Rússia anuncia corredor humanitário em Kiev e prepara ataques à capital

Foto: Valter Campanato/Arquivo/Agência Brasi

A Rússia anunciou nesta segunda-feira (7) a abertura de corredores humanitários em várias cidades da Ucrânia, incluindo Kiev. Ao mesmo tempo, as forças de Vladimir Putin se preparam para intensificar os ataques na capital do país, segundo as Forças Armadas ucranianas.

O acordo para cessar-fogo e retirada de civis entrou em vigor, em tese, às 10h no horário de Moscou (4h no horário de Brasília). Além de Kiev, a promessa é que a trégua aconteça também nas cidades de Kharkiv, Mariupol e Sumy. A medida anunciada por Moscou foi costurada com o presidente francês, Emmanuel Macron, segundo a agência Interfax.

Há desconfiança, entretanto, em relação à eficiência da operação. Dois acordos para cessar-fogo, em Mariupol e na cidade vizinha de Volnovakha, falharam nos últimos dois dias, com ambos lados se acusando de descumprir o combinado.

Igor Konashenkov, porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, disse que, ao todo, seis corredores humanitários serão abertos em cidades ucranianas para permitir que civis escapem da guerra.

Enquanto anuncia planos para a retirada de civis em Kiev, a Rússia acumula recursos para atacar a capital ucraniana, disse nesta segunda, em comunicado, as Forças Armadas da Ucrânia. “Além disso, o inimigo continua a operação ofensiva contra o país, focada nos arredores de Kiev, Kharkiv, Chernigov, Sumi e Mikolaiv.”

No sul, autoridades militares ucranianas disseram que a Rússia bombardeou a região de Tuzli, nas proximidades de Odessa, danificando “equipamentos de infraestrutura cruciais”, mas sem deixar feridos.

A invasão a Odessa começou a se configurar neste domingo (6). Principal porto ucraniano no mar Negro, a cidade está no alvo de forças de Putin a leste, e se dominada, Moscou terá estabelecido o controle sobre quase toda a costa do mar Negro, fechando o acesso ucraniano a ele.

De acordo com o Ministério da Defesa do Reino Unido, forças russas provavelmente estão mirando na infraestrutura de comunicação ucraniana para reduzir o acesso a fontes de notícias confiáveis.

“O acesso ucraniano à internet provavelmente também será interrompido como resultado dos ataques russos à infraestrutura”, disse em comunicado.

Em Kharkov, ao leste, bombas russas atingiram uma universidade e um prédio residencial. Outras áreas atingidas foram a cidade de Chernihiv, ao norte, Mikolaiv, ao sul, e Kharkiv, o segundo maior centro urbano do país, de acordo com o conselheiro da presidência ucraniana, Oleksi Arestovich.

Em Chernihiv, a cidade foi bombardeada em todas suas regiões. Arestovich classificou como “catastrófica” a situação dos subúrbios de Kiev, como Bucha, Hostomel e Irpin.

A Acnur, a agência da ONU para refugiados, divulgou neste domingo que o número de pessoas fugindo do conflito na Ucrânia ultrapassou a marca de 1,5 milhão, sendo assim a crise de refugiados que mais cresce desde a Segunda Guerra Mundial.

Nesta segunda, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, anunciou que a Cruz Vermelha da China fornecerá ajuda humanitária à Ucrânia e reiterou pedido para que as negociações continuem.

Ele disse também que a amizade do país com a Rússia é “sólida” e que a cooperação mútua traz “benefícios e bem-estar para os dois povos”.

Folhapress

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