Cem cidades da Bahia têm menos de um médico para 5 mil pessoas

Mesmo com altos salários, cidades ficam sem médicos
Para atrair médicos para o interior, muitos municípios oferecem altos salários, além de convênios com o Ministério da Saúde (MS). Em 2011, o governo federal lançou o Programa de Valorização dos Profissionais na Atenção Básica (Provab), que estimula a ida de profissionais para locais onde há carência de médicos. Com o Provab, o médico tem 12 meses para fazer um curso de pós-graduação prático-teórico em saúde da família, com uma bolsa de R$ 8 mil por mês.

                                        
No entanto, segundo o MS, quase 80% das 1.942 vagas para médicos solicitadas pelas cidades baianas entre janeiro e maio deste ano não foram ocupadas. Em Mirante, no Sudoeste do estado, o secretário de Saúde, Wagner Ramos, conta que, das quatro vagas solicitadas, só uma foi preenchida.

Além disso, o município está com uma vaga para médico do Programa de Saúde da Família (PSF) aberta há dois meses com um salário de R$ 13.200. “E esse valor é apenas para 32 horas por semana, porque não temos conseguido ninguém que fique 40 horas. A maioria dos médicos não quer se fixar em uma única cidade, mesmo pagando bem e sem atraso”, conta Ramos.

Alguns municípios chegam a oferecer salários de até R$ 20 mil reais, segundo  o presidente do Conselho Regional de Medicina, José Abelardo de Meneses. “O problema é que, por trás disso, muitas vezes existe uma realidade que a população desconhece. Os prefeitos não cumprem, não assinam contrato”, diz.

Mais de 600 profissionais com registro na Bahia se graduaram fora
Atualmente, 622 médicos que se formaram fora do Brasil e revalidaram seus diplomas  estão inscritos no Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb). Esse número, porém, não inclui apenas estrangeiros. Há também brasileiros que fizeram a graduação no exterior. Um dos que fazem parte do grupo de estrangeiros é o diretor administrativo da Associação Bahiana de Medicina e Comunidade, Walberto Herrera, 58 anos.

Colombiano, Herrera chegou ao Brasil em 2001, para participar de um projeto filantrópico. “No início, não tinha intenção de ficar aqui, mas fui me empolgando e aprendendo outras coisas”, contou. Ele diz que não teve grandes problemas de adaptação, apesar de nem saber falar português quando chegou. “Nós trabalhamos com comunidades de baixa renda e acho que isso ajuda na adaptação”, diz Herrera, que também é professor do curso de Medicina da FTC.
Fonte Correio

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