Mundo político lamenta morte de Roberto Santos e destaca grandeza de ex-governador

Foto: Reprodução/Redes Sociais/O ex-governador Roberto Santos

A Bahia perdeu nesta terça-feira (9), aos 94 anos, o dr. Roberto Santos – médico, ex-reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), ex-ministro, ex-deputado e ex-governador do Estado. Filho do fundador da Ufba, o ex-reitor Edgard Santos, Dr. Roberto faleceu em decorrência de uma infecção urinária (veja aqui). A sua partida foi sentida por todo meio político local e nacional.

Governador da Bahia, Rui Costa (PT) disse ter recebido a notícia com “profundo pesar” e determinou luto oficial de três dias. “Doutor Roberto Santos deu grande contribuição ao desenvolvimento do estado e nos deixa um legado de muito trabalho, respeito aos baianos e valorização da ciência. Meus sentimentos aos seus familiares e amigos por esta grande perda”, afirmou.

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), também prestou solidariedade à família do ex-governador e destacou a importância do político e cientista na retomada democrática do país. “Roberto Santos teve importância fundamental na história da Bahia. Foi um ser humano comprometido com o desenvolvimento de nosso estado, principalmente nos setores de Educação e Saúde. Seu nome ficará registrado como um dos principais líderes da recente história da Bahia e do Brasil”, apontou.

Para o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Adolfo Menezes (PSD), o ex-governador Roberto Santos ficará marcado por suas realizações. “Coincidiu essa nossa primeira sessão, na condição de presidente da AL-BA, com o passamento do ex-governador Roberto Santos, aos 95 anos, um homem público exemplar, sem nenhuma mácula em toda a sua carreira acadêmica e política. Foi um extraordinário governador, com realizações marcantes durante o seu mandato, de 1975 a 1979. As marcas de Roberto estão por aí até hoje, como os bairros de Cajazeiras e Mussurunga, o grande hospital no Cabula, o parque e o estádio de Pituaçu”.

O senador da República, Jaques Wagner (PT), disse que Santos teve “uma vida dedicada a fazer o bem para os baianos” e destacou os avanços na ciência e tecnologia durante as gestões do ex-governador.

Ex-prefeito de Salvador, amigo pessoal de Roberto Santos e âncora do Grupo Metrópole, Mário Kertész demonstrou pesar pela morte do ex-ministro e lembrou de detalhes da convivência de mais de 20 anos dos dois. “Dotado de uma cultura extraordinária, um senso de humor muito grande. Tive a oportunidade de frequentar a casa dele e ele a minha. Eu fazia almoços mensais na Rádio Metrópole com um grupo de velhos e queridos amigos, e Roberto Santos estava sempre lá e sempre que encontrava comigo, cobrava: “Quando é que será o nosso próximo almoço?”. No dia do aniversário dele, 15 de setembro, eu sempre fazia uma homenagem especial para ele. Ele me ligava, agradecia, elogiava muito, e dizia que não merecia isso. Merecia sim Roberto. Estou emocionado, vou sentir falta de você Roberto, muita falta”.

Ex-ministro e ex-deputado, Jutahy Júnior (PSDB) classificou o ex-reitor como um “exemplo de preparo e dignidade” na vida pública. “Com muita tristeza recebi a notícia do falecimento do ex-governador Roberto Santos. Foi um dos melhores governadores da história da Bahia. Um exemplo de preparo e dignidade na sua brilhante vida pública. Gostava muito dele. Desejo, para todos os familiares e amigos, expressar os meus sentimentos de pesar”.

Para a deputada federal Lídice da Mata (PSB), Roberto Santos foi um dos “maiores homens públicos da história da Bahia”. “Contribuiu para a criação do Sistema Único de Saúde, realizou obras importantíssimas que deram origem ao Polo Petroquímico de Camaçari, colaborou muito com as universidades, construiu o, ainda hoje, maior hospital do Norte/Nordeste, que leva o seu nome, e atuou em defesa da ciência. Também era dono de uma integridade e honradez pouco comparáveis. Depois de exercer diversos cargos numa extensa e vitoriosa vida pública, fundou a Academia Baiana de Ciências e teve papel destacado na Academia Baiana da Educação. Tão gigante quando o seu pai, professor Edgard Santos, Doutor Roberto era meu amigo pessoal e eu tive a honra de contar com o seu voto em diversas eleições”.

Visivelmente emocionado, o vereador e jurista Edvaldo Brito recordou a amizade de décadas com o ex-governador Roberto Santos. “Poucas pessoas vivas, fora da família, conviveram com ele mais tempo do que eu. Durante 54 anos essa convivência não se interrompeu. Fui procurador-geral da UFBa, secretário estadual da Justiça e prefeito de Salvador pelas mãos de doutor Roberto. Presenciei o casamento com dona Maria Amélia, a quem conheci quando ela tinha 16 anos, uma mulher inteligente e atuante, uma das primeiras-damas mais dinâmicas que a Bahia já teve. Casal querido, presenciei o nascimento dos filhos, que também são meus amigos. Desconheço um homem público mais sério no mundo. Culto, inteligente, preparado em todos os aspectos e um grande administrador. Ele não tinha um ato sequer que não fosse do interesse público e sempre com o raciocínio jurídico perfeito. Reginalda, eu e toda a minha família estamos desolados com a partida do doutor Roberto Santos. Mas, fica a certeza de que ele teve uma vida longa, honrada e gloriosa, cumprindo tudo o que se propôs e orgulhando a família e os amigos. Talvez, a última demonstração de afeto comigo foi em novembro de 2019, quando ele se dirigiu à Academia de Letras da Bahia, em Nazaré, e votou em mim de dentro carro, pois já não podia mais se locomover e a urna foi levada até ele. Saudades eternas, meu amigo”.

Alexandre Galvão

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