Número de mortes após chuva em Petrópolis sobe para 146

                      Há ainda 191 desaparecidos e quase mil desabrigados.

Neblina atrapalhou o trabalho de buscas no Morro da Oficina, em Petrópolis — Foto: Lívia Torres/g1
As tentativas de encontrar sobreviventes e resgatar corpos de vítimas da chuva em Petrópolis continuam neste sábado (19), apesar de interrupções temporárias devido à chuva.
Segundo a Defesa Civil, sirenes de alerta foram acionadas e dois avisos já foram enviados por SMS e em grupos de comunicação com as comunidades para informar a formação de núcleos de chuva.

É o quinto dia de buscas ligadas à tragédia, que até o início da tarde deste sábado (19) deixou 146 mortos, 191 desaparecidos e 967 pessoas desabrigadas.

Por volta das 12h30, os corpos de uma grávida e de uma criança de dois anos foram localizados. Às 16h, mais dois corpos de crianças foram achados no Morro da Oficina.

As equipes de busca se dividem em três áreas principais — os setores Alfa, Bravo e Charlie, que abrangem regiões como o Morro da Oficina, a Rua Teresa, o Alto da Serra, a Chácara Flora, a Vila Felipe, Caxambu e localidades vizinhas. O posto de Comando Central está localizado no 15º Grupamento de Petrópolis.

Uma forte neblina atrapalha as buscas.

Durante a sexta-feira, a população do município temeu que novos deslizamentos pudessem acontecer. Isso porque voltou a chover forte na cidade no início da noite. Sirenes no primeiro distrito foram acionadas, mas por volta das 21h30 a chuva deu uma trégua.

Para este sábado, a previsão é de que chova ao longo dia. O Climatempo tempo prevê que o dia deve ser de sol, com muitas nuvens e com períodos nublados, com chuva a qualquer hora. O volume de precipitação pode chegar a 22 milímetros ao longo do dia.

Perfil das vítimas fatais

O Instituto Médico-Legal (IML) em Petrópolis informou que, dos 139 mortos, 81 são mulheres e 51 homens, sendo 27 menores de idade. Ao todo, 97 corpos foram identificados, e outros 69 liberados. Veja quem são algumas das vítimas já reconhecidas.


O IML recebeu ainda partes de outros três corpos – nesse caso, não é possível identificar se são de homem ou de mulher. Por isso, será preciso fazer a coleta de material genético de parentes para tentar identificar as vítimas.

Até quinta-feira (17), o IML tinha apenas um caminhão frigorífico para armazenar os corpos. Na sexta, o órgão passou a contar com dois caminhões e dois contêineres frigoríficos.

Com o tempo instável em Petrópolis, o coronel Leandro Monteiro, secretário estadual de Defesa Civil e comandante dos bombeiros, explicou que não pode avançar com máquinas pesadas, como tratores, em qualquer lugar.


"Nesses locais onde a população pede o uso de máquinas, nós não podemos entrar com máquinas agora. O Corpo de Bombeiros acredita encontrar pessoas com vida ali", afirmou Monteiro. "Eu não posso remover o solo da maneira que eles querem", acrescentou.


Monteiro detalhou o protocolo dos bombeiros: “Temos uma técnica para este tipo de desastre. Primeiro, precisamos de silêncio. É um trabalho manual, chamamos as pessoas pelo nome, depois passamos com os cães treinados para encontrarem pessoas vivas, e depois os bombeiros passam fazendo mais um chamado pelo nome”.

Por Erick Rianelli, Henrique Coelho, Lívia Torres, Matheus Rodrigues, Pedro Figueiredo e Stephanie Rodrigues, g1 Rio e TV Globo — Petrópolis
19/02/2022 00h01 Atualizado há 30 minutos

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