Rússia bombardeia Ucrânia com 450 drones e mísseis, e diz que foi resposta a 'atos terroristas'

Ataque aéreo atingiu 'quase toda a Ucrânia' e provocou incêndios em prédios residenciais, segundo o presidente Volodymyr Zelensky. Capital Kiev também foi atingida, onde quatro pessoas morreram.
A Rússia realizou um ataque aéreo massivo de drones e mísseis em diversas regiões da Ucrânia na madrugada desta sexta-feira (6). Ao todo, mais de 450 projéteis foram utilizados pelos russos. Segundo autoridades ucranianas, 4 pessoas morreram e 49 ficaram feridas, inclusive na capital Kiev.

Após o ataque, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que seu Exército atacou alvos na Ucrânia em resposta aos "atos terroristas" do rival, segundo a agência de notícias estatal russa Interfax. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, havia prometido uma resposta ao ataque ucraniano de drones a aviões de guerra russos. O Kremlin afirmou que "todas as ações militares são uma resposta às ações do 'regime terrorista' ucraniano".

Em Kiev, quatro morreram e 20 ficaram feridos nos ataques — desses, 16 foram hospitalizados —, informaram autoridades locais. Os outros 29 feridos estão em outras regiões da Ucrânia. Os mísseis causaram grandes explosões na cidade de Lutsk. (Veja no vídeo acima)

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que os russos "atacaram quase toda a Ucrânia" com drones e mísseis lançados contra as regiões de Volyn, Lviv, Ternopil, Kiev, Sumy, Poltava, Khmelnytskyi, Cherkasy e Chernigov. Zelensky já havia acusado a Rússia de realizar um "ataque massivo terrorista" na quinta-feira.

"A Rússia não muda sua natureza – mais um ataque massivo contra cidades e a vida cotidiana. (...) A Rússia precisa ser responsabilizada por isso. Desde o primeiro minuto desta guerra, eles têm atacado cidades e vilarejos para destruir vidas", disse o líder ucraniano.

O Exército da Ucrânia afirmou que os russos utilizaram 452 projéteis no ataque, entre eles:

407 drones Shahed;
45 mísseis: 6 mísseis balísticos Iskander-M/KN-23, 38 mísseis de cruzeiro Kh-101 e Iskander-K, e 1 míssil antirradar Kh-31P.

Segundo o Exército ucraniano, cerca de 370 drones e 36 mísseis foram abatidos, com aviões, sistemas antidrones, e outros equipamentos antiaéreos. Zelensky voltou a pedir mais pressão por sanções contra os russos.

Com isso, o bombardeio russo desta sexta-feira se tornou o maior ataque aéreo da guerra da Ucrânia, que completou três anos em fevereiro. Até o momento, o maior ataque havia registrado 367 drones e mísseis russos, no final de maio.

Kiev atingida
A capital da Ucrânia, Kiev, foi uma das cidades atingidas pelo ataque russo nesta sexta-feira. Ao menos quatro pessoas morreram na cidade e 20 ficaram feridas. O bombardeio com mísseis e drones na cidade foi intenso e sustentado, segundo repórteres da agência de notícias Reuters que estão no local.

Diversas pessoas se refugiaram em estações de metrô da cidade. O funcionamento do sistema foi interrompido porque um dos ataques atingiu e danificou um trem entre estações, informou a administração militar da cidade.

O ataque aéreo também provocou incêndios em prédios residenciais em diferentes partes da cidade, segundo as autoridades.

Durante o ataque, os moradores de Kiev ouviram sirenes soando por toda a cidade e o som de disparos antiaéreos ucranianos contra os projéteis russos.

Testemunhas da Reuters relataram uma série de explosões estrondosas que estremeceram janelas, mesmo aquelas longe do local do impacto. Além disso, os ataques causaram incêndios.

Timur Tkachenko, chefe da administração militar de Kiev, informou que houve um incêndio em um prédio residencial na zona oeste da cidade. Ele também disse que fragmentos de drones foram encontrados em outros três distritos

Resposta russa

Em um dos ataques mais ousados da guerra entre Ucrânia e Rússia, espiões ucranianos destruíram no fim de semana passado algumas das aeronaves bombardeiras estratégicas da Rússia no solo, usando drones quadricópteros escondidos em galpões de madeira.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse após uma conversa telefônica com o líder russo Vladimir Putin, na quarta-feira, que o Kremlin estava planejando uma resposta não especificada ao ataque ucraniano às bases aéreas russas.

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