Ditado ‘eu sou amigo dos meus amigos’ não vale para Bolsonaro, diz aliado do presidente há 40 anos

Foto: Divulgação/Alberto Fraga

A confirmação de que o senador Ciro Nogueira (PP-PI) assumirá a Casa Civil engorda o histórico de acusações de que Jair Bolsonaro joga os amigos ao mar para salvar o barco da governabilidade.

A vítima da vez foi o general Luiz Eduardo Ramos, que diz não ter sido nem avisado da troca.

Outro amigo, o ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF), que tem relação com o presidente há 40 anos, resume o sentimento: “tem um ditado que diz ‘eu sou amigo dos meus amigos’. Ele não se encaixa no Bolsonaro”.

A esposa de Fraga, Mirta, morreu de Covid-19 em maio. “A insensibilidade dele deixa todo mundo revoltado”, diz o ex-deputado sobre a postura de Bolsonaro em relação à pandemia. Ele diz que fica chateado com a frieza, mas ressalta que não o culpa pelo que aconteceu com Mirta.

Ele afirma que não tem contato com Bolsonaro há cerca de 90 dias, mas que não rompeu com ele. No começo de julho, o Metrópoles noticiou que o ex-parlamentar já não responde mais a mensagens no celular enviadas pelo antigo companheiro de Exército.

Fraga foi cotado diversas vezes para ser titular do Ministério da Segurança Pública, pasta que nunca saiu do papel. “Ele se elegeu com a pauta da segurança pública e não tivemos qualquer ganho”, analisa Fraga, que foi líder da bancada da bala.

“Policiais militares, civis e bombeiros do Brasil inteiro votaram nele. Pergunte o que foi feito por eles. Nada”, completa.

Fraga diz que ainda não decidiu seu futuro político, mas que não depende de Bolsonaro para se eleger em Brasília. “Se tiver que disputar o governo para peitar alguém, faço com a maior tranquilidade do mundo. Já perdi o que mais me importava, não tenho medo nem nada a perder”, acrescenta.

Desde o começo de seu mandato, Bolsonaro distanciou-se de diversos aliados próximos.

Um dos casos mais conhecidos foi o de Gustavo Bebianno (1964-2020), que coordenou a campanha de Bolsonaro em 2018 e depois foi nomeado secretário-geral da Presidência. Ele foi o primeiro ministro demitido do governo Bolsonaro.

Outro deles foi o do senador Major Olímpio (1962-2021), que coordenou a campanha de Bolsonaro em São Paulo.

Painel/Folhapress

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