CGU minimiza escândalo no MEC e diz não haver corrupção na alta cúpula do governo Bolsonaro.

O ministro-chefe da CGU (Controladoria-geral da União), Wagner Rosário, se esquivou a responder diretamente se há casos de corrupção no governo Jair Bolsonaro (PL) e minimizou as denúncias que atingem o MEC (Ministério da Educação). Ele disse se orgulhar de o governo ter apenas um ministro envolvido em um episódio que resultou em prisão, caso de Milton Ribeiro.

Rosário e o atual ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, falaram na tarde desta terça-feira (5) na Câmara dos Deputados sobre as denúncias de corrupção no MEC. Ambos foram convidados para serem ouvidos em sessão conjunta das comissões de Educação e de Fiscalização Financeira e Controle.

“Sobre existência de casos de corrupção, existe casos de corrupção no governo federal, existe caso de corrupção de pessoas. Se essa pessoa faz parte do governo, a gente investiga. E só existe caso de corrupção… e eu posso falar aqui de corrupção no sentido latu no sentido sensu, o que é corrupção se é só receber propina, utilizar outros atos. Então, assim, dentro de uma complexidade do tamanho que pode ser o conceito de corrupção, a gente só garante que tem corrupção depois que a gente tem a pessoa condenada. Temos que fazer as investigações, não dá para provar”, disse ao ser questionado pelo deputado Aureo ribeiro (Solidariedade-RJ).

“O que eu tenho aqui até agora é que não temos ninguém da alta cúpula, temos aqui o caso de investigação em cima do ministro [Milton Ribeiro, que deixou o cargo], não temos mais nenhum caso de ninguém envolvido recebendo propina, isso é uma coisa que orgulha bastante.”

Denúncias de um balcão de negócios no MEC viraram uma crise no governo e forçaram Bolsonaro a mudar o discurso de que não há corrupção no governo. Cabe à CGU realizar atividades de investigação, prevenção e combate à corrupção na esfera federal.

A Polícia Federal prendeu em 22 de junho o ex-ministro Milton Ribeiro, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, o ex-assessor do MEC Luciano de Freitas Musse e Helder Bartolomeu, genro de Arilton. Todos foram soltos um dia depois.

Ribeiro saiu do MEC uma semana depois da revelação de um áudio em que o ex-ministro diz priorizar pedidos de liberação do pastor Gilmar sob orientação do presidente Jair Bolsonaro. Ele ainda fala, na gravação, em apoios que seriam supostamente direcionados para igrejas.

Paulo Saldaña/Folhapress

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