Em Gaza, cristãos ortodoxos protegem palestinos em igreja

A Faixa de Gaza possui uma única Igreja Ortodoxa. Diante do extensivo bombardeio das Forças Armadas israelenses, o templo religioso agora tem uma nova função: servir de abrigo para palestinos forçados a abandonar suas casas sob o medo de perderem não só os bens, mas a vida.
Eles poderiam se refugiar em um das 69 escolas da ONU na Faixa de Gaza, mas cada uma delas abriga, na média, 17 mil pessoas.
“Quando escapávamos dos bombardeios encontramos gente da Igreja Ortodoxa e eles disseram que nos refugiássemos no templo”, disse Hiyazi ao jornal “El Mundo”.
Como ele, muitos outros vizinhos receberam alertas do Exército israelense avisando que suas casas seriam bombardeadas. “Nos telefonaram e disseram: vocês escondem gente da resistência palestina, têm cinco minutos para sair de casa”, disse Hiyazi, que nega a acusação, sem direito de defesa, feita por Israel.
Na Igreja de São Porfírio o arcebispo Alexios explica sua atitude ao jornal espanhol. “Necessitavam de ajuda e nós dissemos que daríamos porque, se ofereces amor, vencerás. Damos o mínimo, amor, água, comida, medicamentos”, disse o religioso.
Fátima, uma refugiada na Igreja, lamenta não poder ter retribuído a ajuda quando corria para se abrigar. “Enquanto corríamos, havia gente ferida na rua, jogada no chão, mas nós só podíamos ajudar a nós mesmos. Não podíamos resgatar ninguém e há quatro dias estamos com a mesma roupa”, conta ela ao “El Mundo”.
Muitas crianças viram primos, parentes serem literalmente explodidos pelas bombas israelenses. Segundo a ONU, 116 mil delas precisam de ajuda psicológica.
De dentro da igreja é possível ouvir as bombas, o zumbido dos aviões não tripulados de Israel e dos tiros.
“Muçulmanos ou cristãos, somos um mesmo povo. Todos sob as bombas. Todos somos um”, diz Hiyazi.
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Fonte: O Globo

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