PT vai às urnas hoje (6) na Bahia escolher novas direções sob pressão de militância para retomar protagonismo político; resultado é esperado para terça (8)

Cerca de três milhões de filiados ao PT estão aptos a ir às urnas neste domingo (6) eleger diretamente os presidentes dos diretórios nacional, estadual e municipal no PED (Processo de Eleições Diretas). Dentre os quais estão 192 mil filiados na Bahia, habilitados para votar em 381 municípios do Estado. A votação acontece das 9h às 17h. Na Bahia, a votação será em cédulas.

Além da escolha direta dos presidentes, os filiados também votarão nas chapas correspondentes, seguindo esta ordem: presidente nacional e chapa nacional; presidente estadual e chapa estadual; presidente municipal e chapa municipal; e, por fim, coordenador de macro ou zonal e sua respectiva chapa.

Presidente do PT na Bahia, Éden Valadares afirma que projeta fazer “deste PED o maior, mais participativo e mais democrático da história do Partido dos Trabalhadores em nosso Estado”. “E esperamos sair desse PED com uma agenda unificada para os desafios eleitorais de 2026”.

“É importante ter o partido cada vez mais organizado, em diálogo constante com a nossa base, a militância, os movimentos e sindicatos e conectado à nova realidade social e do mercado de trabalho. Isso tudo é fundamental para a disputa em 2026, para reeleger o presidente Lula e o governador Jerônimo Rodrigues e nossos deputados federais e estaduais”, emendou Éden.

O voto no processo eleitoral do PT não é obrigatório. Caciques do partido ouvidos por este Política Livre estimam um público votante entre 30 mil e 40 mil filiados na Bahia. No Estado, são 480 candidaturas municipais e 63 zonais.

Para Salvador, espera-se entre 3 mil e 5 mil petistas nas urnas distribuídas nas 20 zonais espalhadas pela cidade.

A projeção é que o resultado seja conhecido na terça-feira (8), dois dias após a realização do pleito. Na segunda-feira (7), o presidente Éden Valadares e o secretário de Organização do PT Bahia, Osmar Galdino (Jojó), farão um balanço parcial da votação em coletiva na sede do partido, no Rio Vermelho.

BRASIL – No âmbito nacional, os filiados vão escolher entre quatro candidatos à presidência do PT: Edinho Silva (Construindo um Novo Brasil – CNB), Valter Pomar (Articulação de Esquerda), Romênio Pereira (Movimento PT) e Rui Falcão (Novo Rumo).

BAHIA – A sucessão estadual do presidente Éden Valadares, eleito em 2019 – com mandato prorrogado excepcionalmente em razão da pandemia -, mas que estranhamente declinou do desafio da reeleição, mobiliza cinco candidatos: Gabriel Cavalcante, Jonas Paulo, Paulo Riela, Rodrigo Pereira e Tássio Brito.

Este último, militante do Movimento Sem Terra (MST), foi escolhido a dedo pelo senador Jaques Wagner (PT) e tido como favorito.

Seu principal oponente é Jonas Paulo, ex-presidente do PT da Bahia, que forma dobradinha com Élen Coutinho e tem sido um dos mais críticos à atual gestão estadual, por considerar que esta se desconectou das bases e dos movimentos sociais, adotando uma atuação política mais digital e distante do interior do Estado.

Em contrapartida, defensores da candidatura de Tássio Brito argumentam que o PT deve manter a tônica da renovação geracional iniciada por Éden.

Diferente da atuação direta de Wagner para manter o controle sobre os rumos da legenda, o governador Jerônimo Rodrigues e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, têm mantido distância segura das negociações e evitam fazer manifestações públicas sobre suas preferências internas no PT.

SALVADOR – Na capital baiana, a sucessão da presidente Cema Mosil também é disputada por cinco candidaturas, mas com o favoritismo apontando para Ana Carolina, militante da Marcha Mundial de Mulheres. Também concorrem Bete Wagner, a candidatura conjunta Gilcimar Brito-Marli Carrara-Petra Peron, Professora Marize e Uarlen.

Segundo interlocutores, Ana Carolina chega ao PED deste domingo com apoio de, ao menos, 60% das forças internas do partido na capital, em razão de ex-candidatos que recuaram em seu favor, como Ademário Costa, Beto Preto, Paulo Mota e Zelito Souza. Ela conta ainda com o apoio declarado do grupo de Tássio Brito – leia-se do senador Wagner.

CENÁRIO – O PED acontece sob uma forte pressão interna da militância do PT em recuperar o protagonismo do jogo político num momento em que o governo do presidente Lula se vê encurralado pela falta de apoio no Congresso Nacional e também por um ambiente de antecipação eleitoral que começa a unificar as forças de centro-direita contra a recondução do presidente em 2026 – patrocinado inclusive por legendas que hoje fazem parte do governo.

Ciente disso, petistas mais experientes ouvidos pelo site dizem que os embates internos no contexto do PED devem ser superados tão logo sejam proclamados os vencedores, uma vez que será preciso “reagrupar” rapidamente para o difícil desafio eleitoral que se avizinha, tanto no Brasil como na Bahia, com a tentativa de reeleição do governador Jerônimo.

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