Faixa “Lula Livre” leva embate e líder da Oposição diz ser “apologia ao crime”

Foto: Raiane Veríssimo
A faixa “Lula Livre” dependurada na galeria do plenário na Assembleia Legislativa da Bahia levou um embate entre os parlamentares da Oposição e Governo. Logo no início da sessão, o líder da Oposição, deputado estadual Targino Machado (DEM) pediu questão de ordem para que a faixa fosse retirada por ser “apologia ao crime”.

“O parlamento é a casa onde um dos pilares, se não o maior dos patrimônios, é o diálogo, a conversa, mas é de igual modo o guardião das leis, da legalidade, até porque nos cabe o papel legiferante de fazer as leis. Por isso, senhor presidente, não acho que seja qual for o discurso vá me convencer de que devemos aqui servir de ‘pano de cena’ para defesa de condenados da Justiça. Eu não acho próprio, conveniente estar desfraldada aqui no plenário essa bandeira de ‘Lula Livre’. Respeito e nunca critiquei que os senhores deputados que assim o desejassem coloquem no seu nome parlamentar, como colocaram, a palavra Lula. Agora, quero pedir a vossa excelência que adote as providências para retirar do plenário a bandeira ‘Lula Livre’, porque isso é apologia ao crime”, vociferou Targino.

O pedido do democrata causou revolta aos parlamentares da base governista no plenário. Coube ao líder Rosemberg Pinto (PT) sair em defesa do ex-presidente Lula que nesta terça completou 500 dias preso na carceragem da sede da Superintendência da Polícia Federal no Paraná, em Curitiba. “Ninguém aqui está fazendo apologia a crime. (…) O ex-presidente Lula, na minha opinião é injustamente e na opinião do deputado [Targino] justamente foi julgado em segunda instância o que está impedido a sua candidatura, mas se quer juridicamente a um trânsito em julgado para supostas acusações ao presidente Lula. Então, nem numa argumentação jurídica, se formos caminhar para isso, porque acho que essa Casa é de debate político, não permitia a questão de ordem do nosso querido líder Targino Machado. Quero dizer que aqui é uma Casa da liberdade das expressões. Chegam aqui nas galerias diversas manifestações que são legítimas da sociedade baiana”, ponderou o petista.

Após ouvir as argumentações dos dois lados, o presidente da Casa, deputado Nelson Leal (PP), colocou “panos quentes” na questão e disse que não há no regimento interno um quesito que proíba esse tipo de manifestação. Mesmo permitindo a permanência da faixa, o pepista prometeu levar a questão para a reunião do colegiado de líderes desta quarta-feira (21) para se normatizar. Os deputados Adolfo Menezes (PSD) e Alan Sanches (DEM) concordaram em discutir o quesito em reunião. Já o deputado Fabrício Falcão (PCdoB) adiantou que votará pela permanência de qualquer manifestação na galeria com uso ou não de faixas e lembrou que isso sempre foi feito no Parlamento.

Mesmo com a pauta obstruída, a sessão continua na Casa. No momento, apenas 28 parlamentares se encontram em plenário, apesar de marcar 59 presentes no painel eletrônico. As manifestações a favor de Lula também foram feitas pelos deputados da bancada do PT que estão com cartazes com dizeres como “Moro é mentirosos”, “500 dias de injustiça”! e “Lula Livre já”.

Raiane Veríssimo