Moraes e Fachin firmam acordo para indicar ex-ministro-general de Bolsonaro à diretoria-geral do TSE

Foto: Evaristo Sá/AFP

Um acordo firmado entre os ministros Alexandre de Moraes e Edson Fachin, que vão presidir o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no ano que vem, sacramentou ainda neste ano a indicação do ex-ministro da Defesa no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e general da reserva do Exército, Fernando Azevedo, para assumir a direção-geral da Corte em 2022. O vice-presidente Fachin, que assumirá a Presidência do colegiado em fevereiro, prepara uma reunião nesta semana para tratar dos detalhes sobre a nomeação.

A escolha de Azevedo foi capitaneada por Moraes. Em conversas com o vice-presidente do TSE, o ministro demonstrou a importância de fazer a mudança na Diretora-Geral no início de 2022 para evitar que o assunto seja alvo de ataques durante a campanha.

Fachin vai presidir o tribunal por apenas cinco meses, entre fevereiro e meados de agosto, por isso acertou a substituição no começo do seu mandato, como forma de blindar a Corte do desgaste e de teses golpistas no período de maior intensidade da disputa eleitoral.

A escolha do ex-ministro de Bolsonaro tem entre suas motivações aplacar o golpismo do presidente. Azevedo também é bem quisto entre os ministros, sobretudo por sua atuação no Supremo Tribunal Federal (STF) durante a gestão de Dias Toffoli na Presidência da Corte, quando trabalhou como assessor especial do Supremo.

Na época, a ideia do presidente do STF era se aproximar das Forças Armadas diante do movimento bolsonarista que se intensificava. A proposta do TSE é parecida e pretende evitar discursos de manipulação das eleições contando com a presença de um militar tido como moderado e “independente” do bolsonarismo.

Como diretor-geral do TSE, Azevedo terá a função de ordenar as despesas e o orçamento do tribunal, acompanhar licitações, dentre outras funções administrativas. Sob sua alçada também ficará a Secretaria de Tecnologia da Corte, responsável por toda a área de cibersegurança e tratamento de informações. O setor deve receber atenção redobrada no ano que vem diante do risco de ataques cibernéticos durante as eleições. Na semana passada, o Ministério da Saúde foi alvo de um ataque hacker que tirou do ar diversos serviços da pasta.
Estadão

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