mais nova.

Stabeli, da Fiocruz, recomenda atenção aos sintomas na família. “Além da síndrome gripal, é preciso observar dores no corpo, febre leve, tosse, dor no fundo dos olhos, diarreia e dores nas extremidades”, diz. “Se morar com outra pessoa com sintomas, é recomendável cumprir o distanciamento de 2 metros e usar máscara por 10 dias”.

Bancário perde pai, mãe e irmão gêmeo em 45 dias

A pandemia impôs o desafio da adoção de medidas de prevenção dentro de casa desde o primeiro caso, no mês de março. Em um apartamento de classe média do Paraíso, zona sul de São Paulo, os seis moradores contraíram o novo coronavírus. Em uma semana, a família ficou pela metade, pois o pai e dois filhos não resistiram. Um deles era um porteiro aposentado de 62 anos que se tornou a primeira vítima da doença no Brasil no dia 16. Hoje, a mãe, de 84 anos, e os dois filhos restantes, com média de 60 anos, estão recuperados da doença e tentam recomeçar a vida.

A experiência do bancário Sérgio Ricardo Santos Silva, de 49 anos, foi igualmente traumática. Em novembro, ele perdeu o pai, Cícero, que tinha 80 anos, e o irmão gêmeo, Sidney. Semanas antes, sua mãe, Onorina, já havia falecido por acidente vascular cerebral. Todas as três perdas aconteceram dentro de 45 dias. “É uma dor que nunca vai passar. Foi uma perda depois da outra. A cabeça vai a mil. Estou falando, mas meu coração está numa angústia”, conta.

Paralelamente, ele teve de conviver com a contaminação dos sogros, da irmã, Sandra, que também foi hospitalizada. Na sua própria casa, a mulher, Andrea, e a filha também se contaminaram. Ele próprio chegou a ser internado por cinco dias, mas escapou. Falar sobre a sucessão de perdas é uma forma de homenagear os parentes que se foram.

Durante a conversa com o Estadão, na tarde de um sábado, Sérgio recebeu um telefonema. Sua mulher atendeu. Ele ficou paralisado. Imaginou que era o anúncio da morte de um primo que sofre de câncer. Não era. Depois de tantas perdas, uma notícia boa: a alta médica da irmã.

Estadão Conteúdo

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