Dilma havia proibido operação de fuga do boliviano
Desgastado
com a operação de "resgate" do senador boliviano Roger Pinto que
provocou uma crise diplomática com a Bolívia, o ministro das Relações
Exteriores, Antonio Patriota, foi obrigado nesta segunda-feira (26) a pedir demissão.
A conversa entre a presidente e o ministro foi rápida, no Palácio do
Planalto. A irritação da presidente Dilma era maior porque a quebra da
hierarquia de Saboia não se resumia à operação da madrugada de domingo
(25). Há seis meses, o governo da Bolívia havia feito proposta ao
governo brasileiro de que senador boliviano fosse levado de carro até a
fronteira com o Brasil e deixado lá, "sem que fosse de conhecimento" do
governo local. O senador teria de percorrer 1600 km, durante 22 horas,
de carro, até chegar à fronteira brasileira tornando a sua liberdade um
fato consumado. Ao tomar conhecimento desta proposta, a presidente Dilma
disse que não concordava. Na época, a presidente Dilma reagiu avisando
que, se acontecesse alguma coisa com o senador, neste longo trajeto, um
acidente, ou qualquer coisa, o governo brasileiro seria responsável, já
que era o Estado brasileiro era o guardião da sua segurança e da sua
vida. Dilma insistiu que a vida do senador não poderia ser colocada em
risco. Portanto, reiterava Dilma, havia uma clara determinação da
presidente da República de que não fosse feito o trajeto de carro com o
senador, por causa do risco e da responsabilidade e, apesar da ordem
dada, o embaixador interino do Brasil em La Paz, Eduardo Saboia, a
desafiou e montou a operação de fuga de Roger Pinto. Para Dilma, ao
decidir pela operação, Eduardo Saboia assumiu o risco e deve responder
por isso.
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