Governo Trump diz que vai revogar visto de Gustavo Petro, presidente da Colômbia
O governo de Donald Trump anunciou nesta sexta-feira (26) que vai revogar o visto do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, devido ao que chamou de “ações imprudentes e incendiárias” feitas por ele em Nova York. Mais cedo, o líder colombiano esteve em um ato pró-Palestina nas ruas da cidade e pediu aos soldados que desobedecessem ordens do presidente americano.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram Petro discursando para manifestantes com um megafone. “De Nova York, peço a todos os soldados do Exército dos Estados Unidos que não apontem seus fuzis para a humanidade”, disse ele, ao lado do cantor britânico Roger Waters. “Desobedeçam a ordem do Trump. Obedeçam a ordem da humanidade.”
Ainda na sexta, o presidente colombiano disse que abrirá convocação para voluntários de seu país que queiram se alistar para “lutar pela libertação” de Gaza. Petro afirmou que ele mesmo está disposto a combater, caso seja necessário. “Se o presidente da República da Colômbia tiver de ir para esse combate, não me assusta, já estive em outros”, afirmou ele, que, no passado, foi guerrilheiro do grupo armado M-19.
Na plataforma X, o perfil do Departamento de Estado americano escreveu que Petro instou os soldados americanos a “desobedecerem ordens e incitarem a violência”. Por isso, diz a pasta, o visto do colombiano será revogado. O vice-secretário de Estado americano, Christopher Landau, respondeu à publicação com imagem simulando um bat-sinal e os dizeres “el quitavisas” (o tirador de vistos, em espanhol).
Até o começo da madrugada deste sábado (27), o gabinete presidencial e o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia não tinham se manifestado sobre a revogação do visto. Segundo a imprensa colombiana, ele já estava em um voo de volta para o seu país quando o governo americano fez o anúncio.
A postura crítica de Petro em relação a Washington já tinha ficado evidente em sua fala na Assembleia-Geral, na terça-feira (24), quando acusou Trump de ser “cúmplice de genocídio” em Gaza e defendeu a abertura de processos criminais contra os EUA pelos ataques com mísseis contra barcos suspeitos de tráfico de drogas no Caribe. “Dizem que era para deter o tráfico de drogas, mas isso é mentira”, afirmou.
Nas últimas semanas, pelo menos 14 pessoas morreram em ataques dos EUA a embarcações na região do Caribe que, segundo Washington, contrabandeavam drogas da Venezuela para o território americano.
Por sua vez, as tensões entre Colômbia e Israel vêm aumentando desde 2024, quando Bogotá rompeu relações diplomáticas em protesto contra a ofensiva militar israelense em Gaza. A guerra no território palestino começou em resposta ao mega-atentado do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1.200 mortos em território israelense e resultou no sequestro de 251 pessoas.
Os EUA são os maiores aliados e financiadores de Israel. Ao longo do conflito, mais de 65 mil pessoas foram mortas, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo grupo terrorista, e Tel Aviv tem sido cada vez mais pressionado pela comunidade internacional para interromper os ataques.
Folhapress
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