PP prepara representação contra Kim na Câmara por fala sobre nazismo

Foto: Dida Sampaio/Arquivo/Estadão

O PP deve entrar com uma representação no Conselho de Ética da Câmara contra o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) por ele ter afirmado, no Flow Podcast, que nazismo não deveria ser considerado crime no Brasil. O partido do centrão é hoje um dos principais pilares de sustentação do presidente Jair Bolsonaro no Congresso, ao lado do PL.

De acordo com interlocutores, a peça está em elaboração e deve ser apresentada no colegiado responsável por analisar casos de quebra de decoro parlamentar. Ainda segundo interlocutores, lideranças do partido estão debatendo se a representação pedirá a perda de mandato de Kim ou sua suspensão.

Kim participou do podcast ao lado do podcaster Monark (Bruno Aiub) e da deputada Taba Amaral (PSB-SP).

Na segunda-feira (7), Monark defendeu o direito de existência de um partido nazista. O comentário lhe rendeu amplas críticas e ele acabou desligado do podcast.

“A esquerda radical tem muito mais espaço que a direita radical, na minha opinião. As duas tinham que ter espaço, na minha opinião “, disse Monark. “Eu acho que o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei.” Tabata Amaral rebateu o podcaster.​ Kim, por sua vez, foi questionado por Tabata se achava errado a Alemanha ter criminalizado o nazismo. O deputado respondeu que sim.

Na terça (8), o parlamentar afirmou à coluna Mônica Bergamo, da Folha, que o apresentador, demitido nesta terça (8), “falou uma grandessíssima bobagem, mas não é nazista”. O procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou a instauração de procedimento para apurar prática de eventual crime de apologia ao nazismo por Kim e por Monark.

O teor das declarações será analisado pela assessoria criminal de Aras em função de o caso envolver parlamentar com prerrogativa de foro no STF (Supremo Tribunal Federal).

Folhapress

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