Vacina contra nova gripe só deve chegar em março de 2022

Foto: Tiago Queiroz/Estadão/Arquivo

As vacinas contra o vírus influenza A H3N2 que vão contemplar a nova cepa Darwin, responsável pela epidemia de gripe em São Paulo e em outros estados do país, só devem chegar ao Brasil no início de 2022. Segundo Geraldo Barbosa, presidente da ABCVac (Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas), é muito improvável que se consiga importar o imunizante antes disso porque, no momento, as fábricas do mundo estão produzindo as cepas direcionadas ao hemisfério norte.

“As nossas cepas, que são diferentes, só vão entrar em produção a partir de agora. Até chegar ao Brasil, ter liberação da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], é um processo que leva tempo. A gente está tentando antecipar um pouco, mas, pela própria capacidade de produção, é muito difícil.” 
O SUS e a rede privada devem receber imunizantes já com a cepa Darwin, que consta tanto nas vacinas influenza trivalente (distribuídas na rede pública) quanto nas tetravalentes (disponíveis nas clínicas privadas).

Para Barbosa, os inesperados surtos de gripe influenza A em São Paulo e em outros estados estão relacionados à baixa cobertura vacinal e ao turismo. “Um turista do hemisfério norte contaminado com essa cepa nova pode ter trazido. Daí o aumento de casos em cidades turísticas como o Rio, Salvador, São Paulo.”

Segundo ele, a grande luta tem sido conscientizar as pessoas que a cobertura vacinal é preventiva, não tem resposta imediata. “A vacina não chega rápido, não tem para todo mundo ao mesmo tempo”. A cobertura vacinal da gripe entre os grupos prioritários neste ano no estado de São Paulo foi de 55,5%. “Agora, são as medidas preventivas, como uso de máscaras, higienização das mãos e evitar aglomerações. Influenza tem muito a ver com contato e agora, com as festas de fim de ano, a gente tem o temor que a situação perca o controle.”

Além do aumento da procura nos prontos atendimentos de hospitais públicos e privados, o agendamento por consultas com infectologistas e pneumologistas, especialidades ligadas diretamente aos sintomas respiratórios, também cresceu.Na plataforma Doctoralia, houve um crescimento de 8% (de 854 para 925) na busca por esses especialistas na primeira quinzena de dezembro comparado com a primeira de novembro. Neste fim de ano, muitos profissionais fecham a agenda para férias. Na plataforma, há filtro de busca onde é possível localizar quem está disponível.
Cláudia Collucci/Folhapress

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