Proximidade excessiva de Aras com Bolsonaro chama atenção do STF

Ministros têm afirmado privadamente que veem Aras como um dos mais dedicados candidatos à vaga de Celso de Mello, que se aposenta em outubro
Foto: Isac Nobrega/PR
A proximidade do procurador-geral da República, Augusto Aras, com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem chamado a atenção dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo a coluna de Guilherme Amado, da revista Época.

De acordo com a publicação, os ministros têm afirmado privadamente que veem Aras como um dos mais dedicados candidatos à vaga de Celso de Mello, que se aposenta em outubro — uma movimentação que tem incomodado.

Na segunda-feira 20, depois de semanas de críticas internas, Aras pediu a abertura de um inquérito ao STF para investigar a participação de políticos na organização de atos defendendo um golpe militar.

Na véspera, Bolsonaro havia ido a uma dessas manifestações, em frente ao Quartel-General do Exército, dando a elas uma relevância que nunca tiveram. Ainda no domingo, em uma nota de difícil compreensão, Aras defendera a importância da democracia.

Ainda de acordo com a coluna, pelo menos dois ministros do STF fizeram chegar a ele desconforto com sua inação frente à postura de Bolsonaro.

“Ele estava muito omisso em relação a alguns episódios, em especial esse gesto do presidente (ter ido aos protestos). Há quem diga que o inquérito foi para inglês ver, e que não chegará ao Bolsonaro, mas o fato de ser conduzido pelo mesmo ministro que conduz uma investigação sobre a produção de fake news pode levar as duas coisas para perto do presidente da República”, analisou, sob sigilo, um ministro do STF, referindo-se ao inquérito para investigar ataques com conteúdo falso ao tribunal, sob o comando de Alexandre de Moraes, designado o mesmo relator da nova apuração.

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