Política externa de Jair Bolsonaro cria problemas em vizinhos

(FOTO: ABR)
Depois da Venezuela, agora é no Paraguai e na Argentina. Há risco de efeitos negativos por aqui

No fim do ano, haverá eleição presidencial na Bolívia e o término de um dos contratos de venda de gás do país ao Brasil. Será que o governo Jair Bolsonaro vai interferir na eleição para impedir outra vitória do socialista Evo Morales, no poder desde 2006? E que usará mão pesada na busca de um novo contrato de gás, sem o qual residências e empresas brasileiras podem ficar na mão?

Ideológica, a política externa de Bolsonaro tem causado de instabilidade interna na vizinhança, e isso gera risco de consequências no Brasil. A renegociação de um acordo com o Paraguai sobre a energia de Itaipu e o resultado das primárias da campanha presidencial na Argentina são os exemplos mais recentes, a se somar ao caso mais antigo da Venezuela.

Em Itaipu, o Brasil impôs condições duras ao Paraguai. Quando o acordo veio a público dois meses depois, no fim de julho, houve pedido de impeachment do presidente Mario Abdo Benítez, chamado de entreguista. Uma CPI foi instalada. Estima-se por lá uma perda de 200 milhões de dólares (800 milhões de reais). Para salvar o colega direitista, Bolsonaro topou refazer o acordo.