Seca devasta a região sisaleira na Bahia


O homem se queixa da natureza, mas ele é o grande responsável pelas mudanças que nela ocorrem. O desenfreado desmatamento verificado em grandes áreas para criação de gado, em vários municípios da região sisaleira, apresenta a dura resposta da natureza: só entre os municípios de Queimadas e Ponto Novo, cerca de 80 km, pode-se contar, nas pontas dos dedos, o numero de árvores existentes.
A consequência não poderia ser outra: os rios Itapicuru Açu e Itapicuru Mirim, parecem se despedir da terra por ela sugada devido à prolongada seca e a retirada de suas águas para irrigação de pastagens de forma clandestina. Ao longo das fazendas carcaças de animais, que fartam os urubus, são elementos de uma pintura surrealista capaz de assustar e abalar o mais empedernido coração.
Na fazenda Salina no município de Queimadas, foram 400 bovinos mortos. Na fazenda Xique-Xique, outra próxima, mais 100 animais. As perdas são proporcionais ao tamanho de cada propriedade e à quantidade de animais nelas existentes. Durantes os dias (14, 16 e 18/3) a reportagem da Tribuna da Bahia percorreu os municípios de Valente, São Domingos, Nova Fátima, Gavião, Capim Grosso, Santa Luz, Queimadas, Nordestina, Ponto Novo, Candeal e Conceição do Coité, para verificar a situação, em função da estiagem e pode registrar a dramaticidade da situação.
As perdas são incalculáveis e o desespero está estampado na fisionomia de cada criador. Ninguém sabe o que fazer mesmo com os programas de ajuda dos governos.

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