Internação de Bolsonaro mobiliza aliados e resgata memória da facada

Foto: @jairbolsonaro no Twitte
A nova internação do presidente Jair Bolsonaro (PL) por causa de um quadro de obstrução intestinal mobilizou aliados, que nas redes sociais destacaram a facada sofrida em 2018 e pediram uma “corrente de oração” para o mandatário.

Bolsonaro passou mal após o almoço de domingo (2) e deu entrada na madrugada desta segunda (3) no hospital Vila Nova Star, em São Paulo.

O médico de Bolsonaro, Antônio Luiz Macedo, estava em férias nas Bahamas e voltará ao Brasil nesta segunda-feira para atender o presidente.

Com base nos relatos e resultados de exames que tem recebido, Macedo disse à Folha que “provavelmente não será necessário cirurgia”.

Diversos ministros e aliados de Bolsonaro publicaram mensagens nas redes sociais após a internação hospitalar. Alguns destacaram que ela é consequência do atentado a faca promovido por Adélio Bispo de Oliveira contra Bolsonaro na campanha presidencial.

“Graças a Deus meu pai passa bem! Cada vez que ele passa por isso é impossível não se indignar com a mentira de que Bolsonaro tem discurso de ódio, quando na verdade ele é a vítima do ódio de um ex-militante do PSOL e de mal-amados hipócritas desejando sua morte”, escreveu o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do presidente.

Adélio foi filiado ao PSOL de Uberaba de 2007 a 2014, mas nunca militou. Ele foi considerado doente mental pela Justiça e, por isso, inimputável.

A Polícia Federal concluiu, em duas investigações, que Adélio agiu sozinho, sem nenhuma evidência real de que tenha sido auxiliado por outras pessoas ou obedecido a um mandante. Em novembro, a PF reabriu a investigação, agora com foco em Zanone Manuel de Oliveira Júnior, um dos advogados de Adélio.

Outro filho do mandatário, o vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos) também destacou o atentado.

“Basta simples olhada nas redes sociais em que o presidente expõe novas consequências da tentativa de assassinato que sofreu!”

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, pediu nas redes sociais uma corrente de orações por Bolsonaro.

“Conclamo os amigos para uma corrente de oração pelo presidente da República Jair Bolsonaro. Ele está internado, em São Paulo, com obstrução intestinal, ainda como sequela da facada. Com a força de Deus e das nossas orações, prontamente ele estará de volta ao trabalho, que este ano será ainda mais duro”.

Fábio Faria, ministro das Comunicações, disse por sua vez que a situação de Bolsonaro é consequência da facada e das cirurgias anteriores motivadas pelo atentado.

“Em oração pela rápida recuperação do presidente Jair Bolsonaro, que está internado em São Paulo com obstrução intestinal”, disse Faria.

Ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP) também se manifestou sobre a internação de Bolsonaro.
“Minhas orações se unem às de milhões de brasileiros que torcem pela rápida recuperação do nosso presidente Jair Bolsonaro, que está internado para tratar uma obstrução intestinal. Estou certo de que em breve ele estará de volta para seguir trabalhando pelo povo do nosso país”, afirmou.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também afirmou que a internação é consequência da facada.

“O presidente pelo que eu tenho informação —ainda não tive boletim oficial— mas como vocês sabem, foi vítima de um atentado gravíssimo em 2018 e em função disso ele tem consequência; tem dores abdominais e achou por bem levar para o hospital lá em São Paulo, mas até onde eu sei o presidente está bem”, afirmou na manhã desta segunda.

O hospital Vila Nova Star, onde Bolsonaro está internado, afirmou que o presidente tem uma condição de saúde “estável”, mas que, no momento, não há previsão de alta.

A nota do hospital diz que ele “deu entrada na unidade na madrugada desta segunda-feira devido a um quadro de suboclusão intestinal”.

Bolsonaro divulgou nas redes sociais uma foto no hospital em que aparece com uma sonda nasogástrica.
“Mais exames serão feitos para possível cirurgia de obstrução interna na região abdominal”, afirmou o presidente.

A equipe médica suspeita que a obstrução intestinal, com retenção de líquido na cavidade intestinal, seja resultado de má alimentação, não por excesso ou falta de atividades físicas.

O presidente sentiu dores abdominais em Santa Catarina, levando à antecipação do fim da folga. A expectativa era que ele continuasse no litoral catarinense até esta segunda.

Em nota divulgada na manhã desta segunda, a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Especial) da Presidência da República disse que Bolsonaro deu entrada no hospital após sentir um “desconforto abdominal”.

“A Secretaria Especial de Comunicação Social informa que o presidente da República, Jair Bolsonaro, após sentir um desconforto abdominal, deu entrada no Hospital Nova Star, em São Paulo, na madrugada desta segunda-feira, para a realização de exames. A Secom informa, ainda, que o presidente passa bem e que mais detalhes serão divulgados posteriormente, após atualização do boletim médico”, afirma a nota.

Macedo operou Bolsonaro após a facada na região abdominal durante a campanha eleitoral de 2018. Desde então, acompanha a situação do presidente.

Em julho do ano passado, Bolsonaro ficou internado durante cinco dias no Hospital Vila Nova Star, com quadro de obstrução intestinal.

Na ocasião, pouco antes da alta, o médico que o acompanha recomendou alimentos não fermentados, para evitar gases. Andar de motocicleta também não ganhou aval do médico. “Sem condição”, afirmou. A recomendação era para que ele evitasse as motociatas até se recuperar plenamente.

Nos últimos dias, as cenas dos momentos de folga de Bolsonaro no litoral catarinense, enquanto a Bahia enfrentava uma crise gerada pelas fortes chuvas, provocaram constrangimento em aliados e membros do governo federal.

Parlamentares da oposição ainda intensificaram as críticas e cobraram que o mandatário que suspendesse os dias de praia para liderar a ajuda diante da tragédia na Bahia.

​Bolsonaro viajou a São Francisco do Sul (SC) na segunda-feira (27) para passar o Réveillon com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e a filha mais nova, Laura. Antes do Natal, ficou no Forte dos Andradas, em Guarujá (SP), entre os dias 17 e 23.

Ricardo Della e Raquel Lopes, Folhapress

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