Messias e André Mendonça se abraçam em evento evangélico após indicação ao STF

O deputado Cezinha da Madureira (PSD-SP) ao lado do AGU, Jorge Messias, que abraça o ministro André Mendonça, em evento da Convenção Nacional das Assembleias de Deus Ministério de Madureira (Conamad)
Recém-indicado para o STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro da AGU (Advogacia-Geral da União), Jorge Messias, participou nesta sexta-feira (21) de um evento evangélico em São Paulo ao lado de parlamentares, lideranças religiosas e do ministro do Supremo André Mendonça.

Os dois se abraçaram, e Messias foi aplaudido pela plateia. Membro da Igreja Batista e diácono de uma congregação em Brasília, o advogado-geral conta com apoio de importante parcela do mundo evangélico para a vaga. O evento de que os ministros participaram foi a Convenção Nacional das Assembleias de Deus Ministério de Madureira (Conamad).

A indicação de Messias ao STF já era esperada, mas foi oficializada na quinta-feira (20) pelo presidente Lula (PT). O apoio do mundo evangélico é considerado estratégico na busca pelo voto dos senadores, que precisam ainda aprová-lo —em especial, porque ano que vem é eleitoral e os parlamentares têm relações estreitas com as igrejas evangélicas em seus redutos.

Mendonça, que foi ministro da AGU do governo Jair Bolsonaro (PL), foi o primeiro do STF a declarar apoio à indicação de Lula, e disse que ajudará Messias no diálogo com senadores.

"Parabenizo o Min. Messias pela indicação ao Supremo. Trata-se de nome qualificado da AGU e que preenche os requisitos constitucionais. Assim, também cumprimento o presidente da República por sua indicação. Messias terá todo o meu apoio no diálogo republicano junto aos Senadores", escreveu Mendonça em seu perfil no X (ex-Twitter).

Ele foi indicado por Bolsonaro para a vaga no STF em 2021, como "terrivelmente evangélico", e ficou quatro meses aguardando sabatina, em meio a um cabo de guerra do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) com o Palácio do Planalto.

Alcolumbre é hoje também a principal resistência na Casa ao nome de Messias. Ele defendia que Lula escolhesse Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para o posto e já indicou que deverá trabalhar contra o AGU na Casa.

No Senado, Messias já procurou o senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da bancada evangélica para pedir apoio à sua indicação. Também recebeu ainda na quinta-feira o apoio do líder do Republicanos no Senado, Mecias de Jesus (RR), que destacou valores positivos do escolhido, como a "defesa da família e dos princípios cristãos".

O presidente do Republicanos e deputado federal Marcos Pereira (SP) também disse que Messias preenche os requisitos exigidos pela Constituição. "E tenho certeza que será um grande ministro, dignificando o tribunal", afirmou.

O bispo Samuel Ferreira, presidente da Assembleia de Deus do Brás, por sua vez, que também participou do evento com Messias e Mendonça nesta sexta, publicou uma foto nas redes sociais na quinta de quando esteve recentemente no Planalto com Lula e Messias e comemorou a indicação. "Lula, muito obrigada. Messias, Deus é contigo. Parabéns, mas a luta continua", escreveu.

Como a Folha mostrou, o advogado-geral da União já começou a procurar líderes do Senado para marcar conversas e diminuir resistência à sua indicação. Hoje alas da Casa e do mundo evangélico ligadas ao bolsonarismo são os principais obstáculos a Messias.

Por Marianna Holanda, Folhapress

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