Marília Arraes decide sair do PT e racha base de Lula em Pernambuco

A deputada federal Marília Arraes (PT-PE) decidiu sair do PT e estuda se filiar ao MDB ou ao Solidariedade, legenda com as quais intensificou as conversas nesta semana.
Com isso, a base de suporte da candidatura de Lula à Presidência fica rachada em Pernambuco.

Uma das principais lideranças do partido no estado, Marília está contrariada com o que considera veto do senador Humberto Costa (PT-PE) à candidatura dela ao Senado.

Ele defende o nome do deputado Carlos Veras (PT-PE) para concorrer ao cargo. O problema é que, de acordo com pesquisa feita pelo instituto Empetec e publicada pelo jornal Diário de Pernambuco, Veras tem apenas 1% dos votos, e Marília, 25,8%.

De acordo com interlocutores da parlamentar, além de Humberto Costa tentar barrar a liderança de Marília, ela considera que não tem sido respeitada pelos dirigentes da legenda e sequer é ouvida sobre a condução dos rumos políticos do partido.

Ela deve se reunir com Lula nos próximos dias e há, entre seus apoiadores, quem considere que ele conseguiria articular um acordo para demovê-la da decisão. A possibilidade, no entanto, é considerada remota.

Marília ainda não sabe se será candidata ao Senado ou ao governo do Estado, batendo chapa com Danilo Cabral, que será candidato numa aliança entre o PSB e o PT.

Ela já decidiu, no entanto, que seguirá apoiando Lula para presidente da República.

A deputada se reuniu na quarta (16) com o deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP), que é presidente do MDB. Um dia antes, conversou com o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, que preside o Solidariedade.

As duas legendas ofereceram a Marília o controle do partido no estado, além da possibilidade de escolher a que cargo quer concorrer.

Existe ainda a possibilidade de ela participar de uma aliança em torno da candidatura da prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, ao governo, caso não queira concorrer ao mesmo cargo.

Neta de Miguel Arraes, Marília disputou a prefeitura de Recife em 2020 contra seu primo, João Campos (PSB-PE).

Ele acabou vencendo, com 56% dos votos válidos. Mas ela se firmou como uma das mais importantes lideranças de esquerda do Estado.

Bianka Vieira/Karina Matias/Manoella Smith/Folhapress

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