Em dia de liberação de FGTS, IBGE divulga desemprego do trimestre

Fila de desempregados em São Paulo: baixa qualidade das vagas criadas é um dos principais desafios do país (Paulo Whitaker/Reuters)
São Paulo — As dificuldades para uma retomada mais consistente da economia devem voltar aos debates nesta sexta-feira, com duas notícias — uma mirando o passado, outra mirando o futuro.

O passado recente virá à tona com a divulgação da taxa de desemprego do trimestre entre junho e agosto. Os dados mais recentes trazem alguma evolução no emprego: no trimestre terminado em julho a taxa de desocupação caiu de 12,5% para 11,8%, segundo o IBGE, com menos 609 mil pessoas desocupadas.

Ainda assim, o país ainda tinha 12,6 milhões de pessoas buscando trabalho. E os dados mostraram uma precarização do trabalho, com um recorde de 11,7 milhões de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado, um aumento de 3,9% de pessoas em relação ao trimestre anterior. Também houve recorde de brasileiros tralhando por conta própria: 24,2 milhões.

Os primeiros dados revelados para agosto foram positivos. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na quarta-feira 25 pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, o saldo de empregos com carteira assinada no mês foi de 121.387, o melhor resultado para o mês desde 2013. No acumulado do ano o saldo é de 593.467 postos formais, uma alta de 1,55% em relação ao mesmo período de 2018.

A previsão é que os próximos meses tragam alguma evolução com a contratação de temporários para o fim do ano. O consumo também pode ser impulsionado com a segunda notícia desta sexta-feira, esta mirando o futuro. Começam a ser liberados hoje os saques de até 500 reais do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Neste lote, recebem trabalhadores nascidos em maio, junho, julho e agosto.

Segundo a Caixa, 12,3 milhões de pessoas devem receber 5,1 bilhões de reais. O próximo lote de liberação, para quem faz aniversário entre setembro e dezembro, é em 9 de outubro. A liberação é parte de um tímido programa do governo de impulsionar a economia em 2019, após sucessivas revisões para baixo nas projeções de crescimento.

Nesta quinta-feira o Banco Central previu que o país crescerá 0,9% em 2019, pouco acima da previsão anterior de 0,8% e bem abaixo das previsões de início do ano, acima dos 2%. Para 2020, o BC prevê avanço de 1,8%, abaixo da previsão de mercado, de 2%.

Segundo o Banco Central, a economia em 2020 está cercada de incertezas e vai depender da continuidade da agenda de reformas e de ajustes do governo. Para voltar a crescer de forma consistente, o Brasil precisa de muito mais do que a liberação de um punhado de 500 reais do FGTS.

Por: EXAME.com