Federação União Progressista expõe contrastes entre Bahia e Paraná

Ao contrário do que aconteceu na Bahia, o diretório do PP no Paraná conseguiu barrar, ao menos até aqui, que o União Brasil ocupe o comando da federação formada pelos dois partidos. Lá, o senador Sérgio Moro (União) articulava para assumir o liderança do “casamento”, mas precisou “puxar o freio de mão”. Por aqui, o deputado federal Mário Negromonte Júnior, que preside o PP baiano, foi derrotado na tentativa de impedir que a federação fosse capitaneada por um aliado do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União): o deputado federal Arthur Maia (União).

A exemplo de ACM Neto, Sérgio Moto também é pré-candidato a governador. Além disso, o PP não tem senador no Paraná. Por conta desses dois “pesos”, o ex-juiz da Lava Jato mirava a presidência estadual da federação. Mas a Executiva do PP paranaense conseguiu adiar a escolha do comandante do União Progressista, demonstrando influência junto ao senador Ciro Nogueira (PI), que preside o ninho pepista nacionalmente.

Na Bahia, Mário Júnior chegou a escrever uma carta a Ciro Nogueira pedindo que a presidência estadual da federação ficasse com o PP, alegando que, se não fosse assim, o partido poderia deixar de ter representação tanto na Assembleia Legislativa quanto no Congresso Nacional.

O senador, no entanto, não deu ouvidos, até porque ACM Neto é vice-presidente nacional do União Brasil e um dos articuladores do “casamento”. Além disso, o União Brasil tem mais deputados federais pela Bahia do que o PP – e nenhuma das legendas possui cadeira no Senado representando o estado.

Até aqui, entre os três representantes do PP na Câmara, o único que segue criticando a federação é Mário Júnior, que tenta emplacar a esposa, a procuradora Camila Vasques, como conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE) na vaga do Ministério Público de Contas. O deputado João Leão sempre foi a favor da união, até por ser aliado de ACM Neto. Mesma posição teve o deputado federal Cláudio Cajado, embora tenha boas relações com o governador Jerônimo Rodrigues (PT).

Na semana passada, em conversas com jornalistas, o governador sinalizou que ainda tem esperanças de ter o PP ao lado, cenário considerado politicamente inviável neste momento. A tendência é que os pepistas insatisfeitos deixem a sigla, o que pode acontecer com Mário Júnior e o que certamente ocorrerá com a bancada da legenda na Assembleia, hoje na base do Executivo estadual.

Na semana passada, inclusive, parte da bancada estadual do PP – os deputados Niltinho, Hassan Iossef e Antônio Henrique Júnior – trataram de uma possível filiação ao PSB em reunião ocorrida em Brasília com a deputada federal Lídice da Mata, que preside a sigla na Bahia.

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