“Jamais vazei informação sigilosa de qualquer operação policial”, diz Gabriela Macedo sobre denúncia da Faroeste

Foto: Camila Souza/GOVBA/Arquivo

Em nota enviada nesta sexta-feira (9) a este Política Livre, a delegada da Polícia Civil e ex-chefe de gabinete da Secretaria da Segurança Pública, Gabriela Macedo, disse que a denúncia apresentada pela Procuradora-Geral da República no dia 2 de julho, cujos trechos foram revelados em matérias publicadas hoje por este site, na qual ela figura entre os 16 denunciados, “além de outras elucubrações fantasiosas e sem lastro na realidade dos fatos, transcreve trechos de diálogos que mantive com a então Procuradora Geral de Justiça, Ediene Lousado, deles extraindo conclusões absurdas”. A delegada afirmou ainda que recebeu a notícia da denúncia que a inclui no rol de acusados da Operação Faroeste “com profunda indignação”. “Jamais vazei informação sigilosa de qualquer operação policial”, enfatizou, na nota.

Gabriela Macedo disse, sobre os diálogos com Ediene,a que “solicitei informações à Procuradora Geral em razão de ter sido demandada institucionalmente para esse fim, tanto que, na mensagem, relato que o chefe da Superintendência de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública queria pauta na agenda formal dela para tratar sobre o assunto. Estava imbuída da plena convicção do regular exercício de pauta interinstitucional que era própria das minhas funções à época”.

A ex-chefe de gabinete da SSP disse que não tem manchas na carreira e que sobrevive exclusivamente da remuneração do cargo de delegada exercido há 16 anos. “Sobrevivo exclusivamente da remuneração do cargo que sempre honrei. Jamais recebi qualquer vantagem indevida em 16 anos como delegada de Polícia. Confrontarei na Justiça, no momento devido, a infamante acusação que tenta me envolver, sem êxito, em crimes de terceiros”, afirmou no documento.

Ela sustentou, na nota, não conhecer os acusados na Operação Faroeste Adailton e Geciane Maturino. “Não conheço as pessoas de Adailton e Geciane e, no diálogo transcrito pelo próprio MPF, fica claro que ignorava até mesmo que constituíam um casal. Jamais tive contato com qualquer deles”, disse. A ex-chefe de gabinete da SSP afirmou que não tinha qualquer tipo de participação ou ingerência na investigação em curso contra o casal Maturino, “desconhecendo as motivações e ou natureza do interesse institucional, só tendo sido fornecidas a mim informações superficiais e em linhas gerais, destinadas a instruir a consulta solicitada. Vale destacar que, à época, já era de conhecimento público a existência de grave conflito agrário na região Oeste da Bahia , caracterizado por fraudes e violência”.

A delegada ainda sustenta que não pediu a Ediene Lousado que interferisse em qualquer investigação ou diligência em curso no âmbito do Ministério Público. “Importante, também, destacar que o tom coloquial da conversa, além de próprio a nossa cultura, provinha de relação amistosa pública e notória existente entre ambas à época. Ainda que não frequentassem suas casas, essa relação amistosa permitia a troca de indicação de camarote carnavalesco reservado a convidados, assim como, indicação de pousada para repouso e lazer”, disse a delegada, para quem imputar suposto caráter criminoso a essa informalidade supõe “o total desconhecimento de rotinas que fazem parte da cultura baiana e das nossas festas populares”.

Gabriela também disse que “é também conhecido por muitos o meu afastamento de dra. Ediene há quase 5 anos (período contemporâneo aos principais fatos apurados pela intitulada Operação Faroeste), atingindo o auge após a minha manifesta preferência pessoal e posição exteriorizada enquanto cidadã pela expectativa na escolha de candidato opositor a ela no processo de escolha da lista tríplice para o cargo de Procurador Geral de Justiça do nosso Estado”. A delegada considera que estes fatos deram ensejo ao paroxismo da dissolução da outrora relação amistosa entre ambas.

Davi Lemos

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