Governistas apresentam votos em separado ao relatório e apontam ‘narrativa’ para atingir Bolsonaro

Foto: Edilson Rodrigues/Arquivo/Agência Senado

Os senadores governistas Marcos Rogério (DEM-RO) e Eduardo Girão (Podemos-CE) apresentaram votos em separado ao texto do relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL).

Ambos afirmam que a CPI tentou criar uma “narrativa” para atribuir responsabilidades por eventuais erros e omissões durante a pandemia. E também mencionam um caráter “eleitoral” da comissão.

Girão afirmou que a comissão foi “covarde” ao não investigar a atuação de governadores e os repasses do governo federal a outros entes federados. O senador ainda acusou a CPI de ser parcial, citando especificamente o relator Renan Calheiros.

“A CPI elegeu um relator com flagrante conflito de interesses, pois seu filho é governador de um estado da federação envolvido nas investigações sobre o Consórcio Nordeste”, afirmou Girão, em referência ao governador de Alagoas, Renan Filho (MDB).

Girão também pediu o indiciamento do ex-secretário-executivo do Consórcio Nordeste Carlos Eduardo Gabas por organização criminosa, improbidade administrativa, corrupção passiva e fraude em licitação.

O senador também pede em seu voto em separado o aprofundamento da investigação dos casos Covaxin e Davati.
Marcos Rogério, por sua vez, afirmou que se trata de um “golpe rasteiro” querer atribuir ao presidente da República a responsabilidade pelos problemas causados pela pandemia do novo coronavírus.

Rogério disse que a CPI foi marcada por muitos “absurdos e atecnias jurídicas”.

“Se restou claro que queria se confirmar uma narrativa política”, afirmou.

Rogério também questionou a falta de investigação de governadores. E leu uma lista de ações do governo Jair Bolsonaro durante a pandemia, ressaltando a aquisição de vacinas. Também disse que o chamado tratamento precoce é uma prerrogativa dos médicos e negou que o governo tivesse adotado a tese da “imunidade de rebanho”.

“Não houve, em nenhum momento, a adoção de qualquer política oficial do Governo Federal para imunização de rebanho por contágio. Se isso não fosse verdade, o governo federal não estaria comprando centenas de milhões de doses de vacinas para imunizar a população brasileira”, leu o senador.

O senador não propõe indiciamentos em seu voto em separado e apenas faz sugestões para que órgãos aprofundem as investigações de fatos apontados pela CPI.

“Durante investigação da CPI da Pandemia, ficou claro que o foco da maioria dos membros sempre foi atacar o Presidente da República, num claro jogo político e eleitoral. Porém, as narrativas criadas pela oposição para enfraquecer e condenar o Governo Federal não foram sustentadas em provas”, afirma o texto.

“Assim, não restam maiores dúvidas de que a CPI não se ocupou em apurar as verdadeiras causas das milhares de mortes de brasileiros, quando do combate à pandemia do Covid19, mas apenas taxar o presidente da República como culpado”, completa.

Constança Rezende, Mateus Vargas e Renato Machado/Folhapress

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