Brasil está pronto para fim da escala 6x1, diz Lula no Planalto

Presidente afirma que ainda quer ouvir proposta de autoria dos sindicatos


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (18) que o Brasil já está pronto para reduzir a jornada 6x1 —seis dias de tabalho e somente um de descanso. Hoje, o tema tramita em mais de uma proposta no Congresso, com o apoio do governo.

Apesar disso, Lula disse esperar que os sindicatos também mandem uma proposta sobre a redução, para que a partir daí ele envie ao Congresso um projeto de autoria desses grupos.

"Eu não quero tomar iniciativa do Poder Executivo e mandar projeto de lei do governo. Eu preciso ser provocado. Então já pedi para os dirigentes sindicais: 'Vão para porta da fábrica, façam proposta, vá no Conselhão, organizado pela Gleisi Hoffmann [ministra das Relações Institucionais]. Quando eu tiver, eu mandarei para o Congresso Nacional", declarou em entrevista a jornalistas.

Segundo Lula, a indústria e o comércio estão preparados para a mudança e os avanços tecnológicos permitem a redução da jornada de trabalho. "O país está pronto e a economia está pronta para fim da escala 6x1. Não existe um único argumento que possa dizer que sociedade brasileira não está pronta", disse.

A proposta se tornou parte do discurso dos partidos de esquerda e é uma das vitrines que a gestão petista pretende apresentar na eleição de 2026. Hoje, a discussão é encabeçada principalmente pelos ministros Guilherme Boulos (Secretaria-Geral) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais).

Boulos chegou a ir à Câmara para defender a pauta, marcando uma entrada oficial do Palácio do Planalto na discussão com o Congresso.

Uma das propostas é a PEC (proposta de emenda à Constituição) aprovada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado na quarta-feira (10). O autor, senador Paulo Paim (PT-RS), afirmou que o fim da escala 6x1 requer muito diálogo para que a medida seja validada no Congresso em 2026 e passe a vigorar a partir de 2027.

Por Mariana Brasil/Catia Seabra/Lucas Marchesini/Isadora Albernaz/Raquel Lopes/Folhapress

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente esta matéria.