Embaixador da China diz que país não criou vírus: ‘Teoria absurda’

Yang Wanming disse ainda que a distorção dos fatos para ataques políticos ou estigmatizados atende aos interesses políticos de alguns

Marcelo Camargo: Agência Brasil

O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, afirmou que não passa de fake news a versão de que seu país de origem fabricou o novo coronavírus. Em entrevista às páginas amarelas da Revista Veja desta semana, o diplomata lembrou que tanto a Organização Mundial da Saúde quanto cientistas já reiteraram evidências de que o vírus tem origem natural.

“Teoria da conspiração completamente absurda que nunca se amparou em dados. (…) Distorcer os fatos para fazer ataques politizados ou estigmatizados é uma tática que atende aos interesses políticos de alguns e obstrui a cooperação global no enfrentamento da pandemia”, declarou.

Essa “teoria absurda” foi reproduzida pelo deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, e culminou numa crise diplomática logo no início da pandemia. Na ocasião, o então ministro da Educação Abraham Weintraub chegou a fazer comentários racistas contra a China. Apesar do conflito, Wanming garante que o episódio não atrapalhou as relações comerciais entre os dois países.

“O importante não são casos pontuais, e sim o quase meio século de relações diplomáticas entre a China e o Brasil, um período de progressos significativos em todas as áreas. Não há atritos históricos nem conflitos de interesses essenciais entre os dois países, que compartilham uma vasta gama de objetivos comuns e mantêm sólida parceria”, disse.

Wanming responsabilizou “forças antichinesas” nos Estados Unidos como responsáveis por criar uma “rivalidade ideológica” deliberadamente. Isso tem pressionado outros países a tomar partido de interesses americanos. Segundo o embaixador, tudo começou quando o governo de Donald Trump exigiu o fechamento do consulado chinês em Houston, e continuou com “as mesmas forças políticas” que tentam cercear a China para manter uma hegemonia unipolar.

Uma das brigas entre China e Estados Unidos gira em torno da Huawei, que dispõe de tecnologia 5G. Os Estados Unidos alegam que a empresa pode ameaçar a segurança nacional de países que adotarem seu produto, devido ao vínculo com o governo chinês. Wanming garante que as acusações são infundadas, sem qualquer prova concreta.

“Não existe na China nenhuma legislação que permita ao governo controlar dados aos quais qualquer empresa tenha acesso. A contante invenção de boatos por parte dos Estados Unidos e a politização de assuntos meramente comerciais e tecnológicos têm o objetivo de prejudicar fornecedores chineses de alta tecnologia e impedir que eles assumam a liderança nesse setor”, afirmou.

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