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Cirurgias robóticas ao vivo inovam o Robotic Surgery Experience Bahia II

          Transmissões acontecem neste sábado (3) diretamente dos Hospitais Mater Dei e Santa Izabel
Uma das cirurgias robóticas que serão transmitidas ao vivo amanhã (3) no Hotel Deville Salvador para os 365 participantes do Robotic Surgery Experience Bahia II vai beneficiar um paciente com câncer de próstata usuário do Sistema Único de Saúde (SUS). A operação, que servirá como uma aula prática de como tratar este tipo de tumor com preservação da função sexual e da continência urinária, será realizada no Hospital Mater Dei, a partir das 10 horas, pelo renomado urologista e cirurgião robótico americano Monish Aron, professor da Universidade do Sul da Califórnia (USC).
A segunda cirurgia, voltada para o tratamento de um câncer renal, será realizada no Hospital Santa Izabel a partir das 16h30 pelo urologista e cirurgião robótico André Berger, brasileiro que mora em Los Angeles (EUA), onde também atua como professor na USC. No Brasil, o médico coordena o Núcleo de Robótica do Hospital Moinhos de Vento (HMV), em Porto Alegre. Ambas as cirurgias serão transmitidas ao vivo pelo canal do Instituto Baiano de Cirurgia Robótica (IBCR) no YouTube.

Para o urologista Nilo Jorge Leão, co-organizador do evento e coordenador do IBCR, “o encontro é excepcional tanto porque discute o avanço das tecnologias cirúrgicas na Bahia, no Brasil e no mundo quanto porque reúne grandes cirurgiões robóticos de mais de 10 estados brasileiros, além de dois médicos dos Estados Unidos que realizarão as cirurgias transmitidas ao vivo, sem contar com o fato de colocar a Bahia em destaque no cenário internacional”, declarou.

Segundo o coloproctologista Ramon Mendes, co-organizador do Robotic Surgery Experience Bahia e coordenador do núcleo de coloproctologia do IBCR, “sem dúvida, é o maior evento de cirurgia robótica do Brasil. Reunimos 123 grandes palestrantes nacionais e internacionais experts em cirurgias robóticas em uma grande imersão nos avanços cirúrgicos”, resumiu. Outras grandes atrações do evento, que começou nesta sexta-feira (2), são os modelos de simuladores robóticos que, por intermédio dos expositores presentes, podem ser conhecidos e testados pelos participantes.

O Robotic Surgery Experience Bahia é um encontro de caráter multidisciplinar que reúne informações profundas sobre cirurgia robótica minimamente invasiva com focos nas áreas de urologia, ginecologia, endometriose profunda, coloproctologia, cirurgia oncológica e cirurgia geral. Fundado há três anos, o IBCR congrega cirurgiões de diferentes áreas que, juntos, já realizaram mais de mil cirurgias robóticas na Bahia. Outras informações estão disponíveis no site www.ibcr.com.br.

Informações para a imprensa: Cinthya Brandão - (71) 99964-5552


Anvisa autoriza fabricação de novo medicamento à base de cannabis

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou hoje (28) a fabricação, no Brasil, de um novo produto medicinal à base de cannabis, o Canabidiol Ease Labs 100 mg/ml. O remédio será fabricado pela Ease Labs Laboratório Farmacêutico sob a forma de solução de uso oral.

Além do canabidiol (CBD) na medida de 100 mg/mL, o medicamento não deve conter mais que 0,2% de tetrahidrocanabinol (THC), seguindo as normas da agência. A venda do produto será feita em farmácias e drogarias, com prescrição médica, por meio de receita especial do tipo B, de cor azul.

No total, a Anvisa já aprovou 23 medicamentos de cannabis no país, sendo nove à base de extratos de Cannabis sativa e 14 de canabidiol. A consulta aos produtos pode ser feita no portal da agência.

Agência Brasil

Brasil registra 61 mortes por Covid-19 e mais de 1.800 casos

O Brasil registrou 61 mortes por Covid e 1.879 casos da doença nesta segunda-feira (21). Com isso, o país chega a 689.064 vidas perdidas e 35.066.199 infectados desde o início da pandemia. A média móvel de mortes é de 45 por dia, com alta de 18% na comparação com o dado de 14 dias atrás. Já a média móvel de casos está em 14.971 por dia, com alta de 240% no mesmo período.

Alagoas, Maranhão, Mato Grosso, Rio Grande do Norte e Sergipe não registraram óbitos. No Mato Grosso do Sul e em Rondônia não houve casos e nem mortes nas últimas 24 horas. Os dados do país, coletados até 20h, são fruto de colaboração entre Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do coronavírus.

As informações são recolhidas pelo consórcio de veículos de imprensa diariamente com as Secretarias de Saúde estaduais.

Ao todo, 181.920.185 pessoas receberam pelo menos a primeira dose de uma vacina contra a Covid no Brasil. Somadas as doses únicas da vacina da Janssen, são 171.951.963 pessoas com as duas doses ou uma dose da vacina da Janssen. Assim, o país já tem 84,68% da população com a 1ª dose e 80,04% dos brasileiros com as duas doses ou uma dose da vacina da Janssen.

Até o momento, 105.845.052 pessoas já tomaram a terceira dose, e 36.031.158, a quarta.

A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorreu em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (PL), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes.

Folha de S. Paulo

Médicos cobram que Anvisa aprove ‘rápido’ vacina de 2ª geração contra a Covid

Foto: Bruno Concha / Secom / Arquivo
O aumento de casos de covid-19 no Brasil nas últimas semanas vem mobilizando associações médicas, que fazem um apelo para que a Anvisa (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária) aprove “rapidamente” as vacinas de segunda geração da covid-19, mais eficazes porque foram desenvolvidas para atacar não apenas a cepa original do coronavírus, mas também a variante ômicron, dominante no Brasil e em outros países do mundo.

Como é a vacina de 2ª geração? As farmacêuticas Moderna e Pfizer desenvolveram as chamadas vacinas bivalentes. Ao contrário dos imunizantes utilizados no Brasil, criados a partir da cepa original, a nova opção ataca também a variante ômicron, a principal responsável pelas infecções atualmente.

As duas vacinas utilizam RNA mensageiro: em vez de usar o vírus atenuado ou inativo, essa tecnologia induz o organismo a sintetizar uma proteína que impele o sistema imunológico a combater o coronavírus.
Além disso, essas vacinas podem ser atualizadas mais rapidamente, permitindo adaptá-la às novas subvariantes da ômicron, com a BQ.1, que desembarcou no Brasil recentemente, é mais transmissível e já matou uma mulher idosa em São Paulo.

Aprovação da Anvisa se arrasta. A Moderna abriu negociações com a Anvisa para aprovação de seu imunizante ainda em março, há oito meses, enquanto a Pfizer fez o mesmo em agosto. Procurada, a agência ainda não se manifestou.

Ao jornal Folha de S.Paulo, afirmou que o processo segue em análise e “solicitou o apoio de sociedades médicas para a avaliação dos dados e emissão de parecer”.

Já o Ministério da Saúde afirmou ao UOL que a “as vacinas fornecidas pelo Ministério da Saúde são as últimas versões aprovadas pela Anvisa” e que “o atual contrato com os fornecedores contempla a entrega de vacinas com cepas atualizadas, desde que aprovadas pela Anvisa”.

Diante da demora, a SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) pediu em comunicado desta semana para a Anvisa acelerar a avaliação e aprovação da vacina atualizada. Agora, a AMB (Associação Médica Brasileira) reforçou o pedido em seu mais recente boletim: “[É preciso] promover rapidamente a aprovação e acesso às vacinas covid-19 bivalentes de segunda geração, que estão atualmente em análise pela Anvisa.”

Vacinas já são aplicadas no exterior. A vacina bivalente já é aplicada nos Estados Unidos, no Canadá e na Europa. No mês passado, o Chile passou a utilizar o novo imunizante para reforço em pessoas imunossuprimidas e profissionais de saúde.

UOL / Folhapress

Internações por Covid podem subir ainda mais nos próximos dias

A alta de casos recente de Covid no Brasil já reflete em uma subida também de hospitalizações por Srag (síndrome respiratória aguda grave) em adultos em pelo menos quatro estados, conforme mostrou o último boletim InfoGripe da Fiocruz.

Com isso, cresce também a preocupação de uma nova onda se consolidar no país nas próximas semanas, segundo especialistas. O aumento, que já havia sido antecipado pela Folha, já é verificado também em Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Amazonas.

Os dados de hospitalização são, em geral, mais confiáveis para se verificar a tendência de alta ou queda da transmissão do vírus, explica o professor da Unesp e coordenador da plataforma SP Covid-19 InfoTracker, Wallace Casaca.

“Já tínhamos observado há pouco mais de duas semanas um aumento de internações com início na capital, se espalhando depois para a Grande SP. Hoje, a situação é de aumento também em regiões próximas, como Sorocaba e Campinas, embora em um ritmo menor que na capital”, explica.

No estado de São Paulo, segundo dados disponíveis até o último dia 13 na plataforma Seade Coronavírus, do governo, o número de novas internações por Covid saltou de 134, no dia 30 de outubro, para 333 (aumento de 148,5%). No período que abrange as últimas quatro semanas, a ocupação dos leitos de UTI Covid mais que dobrou, de 15,3%, no dia 13 de outubro, para 32% até o último domingo (13).

Já as novas internações na Grande São Paulo subiram de 112, no dia 30 de outubro, para 256 até 13 de novembro, uma variação de mais de 128%. Porém, o pesquisador ressalta que cerca de 60% das internações que ocorrem no estado são da capital. “É quando se alastra para o interior que temos um indício de uma nova onda”, avalia Casaca.

Na última semana, o governo paulista emitiu um alerta devido à situação preocupante do aumento de internações no estado e na capital e recomendando o uso de máscaras, dentre outras medidas.

Em entrevista à Folha na última sexta-feira (11), o secretário da pasta de ciência e pesquisa em saúde, David Uip disse que o alerta já foi dado. “A recomendação [de máscaras] já foi feita e o governador está informado. As pessoas vão fazer testes em farmácias com sintomas e sem máscaras”, reforçou.

Apesar da recomendação, o governador Rodrigo Garcia (PSDB) disse, no último domingo (14), que não vai retomar o uso de máscaras obrigatório el locais fechados, diferentemente do que vem sendo proposto pelas principais universidades paulistas, como USP e Unicamp.

Além de SP, outros estados já começam a apresentar tendência de subida. No Rio de Janeiro, o número de hospitalizados com Srag Covid no último mês saltou de 20, no dia 2 de outubro, para 82 até o dia 5 de novembro. Também no Amazonas e no Rio Grande do Sul houve um aumento de casos de Srag em adultos na última semana epidemiológica, de acordo com o boletim InfoGripe da Fiocruz mais recente.

“Os dados são ainda parciais, mas já observamos uma manutenção da tendência de aumento no Amazonas, principalmente em Manaus, e em outros três estados, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, […] onde já observamos uma tendência de aumento das internações por síndrome gripal nos adultos e em particular naqueles indivíduos com mais de 60 anos”, disse Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

Apesar da alta de hospitalizações, ainda é difícil mensurar qual vai ser o tamanho da nova onda que se aproxima, diz Gomes. Como há possibilidade de atraso no registro laboratorial, é provável que a verdadeira dimensão de casos seja ainda maior.

Mesmo assim, o índice de transmissão do coronavírus, conhecido como Rt, segue em alta nas últimas quatro semanas, passando de 0,76, no dia 2 de outubro, para 1,27 no último domingo (13). Uma taxa acima de 1 significa que cada pessoa com o vírus transmite para uma outra pessoa ou mais.

De acordo com dados do consórcio de veículos de imprensa, a média móvel de casos de Covid subiu 77% no último domingo em relação às duas semanas anteriores. Já a média móvel de óbitos caiu 36% no mesmo período.

“É uma nova onda de óbitos? Não sabemos. Com certeza é uma nova onda de casos, e isso é grave porque sempre gera óbitos. Já estamos vendo as equipes de saúde se preparando, mas o mais importante é mobilizar novamente o poder público, retomar o uso de máscaras e atualizar o reforço das vacinas”, avalia Casaca.

A taxa de positividade dos testes realizados em laboratórios do grupo Fleury também apresentou um novo aumento na segunda semana de novembro em relação ao período anterior, de 31 de outubro a 6 de novembro. Enquanto 3 em cada 10 testes realizados até o dia 6 eram positivos, esse índice passou para 39% até esta segunda —um aumento de 30% da positividade.

Segundo a infectologista Carolina Lázari, do Fleury Medicina e Saúde, a procura por testes aumentou cinco vezes na última semana. “Sem dúvida esse aumento se deu porque as pessoas estiveram mais em contato com infectados e também pelo aumento de casos sintomáticos”, afirma.

Para o virologista e coordenador da Rede Corona-ômica BR do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Fernando Spilki, apesar de o aumento de casos notificados ser sobre uma base relativamente pequena de amostras —considerando que, atualmente, são poucos os testes feitos em comparação aos outros períodos da pandemia—, é possível sim verificar uma elevação.

“É difícil não termos uma nova onda porque nos anos anteriores o perfil [da pandemia] foi de aumento de hospitalizações seguido por aumento das notificações, e isso se repetiu na época de final de primavera e início de verão, quando entraram novas cepas circulantes no hemisfério Norte no país”, disse.

Casaca, do InfoTracker, também espera que o crescimento seja ainda maior nos próximos dias. “Infelizmente, a notícia hoje é que começamos a entrar em uma subida com um perfil de crescimento bastante rápido. E isso, mesmo quando proporcionalmente com um número reduzido em relação ao de outras ondas, vai de alguma forma sobrecarregar o sistema hospitalar”, diz.

Ana Bottallo / Folha de São Paulo

Idade avançada, sintomas urinários, disfunções sexuais e dores em determinadas partes do corpo são razões para procurar um urologista

Além de tumores urológicos como o câncer de próstata, especialista faz o diagnóstico e trata diversos tipos de doenças

Um dos principais alertas do movimento Novembro Azul é o de que todo homem com 50 anos de idade ou mais deve visitar o urologista anualmente para investigação da saúde da próstata. Se negro ou com histórico familiar de câncer prostático, o homem deve iniciar essa avaliação mais cedo, aos 45 anos, conforme orienta a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). A indicação se justifica pelo fato do câncer de próstata ser o tumor urológico mais frequente nos homens. No entanto, a consulta com o urologista não deve ser limitada somente a homens mais velhos. Na presença de determinadas condições, não só homens, mas também crianças e mulheres devem procurar este especialista.

De acordo com o urologista Filipe Sena, alguns sinais e sintomas podem indicar diversos problemas urológicos. Como exemplos, o especialista cita a dor na região lombar, que pode indicar cálculo renal e pielonefrite (inflamação do rim); ardor miccional e outros sintomas relacionados à infecção urinária; dor no pênis, que pode sinalizar uma infecção ou traumas; e dores nos testículos, que podem servir de alerta para inflamações, tumores ou varicocele.

Alguns sinais e sintomas urinários como sangue na urina (hematúria) em homens e mulheres podem sinalizar infecção e tumor na bexiga ou nos rins. Desconforto ao urinar, jato fraco, aumento da frequência urinária e diminuição do fluxo urinário podem indicar inflamações ou aumento benigno da próstata. “As mulheres não precisam esperar o ‘Outubro Rosa’ e os homens não precisam esperar o ‘Novembro Azul’ para visitar o urologista. Ao perceber quaisquer desses sintomas, em qualquer mês do ano, é preciso investigar a causa e tratá-la”, afirmou Filipe Sena.

O urologista também é o especialista responsável pelo tratamento das crianças (meninos e meninas) com doenças no aparelho genitourinário, atuando juntamente com o pediatra. Homens com desordens hormonais ou disfunções sexuais, como impotência sexual, redução da libido, infertilidade e ejaculação precoce precisam, igualmente, se consultar com um urologista. “Alguns homens ainda se sentem constrangidos ao falar sobre esses problemas e acabam fazendo uma escolha arriscada: a automedicação, que pode gerar muitos prejuízos à saúde”, destacou o urologista do grupo URO+ Urologia Avançada e Cirurgia Robótica.

Diante de qualquer sinal ou sintoma que possa indicar a presença de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), o homem deve procurar um urologista. De maneira geral, os sinais e sintomas ocorrem na região da virilha, pênis e testículos, e incluem vermelhidão, dor, feridas, bolhas, coceira, corrimento, verrugas ou tumores. “O urologista deve entrar em cena assim que o paciente identifica os primeiros sinais de qualquer doença urológica, medida que aumenta as chances de sucesso do tratamento, evitando possíveis complicações e a transmissão das IST's”, concluiu Filipe Sena
Assessoria de Imprensa: (71) 99926-6898

Técnicos pedem vacinas para impedir que variantes sofram mutações

Diante do aumento de casos de covid-19, autoridades sanitárias internacionais estão em alerta. O registro de novos casos da doença tem a ver com o surgimento de novas subvariantes da Ômicron, BQ.1 e XBB. Segundo os primeiros estudos, elas podem ser mais transmissíveis e resistentes às barreiras vacinais.

O mais recente Boletim InfoGripe Fiocruz, divulgado na última quinta-feira (10), sinaliza para o aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com resultado laboratorial positivo para Covid-19 na população adulta do Amazonas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Segundo o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, ainda não é possível afirmar que esse crescimento esteja relacionado especificamente com as identificações recentes de novas sublinhagens identificadas em alguns pontos do país.

Em alguns estados, o sinal é mais claro nas faixas etárias a partir de 18 anos. A exceção é o Rio Grande do Sul, que apresenta essa tendência apenas nas faixas etárias a partir de 60 anos.

“Como os dados laboratoriais demoram mais a entrar no sistema, espera-se que os números de casos das semanas recentes sejam maiores do que o observado nessa atualização, podendo, inclusive, aumentar o total de estados em tal situação”, disse o pesquisador da Fiocruz.

Quando o recorte foi feito por capitais, a Fiocruz identificou maior predominância em crianças. As exceções são Manaus, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, que apresentam crescimento nas faixas etárias acima de 60 anos.

Segundo o médico Werciley Júnior, coordenador da Infectologia da rede Santa, em Brasília, as crianças devem ser um foco de atenção importante. “Apesar da doença em crianças ser uma forma normalmente leve, a gente tem dois aspectos. O primeiro é que nelas, quando a forma é grave, há uma alta taxa de mortalidade. O outro é que as crianças são carreadoras do vírus para dentro de casa. Se elas estiverem imunizadas, vão diminuir muito sua capacidade de transmissão”, alertou.

Ainda segundo o médico infectologista, apesar de até o momento os casos no país serem leves, registros positivos preocupam especialmente entre os não vacinados. O especialista ressaltou que o grande medo da comunidade médica e de autoridades sanitárias é que essa variante sofra uma nova mutação e fuja totalmente da vacina causando doenças graves.

“A gente sabe que a taxa de vacinação mais ou menos estacionou com duas doses. As pessoas não estão fazendo a terceira dose que houve uma redução gigantesca”, observou, acrescentando que esse público pode desenvolver formas graves da doença.

Segundo o médico, a vacina tem dois pontos importantes. O primeiro deles é proteger as pessoas de modo que quem tiver a doença desenvolve a forma leve.

O outro ponto é que, com anticorpos trazidos pela vacina “mesmo que parcialmente funcionando”, o paciente infectado diminui a carga viral e não consegue transmitir o vírus para a mesma quantidade de pessoas que transmitia sem a imunização.

Além da vacinação, o infectologista recomendou que pessoas com comorbidades voltem a usar máscaras de proteção facial, evitem aglomerações e, em caso de suspeita, façam o teste para evitar contaminação de outras pessoas.

Agência Brasil

Mais de 69 milhões não tomaram 1ª dose de reforço contra covid-19

Mais de 69 milhões de brasileiros ainda não voltaram aos postos para receber a primeira dose de reforço da vacina contra covid-19, segundo dados do Programa Nacional de Imunizações (PNI). De acordo com Ministério da Saúde, 32,8 milhões de pessoas poderiam ter recebido a segunda dose de reforço contra a doença, mas ainda não se vacinaram. Os imunizantes estão disponíveis em mais de 38 mil postos de vacinação em todo o país. 

Segundo a pasta, estudos mostram que a estratégia de reforçar o calendário vacinal contra o novo coronavírus aumenta em mais de cinco vezes a proteção contra casos graves e óbitos pela covid-19.
Doses de reforço

A primeira dose de reforço é recomendada para pessoas com mais de 12 anos de idade e deve ser aplicada quatro meses depois da segunda dose ou dose única. No momento, a segunda dose de reforço é recomendada para a população acima de 40 anos de idade e trabalhadores da saúde, independentemente da idade.
Imunizantes

As vacinas recomendadas para as doses de reforço são dos fabricantes Pfizer, AstraZeneca ou Janssen, que podem ser utilizadas para pessoas com 18 anos de idade ou mais. Para os adolescentes entre 12 e 17 anos, preferencialmente deve ser utilizada a vacina Pfizer. Caso não esteja disponível, pode ser utilizada a vacina CoronaVac na dose de reforço.

Para quem começou o esquema vacinal com a dose única da Janssen, a recomendação é diferente das demais, com três reforços para pessoas com idade igual ou maior que 40 anos e dois reforços para pessoas de 18 a 39 anos.

O primeiro reforço é aplicado dois meses após o início do ciclo; e os outros devem obedecer ao intervalo de quatro meses. A orientação é que também sejam utilizadas as vacinas AstraZeneca, Pfizer ou a própria Janssen para as doses de reforço.

Edição: Maria Claudia
Por Agência Brasil - Brasília

Laryssa mostra experiências exitosas da saúde de Ipiaú em congresso nacional

A Secretária de Saúde do Município de Ipiaú, Larissa Dias, marcou presença ativa no 8º Congresso Norte-Nordeste de Secretarias Municipais de Saúde que aconteceu em Aracajú-Sergipe, na primeira semana deste mês de novembro.
Palestras, seminários e oficinas, marcaram a programação do evento que foi caracterizado por ampla discussão sobre as perspectivas das políticas públicas de saúde, com abordagens de temas como Financiamento da Atenção Básica; Plano Regional Integrado e Judicialização da Saúde.

A participação da secretária Laryssa Dias teve destaque nas oficinas com troca de experiências exitosas, oportunidade em que ela apresentou ações desenvolvidas pelo município de Ipiaú nas estratégias de imunização.

O Projeto ImunizaSus mereceu uma oficina específica com o objetivo de discutir dificuldades e desafios dos gestores em relação à ampliação das coberturas vacinais de crianças, jovens, adultos e idosos.

Durante o evento a gestora da saúde em Ipiaú obteve muito aprendizado no tocante a novas tecnologias no mercado para qualificar a atenção básica do município. Também adquiriu informações essenciais com as palestras sobre financiamento da saúde.

A expectativa é de que, a partir das análises e debates realizados entre gestores e autoridades sanitárias durante o Congresso, todas as demandas e necessidades específicas na área da saúde e de políticas sociais possam ser levadas a nível nacional. ( José Américo Castro)

Antiviral para tratamento de Covid chega ao Brasil e custará R$ 1.700

Começa a chegar nesta semana a farmácias e clínicas particulares brasileiras o antiviral molnupiravir. Produzido pela farmacêutica MSD com o nome comercial Lagevrio, ele foi aprovado no Brasil para tratamento de pacientes adultos com Covid-19 leve ou moderada, não hospitalizados, que não requerem oxigenação suplementar e que apresentam alto risco para agravamento da doença.

De acordo com a empresa, o antiviral oral estará disponível em hospitais, clínicas oncológicas e farmácias que já manifestaram interesse em adquirir o produto. A venda requer prescrição médica e a estimativa é de que o tratamento custe ao consumidor, em média, R$ 1.700.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso emergencial do antiviral para adultos com risco de progressão da doença em maio e posteriormente o produto foi avaliado pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde), que estudou possíveis benefícios e impactos de sua inclusão no SUS.

Em seu relatório, a equipe avaliadora afirma que o medicamento “provavelmente reduz o risco de hospitalização ou morte em pacientes com Covid-19 leve à moderada e que apresentam risco de agravamento da doença”, mas o “efeito absoluto é modesto e significativamente inferior ao de outro medicamento já incorporado para mesma indicação”.

Dados preliminares de um ensaio realizado no Reino Unido com mais de 25 mil pessoas apontam que o antiviral poderia acelerar o tempo de recuperação do paciente, mas não reduziria hospitalizações.

O relatório da Conitec baseia-se em um ensaio clínico de fase três com 1.433 pacientes não vacinados e com pelo menos um fator de risco para agravamento da doença. Os participantes foram divididos em dois grupos, um que recebeu placebo e outro que recebeu 800 mg de molnupiravir duas vezes ao dia por cinco dias. O risco de hospitalização ou morte no grupo molnupiravir foi de 6,8%, contra 9,7% no grupo placebo.

A equipe também menciona que a revisão sistemática publicada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em março mostrou uma redução de 43 internações a cada mil pacientes tratados com molnupiravir em comparação ao placebo, evidência que foi classificada como de certeza moderada. No caso da mortalidade, o molnupiravir evitaria seis mortes a cada mil pacientes, evidência classificada como de certeza baixa.

Já para a análise econômica de incorporação ao SUS, a Conitec comparou o molnupiravir ao nirmatrelvir/ritonavir —medicamento recentemente incorporado ao SUS para a mesma indicação— e concluiu tratar-se de uma tecnologia que resultaria em maior custo e menor efetividade.

Com base na avaliação, a Conitec recomendou a não incorporação ao SUS. O parecer poderá ser reavaliado caso sejam apresentados novos fatos capazes de alterar o resultado da análise.

Folhapress

Anvisa aprova terceiro produto de terapia avançada para tratar câncer

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro sanitário do terceiro produto de terapia gênica para tratamento de câncer. O Yescarta® (axicabtagene ciloleucel), fabricado pela Gilead Sciences Farmacêutica do Brasil, é destinado ao tratamento de pacientes adultos com linfoma de grandes células B (LDGCB), recidivado ou refratário.

A terapia com células geneticamente modificadas, segundo a Anvisa, tem demonstrado perfil de segurança e eficácia no tratamento de pacientes em recidiva e refratariedade para linfomas graves. “O produto aprovado é composto por células T autólogas com receptor de antígeno quimérico (CAR), projetadas para eliminar células tumorais que expressam CD19.”

De acordo com a agência, as principais preocupações de segurança envolvendo o produto é a síndrome de liberação de citocinas (SRC), uma resposta sistêmica à ativação e à proliferação de células CAR-T, que causa febre alta e sintomas semelhantes aos da gripe, infecções e encefalopatia ou distúrbio cerebral.

As estratégias de monitoramento e mitigação desses efeitos, segundo a Anvisa, são parte fundamental do plano de gerenciamento de risco definido no processo de registro, com medidas de responsabilização que incluem: o treinamento de profissionais envolvidos no manejo do produto; e a qualificação específica para serviços de saúde que irão coletar e manipular o material de partida.

Produtos de terapia avançada são uma categoria especial de medicamentos considerados inovadores que compreende terapia celular avançada, engenharia tecidual e terapia gênica, todos desenvolvidos a partir de biotecnologia avançada, utilizando células e genes humanos, com a promessa de atender demandas terapêuticas e de qualidade de vida em doenças raras e sem alternativas terapêuticas.

Atualmente, há dois tipos de produto de terapia gênica disponíveis: in vivo e ex vivo. No primeiro caso, trata-se de um gene terapêutico, carreado por um determinado vetor, que será administrado diretamente no paciente.

Já na terapia gênica ex vivo, o processo de introdução do gene-alvo, por meio de vetores, é realizado em laboratório em células específicas para promover sua modificação genética e, posteriormente, é formulado um produto com suspensão destas células modificadas que serão então administradas ao paciente. O Yescarta®, por exemplo, é um produto de terapia gênica ex vivo.

Agência Brasil

CFM suspende resolução sobre prescrição da Cannabis medicinal

O plenário do Conselho Federal de Medicina (CFM) decidiu sustar temporariamente os efeitos da Resolução 2.324/2022, que estabelecia regras para a prescrição de medicamentos à base do canabidiol, um derivado da Cannabis. A decisão foi tomada na manhã de ontem (24) em reunião plenária extraordinária e publicada hoje (25) no Diário Oficial da União (DOU).

Com a nova resolução, ficam suspensos os efeitos da norma publicada no último dia 14 e a decisão pela indicação do uso do canabidiol volta a ser de responsabilidade do médico, de acordo com regras já estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Também nesta segunda-feira, o CFM abriu uma consulta pública para receber contribuições sobre o tema. Os interessados têm 60 dias, até 23 de dezembro, para apresentar suas sugestões por meio de uma plataforma eletrônica. As informações vão servir de subsídio e serão tratadas sob os critérios de sigilo e anonimato, segundo o conselho.
Entenda

A norma agora suspensa foi publicada no último dia 14, restringindo a prescrição do canabidiol apenas para o tratamento de epilepsia refratária em crianças e adolescentes com síndrome de Dravet e Lennox-Gastaut ou complexo de esclerose tuberosa. Para os demais tipos de epilepsia, a substância não poderia mais ser prescrita.

Dessa forma, pessoas adultas e doenças como depressão, ansiedade, dores crônicas, Alzheimer e Parkinson não estavam cobertas pela resolução. A medida também proibia médicos de darem palestras e cursos fora do ambiente científico sobre o uso do canabidiol e de outros produtos derivados da Cannabis, bem como de fazer divulgação publicitária das substâncias.

De acordo com dados da própria Anvisa, estima-se que mais de 100 mil pacientes façam algum tipo de tratamento usando a chamada Cannabis mediinal. Além disso, mais de 66 mil medicamentos à base da planta foram importados em 2021. Atualmente, cerca de 50 países já regulamentaram o uso medicinal e industrial da Cannabis e do Cânhamo.

Legalidade

Na última segunda-feira (17), o Ministério Público Federal (MPF) instaurou procedimento preparatório para apurar a legalidade da primeira resolução do CFM. Como primeiras providências, o MPF requisitou à Anvisa documentos que mostrem as evidências científicas que sustentam as atuais autorizações para uso medicinal da Cannabis no Brasil.

O procurador da República requisitou ao CFM documentos que demonstrem evidências científicas que sustentam a resolução de 14 de outubro. Também foi requisitado ao Ministério da Saúde informações sobre as repercussões administrativas, financeiras e técnicas no Sistema Único de Saúde (SUS) das resoluções da Anvisa e do CFM. O prazo para as respostas é de 15 dias.

Na última sexta-feira (21), pacientes e representantes de associações de cultivo protestaram na sede do CFM pedindo a revogação do texto.

Edição: Paula
Por Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Especialistas apontam prós e contras do uso da Cannabis medicinal

A discussão sobre Cannabis medicinal e psiquiatria tem várias impropriedades, alertou, em entrevista à Agência Brasil, o diretor da Associação Psiquiátrica do Estado do Rio de Janeiro e filiado à Associação Brasileira de Psiquiatria, Marcelo Allevato. No caso da doença de Alzheimer, que é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas de idade, por exemplo, Allevato descartou que haja relação com a Cannabis medicinal. “É uma demência, e a Cannabis não tem possibilidade nenhuma de tratar demência. Pode tratar, teoricamente, algumas alterações de comportamento, mas não tem nenhuma evidência consistente disso ainda não. É só uma possibilidade.”

Segundo Allevato, existem muitas impropriedades sobre “medicamentos” à base de Cannabis. Ele disse que, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), existe apenas um medicamento à base de Cannabis, mas destacou que há produtos à base da planta, que são registrados com autorização provisória, com duração de cinco anos, que podem ser usados quando se esgotam todas as possibilidades terapêuticas disponíveis no mercado brasileiro.

Tudo isso está englobado na Resolução da Diretoria Colegiada da Anvisa (RDC 327), que regula os produtos de Cannabis no Brasil. “Então, falar de medicamentos é impropriedade, demonstra desconhecimento do assunto. O que é triste é que muitos médicos desconhecem também e são presas fáceis de mensagens comerciais que não têm a menor consistência, na realidade”, advertiu o médico psiquiatra.

Desenvolvido em várias fases, da concepção da ideia até os testes clínicos, e depois comercializado, o único medicamento à base de Cannabis existente no Brasil é o Mevatyl, liberado como adjuvante no tratamento de espasticidade na esclerose múltipla, causada por danos ou lesões na parte do sistema nervoso central (cérebro ou medula espinhal) que controla o movimento voluntário. “Este é o único medicamento à base de Cannabis existente no Brasil. Chamar produto à base de Cannabis de medicamento é uma impropriedade”, reiterou o médico.

Confirmação

A assessoria de imprensa da Anvisa confirmou à Agência Brasil que, até o momento, o único medicamento à base de Cannabis registrado no Brasil tem o nome comercial de Mevatyl. De acordo com a Anvisa, o Mevaty é um medicamento, pois passou pelos mesmos requisitos técnicos aplicados a todos os demais registrados na agência, o que envolve estudos clínicos e comprovação de segurança e eficácia, entre outras exigências. O Mevatyl foi registrado em 9 de janeiro de 2017 com indicação no tratamento sintomático da espasticidade moderada a grave relacionada à esclerose múltipla.

Os demais itens regularizados pela Anvisa são categorizados tecnicamente como produtos derivados de Cannabis, um segmento específico criado em 2019 (Resolução RDC 327), que não tem indicação terapêutica específica e cuja análise de benefício deve ser feita pelo médico, de acordo com o caso de cada paciente.

Segundo a Anvisa, os produtos derivados de Cannabis recebem autorização sanitária, e não registro, para que possam estar à disposição dos pacientes. “Ou seja, a indicação e a forma de uso dos produtos derivados de Cannabis são de responsabilidade do médico que assiste o paciente, que faz tal indicação a partir da avaliação de que seu paciente pode se beneficiar do tratamento, especialmente em casos para os quais não há opções terapêuticas disponíveis”.

Atualmente, existem 20 produtos autorizados pela Anvisa. A lista completa pode ser consultada aqui.

Sem liberação

Allevato afirmou que não há, em lugar algum do mundo, medicamento à base de Cannabis liberado para uso psiquiátrico. Legislações de alguns países permitem o uso de derivados da Cannabis em situações excepcionais, em algumas enfermidades. Isso ocorre, por exemplo, em Israel e na maioria dos estados norte-americanos. “Mas tudo dentro de um controle muito rígido, após se esgotarem as possibilidades terapêuticas”.

O médico disse que, no Brasil, o que houve foi uma “tentativa de disseminar um uso que é completamente contrário ao que é preconizado. Na verdade, é disseminar um uso de maneira indiscriminada, ou seja, tenho ansiedade, vou tomar canabidiol”. O mesmo se aplica para depressão, insônia, Alzheimer, autismo. O médico sustentou que não há evidência científica sólida para isso.

Ele admitiu, porém, que, em casos em que o paciente não responde a nada, o médico pode usar esses produtos. É o chamado uso compassivo.

De acordo com o psiquiatra, uma corrente que defende os produtos derivados da maconha sustenta que a divulgação das supostas propriedades medicinais da Cannabis reduz a percepção de risco recreacional. Para ele, o uso recreativo da Cannabis implica riscos que têm sido cada vez mais avaliados, principalmente em pacientes vulneráveis geneticamente, ou que estão em janelas críticas do desenvolvimento. Nesses casos, a Cannabis pode levar ao desenvolvimento de psicoses, de dependência e gerar alterações no desenvolvimento cerebral, muitas das vezes irreversíveis.

Momento complicado

Já a presidente da Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Outras Drogas (Abead), Alessandra Diehl, destacou que o mundo vive hoje um momento complicado, em que interesses financeiros muitas vezes se sobrepõem ao interesse individual e coletivo. “Esse lobby de ter algo que funcione para tudo, para mim, já soa como um alerta. Como uma substância vai servir para tantas coisas ou tantas condições assim?”, questionou Alessandra, em entrevista à Agência Brasil.

Alessandra disse que há uma desinformação crescente, porque se reforça que algo possa servir para tudo, quando, na verdade, sabe-se que tem apenas condições específicas em que existem evidências comprovadas. Não se trata, segundo a psiquiatra, da Cannabis medicinal em si, mas de um componente que seria o canabidiol (CBD).

A psiquiatra ressaltou que o sistema do canabinoide precisa ser desvendado, porque aí pode estar o segredo do desenvolvimento de medicamentos, até para se saber um pouco mais de determinadas doenças. Segundo Alessandra, não se pode dizer que o canabidiol funciona para tudo, porque ele pulou o caminho do desenvolvimento dos fármacos, que tiveram que passar por regulações que lhe garantem condições de segurança, bioequivalência, biodisponibilidade, qualidade, dose terapêutica.

Outra visão

Visão diferente tem o médico Nelson Goldenstein, do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Goldenstein disse à Agência Brasil que ficou estarrecido com a resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que proíbe médicos de prescrever Cannabis in natura para uso medicinal, bem como quaisquer outros derivados que não o canabidiol. O CFM vedou também a prescrição de canabidiol para indicação terapêutica diversa da prevista na resolução, com exceção de estudos clínicos previamente autorizados pelo sistema formado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa e Conselhos de Ética em Pesquisa.

O psiquiatra afirmou, entretanto, que seguirá a resolução do CFM. Ele admitiu que o uso da Cannabis precisa de regulamentação, mas considerou que voltar no tempo é inadmissível. Goldenstein salientou que há descrições na literatura do uso medicinal da Cannabis na China e na Índia há cerca de 6 mil anos, descrevendo a planta com efeito medicinal polivalente, benéfico e terapêutico para várias condições.

Tais efeitos foram confirmados no século 19 por médicos da Rainha Vitória, em expedições realizadas nas colônias do Reino Unido, cujas publicações comprovaram o uso terapêutico e polivalente da Cannabis no tratamento de problemas como epilepsia, ansiedade e insônia. Até o início do século 20, não havia proibição alguma para o uso de Cannabis, disse Goldenstein. As farmácias de manipulação, inclusive no Brasil, preparavam as fórmulas prescritas pelos médicos à base de Cannabis. Segundo o médico, o laboratório Lille, dos Estados Unidos, vendia na década de 1920 uma tintura de Cannabis para asma brônquica, diminuição da pressão arterial, insônia e ansiedade.

Goldenstein destacou que, em 1960, Raphael Mechoulam e sua equipe descreveram os até então inéditos canabidiol e tetrahidrocanabinol (THC), abrindo espaço para que pesquisadores americanos identificassem o sistema endocanabinoide (SEC) na década de 1990. O SEC é considerado um importante aliado da regulação e do equilíbrio de uma série de processos fisiológicos no corpo humano. O sistema oferece as condições naturais para que o organismo se beneficie das propriedades terapêuticas da Cannabis no enfrentamento de uma série de doenças.

O psiquiatra ressaltou que os perigos do uso indiscriminado e em doses elevadas da maconha já eram falados pelos chineses 3.700 anos A.C. (Antes de Cristo), portanto há 6 mil anos. É um risco que existe também com a anfetamina e a morfina, entre outras substâncias. Para Goldenstein, ser contra evidências de 6 mil anos “é desconhecimento”, o mesmo ocorrendo em relação a estudos efetuados desde os anos de 1960, que atestam o uso polivalente e medicinal da Cannabis.

Edição: Nádia Franco
Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

CFM publica nova norma sobre prescrição de canabidiol

O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou nesta sexta-feira (14) uma nova norma com regras para a prescrição de medicamentos à base do canabidiol, um derivado da cannabis. Segundo a Resolução CFM 2.324, publicada no Diário Oficial da União, a cannabis medicinal pode ser prescrita apenas no tratamento de epilepsia refratária em crianças e adolescentes com síndrome de Dravet e Lennox-Gastaut ou complexo de esclerose tuberosa. Outros tipos de epilepsia não poderão ter prescrição de canabidiol para o tratamento, que exclui pessoas adultas.

A norma também veda ao médico a prescrição da cannabis in natura para uso medicinal, bem como quaisquer outros derivados que não o canabidiol. Fica proibida a prescrição de canabidiol para indicação terapêutica diversa da prevista na resolução, com exceção de estudos clínicos previamente autorizados pelo pelo sistema formado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa e Conselhos de Ética em Pesquisa (CEP/CONEP). Também fica proibido ao médico ministrar palestras e cursos sobre uso do canabidiol ou produtos derivados de cannabis fora do ambiente científico, bem como fazer sua divulgação publicitária. A resolução deverá ser revista no prazo de três anos a partir da data de sua publicação.

Em nota publicada pelo CFM, a conselheira Rosylane Rocha, relatora da nova resolução, argumentou que, desde a publicação da Norma 327 da Anvisa, em 2019, que dispõe sobre a fabricação e a importação de produtos com cannabis para fins medicinais, “houve inúmeras atividades de fomento ao uso de produtos de cannabis e um aumento significativo de prescrição de canabidiol para doenças em substituição a tratamentos convencionais e cientificamente comprovados”.

A medida do CFM tem validade de três anos e é a primeira orientação do órgão desde 2014. A resolução determina ainda que o paciente submetido ao tratamento com o canabidiol (ou seus responsáveis legais) deve ser comunicado sobre os problemas e benefícios potenciais do tratamento. Um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) terá de ser apresentado e assinado pelos interessados. No documento, entre outros pontos, o paciente reconhece que foi informado sobre as possíveis opções de tratamento.

Críticas

Pela novas regras, os médicos ficam proibidos de prescrever medicamentos a base de cannabis para o tratamento de dores crônicas, dores derivadas de doenças como câncer, ansiedade, Parkinson, autismo ou Alzheimer. O tratamento desses tipos de patologias com produtos à base de cannabis. ainda que complementar, vem sendo recomendado por médicos no Brasil e em diversos países.

Para o advogado Gabriel Dutra Pietricovsky, que atua na área de direito à saúde, e assessora pacientes que buscam autorizações judiciais para o cultivo da cannabis para fins medicinais, a resolução do CFM tem conotações mais políticas do que científicas e está na contramão das práticas terapêuticas mais avançadas internacionalmente.

"Chega a ser constrangedora uma medida dessa natureza, que mais se assemelha a um posicionamento político da entidade, que atua para restringir o desenvolvimento do conhecimento. Está indo na direção contrária da ciência mais avançada em relação aos produtos derivados da cannabis", aponta. Segundo o advogado, o texto da resolução compromete até mesmo o tratamento de pessoas adultas com síndrome de Dravet e Lennox-Gastaut, já que o texto menciona apenas crianças e adolescentes.

Segundo o CFM, a nova resolução foi elaborada após revisões científicas sobre as aplicações terapêuticas e a segurança do uso do canabidiol. "O trabalho considerou publicações feitas de dezembro de 2020 a agosto de 2022. Também foram colhidas mais de 300 contribuições por meio de consulta pública aberta para médicos de todo o país", diz a entidade.

Médicos que não observarem as determinações da resolução estarão sujeitos a responder processos no CFM que, no limite, podem levar à cassação do registro e o direito de exercer a profissão no país.

Edição: Aline Leal
Por Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Quatro emergências sanitárias ameaçam as Américas, diz a Opas

A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa Etienne, alertou para quatro emergências sanitárias que ameaçam a região das Américas: o recente surto de cólera registrado no Haiti, os casos de varíola dos macacos, as infecções por covid-19 e as baixas taxas de vacinação contra a poliomielite.

“Nossa região está sob pressão”, disse ela, ao convocar os países para que “trabalhem rapidamente com as ferramentas que têm à mão" numa tentativa de controlar o cenário. "Emergências sanitárias paralelas e ambientes sociais, políticos e naturais frágeis ilustram a importância de investir e fortalecer os sistemas de saúde”, acrescentou.

Cólera

Depois de mais de três anos, o Haiti relatou, na semana passada, um surto de cólera justamente quando estava prestes a ser declarado livre da doença. Até o último domingo (9), o país havia confirmado 32 casos e 18 mortes, além de 260 casos suspeitos na região da capital, Porto Príncipe.

De acordo com a Opas, é provável que os casos sejam mais numerosos que os dados oficiais, já que “a escalada da violência nas ruas e a atividade criminosa limitam o acesso e a mobilidade nas áreas afetadas”.

Varíola dos macacos

Dados da organização mostram mais de 45 mil casos de varíola dos macacos relatados nas Américas – 63% do total registrados em todo o mundo. Cerca de 95% das infecções são em homens. Apenas na semana passada, foram contabilizados 2,3 mil novos casos na região, sobretudo nos Estados Unidos, Brasil, Colômbia e México.

A Opas já começou a distribuir vacinas contra a varíola dos macacos nas Américas. Brasil e Chile foram os primeiros países a receber as doses, entregues na semana passada.

Covid-19

A diretora da Opas avaliou que a tendência de queda nos casos de covid-19 em todo o mundo, inclusive nas Américas, mostra uma possível transição da fase aguda da pandemia para uma fase de controle sustentado. Na semana passada, a região registrou 178 mil novos casos da doença.

Carissa advertiu, entretanto, que esse cenário de transição só será alcançado por meio da continuação da testagem e do aumento da vacinação. Embora mais de 70% da população das Américas estejam imunizados contra a covid, dez países e territórios, segundo a Opas, ainda não atingiram 40% de cobertura vacinal.

Pólio

Carissa fez um novo apelo aos países que aumentem a cobertura vacinal contra a pólio e a vigilância em relação à doença. Segundo ela, quatro países das Américas – Brasil, República Dominicana, Haiti e Peru – estão classificados como “em risco muito alto” de sofrer um surto da doença, enquanto oito nações são consideradas “de alto risco”.

“A pólio, uma doença para a qual não há cura ou tratamento, deve tornar-se uma coisa do passado", frisou a diretora da Opas. "Com vacinas eficazes e décadas de experiência em imunização, temos o poder de mantê-la a distância", concluiu.

Edição: Kleber Sampaio
Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil - Brasília

Bahia registra 258 casos de Covid-19 e sete óbitos nas últimas 24 horas

Foto: Divulgação/Exame de Covid-19
Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 258 casos de Covid-19 e sete mortes. De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (sesab), de 1.700.009 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.668.648 são considerados recuperados, 639 encontram-se ativos e 30.722 pessoas foram a óbito.

Segundo a Sesab, o boletim epidemiológico desta terça-feira (11) contabiliza ainda 2.039.218 casos descartados e 358.753 em investigação. Na Bahia, conforme a secretaria, 68.651 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

Vacinação

A Sesab ainda informa que a Bahia contabiliza 11.681.306 pessoas vacinadas contra a Covid-19 com a primeira dose, 10.834.136 com a segunda ou dose única, 7.394.076 com a de reforço e 2.348.609 com o segundo reforço. Do público de 5 a 11 anos, 1.050.013 crianças foram imunizadas com a primeira dose e 689.508 tomaram também a segunda. Do grupo de 3 e 4 anos, 52.175 receberam a primeira e 13.044 tomaram a segunda dose.

Primeiro lote de vacina contra varíola dos macacos chega ao Brasil

Foto: Brian W. J. Mahy/Agência Brasil/Arquivo
O Brasil recebeu no último dia 4 o primeiro lote de vacinas contra a varíola dos macacos. São 9.800 doses, que serão utilizadas em um estudo para gerar novas evidências acerca da segurança, efetividade e imunogenicidade (capacidade de gerar uma resposta imune).

Ao todo, o Ministério da Saúde encomendou 50 mil doses por meio da Opas (Organização Pan-Americana para a Saúde), braço da OMS (Organização Mundial da Saúde) nas Américas. A expectativa era que 20 mil chegassem até setembro, mas o país recebeu menos da metade dessa previsão com a primeira entrega.

A Folha questionou o ministério sobre a diferença entre a quantidade aguardada e a entregue, porém não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.

Alguns sintomas iniciais da varíola dos macacos são febre, mal-estar e dores no corpo. Após isso, é comum o aparecimento de lesões pelo corpo do paciente. A transmissão ocorre principalmente no contato com essas feridas. Embora mais raras, outra forma de transmissão é por vias aéreas.

A vacinação é uma importante forma de prevenir a doença. No caso do Brasil, a Jynneos, fabricada pela farmacêutica Bavarian Nordic, foi o imunizante que desembarcou no país. Outras regiões, como Estados Unidos e países da Europa, já utilizavam o fármaco para prevenir a doença.

Já existem evidências sobre a eficácia do imunizante. No entanto, há poucos dados disponíveis sobre o nível de proteção da doença na vida real —algo chamado de efetividade.

Por isso, um estudo será conduzido no Brasil a fim de observar os efeitos da vacinação. Segundo o Ministério da Saúde, a pesquisa será conduzida pela Fiocruz e apoiada pela OMS. A própria pasta é quem financia o estudo.

Os objetivos principais são observar se a vacina “reduz a incidência da doença e a progressão à doença grave”, segundo o ministério.

Os participantes da investigação, e consequentemente o grupo prioritário da vacinação, serão pessoas que tiveram exposição prolongada a uma pessoa com diagnóstico positivo para a varíola dos macacos. Se aplicada em um intervalo curto de dias, a vacina pode barrar a evolução da doença mesmo em pessoas que foram expostas ao vírus.

Outro grupo de participante são pessoas que fazem uso de Prep (profilaxia pré-exposição), uma forma de prevenir a infecção por HIV. Pessoas que são soropositivas e estão em tratamento contra o HIV também podem participar do estudo. Nesses dois casos, a pessoa não precisa ter tido contato com um caso de varíola dos macacos para integrarem a pesquisa.

Esses grupos prioritários para a vacinação são diferentes do que o Ministério da Saúde divulgou anteriormente. Segundo a pasta, profissionais da saúde seriam os primeiros a receberem a vacina, mas os dados epidemiológicos indicam que eles não têm maior risco para a infecção.

“Esses profissionais realizam coleta e atendimento aos pacientes com equipamento de proteção individual. Caso haja algum contato prolongado e sem proteção com algum paciente, esse profissional poderá ser recrutado”, explicou o ministério.

Por enquanto, a pasta ainda não tem informações definidas dos centros de saúde que estarão inclusos na pesquisa.

Samuel Fernandes, Folhapress

Influenza eleva casos de síndrome respiratória aguda em crianças

Os números nacionais de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) continuam em queda, mas voltaram a crescer em alguns estados, especificamente no público infantil (0-11 anos).

A mudança está relacionada com a circulação do vírus Influenza (gripe) e com o início da primavera, informa o último Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A análise, divulgada ontem (10), no Rio de Janeiro, afasta a possibilidade de o movimento ter relação com a covid-19.

Segundo a Fiocruz, o vírus Influenza A avançou em alguns estados - Bahia, Goiás, Minas Gerais, com destaque especialmente em São Paulo e no Distrito Federal. A subtipagem H3N2 tem sido a mais frequente, como foi observado no surto epidêmico de novembro e dezembro de 2021.

Expansão

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, disse que a tendência de aumento de casos no Distrito Federal e em São Paulo, dois dos principais polos de mobilidade interestadual, tende a afetar outros estados.

Nesse cenário, apesar de ainda predominar entre os vírus respiratórios, o SARS-CoV-2 continua a perder espaço entre os principais causadores de hospitalizações por agravamentos de síndromes respiratórias.

Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios foi de 21,4% para influenza A; 1,2% para influenza B; 11,2% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 416% para Sars-CoV-2 (Covid-19).

Edição: Kleber Sampaio
Por Vinicius Lisboa - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Agência Brasil explica por que a pólio voltou a preocupar o Brasil

Em pouco menos de um ano, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) completa meia década de existência. Considerado uma das políticas públicas em saúde mais bem-sucedidas do país, o programa, em seus quase 50 anos, foi marcado pela erradicação de doenças como a poliomielite, a rubéola, o tétano materno e neonatal e a varíola. Ao longo dos últimos anos, entretanto, algumas doenças voltaram a assustar o país em meio a baixas taxas de vacinação.

A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma das que mais preocupam as autoridades sanitárias. Trata-se de uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que vive no intestino, o poliovírus, e que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes e secreções eliminadas pela boca de pacientes. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos.

Diante das taxas de cobertura vacinal em queda, o Ministério da Saúde realizou, entre 8 de agosto e 30 de setembro, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite. A campanha chegou a ser prorrogada por causa da baixa adesão. A meta é vacinar 95% de um universo de 14,3 milhões de crianças menores de 5 anos no Brasil. Atualmente, a taxa de cobertura vacinal contra a pólio está em torno de 60%.

Transmissão

A transmissão ocorre pelo contato direto com uma pessoa infectada, pela via fecal-oral (objetos, alimentos e água contaminados com fezes de pacientes) ou pela via oral-oral (gotículas de secreção ao falar, tossir ou espirrar. A falta de saneamento, as más condições habitacionais e hábitos de higiene pessoal precários são fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.

Sintomas

De acordo com o ministério, os sintomas mais frequentes da doença são febre, mal-estar, dor de cabeça, dor de garganta e dor no corpo, além de vômitos, diarreia, constipação (prisão de ventre), espasmos, rigidez na nuca e até mesmo meningite. Nas formas mais graves, instala-se a flacidez muscular que afeta, em regra, membros inferiores.

Tratamento

Segundo a pasta, não existe tratamento específico para a pólio. Todos as pessoas infectadas devem ser hospitalizadas e recebem tratamento para os sintomas manifestados, de acordo com o quadro clínico do paciente.

Sequelas

As sequelas da doença estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro pelo poliovírus. Normalmente, são sequelas motoras e que não têm cura. As principais são: problemas nas articulações; pé torto; crescimento diferente das pernas; osteoporose; paralisia de uma das pernas; paralisia dos músculos da fala e da deglutição; dificuldade para falar; atrofia muscular e hipersensibilidade ao toque.

Prevenção

O ministério lembra que a vacinação é a única forma de prevenção da pólio. Todas as crianças menores de 5 anos devem ser imunizadas conforme esquema de vacinação de rotina e também por meio das campanhas anuais. O esquema vacinal consiste em três doses da vacina injetável (aos 2, 4 e 6 meses de vida) e duas doses de reforço com a vacina oral bivalente, conhecida como gotinha.

Alerta

Em nota, o ministério destacou que o Brasil é referência mundial em imunização e conta com um dos maiores programas de vacinação do mundo. Anualmente, o PNI aplica cerca de 100 milhões de doses de diferentes vacinas, enquanto o Sistema Único de Saúde (SUS) tem capacidade para vacinar até 1 milhão de pessoas por dia.

“Toda a população com menos de 5 anos precisa ser vacinada para evitar a reintrodução do vírus que causa a paralisia infantil”, alertou a pasta.

De acordo com o ministério, doenças já eliminadas graças à vacinação correm o risco de reintrodução no país devido às baixas coberturas vacinais, voltando a constituir um problema de saúde pública. "Levem seus filhos às salas de vacinação", reforçou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na semana passada.
Principais fatos

Dados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), representação da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas, mostram que uma em cada 200 infecções pelo poliovírus resultam em paralisia irreversível (geralmente das pernas). Entre as pessoas acometidas pela doença, de 5% a 10% morrem por paralisia dos músculos respiratórios.

Segundo a entidade, os casos da doença diminuíram mais de 99% nos últimos anos, passando de 350 mil casos estimados em 1988 para 29 casos notificados em 2018. A maioria dos casos, atualmente, se concentra no Afeganistão e no Paquistão, onde a doença é considerada endêmica. Em 2022, dois casos foram contabilizados em Israel e nos Estados Unidos.

“Enquanto houver uma criança infectada, crianças de todos os países correm o risco de contrair a poliomielite. Se a doença não for erradicada, podem ocorrer até 200 mil casos no mundo a cada ano, dentro do período de uma década”, informou a Opas.

O Brasil recebeu o certificado de eliminação da pólio em 1994. Entretanto, a Opas alerta que, até que a doença seja erradicada no mundo, há risco de casos importados e, consequentemente, de o vírus voltar a circular em território brasileiro. “Para evitar isso, é importante manter as taxas de cobertura vacinal altas e fazer vigilância constante”, acrescentou.

Edição: Graça Adjuto
Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil - Brasília

Novas regras para rótulos de alimentos valem a partir de hoje

As novas regras para rótulos de alimentos no Brasil entram em vigor a partir de hoje (9). De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além de mudanças na tabela de informação nutricional, a novidade é a adoção de alertas, na parte frontal da embalagem, sobre alguns nutrientes.

Informação nutricional

Uma das mudanças é que a tabela de informação nutricional passa a ter apenas letras pretas e fundo branco. O objetivo, segundo a Anvisa, é afastar a possibilidade de uso de contrastes que atrapalhem na legibilidade.
Outra alteração será nas informações disponibilizadas na tabela. Passa a ser obrigatória a declaração de açúcares totais e adicionados, do valor energético e de nutrientes por 100 gramas ou 100 mililitros, para ajudar na comparação de produtos.

O número de porções por embalagem também passa a ser obrigatório.

A tabela deve estar localizada próximo à lista de ingredientes e em superfície contínua, sem divisão. Ela não pode ser apresentada em áreas encobertas, locais deformados ou regiões de difícil visualização, exceto em produtos de embalagem pequena (área de rotulagem inferior a 100 centímetros quadrados).

Rotulagem nutricional
Considerada a maior inovação das novas regras, a rotulagem nutricional frontal passa a ser considerada um símbolo informativo que deve constar no painel da frente da embalagem. A ideia, de acordo com a agência, é esclarecer, de forma clara e simples, sobre o alto conteúdo de nutrientes com relevância para a saúde.

“Para tal, foi desenvolvido um design de lupa para identificar o alto teor de três nutrientes: açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio. O símbolo deverá ser aplicado na face frontal da embalagem, na parte superior, por ser uma área facilmente capturada pelo nosso olhar”, destacou a Anvisa.

Alegações nutricionais

As alegações nutricionais continuam sendo voluntárias. Em relação aos critérios para o uso dessas alegações, foram propostas, segundo a agência, alterações com o objetivo de evitar contradições com a rotulagem nutricional frontal.

Saiba mais

A Anvisa disponibilizou um documento com perguntas e respostas para esclarecer dúvidas em relação às novas regras de rotulagem nutricional. O conteúdo pode ser acessado aqui.

Edição: Denise Griesinger

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