Urna eletrônica poderia receber impressora de votos sem mudar contrato, diz fabricante

Foto: Fábio Pozzebom/Arquivo/Agência Brasil

A Positivo Tecnologia, que no ano passado venceu licitação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para fabricar novas urnas eletrônicas para as eleições do ano que vem, já começa a entregar a produção em novembro.

Quando ganhou o contrato em 2020, a empresa até virou alvo de uma fake news de que teria sido vendida para os chineses, mas diz que “está neutra” em relação à discussão do voto impresso defendido por Bolsonaro, segundo Hélio Rotenberg presidente da Positivo.

O equipamento já vem com saída para plugar impressora, independentemente do imbróglio que coloca em dúvida o resultado das urnas. “Se, por acaso, tivessem determinado o voto impresso, e eu não estou emitindo opinião do que eu acho sobre se deveria ou não, mas se o voto impresso tivesse ganhado, a nossa urna está predisposta a receber uma impressora de votos”, afirma Rotenberg.

O contrato da Positivo não teria que sofrer nenhum aditivo, mas Rotenberg ressalva que o TSE precisaria aplicar mudanças no software. Na novela do voto impresso de Bolsonaro, o executivo diz que não chegou a sentir insegurança em nenhum momento.

“Fizemos o projeto baseados nas especificações do TSE, que verifica, contrata outros órgãos e tem várias fases de checagem. Está tudo correndo muito bem, e a gente começa a entregar as urnas em novembro. Das 225 mil, 20% a gente entrega neste ano e o restante até abril e maio do ano que vem. É o que o contrato reza e vamos cumprir integralmente”, diz Rotenberg.

A fabricação das urnas é parte de um projeto mais amplo de diversificação em que a Positivo ingressou há alguns anos, para expandir sua atuação além dos mercados de computadores e smartphones. Na nova fase, a empresa também estuda entrar em terminais lotéricos e na terceirização do sistema de bilhetagem do Rio.

Outro negócio novo em que a Positivo tem obtido resultados é o de aluguel. “Isso cresce muito, principalmente, a locação de 36 meses para empresas. Em vez de comprar, ela aluga com vários serviços agregados. É uma tendência. E nas escolas também cai como uma luva porque a receita delas é mensal, então, equilibra o fluxo de caixa”, diz Rotenberg.

No horizonte, a previsão do executivo é que o aquecimento da demanda por computadores, acelerado na quarentena, não deverá recuar com o retorno ao trabalho e às aulas presenciais, porque o home office híbrido vai manter o consumo estimulado.

Na balança entre notebooks, que correspondem a 90% do mercado residencial, e desktops (10%), Rotenberg diz que ainda é difícil prever o que vai acontecer nos escritórios, que têm essa divisão mais equilibrada em torno de 50% para desktops e 50% notebooks.

Ainda não é possível afirmar se a arquitetura dos novos escritórios, sem mesas fixas para o frequentador esporádico, pode reduzir o uso de desktops e aumentar a presença de notebooks, segundo ele. “Notebook é a bola da vez, pode ser usado em casa ou no trabalho, mas tem empresas que vão continuar tendo as estações fixas porque elas podem ser compartilhadas”, diz.

Painel SA/Folhapress

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