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Líderes europeus decidem se rearmar e alinham discurso de obter paz por meio da força para proteger Ucrânia contra Rússia
Ursula von der Leyen reafirmou importância de aumentar gastos em Defesa entre os países da União Europeia após cúpula neste domingo em Londres para discutir apoio à Ucrânia.
Lideres europeus falaram neste domingo (2) na necessidade de rearmar "urgentemente" os países do continente —e alinharam um discurso de estabelecer a paz por meio da força, com ajuda financeira e militar à Ucrânia, para proteger o país contra a Rússia.
A medida se dá em meio à ameaça dos Estados Unidos de deixar de apoiar a Ucrânia na guerra contra a Rússia, iniciada em 2022, depois de o governo de Vladimir Putin invadir o território ucraniano. O presidente Donald Trump pressiona por um acordo de paz com a Rússia, sob a desconfiança ucraniana e da Europa de que Putin pode voltar a atacar mesmo após um cessar-fogo.
Também ocorre depois de Trump ter exigido que os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma aliança militar por 32 países, aumentassem os gastos em defesa. O presidente americano abriu a possibilidade de os EUA não serem mais o principal agente de garantia da segurança da Europa, o que ameaça um pacto vigente desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Líderes de 18 países se reuniram neste domingo em Londres, na Inglaterra, para debater o apoio à Ucrânia. Participaram o premiê britânico Keir Starmer, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e líderes da França, Alemanha, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Itália, Holanda, Noruega, Polônia, República Tcheca, Romênia, Suécia e Turquia, além do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau.
"Precisamos urgentemente rearmar a Europa", afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Ursula reiterou a importância dos países da União Europeia aumentarem os gastos com defesa. Afirmou ainda que a Europa também precisa mostrar aos Estados Unidos estar pronta para defender a democracia.
"Todos entendemos que, após um longo período de subinvestimento, agora é de extrema importância aumentar o investimento em defesa por um período prolongado. Faremos isso pela segurança da União Europeia. (...) Os Estados-membros precisam de mais espaço fiscal para intensificar os gastos com defesa. (...) Temos que nos preparar para o pior e, portanto, aumentar os gastos", disse Ursula à imprensa após a reunião em Londres.
A reunião, liderada pelo primeiro-ministro britânico Keir Starmer, ocorreu dias após o bate-boca entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente ucraniano na Casa Branca na sexta-feira. A discussão piorou ainda mais a relação entre EUA e Ucrânia, abalada desde que Trump retornou à Casa Branca em janeiro —durante o governo Biden, os EUA foram um dos maiores doadores de ajuda financeira e militar aos ucranianos contra a invasão russa.
'Coalizão dos dispostos'
Em coletiva após o encontro, Starmer afirmou que foi criada uma "coalizão dos dispostos" para desenvolver estratégias para garantir a segurança da Europa e da Ucrânia, mas não disse quais países estão envolvidos. O premiê britânico também reiterou que qualquer paz duradoura na Ucrânia precisa assegurar a soberania e a segurança do país de Zelensky, e demonstrou segurança em conseguir articular isso com Trump.
Starmer também disse que, no caso de um acordo de cessar-fogo na guerra entre a Ucrânia e a Rússia, o Reino Unido está pronto para contribuir com o envio de tropas e apoio aéreo para reforçar as defesas do país e garantir a paz no território.
Mais cedo neste domingo, Keir Starmer afirmou em entrevista à rede britânica "BBC" que o Reino Unido, a França e a Ucrânia trabalharão juntos para elaborar um plano de cessar-fogo na guerra contra a Rússia, que será apresentado aos EUA quando ficar pronto. (Leia mais abaixo)
Durante a reunião, Starmer disse aos líderes europeus que é necessário aproveitar este "momento único de uma geração" para intensificar o apoio à Ucrânia e, consequentemente, para a segurança da Europa.
"Ainda que a Rússia fale sobre paz, eles continuam com sua agressão implacável. (...) Precisamos definir quais passos sairão desta reunião para alcançar a paz por meio da força, em benefício de todos", afirmou.
Starmer falou na importância de "fortalecer a Ucrânia para garantir a paz, quando ela chegar". Porque temos que aprender com os erros do passado. Não podemos aceitar um acordo fraco como o de Minsk –que a Rússia pode violar com facilidade. Em vez disso, qualquer acordo deve ser apoiado pela força." Os acordos de Minsk foram um cessar-fogo acertados entre Ucrânia e Rússia em 2014 e em 2015.
Após a reunião, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, também afirmou que os países europeus concordaram em aumentar os gastos com defesa e estão "intensificando seus esforços" para oferecer garantias de segurança.
Reino Unido, França e Ucrânia vão trabalhar em plano de cessar-fogo
O Reino Unido, a França e a Ucrânia concordaram em elaborar um plano de cessar-fogo na guerra para apresentar aos Estados Unidos, disse o primeiro-ministro britânico Keir Starmer neste domingo (2), antes de cúpula de líderes europeus em Londres.
"Concordamos que o Reino Unido, juntamente com a França e possivelmente mais um ou dois países, trabalhará com a Ucrânia em um plano para interromper os combates. E então discutiremos esse plano com os Estados Unidos. (...) É realmente importante mantermos nosso foco central, que é a paz duradoura na Ucrânia", afirmou Starmer em entrevista à rede britânica BBC.
Starmer descreveu a decisão como "um passo na direção" certa após o bate-boca entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e Zelensky na Casa Branca na sexta-feira.
"Em vez de cada país da Europa avançar separadamente, o que seria bastante lento, provavelmente precisamos formar agora uma coalizão dos dispostos", disse Starmer.
Além disso, líderes europeus se reunirão em Londres neste domingo para discutir apoio para à Ucrânia, encarado como um importante passo para avançar em direção ao final do conflito. O objetivo do encontro é discutir ajuda militar à Ucrânia e garantir a segurança dos países europeus.
Starmer também afirmou à BBC que está focado em atuar como um mediador para restaurar as negociações de paz e criar uma nova oportunidade de aproximação entre Trump, Zelensky e o presidente francês, Emmanuel Macron, em vez de “aumentar a retórica”. Starmer e Macron conversaram novamente com Trump após o bate-boca de sexta-feira.
O premiê britânico também disse à BBC que "a relação entre os EUA e o Reino Unido é a mais próxima entre dois países no mundo", e por isso acredita que os EUA trabalharão junto com o Reino Unido para um cessar-fogo na guerra da Ucrânia caso os europeus forneçam garantias de segurança aos ucranianos.
Reino Unido anuncia novo acordo de US$ 2 bilhões para financiar mísseis de defesa aérea para a Ucrânia
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou no domingo um novo acordo, de 1,6 bilhão de libras (US$ 2 bilhões ou R$ 11,8 bilhões), que permitirá que a Ucrânia compre 5.000 mísseis de defesa aérea usando financiamento de exportação.
O Ministério da Defesa da Grã-Bretanha informou que a Thales fabricará os mísseis multifuncionais leves para a Ucrânia.
A Thales informou que os mísseis têm um alcance de mais de 6 quilômetros (3,7 milhas) e podem ser disparados de uma variedade de plataformas em terra, mar e ar.
"Isso será vital para proteger a infraestrutura crítica agora e fortalecer a Ucrânia para garantir a paz quando ela chegar", disse Starmer a repórteres em uma cúpula em Londres.
Na semana passada, a Rússia lançou mais de 200 drones em um ataque noturno, no que a Ucrânia disse ser o maior ataque desse tipo desde o início da guerra, há três anos.
Por Reuters
Bate-boca na Casa Branca: Zelensky diz que não pedirá desculpas, mas afirma que apoio dos EUA é essencial
Presidente ucraniano disse lamentar o ocorrido, mas afirmou que alguns assuntos precisam ser debatidos com honestidade. À Fox News, Zelensky disse que Ucrânia precisa de garantias para fechar acordo com os EUA.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que não pedirá desculpas para Donald Trump após um bate-boca que os dois tiveram na Casa Branca, nesta sexta-feira (28). As afirmações foram feitas durante uma entrevista à Fox News. Veja como foi a discussão no vídeo acima.
Zelensky afirmou que respeita Trump e o povo americano, mas acredita que não fez algo errado ao expor seu ponto de vista sobre a guerra. Segundo o ucraniano, alguns temas precisam ser debatidos e tratados com honestidade. Ainda assim, ele disse lamentar o ocorrido: "Não foi bom para os dois lados".
Trump e Zelensky deveriam assinar um acordo que permitiria que os EUA explorassem minerais e recursos naturais na Ucrânia. O tratado é visto como essencial para que o governo ucraniano continue sendo apoiado pelos norte-americanos.
Ao mesmo tempo, Zelensky cobra do governo americano garantias concretas para que um acordo seja fechado entre os dois países. Durante a entrevista à Fox News, o presidente ucraniano reforçou a necessidade dessas salvaguardas.
O ucraniano reforçou que o país não tem recursos suficientes para expulsar as forças russas sozinho e defendeu que qualquer negociação de paz só será viável se Kiev estiver em uma posição de força.
Além disso, Zelensky afirmou que acredita ser possível recuperar seu relacionamento com Trump, apesar do atrito entre eles. O presidente ucraniano destacou que deseja manter uma boa relação com os Estados Unidos e espera que o americano adote uma postura mais favorável à Ucrânia.
"Somos gratos ao presidente e, claro, ao Congresso. Mas, antes de tudo, ao seu povo [americano]", afirmou. "Queríamos muito ter todas essas relações fortes. E nós as teremos."
De acordo com o jornal "The Washington Post", após a confusão, o governo Trump avalia suspender o envio de ajuda militar à Ucrânia. Além disso, uma autoridade da Casa Branca disse à agência Reuters que o presidente americano não está interessado em renegociar o acordo sobre os minérios ucranianos neste momento.
Confusão
Durante uma reunião transmitida ao vivo e diante da imprensa na Casa Branca, Donald Trump pressionou Volodymyr Zelensky a aceitar um acordo para encerrar a guerra na Ucrânia. O conflito começou em 2022, após a invasão russa ao território ucraniano.
Os Estados Unidos eram aliados da Ucrânia durante o governo de Joe Biden. No entanto, com a chegada de Trump à Casa Branca, ele se aproximou do presidente russo, Vladimir Putin, e busca um acordo para encerrar a guerra sem a participação ativa da Ucrânia.
O bate-boca ocorreu na etapa final do encontro. Zelensky demonstrou desconfiança em relação ao compromisso de Putin de encerrar a guerra e chamou o presidente russo de "assassino". Ele também fez uma crítica aos EUA, ao afirmar que ninguém tentou parar Putin entre 2014 e 2022.
Diante da declaração, o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, interveio: "Senhor presidente, com todo o respeito. Acho desrespeitoso da sua parte vir ao Salão Oval e tentar debater isso diante da mídia americana". Quando Zelensky tentou responder, Trump levantou a voz.
"Você está apostando com a vida de milhões de pessoas. Você está apostando com a Terceira Guerra Mundial. Você está apostando com a Terceira Guerra Mundial, e o que você está fazendo é muito desrespeitoso com este país, um país que te apoiou muito mais do que muitos disseram que deveria", afirmou Trump.
Após o encontro, Trump publicou no TruthSocial que Zelensky desrespeitou os EUA no Salão Oval e que só poderá voltar quando estiver "pronto para a paz".
Por Redação g1
Após bate-boca entre Trump e Zelensky, EUA e Ucrânia não assinam acordo sobre terras raras
Casa Branca diz que acordo não está descartado e que aguarda Ucrânia estar 'pronta para conversa construtiva'. Líderes discutiram durante encontro em Washington nesta sexta-feira (28).
Estados Unidos e Ucrânia não assinaram o acordo sobre a exploração das terras raras ucranianas, que estava previsto para esta sexta-feira (28). A decisão ocorreu após uma discussão entre os presidentes Donald Trump e Volodymyr Zelensky na Casa Branca.
Nesta semana, os dois países haviam chegado a um entendimento sobre a exploração das terras raras da Ucrânia. Essas regiões possuem minerais valiosos, como manganês, urânio, titânio, lítio, minérios de zircônio, além de carvão, gás e petróleo.
O acordo é considerado essencial para a Ucrânia, que busca manter o apoio dos Estados Unidos. Por outro lado, Trump vê a exploração dos recursos como uma forma de o governo ucraniano retribuir a ajuda financeira enviada pelos americanos durante a guerra.
A Casa Branca afirmou que o presidente dos EUA não descartou o acordo, mas vai aguardar que a Ucrânia "esteja pronta para ter uma conversa construtiva".
O governo ucraniano não havia se pronunciado até a última atualização desta reportagem.
Uma entrevista coletiva prevista com Trump e Zelensky foi cancelada.
Confusão
Durante uma reunião transmitida ao vivo e diante da imprensa na Casa Branca, Donald Trump pressionou Volodymyr Zelensky a aceitar um acordo para encerrar a guerra na Ucrânia. O conflito começou em 2022, após a invasão russa ao território ucraniano.
Os Estados Unidos eram aliados da Ucrânia durante o governo de Joe Biden. No entanto, com a chegada de Trump à Casa Branca, ele se aproximou do presidente russo, Vladimir Putin, e busca um acordo para encerrar a guerra sem a participação ativa da Ucrânia.
O bate-boca ocorreu na etapa final do encontro de 45 minutos entre os dois no Salão Oval. Zelensky demonstrou desconfiança em relação ao compromisso de Putin de encerrar a guerra e chamou o presidente russo de "assassino".
Diante da declaração, o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, interveio: "Senhor presidente, com todo o respeito. Acho desrespeitoso da sua parte vir ao Salão Oval e tentar debater isso diante da mídia americana". Quando Zelensky tentou responder, Trump levantou a voz.
"Você está apostando com a vida de milhões de pessoas. Você está apostando com a Terceira Guerra Mundial. Você está apostando com a Terceira Guerra Mundial, e o que você está fazendo é muito desrespeitoso com este país, um país que te apoiou muito mais do que muitos disseram que deveria", afirmou Trump.
Zelensky rebateu, dizendo que Trump tem sido menos firme com Putin: "Não faça concessões a um assassino". Trump, então, respondeu: "Seu povo é muito corajoso, mas ou vocês fazem um acordo ou estamos fora. E se estivermos fora, vocês terão que lutar sozinhos".
Após o encontro, Trump publicou no TruthSocial que Zelensky desrespeitou os EUA no Salão Oval e que só poderá voltar quando estiver "pronto para a paz".
Na Ucrânia, civis e militares já se preparam para próxima guerra contra a Rússia
Condições para acordo pelo fim do conflito, como cessão de territórios, não serão aceitas por ucranianos
A invasão russa à Ucrânia, que completou três anos, continua em andamento, mas Vladislav Chumachenko, um assistente médico na linha de frente do conflito, já antecipa a próxima guerra. O homem de 39 anos tem claro que, se as conversas entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, levarem ao fim do combate, as condições seriam inaceitáveis para o país.
Titânio, lítio e terras raras: o que está em jogo entre Ucrânia e Trump no acordo preliminar sobre exploração mineral
Contexto: EUA e Ucrânia chegam a acordo sobre acesso a recursos minerais, afirmam representantes de Kiev
Entre as condições inaceitáveis apontada por Chumachenko estaria a cessão obrigatória de alguma parte do território ucraniano para a Rússia. Uma possibilidade real, dada a recente retórica pró-Kremlin de Trump.
— Para nós, é óbvio que não ficaremos felizes com qualquer resultado dessas negociações —declarou à AFP. — A única coisa que podemos fazer é continuar nosso trabalho. E nos preparar a próxima etapa do conflito.
Sua esposa, Anastasia Chumachenko, que dirige com ele a ONG Medicina Tática Norte, diz que a Rússia não vai parar por um acordo.
— Eles vão tentar atacar novamente, temos que estar preparados — afirmou.
Vladislav sabe que não tem qualquer poder de impedir a próxima “ideia louca” que Putin ou Trump possam ter sobre a Ucrânia, mas ele pode se preparar. Diante disso, o casal recomendou aos seus voluntários que fiquem vigilantes no caso de um acordo.
Após três anos de guerra brutal, dois deles decidiram parar, exaustos, mas os outros devem se preparar para “a próxima fase do conflito”, segundo Vladislav.
Seu veículo foi recentemente atingido por um tanque russo quando transportavam um soldado ferido na linha de frente.
Questão de tempo
Eles também deram treinamento médico aos soldados, o que deverá continuar mesmo que as hostilidades cessem, garantiu Vladislav.
— A história ensina que, nessa parte do mundo, nenhuma pausa é permanente — explicou.
Ele diz que alguns soldados ucranianos desejam voltar à vida civil, mas outros não querem retornar para casa para “colher batatas”.
Antes da invasão russa em fevereiro de 2022, o casal tinha uma academia de escalada e cuidava de sua filha de 9 anos. A menina agora vive com os avós, e os pais a veem apenas alguns dias por mês.
Anastasia, vestindo um boné caqui, considera “importante” que sua filha permaneça na Ucrânia e aprenda a entender a guerra, que pode voltar ao longo da vida da menina.
— Certamente acontecerá, é só questão de tempo — afirma Anastasia.
Nada a perder
Oleksandr, comandante de uma unidade militar na 93ª brigada, é um dos que permanecerão com o uniforme, aconteça o que acontecer. Em uma sala abafada e iluminadas com luzes rosas, ele e outros soldados levantam pesos para passar o tempo.
— Aqui estou no meu elemento — comentou à AFP, referindo-se à sua vida militar na linha de frente.
Oleksandr diz que ficará no leste da Ucrânia para estar “pronto” caso o combate recomece depois que um acordo de paz seja alcançado.
— Fomos enganados uma vez, mas não permitiremos uma segunda vez — afirmou, referindo-se aos oito anos que se passaram entre o conflito iniciado em 2014 por separatistas pró-Rússia e a invasão russa de 2022.
Oleksandr acredita que seria um grande erro a Ucrânia ceder território, como as cinco regiões que a Rússia afirma ter anexado e, controla parcialmente, incluindo a Crimeia, tomada em 2014.
— Os rapazes que lutam pela nossa terra (…) não ouvirão (o presidente Volodymyr) Zelensky (se ele aceitar essas condições) e continuaremos pressionando — declarou.
Alguns soldados perderam suas casas, suas famílias e não têm mais nada a perder, explicou.
— Eles irão até o fim, e eu os apoio. E talvez eu mesmo seja um deles, quem sabe? — disse. Por AFP
Garantias para a Ucrânia ficam para depois, diz Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta (27) que as garantias exigidas pela Ucrânia para evitar futuras agressões russas ficam para depois de um eventual cessar-fogo entre os países em guerra há três anos.
“Temos de chegar à paz”, disse sobre o tema. “A fase 1 é alcançar a paz, depois veremos a fase 2”, afirmou ele ao lado do premiê britânico, Keir Starmer, que antes da entrevista coletiva de ambos havia dito que só haveria “paz duradoura com garantias de segurança americanas”.
Negociadores americanos já haviam antecipado isso, ao preparar a visita de sexta (28) do presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski. Trump já havia dito que as garantias, na forma provável de uma força de paz, seriam um problema da Europa.
Tratorado, Starmer retomou o discurso proativo e disse novamente que está pronto para oferecer “botas no chão e aviões nos céus” após uma trégua. O problema para eles é que Vladimir Putin insiste que tal ideia é inaceitável, por envolver forças da aliança militar Otan a quilômetros de suas fronteiras.
Trump voltou a falar sobre o acordo de exploração mineral que arrancou de Zelenski, após o ucraniano dizer que não “venderia seu país”. Ele não traz os números mirabolantes levantados pelo americano, mas sugere uma parceria, com destaque às estratégicas terras raras —cujos principais depósitos de todo modo estão nas mãos de Putin.
O americano ignorou quando foi questionado se iria se desculpar a Zelenski por tê-lo chamado de ditador, mas disse que “o respeita muito”. Antes, havia dito que confiava em Putin acerca de qualquer arranjo que for acertado. “Eu acho que ele manterá a palavra.”
Starmer foi o segundo líder europeu a visitar Trump. Na segunda (24), aniversário dos três anos da guerra, foi a vez do francês Emmanuel Macron concordar em discordar educadamente em público com o americano. Ambos o corrigiram sobre o fato de que a Europa não recebeu de volta o dinheiro dado a Kiev, que o republicano acha que irá recuperar em minerais.
O Reino Unido é o terceiro maior doador individual do esforço de guerra de Kiev. Até 31 de dezembro, segundo o Instituto para Economia Mundial de Kiel (Alemanha), enviou o equivalente a R$ 89,8 bilhões, 68% do valor em armamentos. Os EUA lideram esse ranking, com R$ 676,5 bilhões, 56% disso em apoio militar.
O americano, antecipando a visita de sexta, fez aberturas a Zelenski, com quem admitiu ter tido problemas. Disse que “iria ver” como a Ucrânia poderia “ganhar de volta” algo dos 20% do país que estão sob controle russo.
Mais cedo, o Kremlin havia reafirmado os termos mínimos de paz de Putin: neutralidade ucraniana, já reafirmada por Trump, e a cessão das quatro regiões anexadas ilegalmente em 2022. O porta-voz Dmitri Peskov foi sucinto sobre a questão das áreas e da Crimeia, absorvida em 2014: “Elas são inegociáveis”.
Trump até fez um chiste, quando uma repórter perguntou se ele ainda achava que Zelenski era um ditador, como escreveu há uma semana na rede Truth Social. “Eu disse isso?”, afirmou, mudando de assunto. Em Moscou, Putin havia dito que “elites europeias querem minar o diálogo” EUA-Rússia.
O presidente disse que “se não tivermos uma paz logo, não teremos nenhuma”, justificando a abertura de diálogo bilateral com Putin, o que se concretizou com uma reunião de nível ministerial na Arábia Saudita na semana passada, e continuou nesta quinta na Turquia.
A Ucrânia e os europeus ficaram de fora, elevando temores da entrega de um prato feito pela dupla Trump-Putin ou, como se vê, uma tentativa do americano de extrair vantagens de ambos os lados.
Starmer até tentou falar grosso. “O senhor criou uma oportunidade. Mas temos de fazer isso direito. Temos de ganhar a paz, discutimos um acordo duro e justo. Não pode ser uma paz que recompense o agressor, que encoraje regimes como o deles”, afirmou. Trump nada disse.
O início do encontro foi aberto à imprensa, e ambos responderam a algumas questões. O clima estava descontraído: ao comentar que os EUA nunca abandonariam militarmente o Reino Unido, apesar de achar “que eles sabem se cuidar”, Trump ainda brincou com Starmer: “Vocês encaram a Rússia?”.
Starmer havia feito “hedge” na questão, ao anunciar na antevéspera que aumentaria para 2,5% do PIB o gasto de defesa do país até 2027, ante os atuais 2,3%. Trump insiste que os países da Otan precisam gastar mais que os 2% da meta atual, sugerindo irreais 5%, mas parecia satisfeito ao falar sobre o caso britânico.
Do Partido Trabalhista historicamente distante dos republicanos, Starmer buscou ao máximo bajular o ego do anfitrião. Entregou a Trump uma carta do rei Charles 3º convidando o americano para uma visita de Estado pela segunda vez, algo inédito. O republicano esteve lá em 2019, mas a soberana então era Elizabeth 2ª, e aceitou o convite.
Trump também afirmou que apoia os britânicos na planejada devolução das ilhas Chagos, no Índico. Isso importa para os EUA porque sua Força Aérea usa uma base no local, que continuará sob controle de Londres, como principal ponto avançado na região, no atol de Diego Garcia.
Havia expectativa acerca da posição americana, tanto que a devolução foi congelada com a eleição de Trump. Um de seus maiores aliados no Reino Unido, o populista Nigel Farage, passou semanas dizendo que o republicano iria vetar a ideia.
Na entrevista coletiva, Starmer tocou música para Trump, dizendo que é contra regulação excessiva em campos como a inteligência artificial. O americano, por sua vez, sugeriu que haverá “um grande acordo comercial” bilateral entre Washington e Londres, afastando a ideia de colocar o Reino Unido na guerra tarifária proposta a outros atores.
Até um busto do premiê britânico Winston Churchill que havia sido removido por Joe Biden em 2021 do Salão Oval foi tema de afagos. Trump o trouxe de volta a seu escritório na Casa Branca, restando saber o que o político que lutou contra o apaziguamento de Adolf Hitler e, no poder, contra as forças nazistas, diria sobre apaziguar Putin.
Igor Gielow/Folhapress
Governo Trump faz referência ao STF e diz que multar empresa é incompatível com democracia
O Departamento de Estado dos Estados Unidos, equivalente ao Ministério das Relações Exteriores, publicou uma mensagem no X nesta quarta-feira (26) em que faz referência implícita ao caso do Rumble contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
“O respeito pela soberania é uma via de mão dupla com todos os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil. Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar pessoas que vivem nos Estados Unidos é incompatível com os valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão”, escreveu o perfil do Escritório do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado.
É a primeira vez que a gestão do presidente Donald Trump trata do tema.
Um dia antes, a juíza Mary S. Scriven negou pedido de liminar protocolado pelo Rumble e pela Trump Media & Technology para que ordens de Moraes não sejam cumpridas nos Estados Unidos.
Ao mesmo tempo, porém, a magistrada afirmou que as decisões do ministro não se aplicam aos EUA se os réus não forem intimados pelos protocolos da Convenção de Haia e de um tratado entre o país e o Brasil, como é o caso.
Por isso, a juíza não viu a necessidade de conceder uma liminar para evitar o cumprimento de determinações do ministro. A decisão não analisou o mérito da ação.
O pedido de liminar em si ocorreu porque a Rumble e a empresa de mídia de Donald Trump entendem que Moraes determinou à plataforma de vídeo que encerre a conta do influenciador bolsonarista Allan dos Santos e forneça os seus dados de usuário sem se restringir ao Brasil.
Ou seja, que o magistrado teria dado uma ordem para ser cumprida nos Estados Unidos por empresa registrada no país estrangeiro e sem intimá-la pelas vias corretas.
Por isso, a empresa pediu à Justiça decisão em caráter urgente dizendo que não as plataformas não precisam cumprir a ordem de Moraes. A magistrada da Flórida, por sua vez, entendeu que a solicitação da Rumble não é cabível porque a empresa já não precisaria cumprir a decisão justamente porque o ministro brasileiro não acionou os canais devidos de intimação.
Scriven acrescentou ainda que aparentemente nenhuma ação foi tomada para reforçar as determinações de Moraes pelo governo brasileiro, pelo governo americano ou outro ator relevante. No entanto, afirma que se houver alguma ação nesse sentido, ela tomará alguma ação.
Julia Chaib, Folhapress
Durante encontro na Casa Branca, Macron corrige Trump sobre dinheiro enviado para a Ucrânia
Trump afirmou que Europa estava recebendo de volta recursos entregues aos ucranianos. Presidente francês negou e disse que continente 'forneceu dinheiro de verdade'.
https://g1.globo.com/mundo/video/macron-corrige-trump-sobre-gastos-com-a-ucrania-13369967.ghtml
O presidente da França, Emmanuel Macron, corrigiu Donald Trump sobre os gastos com a guerra na Ucrânia durante um encontro entre os dois na Casa Branca, nesta segunda-feira (24). O episódio ocorreu após Trump afirmar que a Europa recuperaria o dinheiro enviado aos ucranianos. Assista acima.
Trump dizia a repórteres que a Europa estava emprestando dinheiro para que a Ucrânia usasse na guerra e que receberia os recursos de volta. Em seguida, o presidente francês tocou no braço do americano e o corrigiu.
"Não, na verdade, para ser franco, pagamos 60% do esforço total, e isso incluiu empréstimos, garantias, subsídios e fornecemos dinheiro de verdade, para deixar claro", afirmou Macron.
"Temos 230 bilhões em ativos russos congelados na Europa, mas isso não é uma garantia de empréstimo porque não nos pertencem, eles estão apenas congelados", acrescentou.
Enquanto Macron falava, Trump fez um gesto de "mais ou menos". Após a explicação do francês, o presidente americano respondeu: "Se você acredita nisso, tudo bem por mim".
Trump voltou a insistir que a Europa estava recebendo de volta os recursos enviados à Ucrânia, enquanto os Estados Unidos não. Depois, afirmou que os EUA também começarão a recuperar parte do dinheiro.
O governo americano tem negociado um acordo de compartilhamento de recursos minerais com a Ucrânia para reaver parte do dinheiro enviado ao país. A ajuda militar foi aprovada durante a gestão de Joe Biden.
O encontro entre Trump e Macron ocorreu exatamente no aniversário de três anos da guerra na Ucrânia. No contexto também está a tensão entre os líderes mundiais, após Trump indicar uma aproximação com o presidente russo, Vladimir Putin.
Na reunião, Trump e Macron concordaram com a presença de militares de países europeus na Ucrânia para garantir a paz após a assinatura de um acordo. O presidente americano afirmou que "Putin aceitará" a permanência dessas tropas.
Sobre o presidente russo, Macron afirmou que não conversa com ele há muito tempo, mas espera que, com a volta de Trump à Casa Branca, haja "novo contexto" e uma "nova oportunidade para se conectar novamente" com Moscou.
Trump e Macron também divergiram sobre o quanto cada potência gastou apoiando Kiev no conflito. "Os Estados Unidos disponibilizaram muito mais ajuda à Ucrânia do que qualquer outra nação", disse o americano. A fala é contestada por especialistas.
Declarações ríspidas
O encontro na Casa Branca é uma trégua momentânea na guerra de palavras de líderes mundiais acerca do conflito. Na semana passada, Trump chamou Zelensky de "comediante modestamente bem-sucedido" e "ditador", além de fazer ameaças diretas.
Dois dias depois, ele afirmou que a presença de Zelensky na mesa de negociações não era muito importante: "Ele está lá há três anos. Ele faz com que seja muito difícil fechar acordos", afirmou, em uma entrevista.
Representantes dos EUA e da Rússia chegaram a se reunir na Arábia Saudita para negociar o fim do conflito sem a presença de nenhuma autoridade ucraniana.
Zelensky, por sua vez, acusou Trump de exigir US$ 500 bilhões em riquezas da Ucrânia em troca de apoio dos Estados Unidos. O presidente ucraniano afirmou ainda que não poderia vender o próprio país.
No último dia 17, líderes europeus já haviam afirmado estar prontos para enviar tropas de paz para a Ucrânia após a eventual assinatura de um acordo de paz entre Moscou e Kiev.
Os europeus defenderam aumentar o gasto militar para se proteger da ameaça expansionista da Rússia, após uma reunião de emergência realizada em Paris.
Por Redação g1
Em situação crítica, Papa Francisco tem boa noite de sono, diz Vaticano
Pontífice enfrenta uma dupla pneumonia e está internado desde 14 de fevereiro, em Roma. Vaticano atualizou situação dele na manhã desta terça-feira (25).
O papa Francisco, de 88 anos, que está em estado crítico por causa de uma pneumonia nos dois pulmões, teve uma boa noite de sono, informou o Vaticano no início da manhã desta terça-feira (25), de acordo com a agência de notícias Reuters.
"O Papa descansou bem durante toda a noite", afirmou o Vaticano em uma breve declaração de uma frase.
Francisco foi internado no Hospital Gemelli, em Roma, no dia 14 de fevereiro com uma grave doença respiratória, que desencadeou outros problemas de saúde.
Na segunda-feira, o Vaticano afirmou que a condição do pontífice permanecia crítica, mas mostrou uma "ligeira melhora", acrescentando que a "insuficiência renal leve", que foi relatada no fim de semana, não era motivo de preocupação.
A pneumonia dupla é uma infecção grave que pode inflamar e cicatrizar ambos os pulmões, dificultando a respiração. O Vaticano descreveu a infecção do papa como "complexa", explicando que foi causada por dois ou mais micro-organismos.
Francisco, que é papa desde 2013, tem enfrentado problemas de saúde nos últimos dois anos. Ele é particularmente propenso a infecções pulmonares, pois desenvolveu pleurisia quando jovem e teve parte de um pulmão removido.
Esta reportagem está em atualização.
Por Redação g1
Papa Francisco continua em estado crítico, diz Vaticano
No último comunicado divulgado pela Santa Sé, o pontífice havia parado de apresentar episódios de crise respiratória, mas demonstrava sinais de insuficiência renal
BRASÍLIA, DF, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em um curto comunicado, o Vaticano informou nesta segunda-feira (24) que o papa Francisco continua em estado crítico, mas passou uma boa noite.
No último comunicado divulgado pela Santa Sé, o pontífice havia parado de apresentar episódios de crise respiratória, mas demonstrava sinais de insuficiência renal.
"As condições do Santo Padre continuam críticas; no entanto, desde ontem à noite, ele não apresentou novas crises respiratórias", dizia o comunicado, divulgado no domingo (23).
O texto afirmava que, em resposta às "duas unidades de concentrado de hemácias" que Francisco recebeu nas transfusões de sangue no sábado (22), houve aumento nos níveis de hemoglobina, a proteína do sangue responsável por transportar o oxigênio dos pulmões para o resto do corpo, amenizando a situação de anemia. A baixa contagem de plaquetas continuava estável.
"Contudo, alguns exames de sangue indicam um início leve de insuficiência renal, que, por ora, está sob controle", continuava o informe de domingo, acrescentando que o pontífice recebia oxigênio por meio de cânulas nasais. "O Santo Padre segue alerta e bem orientado.
O papa não apresentava febre naquele momento. O texto também não fazia referência a uma situação de sepse, quando uma infecção atinge a corrente sanguínea e provoca uma resposta inflamatória exacerbada do organismo.
Segundo a equipe médica, "a complexidade do quadro clínico e o tempo necessário para que as terapias medicamentosas apresentem alguma resposta tornam necessária a manutenção do prognóstico reservado". Ou seja, os médicos seguiam cautelosos, com previsão incerta sobre a recuperação.
O sábado foi o pior dia que Jorge Mario Bergoglio, 88, passou desde que foi internado no hospital Gemelli, em Roma, em 14 de fevereiro. No boletim da noite de sábado, foi revelado que as condições do papa tinham se agravado diante de uma crise respiratória asmática, que exigiu a aplicação de oxigênio suplementar. Ele também precisou de transfusões de sangue porque os testes mostraram que ele tinha uma baixa contagem de plaquetas.
O texto descreveu que, pela primeira vez, o prognóstico era reservado, confirmando que a evolução do estado de saúde do pontífice é imprevisível, como já havia indicado a equipe médica que trata do papa, em entrevista coletiva na sexta-feira (21).
Na ocasião, disseram que o argentino não estava fora de perigo, mas que não corria, naquele momento, risco de morrer. Afirmaram ainda que o papa é considerado um paciente bastante frágil pela idade, pela falta de mobilidade e devido à existência de doenças respiratórias crônicas.
No domingo, além dos turistas habituais, a movimentação na praça São Pedro ficou marcada pelo vaivém dos peregrinos que visitam a capital italiana para participar do Jubileu da Igreja, evento que ocorre a cada 25 anos. Neste fim de semana, mais de 3.000 pessoas participaram do Jubileu dos Diáconos.
Durante a missa matinal que deveria ter sido celebrada pelo papa Francisco na basílica São Pedro, o arcebispo Rino Fisichella pediu orações pelo pontífice argentino. "Na celebração eucarística, onde a comunhão assume a sua dimensão mais plena e significativa, sentimos o papa Francisco, mesmo num leito de hospital, próximo a nós e presente entre nós", disse o italiano.
Extrema direita alemã obtém melhor resultado nas urnas desde fim da Segunda Guerra
Pesquisas de boca de urna apontam que o partido de extrema direita AfD (Alternativa para a Alemanha) foi o segundo mais votado nas eleições alemãs deste domingo (23), obtendo cerca de 20% dos votos —o melhor resultado para uma sigla deste campo político desde o fim do nazismo há 80 anos.
Trata-se de um acontecimento histórico, capaz até mesmo de ofuscar a vitória da CDU (União Democrata-Cristã), de centro-direita. Liderados por Friedrich Merz, provável futuro primeiro-ministro, a sigla obteve 28% dos votos, segundo levantamentos, se tornando o partido mais votado e obtendo, assim, preferência na formação de um futuro governo.
O SPD do atual premiê, Olaf Scholz, amargou seu pior resultado da história da Alemanha pós-guerra, caindo a 16%. Ainda não está claro se o social-democrata renunciará à Presidência de seu partido, como é comum em casos assim. Os Verdes obtiveram 12% dos votos e A Esquerda, 8%.
O SPD do atual premiê, Olaf Scholz, amargou seu pior resultado da história da Alemanha pós-guerra. Ainda não está claro se o social-democrata renunciará à Presidência de seu partido, como é comum em casos assim.
Em 2013, primeiro ano no qual concorreu ao Parlamento federal, a AfD obteve pouco menos de 5% dos votos. Em 2017, nas eleições seguintes, mais do que dobrou o desempenho anterior e alcançou 12%, resultado que não conseguiu repetir nas últimas eleições, marcadas por uma vitória expressiva do SPD de Scholz e nas quais a AfD obteve pouco mais de 10%. Agora, atinge um patamar inédito, com 20%.
Com o resultado, a AfD não apenas se consolida como força política relevante no país, mas também deve ganhar protagonismo na oposição: graças à estratégia dos partidos democráticos de se recusar a formar governo com os extremistas, a AfD quase certamente será a maior sigla no Parlamento fora do poder.
Após os resultados apontarem a vitória de seu partido, Merz repetiu a promessa de que não formará governo com a extrema direita. Ainda assim, a depender do grau de instabilidade do próximo governo alemão, é provável que a AfD angarie ainda mais apoio eleitoral até as próximas eleições, que podem ser antecipadas se houver crise na coalizão de turno.
Além disso, quanto maior a parcela do voto, mais difícil será para o campo democrático encontrar configurações que excluam a sigla. O resultado desse domingo, por exemplo, já abre à AfD a possibilidade de oferecer à CDU, como Weidel fez neste domingo, um acordo tácito de tolerar um governo de minoria caso os conservadores não consigam acordo com o SPD ou os Verdes. Isso daria aos extremistas grande poder de ditar os rumos do país mesmo tecnicamente fora das rédeas do Estado.
Esse cenário é improvável, visto que a CDU já governou com o SPD muitas vezes e poderia facilmente fazê-lo de novo, inclusive com apoio dos Verdes. Mas há complicações: alas da CDU se recusam a governar com o partido ambientalista, a quem consideram inimigos da indústria e do carro. E o próprio Scholz, neste domingo, aumentou o grau de incerteza ao dizer que não liderará seu partido e deixará a política se o SPD entrar em um governo liderado por Merz.
“Primeiro, é preciso dizer que esse é um sucesso histórico para nós”, disse Weidel à imprensa alemã no domingo. “Dobramos nosso resultado, mesmo quando queriam nos cortar pela metade. Nossa mão está estendida para compor o novo governo e fazer valer a vontade do povo, da Alemanha.”
Para acumular ganhos eleitorais tão expressivos ao longo dos anos, a AfD, que nasceu como um movimento contrário à União Europeia, investiu pesado na hostilidade a imigrantes como principal bandeira. A AfD explodiu em popularidade surfando em sentimentos anti-imigração após a crise migratória de 2015, quando 1 milhão de refugiados foram aceitos no país pelo governo Angela Merkel no contexto da guerra na Síria.
Entre eleições para o Parlamento federal em Berlim, a AfD passou a última década construindo uma fortaleza política nos estados que compunham a antiga Alemanha Oriental, chegando em 2024 a partido mais votado em um deles, a Turíngia. Especialistas apresentam diferentes explicações para o fenômeno, como a maior pobreza nesses estados, o menor contato das pessoas com imigrantes em seu dia a dia e até mesmo diferenças na reflexão sobre o passado nazista.
A AfD é monitorada nacionalmente pelo serviço de inteligência interno da Alemanha por conta de seu caráter radical, e seus diretórios na Turíngia, na Saxônia e na Saxônia-Anhalt são oficialmente considerados extremistas —ou seja, as autoridades alemãs consideram que seus objetivos políticos são incompatíveis com a democracia, o que pode abrir a porta para o banimento do partido.
Também por isso, até aqui, o tabu de ser o partido que permitiria a volta da extrema direita ao poder pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra Mundial parece manter o Brandmauer, ou firewall, contra a AfD de pé por enquanto —ainda mais em um momento no qual comparações entre 2025 e 1933, ano no qual Adolf Hitler chegou ao poder, ganham força.
Isso se deve principalmente ao candidato da CDU, Friedrich Merz. Semanas antes da votação, ele orientou seu partido no Parlamento a aprovar uma lei, com o apoio da AfD, restringindo a imigração na Alemanha —na votação seguinte, graças à oposição de alguns poucos parlamentares da CDU, a proposta foi derrotada, mas foi a primeira vez na história moderna da Alemanha que a centro-direita colaborou com a extrema direita.
O caso que acendeu alertas (ou, no caso dos extremistas, alimentou esperanças) para a possibilidade de um governo formado pela CDU e pela AfD, que teria, com os resultados do domingo, ampla maioria no Parlamento.
Victor Lacombe/Folhapress
Israel expulsa 40 mil na Cisjordânia em maior operação em 20 anos
O exército israelense conduziu uma ampla operação militar em campos de refugiados palestinos no Norte da Cisjordânia ocupada neste domingo (23), dando continuidade à ação que já expulsou cerca de 40 mil palestinos de campos de refugiados em Jenin, Tul Karem e Nur al-Shams.
Essa é a maior operação militar de Israel na Cisjordânia em cerca de 20 anos, desde 2005, quando ocorreu a segunda Intifada, que foi uma grande revolta da população palestina contra a ocupação israelense dos seus territórios.
O governo de Tel Aviv informou que ocupará essas áreas pelo próximo ano, impedindo o retorno dos moradores. “Não permitiremos o retorno dos moradores e não permitiremos que o terror retorne e floresça”, disse, neste domingo (23), o ministro da Defesa, Israel Katz. O governo de Tel-Aviv alega que as ações são para combater o terrorismo.
Em nota, o ministério das relações exteriores da Autoridade Palestina, que controla parte da Cisjordânia, afirmou que as ações de Israel é a continuação do genocídio do povo palestino e da anexação de seus territórios.
“O Ministério vê esses acontecimentos — incluindo as declarações de Katz, o envio de tanques e a intimidação deliberada de civis indefesos — como uma grave escalada na Cisjordânia e uma tentativa flagrante de consolidar o genocídio e o deslocamento forçado contra nosso povo desarmado”, diz a representação palestina da Cisjordânia, que ainda pede que a comunidade internacional intervenha.
O professor de relações internacionais, cientista político e jornalista Bruno Lima Rocha avalia que o uso de blindados, helicópteros e de cercos aos campos de refugiados palestinos – inédito em, ao menos, 20 anos – é parte da estratégia de transferir a guerra da Faixa de Gaza para Cisjordânia.
“Ao estabelecer o cessar-fogo em Gaza, o estado sionista aperta as condições na Cisjordânia, para transferir a frente de guerra interna para lá. O governo Netanyahu necessita do estado de guerra porque, sem esse estado de guerra e essa situação de comoção nacional da troca dos presos políticos palestinos pelos reféns, a tendência que seu governo caia e ele seja julgado”, analisou.
LUCAS PORDEUS LEÓN/Agência Brasil
Boca de urna na Alemanha aponta vitória do conservador CDU e crescimento recorde da extrema direita
Friedrich Merz, do CDU, precisará fazer alianças para formar governo, o que pode levar meses. AfD deu à extrema direita melhor desempenho desde a 2ª Guerra Mundial. Premiê Olaf Scholz reconheceu derrota.
A Alemanha encerrou na tarde deste domingo (23) a votação para a escolha de um novo governo. Pesquisas de bocas de urna indicam uma vitória do CDU, partido conservador, e o segundo lugar para o AfD, sigla da extrema direita que foi a mais cresceu no pleito.
Caso confirmado, o número de votos para a extrema direita também será recorde na história da Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial.
A boca de urna do pleito, convocado antecipadamente após o governo de coalisão colapsar (leia mais abaixo), reflete os resultados previstos pelas pesquisas de intenção de voto:
Friedrich Merz, do partido conservador União Democrática Cristã, de oposição ao atual governo, teve 29% dos votos.
Em segundo lugar, o AfD levou cerca de 19% dos votos, percentual previsto anteriormente.
Já o Partido Social-Democrata, do atual governo de Olaf Scholz, apareceu na terceira posição, com 16%.
O Partido Verde teve 13,5% dos votos e ficou em quarto lugar, também conforme previsto.
Em quinto lugar, o bloco de siglas da esquerda obteve 8,6% dos votos.
O índice de participação foi de 83%, índice considerado alto para a média da Alemanha, ainda de acordo com a projeção. Um total de 61 milhões de pessoas estavam aptas a ir às urnas no país, onde voto não é obrigatório.
Formação de governo
O resultado, se confirmado na apuração dos votos, não significa que Merz se torna automaticamente o próximo chefe do governo alemão.
Como o país tem um modelo parlamentarista, o partido vencedor tem de obter o número de votos correspondente à quantidade mínima de assentos no Parlamento para formar governo.
A porcentagem do CDU apontada na boca de urna não é suficiente para isso, e será necessário que o partido forme aliança com outras siglas para governar. A negociação entre o CDU e outras siglas por uma aliança que permite a formação de um novo governo pode levar meses e, caso não haja acordo, novas eleições são convocadas.
Friedrich Merz já disse que não pactará com o AfD, mas falas suas durante a campanha, principalmente relativas à imigração, levantaram a suspeita de que ele poderia mudar de ideia.
Em discurso após o resultado da boca de urna, Merz disse achar importante formar um governo "o quanto antes". O líder da CDU disse ainda que o resultado significa que "a Alemanha está presente na Europa novamente".
Já o atual premiê, Olaf Scholz, reconheceu derrota de seu partido, o PSD, no pleito, em discurso também após o fechamento das urnas.
A contagem dos votos deve durar até o fim da noite do horário local (início da noite pelo horário de Brasília).
As eleições realizadas neste domingo na Alemanha foram convocadas em dezembro do ano passado de forma antecipada por conta de uma crise que colapsou o governo anterior.
O chanceler Olaf Scholz, está no poder desde 2021 e tinha um governo que unia três correntes distintas: social-democratas, ecologistas e liberais.
Em novembro, ele demitiu seu ministro das Finanças, que é liberal, após discordâncias sobre a política econômica. Em protesto, os outros ministros liberais do governo anunciaram renúncia ao governo, deixando o gabinete de Scholz sem maioria no Parlamento Federal, o Bundestag, o que, na prática, tornou seu governo inviável.
O chanceler — cargo que, na Alemanha, chefia o governo — foi submetido a uma moção de censura no Parlamento e reprovado, e o presidente do país — chefe de Estado — convocou novas eleições.
O momento é extramamente incomum para a Alemanha: esta foi apenas a quarta eleição antecipada nos 75 anos desde a fundação do estado moderno alemão.
A queda governo na maior economia da União Europeia ocorre também em um momento de tensões elevadas com a Rússia por conta da guerra na Ucrânia e segue a tendência de outros países do bloco, como a França.
Em linhas gerais, os eleitores escolhem um candidato, mas também votam em um partido. Quanto mais votos a legenda receber, mais cadeiras terá no Bundestag
Com o crescimento da extrema direita, representada pelo partido AfD, especialistas apontam que a formação de uma coalizão governamental será difícil, o que pode ameaçar a estabilidade política do país.
Nos últimos anos, todos os partidos que compõem o Bundestag se recusaram a trabalhar ou formar alianças com a AfD, já que a legenda é investigada por extremismo e acusada de abrigar movimentos neonazistas.
Além disso, a eleição na Alemanha, a maior economia da União Europeia, também pode definir os rumos do bloco e as respostas da Europa a provocações recentes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump sobre a Ucrânia e as tarifas.
Como é a eleição na Alemanha
Nas eleições alemãs, o eleitor precisa preencher duas cédulas, conhecidas como Erststimme (primeiro voto) e Zweitstimme (segundo voto).
No primeiro voto, o eleitor escolhe um candidato do distrito em que mora para ser eleito deputado.
No segundo voto, o eleitor vota em um dos partidos que concorrem às eleições.
Vale ressaltar que o eleitor não é obrigado a votar no mesmo partido nas duas cédulas. Ou seja, é possível escolher um candidato de um partido no primeiro voto e, no segundo, apoiar outra legenda.
Das 630 cadeiras do Bundestag, 299 são ocupadas pelos deputados eleitos diretamente em seus respectivos distritos. As outras 331 são distribuídas proporcionalmente ao número de votos que cada partido recebeu. Ou seja, quanto mais votos um partido obtiver, mais assentos ele terá no Parlamento.
Na distribuição proporcional, os partidos preenchem suas cadeiras com base em uma lista estaduais pré-definidas e registrada junto às autoridades eleitorais antes da votação. Geralmente, essa lista é liderada pelo principal nome do partido, que costuma ser o candidato a chanceler.
Com o Parlamento formado, cada partido irá indicar um nome para a escolha do próximo chanceler e cabe ao presidente alemão escolher um dos candidatos.
Após a escolha do presidente, os parlamentares realizam uma votação interna e secreta para decidir se o nome será aprovado ou não. Se eleito, o chanceler começa a formar o governo.
Por Redação g1
23/02/2025 14h00 Atualizado há 56 minutos
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