Bahia estuda medidas para reduzir carros velhos em circulação, mas desconhece tamanho da frota



Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo desta quarta-feira (25) revelou a intenção da Prefeitura de Paris de proibir a circulação de carros com 17 anos ou mais de uso na capital francesa a partir de 2014, como medida de combate à poluição atmosférica. Segundo a matéria, caso a capital paulista implementasse prática similar, cerca de 2,1 milhões de veículos sairiam de circulação e a emissão de poluentes seria reduzida em até 67%. Não é possível estabelecer com exatidão o número de automóveis com mais de 15 anos de uso que circulam em Salvador e na Bahia. Quem afirma é o major Luide Souza, assessor da Diretoria-Geral do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-BA). Em entrevista ao Bahia Notícias, ele explicou que o órgão trabalha com “uma faixa de corte de 25%”, ou seja, parte da premissa de que um quarto da frota antiga não está mais em circulação. Isso significa, por exemplo, que apenas 89 mil, dos 356 mil carros que compunham a frota de Salvador em 1997, devem ter deixado de rodar. Segundo dados do Detran, 815.104 veículos integram a atual frota da capital baiana. Destes, estima-se que pelo menos 267 mil já transitam pela cidade há 15 anos. Pesquisa da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) revela que o motor de um carro com mais de 15 anos de uso emite um volume de gases nocivos à saúde 28 vezes maior do que um veículo novo. A impossibilidade de contabilizar de forma precisa o volume de automóveis velhos em trânsito na capital baiana se deve a diversos fatores, entre eles o fato de que muitos são roubados, abandonados ou destruídos. “O baiano não tem a cultura de dar baixa nem comunicar a venda de carro” ao Detran, afirmou Luide Souza ao BN. 
Questionado sobre a possibilidade de o Estado restringir a circulação de carros antigos e poluentes, ele explicou que a Bahia não adota a vistoria anual de veículos, o que outras unidades da Federação já fazem para avaliar as condições de uso."Precisa uma mudança da legislação para vincular a vistoria ao licenciamento, que é uma autorização para que você use o carro”, esclarece. O major revela que há “estudos” nesse sentido no Detran e a “tendência” é a de que a Bahia adote vistorias a cada cinco anos. Para isso, além de alteração da lei estadual de licenciamento, será preciso “criar uma taxa para esse tipo de vistoria”, o que depende de aprovação pela Assembleia Legislativa. Consultado sobre a existência de algum projeto dessa natureza, o presidente da Comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos da Casa, deputado Adolfo Viana (PSDB), não tinha a informação, mas garantiu que o levantamento será concluído nesta quinta-feira (27). Ouvido pelo BN, o presidente municipal do PV, André Fraga, disse que um dos “compromissos” do prefeito eleito de Salvador, ACM Neto (DEM), com o Partido Verde foi “colocar esse tema como um dos prioritários da gestão”.  O dirigente afirmou ainda não estar certo se proibir veículos com muito tempo de uso de circularem seria a melhor solução. “A ideia é adotar uma política integrada, não só com relação ao carro”, resume, ao defender alternativas como o controle da poluição atmosférica e plantio de árvores.  
Fonte Bahia noticias

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