Deputados com 4,9 mi de votos devem estar fora do PSL ao fim da debandada

Sergio Lima/Poder360 - 9.fev.2021

A provável ida de deputados do PSL para o mesmo partido ao qual Jair Bolsonaro se filiar deverá fazer com que a sigla perca os detentores de ao menos 4,9 milhões dos 7,7 milhões de votos que seus representantes na Câmara tiveram nas eleições de 2018.

Isso equivale a 63% dos votos que tiveram os deputados eleitos pela legenda. Ou 42% do total de votos para deputado federal que o partido teve naquele ano (11,6 milhões).

Além dos bolsonaristas, a deputada Joice Hasselmann (SP), que já integrou o grupo aliado ao presidente, anunciou na 2ª feira (14.jun) que deixará o partido. Ela foi a 2ª mais votada em 2018, atrás apenas de Eduardo Bolsonaro (SP). E, em 2019, Alexandre Frota (SP) foi expulso do partido.

O Poder360 apurou quais deputados da bancada atual devem sair do PSL, quais devem ficar e quais ainda não deram sinais claros sobre seus destinos, e compilou as votações de cada um em 2018. Os dados estão no infográfico a seguir:

A reportagem perguntou a integrantes dos grupos políticos de Jair Bolsonaro e de Luciano Bivar (PE), presidente do PSL, quais dos 53 integrantes da bancada devem continuar no partido ou deixar a sigla.

Foram classificados como incógnita aqueles que não foram citados por nenhum dos 2 grupos ou citados pelos 2, mas com informações antagônicas. Isso significa que o número de saídas pode ser maior que o detectado pela reportagem.

Jair Bolsonaro se filiou ao PSL para disputar a Presidência da República em 2018. Venceu e elegeu uma bancada de 52 deputados para o partido, antes inexpressivo.

Na última legislatura, de 2015 a 2019, por exemplo, o partido teve apenas 9 deputados.

No 2º semestre de 2019, Bolsonaro se desentendeu com a direção da legenda, deixou o partido e agora busca um nova sigla para disputar a reeleição. O mais cotado até o momento é o Patriota.

Alguns deputados bolsonaristas ainda defendem um acerto que possibilite suas permanências no PSL, mas essa saída no momento é improvável. O cenário atual indica que seguirão o presidente para a legenda que ele escolher.

Para migrarem, porém, precisarão esperar a janela para mudança de partido, no ano que vem. Vereadores e deputados (federais e estaduais) que mudam fora desse período determinado correm o risco de perderem seus mandatos.

Senadores e mandatários do Executivo podem trocar de sigla livremente. O filho senador de Jair Bolsonaro, Flávio, já se filiou ao Patriota.
PSL BUSCA SUBSTITUTOS

O deputado Junior Bozzella, presidente do PSL em São Paulo, disse ao Poder360 que o tempo de rádio e TV da legenda e os fundos Partidário e Eleitoral poderão atrair candidatos competitivos em 2022.

A cúpula já negocia filiações. É o caso do deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), que deve levar consigo deputados estaduais para disputarem vagas no ano que vem à Câmara federal.

Bozzella tem viajado o país para iniciar as tratativas para a formação dos palanques eleitorais. De acordo com ele, a meta é eleger novamente uma bancada com cerca de 50 deputados. Dessa vez, porém, sem se apoiar exclusivamente no bolsonarismo.

As eleições de 2020, porém, mostraram as dificuldades do partido em colocar a ideia de descolamento do presidente Bolsonaro em prática: ao todo, a sigla elegeu apenas 91 prefeitos nos 5.570 municípios do Brasil.

Informações deste post foram publicadas antes pelo Drive, com exclusividade. A newsletter é produzida para assinantes pela equipe de jornalistas do Poder360. Conheça mais o Drive aqui e saiba como receber com antecedência todas as principais informações do poder e da política

O Poder360 integra o

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente esta matéria.