“Ai daquele que ajunta em sua casa bens mal adquiridos, para pôr o seu ninho no alto, a fim de se livrar das garras do mal!”– Hc. 2: 9.

O “combustível”, o móvel deste Mundo em que vivemos, é o dinheiro. Infelizmente esta é a verdade. Sem dinheiro não se vive. Com o dinheiro o ser humano compra quase tudo, certa segurança (como sugere o verso), inclusive. Não pode comprar tudo porque certas coisas não têm preço e não estão à venda. Exemplo disso: se a saúde estiver ruim, se estiver enfrentando enfermidade com risco de morte, a pessoa se consulta com os melhores médicos, tem acesso aos tratamentos de ponta, compra os remédios mais caros, adquire um pouco de conforto, mas não compra a sua vida, e nem por isso, igualmente, terá a garantia de manter-se vivo. Isso quem sabe é Deus, exclusivamente.
Entretanto, há regras para se lidar com o dinheiro, muitas delas Bíblicas, de fato. Não há intenção nesta reflexão, no entanto, de abordar certas situações envolvendo o dinheiro, como aquelas relacionadas ao dízimo, por exemplo. A questão que se quer discutir é moral e ética, posta pelo verso e ligada à existência e natureza humanas, visto que a intenção do coração de quem se adéqua aos dizeres do trecho Bíblico acima transcrito, é lamentável e nociva em vários aspectos. O dinheiro jamais pode se tornar fim na vida das pessoas. O dinheiro adquirido de forma honesta e bem utilizado é aquele abençoado por Deus e empregado como meio, jamais fim. E se é meio, o fim não é o dinheiro em si, cujo intento raso de tê-lo é coisa nefasta, mas alguma outra coisa que se espera seja idônea e agradável aos olhos do Senhor.

O grande problema está em ajuntar bens mal adquiridos, isto é, ter e reter para si coisas adquiridas de forma(s) ilícita(s), ilegítima(s). Qualquer produto (dinheiro e/ou bens) proveniente do desvio, da extorsão, da corrupção, do furto ou do roubo, por exemplo, é bem maldito. Quem ajunta bens nesses termos busca pôr o seu ninho no alto, ou seja, busca se engrandecer entre os homens, almejando ser contado entre os poderosos e ter poder. Esse é o objetivo maior descrito no verso, que vem acompanhado, também, da ganância, da soberba e da arrogância do indivíduo. Com estas coisas conquistadas, imagina o sujeito que está apto a se livrar das garras do mal. Ledo engano. Tal situação apenas traz para a pessoa “peso e dívida”, e “peso e dívida” de morte (enfermidades, desgraças, fatalidades etc.), não só para ela própria, mas para os que estão à sua volta, especialmente familiares, com a agravante da falsa sensação de segurança, que a engoda, mas simplesmente não existe (pensando “grande”, pensando na Eternidade…). Isso porque a retenção ilegítima de dinheiro (ou quaisquer outros bens) sempre acontece em prejuízo de outras pessoas ou de uma coletividade, que se veem privadas de tais recursos. Pior quando envolve saúde e fome.
É um erro, entretanto, dizer que dinheiro não traz segurança a quem quer que seja. Traz, sim. Proporciona à pessoa a tomada de série de medidas que minimizam os riscos do dia a dia, que o pobre ou o destituído de recursos não têm como arcar. Trata-se de realidade, pura e simples. De outra sorte, não é pecado ter dinheiro ou ser rico, desde que a origem ou a fonte da riqueza sejam lícitas e legítimas. Daí é bênção de Deus. O problema está, pois, na ilicitude do dinheiro, e no fato de a pessoa confiar mais na riqueza do que em Deus Pai. Nós temos que ter em mente, de todo modo, que mesmo o resultado do trabalho honesto nos será inservível no fim. Nós podemos e devemos desfrutar daquilo que Deus nos dá em vida, com consciência e paz, porém, sabendo que daqui nada levaremos (vide Jó 1: 21). Nessa seara, pois, ao rico injusto, fica o conselho de Provérbios 11: 4. Para qualquer um de nós, mas especialmente para os ricos (justos e injustos): Provérbios 18: 11. Para os que confiam no Senhor, independentemente de qualquer coisa, vista ou situação: Provérbios 18: 10. E, por fim, para “coroar” a mensagem: benditas palavras do Senhor Jesus – Mateus 6: 19 a 21.
© Amor-Perfeito

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