Em almoço dado por banqueiros em São Paulo, Tarcísio é tratado como candidato à Presidência

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi tratado como candidato a presidente da República em encontro com alguns dos principais banqueiros e empresários do país no sábado (16).

O almoço foi oferecido a ele por Alexandre Bettamio, co-head of global investment banking do Bank of America, o segundo maior dos EUA e há 65 anos no Brasil.

Bettamio abriu as portas de sua casa na Fazenda Boa Vista para convidados como os empresários e CEOs Milton Maluhy, do Itaú, Mario Leão, do Santander, Raul Calfat, da Embraer, Rubens Ometto, da Cosan, Tércio Borlenghi Júnior, da Ambipar, Alexandre Birman, da Arezzo&Co, Ricardo Lacerda, da BR Partners, Marcos Molina, da Marfrig, José Auriemo, da JHSF, e o ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto, hoje no Nubank.

De camiseta polo cinza da Hugo Boss, tênis e calça jeans, Tarcísio discursou por quase duas horas e foi diversas vezes interrompido por aplausos.

Em sua apresentação, falou sobre sua vida e carreira, discorreu sobre suas diferentes passagens pelo governo federal, citou Dilma Rousseff (PT) de forma respeitosa, divulgou números que considera positivos de sua administração em SP —e falou sobre o que considera os principais problemas do Brasil.

De acordo com convidados que conversaram com a coluna, Tarcísio bateu na tecla da ineficiência do governo, disse que até o presidente Lula (PT) reconhece o problema e discorreu sobre o equilíbrio entre os poderes —sem, no entanto, criticar o Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com um dos empresários, o governador adotou a linha propositiva, sem ataques a ninguém. E buscou demonstrar lealdade ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nas rodas de conversa, no entanto, empresários e banqueiros criticaram duramente Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos —de onde tem insuflado as sanções aplicadas ao Brasil pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Ele faz isso como forma de pressionar para que o pai escape da condenação e da prisão. A Polícia Federal investiga o parlamentar e o ex-presidente por tentativa de obstrução da Justiça e coação no curso do processo.

Bolsonaro, que está em prisão domiciliar, será julgado em setembro pelo STF sob a acusação de que liderou uma organização criminosa para dar um golpe de estado no Brasil.

Os filhos do ex-presidente têm partido para o ataque aos governadores que são vistos como alternativas a Bolsonaro.

O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL), disse no domingo (17) que governadores de direita agem como ratos e oportunistas enquanto tentam herdar o espólio político de seu pai, que está inelegível e cumpre prisão domiciliar.

A publicação, feita na rede social X (antigo Twitter), foi compartilhada pelo irmão dele.

Mônica Bergamo/Folhapress

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